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Protegida Pelo Dono Do Morro

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Vanessa Verones
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Notas

Resumo

— E aí menor o que você pretende fazer, ficar com ela e mørrer tentando salvá-la ou entrar para a minha facção? Caroline Almeida mais conhecida como Carol, acreditava ter uma vida tranquila na favela, até se deparar com o envolvimento do seu irmão na facção do morro... Sua tranquilidade não termina por aí, entre brigas e desentendimento dentro de casa, seu pai não aceitava a vida que o seu irmão levava... Carol se aproximou ainda mais do seu melhor amigo Bryan Fernandes alguns anos mais velho, super batalhador e completamente apaixonado pela mesma... Ambos acreditavam que o seu relacionamento iria começar a caminhar, porém após uma noite perfeita, uma notícia aterrorizante e perturbadora será descoberta por Bryan, que ficará terrivelmente abalado em como proceder após. Nada será como antes! Tudo o que se esconde, nunca fica coberto para sempre...

amormafiaromance

Capítulo 1

“Caroline Almeida”

‘Dois anos antes...’

— Onde foi que eu errei com você garoto!!!! Chegar bêbado e drogadø desta maneira em casa!!! Era isso que você fazia? Saindo com essa corsa de desocupados que são os seus amigos!!!!!

— Calma Alberto, nossa filha está dormindo e não seje tão duro com o nosso filho!

— Duro, eu ainda não sei porque não dei uma surra neste moleque insolente, ao invés de estar trabalhando honestamente, está andando por aí feito um vadiø e chegando de madrugada em casa, ainda por cima neste estado!!!!

— Aí eu tô aqui na frente de vocês dois coroa!

Essas foram as palavras na qual me fizeram acordar... Olá me chama Caroline Almeida no momento tenho quatorze anos, eu não sei o que está acontecendo, estava dormindo quando fui desperta pelos gritos do meu pai! Minha mãe falando no meio e por fim o meu irmão mais velho... Hoje deve ser domingo, eu sei que ontem o meu irmão saiu de casa cedo e talvez tenha retornado agora.

Os gritos do meu pai estão cada vês mais altos, o que está fazendo o meu coração bater mais forte, quando ele é contrariado fica bastante alterado, porém nunca nos bateu por causa da nossa mãe, que sempre nos defende...

— Olha só o sem-vergonha que você me fez criar Alicia com essa sua adulação...

Me levantei caminhando até a porta, como está frio estou usando uma calça de tecido mole na qual uso como pijama e uma camiseta no mesmo tecido ambos pretos, meu cabelo está bagunçado porque o mesmo é curto ao ombro, junto do meu travesseiro me encostei na porta.

— André meu filho o que você estava fazendo na rua até uma hora destas e porque está neste estado!? — Ouvi minha mãe perguntar

— A mãe não enche, tu acha que é fácil viver nesta merdä de morro, com o coroa enchendo o meu sacø, vai trabalhar, sai arrumar um emprego, se nesta merdä não é fácil... — É o meu irmão falando e a sua voz está estranha, continuo a ouvir enquanto o mesmo continuou — Achei uma vida fácil mesmo, sabe as aulas que eu burlo, as noites em claro é isso mesmo tô trabalhando na boca, já passou da hora de vocês saberem, porque é com este dinheiro que eu ajudo o velho a bancar a casa e eu tenho apenas dezesseis anos, já tô envolvidão no crimë.

Minha nossa! Eu não acredito moramos na favela desde que eu me conheço por gente, já ouvi muito falar sobre por aí, fora os tiroteiøs na qual corremos para se proteger, mas nunca imaginei que o meu irmão se envolveria... Com minhas duas mãos sobre a minha boca e o meu travesseiro caído ao chão, ouvi que a minha mãe começou a chorar e o meu pai a bater em alguma coisa talvez em algo próximo dele.

— Eu não criei vagabundø, eu não passo a maior parte do meu tempo atrás do sustento desta casa, para um filho me dizer com essa cara de pau que entrou para a vida do crimë, sem mais nem menos...

— Calma Alberto!!! Por favor calma...

— Para de defender esse filho da putä, eu vou ensiná-lo a ser um homem de verdade!

— Vai pai pode bater, isso só vai fazer eu pegar um revólvër na mão e sai matandø, meio mundo no ódio purai!!!

