CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 3
|MANUELA BARROSO|
Despertei com o despertador tocando às seis da manhã, me levantei e fui tomar um banho rapidamente. Passei meus cremes de corpo, depois de me secar, vesti um conjunto de lingerie confortável, uma calça jeans e um body preto sem estampas. Peguei meu blazer favorito preto, para levar na mão, e uma bolsa tiracolo. Coloquei os óculos de sol, o colar que vovó me deu, e também a pulseira de Luana em meu pulso. Depois disso bateram na minha porta.
-Entre, por favor. -eu digo já pegando minhas coisas para ir.
-Bom dia, meu amor. Vim pegar as malas. -vovô diz com um sorriso, meio abalado.
-Bom dia vovô, é só essa mala grande mesmo.-eu digo rindo, tentando não deixar o humor cair.
Preciso disfarçar as emoções também.
-Só isso, minha filhinha?
-Sim vovô, só o necessário, com o tempo eu compro minhas coisas por lá mesmo.- digo simplesmente sem me preocupar com as coisas do futuro.
-Então vamos, vou colocá-la no carro e enquanto isso você vai tomando seu café da manhã.- ele diz e sai para fazer como falou.
-Bom dia, vovó.-eu digo sentando-me a mesa dela pela última vez.
-Bom dia, minha flor. Como está se sentindo hoje? -ela questiona.
-Eu estou bem, vovó. De verdade. Estou feliz por estar fazendo o que eu queria há muito tempo, a senhora sabe bem disso.
-Que bom minha filha, agora coma logo para podermos ir.
Ela diz um tanto preocupada e em poucos minutos eu acabo de tomar meu café da manhã, e saímos todos em direção ao aeroporto. Vamos o caminho todo conversando e aproveitando nossos últimos momentos juntos desse jeito.
-Vovô, pode parar naquela lojinha ali para eu comprar umas guloseimas para comer durante o voo? -peço e ele assente sem nenhum problema.
Vou e volto bem rapidinho até a loja, compro o que preciso e então seguimos adiante o percurso. Chegamos ao aeroporto, e logo chamam meu voo. É hora do adeus. Me despeço dos meus avós chorando de emoção e saudade e os beijo. Eu os amo muito, por isso me dói deixá-los para trás, mas, eu também tenho muitas saudades da casa do meu pai. Entro no avião e logo ele decola. Permaneço o voo inteiro dormindo, e quando chego em Avienar, onde meu pai mora, já era madrugada, por conta do fuso horário. Então decido ir para um hotel por hora.
-Olá, boa noite. Gostaria de um quarto, para uma noite.- digo em francês a recepcionista.
-Pois sim, claro senhorita. É o quarto de número cem, segundo andar. -ela diz e eu sigo suas instruções, carregando minha bagagem.
Entro no quarto, tomo um banho e me deito para descansar da longa e cansativa viagem, pois pretendo ir para a casa do meu pai logo depois de tomar o café da manhã, então preciso recuperar as energias.
No dia seguinte acordei por volta das nove horas da manhã, tomei um banho rápido e fui ao restaurante do hotel para tomar café, pois em seguida iria fazer o check-in para ir embora.
-Bom dia, o que a senhorita deseja?- o garçom pergunta simpático.
-Um croissant e um café, por favor. -ele sai com o meu pedido de forma prestativa.
Em poucos minutos tomo meu café, enquanto dou uma olhada nas redes sociais e respondo Luana e vovó, que já querem saber como estou.
“Vovó: bom dia meu amor, feliz aniversário para você.”
“Bom dia, vovó. Obrigada, amo você.”
“Vovó: também te amo, minha florzinha bela.”
“Vaca/Luana: ei sua maluca, feliz seu dia! Que você sente em bastantes franceses aí.”
“Obrigada amiga, quem me dera. Risos.”
“Papai: parabéns, minha filha. Tudo de bom e muitas felicidades, a secretária esqueceu de enviar seu presente pelo correio, porém, mais tarde eu o enviarei.”
“Tudo bem, pai. Sem problemas. Tranquilo.”
Termino de responder minhas mensagens e respiro fundo. Então vamos lá, dar um susto no senhor meu pai. Penso bem-humorada e me levanto da mesa, pago tudo o que consumi e minha estadia, e logo pego um táxi. Entrego o endereço ao taxista e ele segue rumo a mansão Barroso. Quando chego à frente da mansão, vejo é exatamente como eu me lembrava, linda e adornada de uma obra de paisagismo perfeita. Sua cor é branca, e possui telhado colonial.
A casa do papai é nas montanhas, dá a visão perfeita do mar na parte de trás, a piscina fica no terceiro andar, em um espaço próprio para lazer. No segundo andar fica os cômodos, a maioria, são quartos, e no primeiro, a sala de estar, salão de jantar e cozinha. Me pergunto se ainda está como era antes.
Só vou saber quando entrar, divago em meus pensamentos. Toco o interfone e logo o porteiro atende.
-Bom dia, em que posso ajudar? -ele pergunta.
É um senhorzinho educado e bem simpático.
-Bom dia, sou a filha do Senhor Marco.- digo simpática.
-Manuela? Meu Deus, menina, como está grande. Saiu daqui ainda bem pequena. Eu sou o Leon, não deve se lembrar de mim.
-Não, eu não me lembro do senhor. -respondo sendo simpática.
-Vou chamar o senhor Marco, espere aí.
-Senhor Leon, eu queria fazer uma surpresa para o papai, pode não avisá-lo?
-Seu pai não sabe que vinha? -eu nego.
-Meu Deus ele, vai enlouquecer. -ele diz rindo.
-Tudo bem, entre, eu levo sua mala.-ele diz simpático e eu concordo já entrando e
me preparado para a bronca grande
Mas, como hoje é meu aniversário, espero que ele não se chateie tanto. Bato na porta dia vezes.
-Ora, Leon não anunciou ninguém. -papai reclama ao abrir a porta.
-Oi, papai.-eu digo assim que ele abre a porta e me encara pasmo.
-Manuela, minha filha.-ele me gira no alto e começa a beijar meu rosto.
-Quanta saudades, meu amor. Meus parabéns, minha princesinha.-ele me põe no chão e logo volta a me abraçar apertado.
-Quanta saudade de você, minha pequena!
-Eu também estava morrendo de saudades, papai.- respondo ainda nos braços dele e os olhos marejados.