CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 4
|MANUELA BARROSO|
Entro na casa do papai, quer dizer, na mansão, e tinha bastante coisa diferente do que eu lembrava. A sala imensa e branca, com sofás e poltronas na cor cinza, os móveis que ali estavam todos em cor de chumbo, como a mesinha de centro, uma mesa no canto da sala com alguns porta-retratos, as molduras dos quadros, a mesa imensa que tem, um pouco afastada, também nessa cor, com cadeiras cinzas. A sala era grande e linda, o salão de jantar, estava no mesmo ambiente, mantendo um lindo conceito aberto.
Os detalhes que ali tinha, trazia ainda mais beleza, como as almofadas em diferentes tons de azul e os jarros com flores azuis que combinavam com o azul do mar que era visto de dentro da sala, pela linda parede de vidro virada para o mar, que vinha logo depois da varanda que ali tinha.
-Bom, minha filha, esse é Cristhian Durand, meu amigo. -papai diz e me faz notar um homem extremamente lindo ali sala.
-Prazer em vê-la, Manuela. Você está muito bonita, bem diferente de quando te vi da última vez.-Cristhian diz se levantando e me estendendo a mão, me fazendo notar quão belo homem ele é, com olhos cor de mel, cabelos escuros e cortados num estilo exército.
Seu rosto é alinhado e inexplicavelmente bonito. O corpo? Nem se fala! Ele está vestido com uma blusa social branca que marca o lindo corpo que possui, mostrando-se musculoso, mas nada exagerado, aparentemente conquistado com bastante suor na academia.
-Prazer é meu, não me lembro de você. Eu deveria?- digo estendendo-lhe a mão em cumprimento.
-Ah filha, você só tinha seis anos a última vez em que o viu, por isso é normal não se lembrar dele.- meu pai diz simplesmente.
-Bom Marco , já vou indo.-ele diz se direcionando ao meu pai.
-Fique para nos acompanhar no almoço, é aniversário da Manuela. -papai diz indo em direção a um cômodo, que se eu me lembro bem, é a cozinha, sem ao menos deixá-lo responder.
-Vivian está preparando algo especial para nós. -papai diz assim que volta.
-Pai, vou ao quarto guardar minhas coisas, ok? -eu digo me referindo a minha grande mala.
-Vamos, eu te acompanho até seu antigo quarto.-ele diz ao pegar minha mala e eu o acompanho.
Entro em meu quarto e noto que continua tudo do mesmo jeito que deixei. Apenas é mantido limpo, tem muitos brinquedos e ainda é tudo rosa. Preciso mudar isso logo, penso comigo mesma, e entro no closet. Também há ainda roupas de quando eu era criança, depois terei que separar para doar, eu planejo em minha mente. Sigo até a sacada e fico um tempo olhando o mar, decido tomar um banho e trocar essas roupas por outras mais confortáveis. Acabo o banho e passo meus cremes, visto um vestido não muito justo, branco e rasteirinhas rosas, que trouxe na mala. Eu estou prontinha agora, então saio do quarto e desço as escadas, já sentindo o cheiro maravilhoso de comida perfumando o ar da casa.
-Já estava indo chamá-la, a Vivian vai servir a mesa.-papai diz assim que termino os últimos degraus.
-Vamos para a varanda. - ele orienta e eu o sigo junto com tal Cristhian.
-Filha essa é a Vivian, a governanta. Ela é quem cuida da casa e dos demais empregados.
-Prazer conhecê-la, Vivian. Me chamo Manuela.- sorrio simpática ao cumprimentá-la.
-O prazer é todo meu, senhorita Manuela.
-Me chame apenas de Manuela. -eu respondo com um sorriso.
-Tudo bem, senhorita.-ela diz com um sorriso polido e educado no rosto.
Vivian é uma mulher muito bonita, loira com os olhos castanhos, aparentemente na casa dos quarenta e poucos anos de idade.
-Bem, o almoço hoje é um prato especial, espero que desfrutem.-ela diz com um bom humor.
-Obrigada pelo esforço, Vivian.- digo fazendo o sorriso dela aumentar ainda mais.
Enquanto isso o tal Cristhian só observa tudo calado na dele. Que homem mais estranho, eu penso ao fitá-lo de volta com atenção.