Peguei meu travesseiro do chão e abri a porta, observei meu pai segurando meu irmão pela camiseta o encostando na parede da cozinha... Minha mãe estava tentando entrar entre os dois e ambos me olharam

— Da no pé maninha, isso aqui não é sena pra ti ficar vendo não... Vaza Carol!!

Meus olhos já derramaram lágrimas, meu irmão e tudo pra mim, eu não tenho o que reclamar dele, porém ver esta situação e ele com os olhos vermelhos me dói por dentro, meu pai vermelho de raiva e a minha mãe chorando é a pior sena que eu poderia ver... Como eles sabem para onde vou, sai correndo sem saber o que fazer apenas abraçada com meu travesseiro.

Sai da cozinha e corri passando pela sala, abri a porta observando a lua na qual está clareando e algumas luzes acesas o restante estão queimadas, com a porta aberta e ouvindo os gritos do meu pai e temendo que ele bata no meu irmão, corri duas casas a baixo da minha, sem medo do que poderia acontecer comigo durante este pequeno percurso...

— Bryan... Bryan abre a porta por favor... Bryan!!! — Bati desesperada várias veses, em seguida dei um passo para trás ao ver a porta sendo aberta.

— Carol! — Bryan abriu a porta ainda vestindo sua camiseta, ao observar em volta surpreso e sem dizer nada ele me abraçou — Ei o que foi?

— Meu pai vai bater no meu irmão! — Chorei em desespero, enquanto me afundei nos seus braços.. — Ele vai bater...

— Filho o que ouve?

— Não sei mãe... A carolzinha está tremendo... —Ainda me segurando ele me encaminhou para dentro — Calma Carol vem entra...

— Tia minha mãe não vai conseguir segurar meu pai ele ta muito bravo, ajuda o meu irmão... Eu sei que ele fez coisa errada, mas o meu pai vai bater nele, tia por favor!!!

Entrando segurei nos braços da dona Agnes, nos conhecemos desde quando ela e o Bryan se mudaram para cá, Bryan e eu crescemos juntos e nos tornamos melhores amigos... Assim como sua mãe e os meus pais, eu sei que ela tem bastante amizade com eles podendo também ajudar o meu irmão.

— Bryan fica com ela, eu vou ver o que está acontecendo!

Bryan concordou, enquanto ela saiu, ele caminhou comigo até o sofá, após me sentar o mesmo me perguntou o que tinha acontecido? Em seguida eu disse as palavras que saíram da boca do meu irmão em lágrimas e ele me abraçou novamente... Depois ele foi buscar um copo de água com açúcar e me entregou, tomei até a última gota, ainda sentindo minhas mãos trêmulas e rezando para que a minha mãe e a tia Agnes consigam ajudar o meu irmão.

Bryan sentou ao meu lado e eu pude encostar minha cabeça no seu peito, enquanto sentia o mesmo fazer carinho com uma de suas mãos sobre o meu cabelo, consegui ouvir as batidas do seu coração.

— Vai ficar tudo bem carolzinha, não se preocupe!

Não consegui dizer nada, ele é meu melhor amigo, sempre me sinto segura quando estou perto dele, o mesmo sempre esteve ao meu lado, me mantive calma e assim peguei no sono novamente...

— Filho você tem dezoito anos e ela apenas quatorze, o que está havendo?

Abri meus olhos ainda sonolenta então percebi que estava deitada na cama dele, enrolada em sua coberta o que me fez sentir o seu perfume e ainda abraçada com meu travesseiro, Bryan não estava perto de mim... Presumi que ele esteja próximo da porta, já que estou virada para o outro lado, apenas podendo ouvi-los.

— Que isso mãe eu sei das nossas idades! Eu apenas trouxe ela para dormir na minha cama, tô indo me deitar no sofá relaxa mãe... Eu sempre vou respeitar a carolzinha, ela está cansada e assustada, eu vou estar aqui sempre que ela precisar, não tem nada de mais...

— Bryan... Bryan... Sou sua mãe e sei que você gosta desta menina, ela é apenas uma criança e confia muito em você filho!

— Eu sei mãe, fica tranquila não vou fazer nada que machuque ela... Poxa mãe, Carolzinha é minha melhor amiga desde que nos mudamos para cá, eu só quero cuidar dela...

Sorri sem querer, ouvindo suas palavras e com o sono pesando em minhas pálpebras, não consegui ouvir o restante do assunto, porque acabei pegando no sono...