5. A vingança dos vampiros e o amanhecer da vitória
Durante todo o dia que se seguiu Raquel dedicouse a ensinar sua nova ‘família’ tudo aquilo que aprendera sozinha e na ‘marra’ com se diz. O controle da sede. Os poderes .A influência dos sentimentos e o principal, como evitar a ú nica coisa que pode não só feri-los como mata-los, o SOL.
A noite tão aguardada enfim chegou e com a ajuda de Raquel tornou-se aterrorizante: raios e trovões sacudiam o céu, o vento forte derrubava o que não tinha estrutura para suporta-lo e a chuva castigava com açoites quem a enfrentava.
A ordem fora dada por Raquel e com fúria os ‘sugadores’ saíram de sua toca derrubando paredes e móveis como touros enfurecidos, e não demorara muito para se ouvir os gritos de pavor daqueles que tinham a casa invadida por aqueles seres tenebrosos de feições demoníacas.
Gritos ecoavam junto aos raios e trovões que riscavam o céu negro e, com isso, muitos casarões pegaram fogo já que na tentativa das pessoas salvarem suas vidas acabavam por derrubarem as lamparinas e velas usadas para iluminação das casas e ruas. Eram relativamente um pequeno grupo mas a força e fúria que os alimentava fizeram com que destruíssem aquela pequena cidade que amanheceu em ruínas e focos de fogo espalhados. Após esse banho de sangue a neblina começava a encobrir boa parte de tudo o que os olhos viam ,e para sorte dos ‘sugadores’ ela ficara como passar das horas mais densa lhes permitindo viajar na forma de morcegos por entre as becos e ruas escuras pela densidão durante o dia ,e só pararam quando chegaram a seu destino.
Londres, Inglaterra 1621
Muitos anos já se passaram desde que Raquel criara seu primeiro exército de ‘sugadores’ lá na França, mas agora este se encontram na boa e chuvosa Inglaterra, e tudo mudara desde então. Raquel usava um longo de cetim vermelho, cor que passara a ser a sua preferida-imagina o porquê?-e a abertura nas costas quase nem se percebia já que seus volumosos cabelos negros chegavam abaixo da sua cintura, mas o que passara a chamar á atenção eram seus olhos: estes além de sustentarem a cor naturaldela castanhos escuros-quando se transformava ficavam negros e com o rubi vermelho sangue ao centro e suas pálpebras adquiriram um tom negro como naturalmente assustador... e sexy. Ooops!
O ‘pequeno’ grupo agora eram bem numeroso e muito mais forte e organizado, então não esqueçamos deles também adquirirem um novo visual. Mas Raquel ainda detém o poder para mandar e desmandar neles. Pelo que se vê a única coisa que os impede de serem seres superiores é o sol, e contra estes nem os sentimentos de Raquel conseguem detê-lo. Uma festa da nobreza inglesa está sendo oferecida e os burburinhos e risadas soam pelo luxuoso salão oval om belos lustres de cristal emprestando um tom de ouro ao piso de marmore :as amplas janelas sem cortinas davam acesso total para que a lua também iluminasse o recinto onde belas mesas encontravam-se com toalhas de renda e musselina branca onde vários pratos estavam despostos, e a circular dentre elas garçons com bandejas de canapés e bebidas.
A ampla porta de madeira marchetada fora aberta e por esta adentrara um grupo de pessoas tão sexys e sombrias em seus trajes ousados e negros que todos pararam para lhes admirarem com fascínio e curiosidade.
Num canto afastado do salão com uma taça de vinho em mãos, um par de olhos negros observava com atenção o grupo, em especial, a mulher á frente destes. Sentada a seu lado havia uma mulher usando um longo, e quando digo longo-é de se arrastar atrás de si-vestido vermelho escuro e de um dos bojos bem estruturados estava pregada um longa manga que descia de seu bíceps até a mão com os cinco dedos adornados por anéis de pedras preciosas, que segurava uma taça ,porém o que mais chamava a atenção eram seus cabelos marrons avermelhados repicados á altura dos ombros-um tanto quanto á frente de seu tempo -e seus misteriosos olhos castanhos bem escuros.
–É ela quem ira saciar sua paixão voraz, meu senhor - dissera secamente.
O homem apenas sorriu.
Algum tempo depois já devidamente apresentados como Raquel e Julio Cesar, dançavam uma valsa clássica erudita enquanto a paixão explodia dentro de seus corpos e visível nas chamas trocadas por seus olhos.
Marcus tentava não fixar os olhos no ‘casal’, mas estes estavam vidrados e desgostosos com a cena. Mas não era só os seus olhos que se atentavam ao casal, os de Brenda como fora apresentada a mulher que acompanhava Julio Cesar também o fazia. Será que ela esta sentindo o mesmo que eu em relação aqueles dois?
Talvez eu deva me aproximar e descobrir-pensou Marcus ao pegar duas taças de uma bandeija que passara á seu lado e ir até aquela mulher que o encarava.
–Então, o queridinho de Raquel quer descobrir o que sinto em relação a Julio Cesar?-pensou ao ler nitidamente os pensamentos do jovem rapaz que se aproximava sorridente de si e lhe oferecia uma das taças.
–Aceita compartilhar desse vinho comigo?...hãm?
Brenda sorriu diante do jeito típico que ele dera para tentar descobrir o seu nome.
–Brenda-dissera ao aceitar a taça oferecida e erguê-la em um tim tim.
Conversa vai conversa vem e nada de ‘útil’ fora acrescentado a respeito de Julio Cesar para com Marcus, mas este se via incapaz de conseguir mentir ou até mesmo omitir qualquer coisa aquela mulher.
