Capítulo 4
“Caroline Almeida”
Parei antes de entrar dentro de casa, ao olhar para trás, Bryan virou a moto na rua de cima e desceu o morro, porque passou novamente aqui na frente e ficou me olhando e eu apenas sorri, enquanto observei ele sumir da minha vista, em sequência o barulho da sua motocicleta acelerando...
— Como foi a escola filha? — Indagou minha mãe atrás de mim.
— Mãe do céu, que susto! — Referi ao me virar e olhá-la no temor, em seguida ri
— E está assustada com o que menina? —Indagou a mesma me olhando confusa, em sequência continuou — Vem almoçar filha!
— Com nada mãe! — Caminhei ao seu lado até a cozinha, corri no meu quarto colocando a bolsa sobre a minha cama e retornei a mesa, ainda com o uniforme branco da escola — Mãe o André me disse que vem mais tarde aqui em casa! — Referi empolgada
— Aí que bom Carol, ele anda bem sumido por estes dias, estou muito preocupada com aquele menino! — A mesma se pronunciou me olhando com uma expressão de tristeza — Onde você o encontrou filha?
— A eu estava saindo do colégio e ele passando mãe... — Afirmei sem contar toda a verdade, minha mãe esta muito preocupada por estes dias, então o que aconteceu hoje não deve pesar na sua mente ainda mais.
Minha mãe estava temperando a salada... Quando o meu irmão adentrou um pouco cansado! Nos duas o olhamos surpresas, eu mesma pensei que ele viria mais tarde... Estava próxima a mesa e ele me abraçou beijando o topo da minha cabeça.
— Fala ao galerinha do bem, como seis tão? — Após receber o meu abraço forte, ele seguiu ate a minha mãe que o abraçou beijando a sua testa, André está visivelmente drøgado
— O meu filho o que você anda fazendo com a sua vida? — Minha mãe já estava com os seus olhos cheios de lágrimas o olhando, meu irmão esta um pouco acelerado!
— Nada não mãe! Tô só resolvendo uns b.o por aí. — André se aproxima da mesa e pega um punhado de salada e a leva até sua boca — Mais tá tranquilo!
— Que b.o irmão? — Perguntei preocupada
— Nada não maninha, não esquenta — Ele se aproxima de mim e segura o meu queixo de leve fazendo com que eu o olhe — Tá tudo bem... Eu amo você garotinha.
— Credo André, você falando assim parece até uma despedida! — O abracei forte é o mesmo beijou o topo da minha cabeça..
— Eu preciso ir... — Após me soltar, André abraçou a mãe e também lhe disse que a amava.
O que fez nos duas ficar com o coração na mão, ele está bem estranho desde a hora que eu o vi e isso me preocupa muito... Do mesmo jeito que ele entrou o mesmo saiu, não tivemos tempo para nada, nem de saber o que estava acontecendo... Minha mãe apenas ficou parada olhando ele sair e eu pude ver suas lágrimas cair.
— Mãe não fica assim! — Caminhei até ela e a abracei forte.
— Onde foi que eu errei Carol, olha a vida do seu irmão! — Sem se conter minha mãe começou a chorar, e ver ela assim começou a se formar um nó na minha garganta
— Mãe a senhora não errou em nada... Nem o André! Ele apenas seguiu um caminho errado e mais fácil— Olhei em seus olhos e limpei as suas lágrimas — Juntas vamos conseguir tirar ele desta vida mãe.
— O Minha filha você não existe! — Minha mãe me abraçou novamente...
— Não adianta chorar, agora é tarde! Eu vi o irresponsável saindo em um moto e colocando uma armä na cintura — Referiu meu pai chegando.
Voltamos a nossa atenção a ele e o mesmo estava sem expressão alguma, suas palavras soaram geladas pelo meu corpo, e ao olhar para a minha mãe, ela estava pálida..
— Mãe o que foi? — Segurei em sua mão e estavam geladas — Mãe senta na cadeira por favor!
— Pare de graça mulher! Este é o menino que você criou...
— Chega pai por favor! — Proferi em um tom mais baixo sem olhá-lo, eu queria que ele apenas parece de falar e desse mais apoio a nossa família...
Minha mãe se sentou e eu lhe fiz um copo de água com açúcar... Lhe entreguei e a mesma bebeu, após alguns segundos ela ficou mais calma, porém o almoço perdeu a graça eu e ela apenas mexemos na comida, enquanto meu pai almoçava tranquilamente.
Minha mãe pediu licença e se retirou, ela foi chorar no quarto como todas as veses que o meu pai fica a culpando por tudo... Recolhi os pratos, lavei toda a louça e joguei as sobras de comida fora... Lavei as panelas e organizei a cozinha, meu pai sentou e dormiu no sofá e eu fui tentar falar com a minha mãe e ela disse que estava tudo bem, que eu poderia fazer minha tarefa de casa...
Mas quem disse que eu tenho cabeça para isso, estou preocupada com tudo o que está acontecendo e ainda pensando no Bryan, sorri apenas em lembrar do seu nome... Ele deve estar trabalhando uma hora destas! Tentei deixar todos estes pensamentos de lado, peguei meu caderno da bolsa e abri em ciências para tentar estudar... Porém vi um local vago na folha, peguei uma caneta vermelha e escrevi o nome do Bryan...
Sorri ao ficar observando, eu realmente gosto dele... A tarde foi se passando e não tivemos mais notícias do meu irmão e a minha mãe andava aflita pela casa, e eu tentando acalmá-la, porque não consegui estudar nenhuma linha... Meu pai foi trabalhar e nem se preocupou com a situação.
Por volta das cinco da tarde tomei um banho e vesti um macacão preto curto com zíper nas costas, está muito calor, calcei uma rasteirinha bege e penteei meus cabelos os deixando soltos, em seguida fiquei na sala assistindo televisão com a minha mãe, quando o meu pai entrou sério e seguiu direto tomar um banho...
— Filha você vai sair? —Indagou minha mãe me olhando
— Mãe o Bryan me chamou, mas agora eu não sei se ele vem mais — Proferi sem saber o que pensar, quando saíamos juntos ele sempre chegou as cinco e agora já vai da seis da tarde e ele não veio, talvez eu tenha feito errado em lhe dar um beijo na bochecha e ele não gostou.
— Logo ele chega filha! — Referiu minha mãe tranquila.
Ela ainda pensa que somos apenas bons amigos... Eu queria que fosse, mas agora eu quero estar ao lado dele, me preocupo de um jeito diferente... Tudo isso está mexendo muito com a minha cabeça.
— Mãe a senhora está bem mesmo, eu posso ficar?! — Indaguei me levantando a sentar ao seu lado.
No mesmo instante meu pai passou e nós olhou sério, minha mãe o encarou e então voltou a sua atenção a mim
— Vai tranquila filha... Se ele pedir como sempre! — A mesma sorriu de leve, tentando disfarçar que hoje eles vão discutir...
Sorri e me levantei ao caminhar até a cozinha, como que eu queria tirar toda esta confusão aqui de dentro de casa, bebi um pouco de água, com um nó na garganta, não sei porque meu pai culpa tanto a minha mãe...
Estava retornando para o sofá, quando da sala avistei o Bryan parando com a sua moto enfrente de casa ao descer dela, retirando o seu capacete e o pendurando no guidão da moto, ele ajeitou o seu cabelo e se virou na minha direção, pegando o boné que estava pendurado na sua calça e o levando a sua cabeça com a aba para frente.
Em seguida ele voltou a sua atenção no rumo da minha casa e os nossos olhos se encontram e aquele sorriso que me derrete se formou, me trazendo algumas borboletas no estomago...