-Então, minha filha, você ainda não disse o motivo que a fez vir até aqui.
Papai diz entrando no assunto que eu não esperava.
-Ah papai, estava com saudades. Mas vou logo avisando que vim para ficar, vou fazer minha faculdade e tudo mais por aqui.
-E pretende cursar o que? -o tal Cristhian pergunta e me surpreendo com o som de sua voz, já que ele estava calado o tempo todo.
-Direito. -respondo simplesmente.
-Ótima escolha.- ele assente positivamente com a cabeça.
-Já que decidiu isso, minha filha, tudo bem. -meu pai diz com um sorriso acolhedor nos lábios.
Passamos o almoço trocando conversas, a comida estava uma delícia, e papai abriu um vinho também, e acredite, estou na terceira taça e já estou bem alegrinha, que nem uma boba.
-Agora que está aqui, este é o seu presente de aniversário, querida.-papai diz e me estende uma caixinha de joia.
Abro e vejo um anel lindo de diamante.
-Oh papai, muito obrigada. Eu te amo demais.-eu digo com os olhos cheios de água.
Vivian traz um pequeno bolo da cozinha e todos cantam parabéns para mim. Nós comemos o bolinho e logo o papai tem que sair com Cristhian, dizendo que precisavam ir até a empresa. Dessa forma, eu fiquei praticamente sozinha na casa. Agora estou no quarto, já é a tarde, então vou até a cozinha procurar algo para beliscar. Chego e encontro Vivian com uma jovem de aproximadamente uns dezoito anos de idade, bem parecida com ela.
-Licença.-eu digo meio sem jeito.
-Vim buscar uma fruta e beber água.
-Olá, Manuela, essa é a minha filha Eloisa. -Vivian me apresenta a garota.
-Prazer conhecê-la, Eloisa.- digo com um sorriso simpático no rosto.
-O Prazer é meu.-ela retribui o sorriso educada.
-Estou prestes a colocar mesa do café da tarde, ok? -ela diz e eu apenas concordo abrindo a geladeira para pegar uma garrada d’água.
-Sentem-se para comer comigo. -eu peço assim que ela termina de arrumar a mesa.
-Assim nós aproveitamos e nos conheceremos melhor. -eu emendo.
-Acho melhor não, o senhor Marco pode não gostar, senhorita. -Vivian diz.
-Senta aí por favor, meu pai não vai se importar. -eu digo e depois de muita insistência elas se sentam como peço.
-Me falem mais sobre vocês. -eu começo o assunto com ambas.
-Eu tenho dezenove anos e faço psicologia. -Eloisa responde primeiro.
-Olha que legal, eu vou começar a faculdade no próximo ano, pretendo estudar direito.
-E não é o que você quer? Desculpa, mas parece que está sendo forçada a escolher isso. -ela pergunta com certa curiosidade.
-Na verdade não, eu nunca parei para pensar nisso. Acho que não há uma área que eu deseje muito. É só uma escolha simples.
-Entendi, espero que seja isso que queira e não se arrependa depois. -Eloisa diz simpática e solicita.
-Verdade. Mas mudando de assunto, não existe um lugar bem bacana para curtir a noite, por aqui, que você possa me indicar? Estou entediada, e justamente hoje é o meu aniversário. Queria aproveitar a data de forma legal.- digo pesarosa.
-Bem, há uma boate muito boa, no centro da cidade, chamada Miragem. Hoje é festa das máscaras, todos tem que ir de máscara. -ela diz bastante animada.
-Eu vou com o Ruan. -ela completa com um sorriso de canto a canto.
-E aí, vai querer ir também?
-Mas é claro, garota! Porém, primeiro tenho que comprar algo para vestir de acordo com a ocasião. Você vai comigo? -questiono batendo palmas.
-Sim, eu topo. -ela responde também na mesma vibe.
-Só vou lá no quarto me trocar e já volto.
Estamos entrando em algumas lojas compulsivamente, e logo compramos várias coisas. Compro algumas roupas e maquiagens, porque não trouxe do meu país, e logo estamos de volta no carro de Eloisa, seguindo para casa, para nos arrumarmos. São oito horas agora, e a boate abre às onze, então vai dar tempo de sobra.