–Muitas horas já se passaram e, até agora, você, não me dissera o motivo de ter vindo até mim-requisitou Brenda como se esta já não soubesse, mas por algum motivo aquele rapaz conseguira conquistar a sua afeição naturalmente.
–Queria descobrir sua relação com Julio Cesar? O que você sente por ele?
Brenda alargou o sorriso ao dizer debochada-achei que você iria mentir descaradamente. –Para qualquer outra mulher eu teria mentido-admitiu, sem jeito - mas há algo em seus olhos que me desafia a dizer a verdade-que é?-eu sou apaixonado pela Raquel.
Marcus viu-se perdido dentro dos olhos de Brenda confessando seus sentimentos e medos e, por fim uma onda de avalanches emocionais como nunca sentira antes o tirou do topor e voltou a si totalmente sem graça ao perceber tudo o que dissera aquela mulher sem se dar de conta.
Brenda se sentia completa ao lado daquele rapaz que era quase como um amor de mãe por um filho algo que nunca tivera o prazer de sentir verdadeiramente, e agora mais do que nunca sabia que Julio Cesar não a deixaria sair de seu lado.
Marcus sentiu paz e alívio ao colocar pra fora o que guardava em seu coração, claro sabia que não era e nem seria correspondido por Raquel.
–Tome cuidado com essa paixão por Raquel, Marcus - alertou Brenda pela primeira vez ,pois nunca ousara fazê-lo antes por medo de Julio Cesar e suas reações- e, principalmente, por Raquel.
– O que quer dizer?
Já estava falando demais, mas sua vontade em proteger Marcus era maior do que sua lealdade a Julio Cesar e seus planos diabólicos. Então Marcus se viu preso ao transe que os olhos de Brenda traziam á sua mente embora tivesse consciência de tudo o que ela falava.
–Você ainda vai encontrar o amor verdadeiro, mas se não protegê-lo Raquel vai destruí-lo-então Marcus abrira seus olhos de mel ,mas Brenda já não estava mais ali. As palavras de Brenda ficaram a vagar por sua mente enquanto olhava para Raquel á se esfregar em Julio Cesar que esta á princípio até o olhara, mas depois o ignorou friamente, sem saber o que sentir. Ao contrario de Julio Cesar que enlaçou Raquel pela cintura a inclinou para trás ,com um suspiro ,e devorou sua boca para o espanto dos demais convidados.
–Agora a tem para seu deleite, meu senhor-murmurou Brenda escondida atrás do mar de cabeças que aplaudiam o que á eles era uma cena de juras de amor de um casal. Depois da festa Raquel e sua ‘família’ ganharam o direito de morarem no castelo de Julio Cesar. Este se localizava ao sul da Inglaterra ,afastado, numa ilha de penhascos na encosta do Oceano Atlântico onde as águas costumam ser sempre frias e violentas como os atos que Julio Cesar pratica.
Ás portas do castelo Raquel e Julio Cesar entraram na frente como modelos pelo piso de mármore azul escuro, as pilastras que sustentam o segundo e terceiro piso parecem serpentes enroscadas em um galho como o corrimão da escada que leva aos demais pisos. As cortinas são longas e grossas numa cor profunda de vermelho e os móveis, apesar, de rústicos são lindamente esculpidos bem como os objetos de decoração .Enormes candelabros estão a espalhar suas luzes bruxuleantes pelos recintos não que Julio Cesar e/ou Raquel e os outros precisassem de luz para qualquer coisa.
Brenda sentia que Marcus a seguia e bem sabia o que ele queria descobrir, então apenas lhe disse: sigame.
Uma enorme lareira para manter as aparências estava acessa e em frente a ela em duas poltronas estão Marcus e Brenda se encarando, um á espera do outro para iniciar o assunto.
–Eu vou ser direto - ela assentiu - o que você viu em meu futuro?
-Tem certeza de que, realmente, quer saber?
Marcus assentiu com convicção e então ela lhe falou o que o futuro não só dele mas do mundo teria de enfrentar para sobreviver a raça de seres que estavam nascendo e muitas outras que ainda iriam entrar nesse mundo e nas guerras que seriam travadas em nome do amor.
Enquanto isso, no quarto amplo com janelas ovais e cortinas esvoaçantes pela brisa congelante das águas Julio Cesar e Raquel encontravam-se nus na imensa cama de dossel com lençóis vermelhos de seda, já amassados, e travesseiros com babados brancos atirados ao chão junto á peças de roupas.
Paixão. Fogo. Gritos. Gemidos. Mordidas. Arranhões. Em um momento Raquel estava sobre o corpo de Julio Cesar cavalgando-o e mordendo e arranhando o seu peito , no outro ele a colocava de quatro e a penetrava com vigor ao morder seu pescoço e apertava com força seus seios. Ela gritava e cravava suas unhas no lençol e até no colhão que rasgava. O sangue escorria por ambos os corpos que compartilhavam da mesma frieza, apesar do fogo da paixão vibrar. Afinal eles estão mortos. Vivos, mas...mortos.
As unhas de Julio Cesar tão mortais quanto as delas percorriam aquelas coxas arrancando sangue e gemidos por onde passavam. Ela, por sua vez ,enterrava fundo as suas unhas nas costas dele, que urrava em seus gemidos, ao sentir o sangue ser arrancado de sua carne. Então quando ele mordeu a lateral do seio dela o clímax varreu seus pensamentos e não demorou muito para ele compartilhar desse frisson também.
O dia amanheceu em outras palavras os ‘sugadores’ foram dormir, bem, não necessariamente e só força de hábitos humanos, e com isso os lustres automaticamente também apagaram e todas as cortinas com um estalar de dedos de Brenda se fecharam pondo o castelo num breu total.