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Capítulo dois

Joguei os saltos pelo quarto e fui tomar um banho relaxante, necessitava disso o dia inteiro.

A água quente relaxava os músculos tensos do meu corpo, dando uma sensação de tranquilidade.

Tranquilidade não era bem a coisa que eu sentia nesses últimos dias, com a novidade de que eu seria uma mãe solteira e sem família, pois meus pais com certeza iriam me deserdar.

Mãe solteira, jamais imaginaria que me tornaria uma. Jamais me imaginei com um filho, ou filha. Saber que alguém estava sendo gerado dentro de mim dava calafrios. Procurava não pensar muito nisso, e graças ao trabalho que estava ocupando grande parte dos meus dias, eu conseguia evitar esses pensamentos.

Exceto quando os enjoos esfregavam na minha cara o quanto eu estava encrencada.

Enrolei a toalha no meu corpo e fui para o quarto, vejo o visor do celular aceso e confiro para ver se é o trabalho.

"Oi! Tudo bem?"

A mensagem de um número desconhecido me chamou a atenção.

Enquanto em trocava, imaginava quem poderia ser.

Coloquei uma camiseta larga e me joguei na cama com meus travesseiros cheirosos e aconchegantes.

"Quem é?"

Digite a mensagem e peguei o controle e liguei a televisão mesmo sabendo que eu não iria assistir. Estava morrendo de sono.

"Marco, oras."

Franzi o cenho e balancei a cabeça confusa, deveria ser engano. Bloqueei sem responder e continuei mudando os canais.

O celular vibrou e continuou, olhei para ver quem estava ligando e era aquele mesmo número. Virei os olhos, que saco.

- Oi, boa noite. Deve ser engano. - Falei quando atendi.

- Não é você que está procurando um pai temporário? - A sua voz era morna e rouca, gostosa de ouvir.

Espera.

O que...

- Alô? - Ele insistiu confuso.

- Oi. Eu... Quem é você? Não sei do que está falando.

- Ok. - Falou preguiçoso. - Vamos começar de novo: meu nome é Marco, sou primo da Gabriela - Arregalei os olhos e sentei rapidamente na cama -, e eu topo. Aliás, ela já pagou, então...

Desliguei o telefone e coloquei o travesseiro na cara dando um grito. Eu vou matar a Gabriela!

Eu já perdi as contas de quantas vezes eu chorei, meus olhos denunciavam o quanto eu estava desesperada.

- Você quer esse bebê? - Gabriela perguntou depois de alguns segundos em silêncio.

O sofá de casa sempre foi o nosso clube da Luluzinha, choramos, rimos e desabafamos muito nele.

Nunca imaginei que ele seria usado pra isso, para dizer o quanto estou insatisfeita por estar grávida de um homem que eu nem conheço.

Mas a pergunta dela de certa forma me machucou. Não por ela ter perguntado, mas por me questionar realmente queria ter um bebê.

- Não sei, faz duas semanas que descobri que estou grávida e não faço ideia do que estou fazendo com a minha vida. - Cobri o rosto com as mãos.

- Eu também não, e nem estou grávida. Caso isso sirva de apoio. - Sinto o sofá afundar do lado e olho pra ela que acabou de virar pra mim de perna cruzada. - Olha, eu acho que você incrível. Sério, nunca falei isso pra ninguém - Falou seria e eu acredito, Gabriela nunca foi muito afetiva -, então se acalma. Digo, o que mais pode acontecer?

- Além da criança crescer sem pai e com uma mãe desempregada?

- Se você ser negativa assim eu não te ajudo mais! - Deu uma bronca e nós rimos. - Você vai para os seus pais daqui dois dias, não é?

- Sim. E eu não vou levar seu primo, faz uma semana que ele não para de me chamar. - Cerrei os olhos pra ela, mas ela não ligou.

- Eu sei, eu mandei. E paguei ele muito bem pra isso, ele deveria assinar a certidão dessa criança tão bem que o paguei. - Jogou o cabelo pro lado.

- Você é maluca. Não vou levar um desconhecido pago para a casa dos meus pais e dizer que ele é o pai do meu filho.

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