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Capítulo 6

PONTO DE VISTA DE STIVE.

—Desyré, Desyré! Está bem? Ei, me responda, por favor fale! -

Ele está ausente e não entendo o que está acontecendo. Depois de alguns minutos vejo que sua cor volta, tornou-se um branco cadavérico.

— Amor, o que aconteceu? Você se sente mal?

Inferno, não me diga que foi o jantar da minha mãe.

Por favor me responda, você vai me assustar. -

— NÃO Stive, estou bem, não é nada, vou superar isso. - ele responde gaguejando.

Olho para seu rosto ainda pálido, não sei o que há de errado com ele. Certamente devo ter dito algo que a teria chateado.

Continuamos andando sem nenhum de nós falar.

Percebo que o ar esfriou, quase ao ponto de ficar frio.

Me viro para olhar para ela, para ver como ela está, ela está praticamente enrolada em seus braços tentando de todas as maneiras se manter aquecida. Eu sorrio para aquela cena terna.

- Você está com frio? -

- Sim um pouco'. —ele diz em voz baixa.

Envolvo meu braço em volta de seus ombros e a puxo para perto de mim para deixar meu corpo aquecê-la.

Ela ainda está um pouco abalada e, ao abraçar meu peito, seus olhos encontram os meus. Isso me faz sorrir e esquecer o medo que tive há algum tempo.

— Eu avisei você pequeno, minha mãe não brinca quando cozinha, ela mata todos. — rio para tranquilizá-la apertando-a mais.

Ele me dá um tapa no ombro, tentando se libertar dos meus braços, mas sem conseguir escapar.

—Você vai me deixar ir ou sou seu prisioneiro? –pergunta irritada.

— Me desculpe, você é meu agora. - respondo rindo, - nunca mais vou te abandonar. -

PONTO DE VISTA DE DESYRÈ.

— Não se preocupe, Stive, agora que você me conhece, não vai se livrar de mim facilmente. -

Posso dizer que confio nele, mesmo não o conhecendo. Mas esses olhos me dizem que ele, assim como eu, sofreu muito.

— Você vai ter que me aturar, querido Stive, até porque sua mãe não vai conseguir se afastar de mim, agora somos amigos. -

Eu o abraço e beijo sua bochecha.

Afasto-me para voltar ao meu apartamento.

Acabei de acordar e devo dizer que depois de muito tempo finalmente me sinto calmo. Não imaginava que essa nova cidade pudesse me trazer tanta tranquilidade.

É verdade que estou aqui há apenas alguns dias, mas finalmente posso ser eu mesmo e isso me deixa muito feliz.

Eu me diverti muito ontem à noite, o Stive é muito legal e acho que nos tornaremos grandes amigos.

Embora mais cedo ou mais tarde eu tenha que contar a ele sobre meu passado, não tenho vontade de mentir para ele depois do que aconteceu; Fiquei triste ao vê-lo preocupado comigo, mas agora não quero mais pensar nisso.

Sinto meu telefone vibrar: verifico meu e-mail e vejo um número que não conheço.

"Lindo, bom dia, sou Stive. Não tome café da manhã, estou a caminho ;)"

Reli aquela mensagem e não posso deixar de sorrir, é muito fofo.

Digo para ele se apressar, mas assim que desligo o telefone ouço uma campainha na minha porta.

— Bom dia pequena Desyrè, você dormiu bem? —ele me pergunta bocejando. Eu rio de sua expressão ainda sonolenta.

— Não conheço seus gostos então invadi a confeitaria também sabendo o quanto você come. - ele disse com um sorriso travesso.

— Você é realmente muito gentil, Stive. — respondo com uma careta e arranco o café da manhã de suas mãos.

— Não sei como você come tanto, então me explique como você consegue ficar tão em forma. Mas onde você coloca toda essa comida? Você deveria ser uma baleia! -

Eu fico olhando para ele, mas caio na gargalhada quando ele levanta as mãos em sinal de paz.

— Você já se preparou para amanhã? Você definitivamente ficará nervoso em seu primeiro dia de trabalho, mesmo que ainda não tenha me dito para onde está indo.

Espero para você que não seja uma das empresas Carter, porque se for assim você terá que procurar um novo emprego, querido Desyrè. -

Olho para ele: seu olhar mudou, ele está bravo e não entendo por quê.

Eu simplesmente aceno com a cabeça.

-Por que essa cara? - pergunto calmamente.

—O que há de errado com os Carters? -

Percebo que seu rosto muda de pior a pior: vejo raiva, dor, não consigo decifrar totalmente.

- Contestame por favor. -

A ansiedade está aumentando, está me assustando.

— Não consigo te entender Desyrè, por que aí? Aqui em Los Angeles há muitos lugares para trabalhar, por que você escolheu os Carters? —Seus olhos me examinam e ficam furiosos.

