Capítulo 05
Corro os olhos por todo o ambiente, as crianças não estão em casa, dou um passo atrás, mas Lucas se levanta e me puxa pelo braço.
— Então agora você quer me humilhar na frente das pessoas? — Ele pergunta segurando meu cabelo e me fazendo olhar para ele.
— Isso é o que você está fazendo comigo, não o contrário, me solta Lucas! — Peço me contorcendo de dor.
— Eu quero saber exatamente o porquê de você estar em casa hora dessas e da sua patroa me ligar dizendo que você causou constrangimento ao paciente, começa a falar! — Ele fala muito alterado e me joga com força no sofá.
Olho amedrontada e começo a falar que não quero mais esse emprego e que não vou mais voltar, Lucas me olha de um jeito assustador.
Ele me pega pelos braços, me sacode e soca minha face fazendo sangrar, levo a mão ao rosto e me desperto em choro ao sentir o sangue descendo e sujar minha roupa e o chão. Lucas me olha confuso e me abraça, instantaneamente começa a me pedir perdão e dizer que me ama.
— Me solta, Lucas! — Eu peço entre dentes tentando me levantar.
— Me perdoa, eu nunca mais farei novamente. — Ele diz e me solta.
Corro no banheiro, tranco a porta e tomo um banho demorado, deixo que as lágrimas de dor e desespero lavem minha alma. Saio enrolada na toalha e abro a gaveta procurando por um band-aid, coloco no corte que é relativamente profundo e então mando mensagem para que minha mãe pedindo que ela durma com as crianças hoje.
— Amor, deita aqui comigo? — Lucas pergunta e eu ignoro.
Visto minha roupa e ele vem até mim, começa a beijar meus pés subindo por minhas coxas, corpo e parando na boca, ele sabe como me deixar vulnerável. A cada toque de carinho meu humor vai mudando e em pouco tempo estou bem na dele, esquecendo completamente toda raiva que estava sentido.
Eu o amo e não quero perder meu marido, sei que ele não tem sido um exemplo de homem e por mais que eu tente acreditar que eu mereça mais, parece que é eu quem sou a errada em cogitar desistir.
Lucas me puxa para junto dele na cama, corre sua mão em meu corpo tirando peça por peça, num piscar de olhos me recordo da agressão e então o afasto de mim, mas ele insiste, me levanto rapidamente e começo a pegar minhas roupas que ele já havia tirado. Inconformado com minha atitude meu marido se levantanatrás de mim e me puxa de volta para a cama, ele se deita sobre mim, mesmo eu tentando relutar.
— Não quer se deitar comigo? Está transando com seus pacientes? — Lucas pergunta com um timbre agressivo.
— Claro que não! Me respeita!— Respondo enquanto empurro seu corpo de cima de mim.
— Não adianta me empurrar, eu sou seu marido, eu tenho direito de satisfazer minhas vontades quando precisar e eu quero agora. — Lucas diz forçando uma relação.
Ele coloca a mão em minha boca e consuma o ato em meio a estocadas e palavras de amor e carinho, como eu gostaria de ouvir essas palavras em outras circunstancias. Lucas não tinha o direito de fazer isso comigo, não o homem que eu amo, não a pessoa que deveria me proteger.
Uma lagrima desce em meu rosto e eu permaneço parada rezando para que isso acabe logo, finalmente ele sai de cima de mim, quamdo penso que ele me deixaria quieta ele simplesmente me abraça com ternura e beija meu pescoço.
— Te amo, Tamires! Eu te escolhi para ser minha mulher e a mãe dos meus filhos, nunca quis te fazer mal algum. — Ele diz baixinho me aconchegando em seu peito.
Comovida com o carinho qu eestou recebndo me abraço a ele e pouso minha cabeça sobre ele aceitando o afeto que tem me dedicado, é tão raro que não quero deixar pasar. Adormeço e quando acordo Lucas já não está na cama, não vi a que horas saiu, meu rosto está doendo e eu ainda preciso esconder isso para ir ao meu inferno pessoal.
Entro no banheiro, tomo um banho e faço uma maquiagem quase profissional para tampar esse corte e e as marcas roxas espalhadas em minha face, lagrimas insistem em rolar quando me recordo, seco-as e decidi não pensar mais nisso, pois me indigna que eu não tome uma atitude mais drastica.
Talvez Lucas tenha razão, eu sou uma covarde que sequer tenho coragem de ir embora para sempre, será que estou acomodada ao que estou recebendo? Ou será que eu não esteja me dando oo valor necessário?
Tomo um café rapidamente, pois perdi muito tempo me arrumando e começo a pedir um acrro por aplicativo, mas não foi preciso, Lucas chega para me levar, entro no carro em silêncio, ele me puxa com carinho e dá um beijo na bochecha, como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse saido sabe se lá que horas ou que não está com perfume de outra em seu corpo.
— Você está linda meu amor! — Lucas diz colocando a mão em minha coxa enquanto dirige.
— Hum! — É tudo que consigo dizer sem colocar para fora toda mágoa que estou sentindo.
Faço todo o trajeto ignorando Lucas, espero que hoje seja um dia tranquilo com poucos pacientes, não estou com clima para atendimento, antes de descer do carro meu marido me beija e diz coisas deicadas em meu ouvido e faz outro pedido de desculpas sobre a noite passada.
Entro e Vivi me olha assustada, vem a passos largos e me puxa pelo braço até o quarto, a acompanho sem entender, ela seque respondeu meu cumprimento.
— Aí, o que está acontecendo? — Pergunto assustada e a soltando do meu braço.
— O que houve? Não vai me dizer que essa maquiagem toda é para esconder machucados? — Ela pergunta com a expressão preocupada.
— Não! — Minto, não me sinto confortavel em dizer isso as pessoas.
— Assim eu espero, se não é nada se arruma seu primeiro do dia é o Pedro, ele começou a vir com mais frequência e só quer ser atendido por você, acho que está interessado.— Ela fala com um riso quebrando o climão.
Me arrumo e vou recebê-lo, ele me olha com a mesma expressão de assutado da Vivi, porém sorri e me cumprimenta com carinho, entramos para o quarto e antes de começar o atendimento ele me surpreende com um abraço.
— Vamos conversar sobre essa sombra no seu coração? — Ele me pergunta segurando minhas mãos.