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Capítulo cinco

Parei os meus passos e Marco fez o mesmo. Graças a Deus.

A mão que segurava a arma estava trêmula, assim como o Henry. A segurança do Marco me deixava extremamente preocupada, quero tirá-lo dali.

Meu marido estica o braço pra mim e abre as mãos, pedindo para que eu ficasse onde estou. Não posso deixá-lo, morreria se algo acontecesse a ele.

- Você - Henry acusa o Marco - Você roubou a minha família e agora age como se fosse o pai dele. - Trinca os dentes e salivas escapam, ele está espumando de ódio.

Olho pra trás me certificando de que Pedro não está no meu campo de visão é muito menos do Henry, meu coração suspira aliviado por não vê-lo. Algumas pessoas começam a reparar no que está acontecendo e em questão de segundos todos estão horrorizados, outros saem correndo. O murmurinho começa.

- Você que criou isso! - Marco fala calmamente, olhando diversas vezes de canto pra mim. Ele está visivelmente preocupado com a minha segurança.

Meu sangue corre rápido em minhas veias, preciso pensar em alguma coisa, porém o Marco levar um tiro invade a minha mente e me apavora.

- Henry. - Chamo a atenção dele pra mim. Os olhos azuis estão arregalados e raivosos, nos cantos as lágrimas de ódio escorrem. - Não faça isso. Você não quer ser o cara ruim, tudo bem? Você não é esse cara.

- Sua vadia! - Gritou. Estremeci e dei um passo pra trás. Céus, ele está incontrolável.

- Amélia, sai daqui. - Marco sussurra preocupado - Pelo amor de Deus, sai daqui.

- Não vou deixar você sozinha com ele! - Um nó gigantesco forma na minha garganta. - Não posso. - Movo os lábios sem força.

- Cadê o meu filho? - Ouvir isso faz com que todo o meu corpo se arrepie.

Não.

O Pedro não.

- Não ouse! - Fecho as mãos irritada - Não ouse, Henry!

- Eu perguntei do meu filho! - Engatilha a arma na minha direção, segurando-a com as duas mãos. Porém ainda tremia muito.

O barulho de sirenes faz com que ele guarde a arma por baixo da blusa de frio preta e corra. Marco menciona ir atrás dele e eu seguro seu braço com força

-Não! - Ordeno. - Você não vai atrás dele! Ele tem uma arma, Marco! - As lágrimas escorrem pelo meu rosto vermelho de preocupação.

- Ele está ameaçando a nossa família! Olha isso - Apontou pra trás.

Só então vi o Pedro se debatendo nos braços da Gabriela enquanto ela levava ele pra longe. Meus pais chorando e os pais dos amiguinhos do meu filho horrorizados.

- Isso é só o começo, Amélia. Ele está doente. - Alerta nervoso.

Mordo a bochecha apreensiva.

Eu sei que Henry não iria parar tão cedo, não depois desse show de horrores.

- Vai com os meus pais pra casa, eu vou ligar para o Augusto...

- O que? - Interrompeu desentendido - Ligar para o pai do cara que te apontou uma arma?

- Marco! Por favor, faça o que estou pedindo! Cuida do Pedrinho, por favor. Ele é o único que pode parar o Henry.

- Mamãe! - Pedro grita desesperado.

Corro até o meu filho e abro os braços quando ele vem na minha direção. Seu choro é alto, me sinto horrível por ter deixado ele passar por essa situação. Quero tirá-lo daqui o mais rápido possível, desejo apagar o meu passado e do pai dele, e ser apenas nós dois.

- Oi garotão. - Marco abaixa na nossa altura e afaga as costas dele.

Ou talvez, nós três.

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