—Você percebe o quão estúpido é aquele maldito Nett Carter? Querido Deus, não consigo controlar minha raiva. -

— Ok Stive, agora calma, me dá dor de cabeça ver você andando de um lado para o outro. -

“Sente-se e me diga por que você está tão zangado com os Carters, ou melhor, com Nett Carter. —, suspiro e me sento.

Agora eu quero entender.

—Não há muito o que dizer, em duas palavras ele é um idiota, desgraçado! Este é Nett e espero que você nunca tenha a infelicidade de conhecê-lo, porque acredite, ele nem merece um olhar seu. -

PONTO DE VISTA DE STIVE.

Respiro fundo e decido contar tudo para ela, para que ela fique longe daquele desgraçado.

— Conheço Nett há anos, éramos grandes amigos. Nos conhecemos no ensino médio. Ele sempre foi um filho da puta, mas eu não me importava porque no fundo ele era uma boa pessoa. Nós nos unimos muito durante esse tempo. Saíamos todas as noites e nos divertíamos muito, estávamos em sintonia com as meninas e os clubes, éramos invejados por todos. Decidimos continuar os estudos: ele escolheu Direito enquanto eu queria ser escritor. A nossa amizade tornou-se cada vez mais próxima, embora tivéssemos planos diferentes para o nosso futuro, mas isso não nos distanciou, pelo contrário. Éramos burros e camisas.

Quando nossos sonhos se tornaram realidade, começamos a trabalhar como loucos e aquelas tardes juntos foram para nós uma libertação de todo aquele trabalho que nos esgotava. — Enquanto continuo minha história vou em direção à janela soltando longos suspiros.

— Um dia terminei o trabalho mais cedo e resolvi ir ao escritório dela tomar uma bebida, e foi lá que conheci Hanna. Foi lindo, fiquei encantada. Eu não conseguia tirar os olhos dele. Fiquei cativado pela beleza dela, Nett percebeu imediatamente e decidiu contratá-la.

Agradeci pulando nele de alegria, ele zombou de mim o dia todo por causa do quão atordoado eu estava. — Eu sorrio com essas lembranças.

— Os dias se passaram e muitas vezes fui vê-lo só para conhecer Hanna.

Um dia desses criei coragem e a convidei para sair. Nasceu entre nós uma linda história de amor, nascemos para ficarmos juntos, ou pelo menos foi o que pensei.

À medida que a história se tornou mais importante, comecei a ver Nett de forma diferente, nunca entendi por quê. Embora nada tivesse mudado entre nós, saíamos quase todas as noites. Nunca deixei que meu relacionamento com Hanna atrapalhasse o relacionamento entre Nett e eu, também porque sabia que ele precisava de mim tanto quanto eu precisava dele. Mas ele começou a sair com outras pessoas, ficando bêbado todas as noites e trocando constantemente de namorada.

Ele havia se tornado um verdadeiro idiota, tentei de tudo para fazê-lo recobrar o juízo, mas não consegui, na verdade piorei a situação. Eu estava cansado das bobagens dele, então resolvi deixá-lo em paz, mas obviamente não consegui, porque mesmo ele sendo um idiota, eu o amava de verdade.

Meu relacionamento com Hanna estava cada vez melhor, eu decidi me casar com ela e pedi conselhos a Nett. Ele ficou muito feliz, até se ofereceu para ser meu padrinho caso ela aceitasse, pois eu não tinha certeza se uma mulher tão extraordinária iria querer ficar comigo para sempre, mas Neyt me tranquilizou dizendo que eu era o especial.

Fiquei muito feliz porque ele estava voltando ao que era e acreditei que tudo ficaria bem. Eu só precisava encontrar uma maneira especial de pedir Hanna em casamento.

Na noite da proposta organizei tudo perfeitamente. Jantar na praia à luz de velas e ao bater da meia-noite muitos fogos de artifício com os dizeres "quer casar comigo?" -

— Preparei-me para ir até Nett, para ter certeza de que os fogos estavam prontos a tempo. Entrei em seu escritório e fiquei petrificado. Ele não conseguia mais respirar depois do que viu.

Até hoje não consigo respirar pensando nisso.

Fiquei lá não sei quanto tempo.

Eu não conseguia me mexer, eles continuaram sem nem me notar. Eles estavam tão sintonizados... —

A raiva me domina, cerro os punhos e começo a tremer. Meus olhos estão ardendo, mal consigo respirar. Me acalmo assim que sinto a mão de Desyrè apertando meus ombros, me incentivando a continuar.

— Olhei para eles com total nojo enquanto eles trepavam. Fiquei ali, praticamente paralisado a maior parte do tempo. Quanto mais eu olhava para eles, mais perdido eu me sentia.

No dia seguinte eu estava completamente bêbado, não conseguia me levantar e estava coberto de sangue. Acho que ele nem se lembrou do meu nome. —, continuo com um sorriso amargo entre os dentes.

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