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7-Carolina

Depois de tudo que aconteceu lá em baixo com o Sr. Christian, eu subo para o meu quarto pensativa me sentindo uma tola por ser tão fraca, não posso deixar o meu desejo por ele me dominar dessa maneira ou ele vai usar e abusar de mim como bem quer e depois faz como Bryan fez comigo, é a segunda vez hoje que quase nos beijamos e isso não pode acontecer, eu só não sei até quando vou conseguir evitar isso se ele se aproximar tanto e tentar me beijar novamente.

Estou ciente de que isso é errado mas eu sei que não vou conseguir ser tão forte para resistir a um homem como ele, mas eu preciso ser forte e me afastar dele porque eu prometi a Clarinha que não me envolveria com o pai dela, eu só não sei como vou conseguir fazer isso pois apesar da sua grosseria comigo, eu não consigo odiá-lo, principalmente depois que ele se desculpou e eu senti que ele estava mesmo arrependido da maneira como me tratou, eu só espero que possamos melhorar a nossa convivência ou vamos acabar nos matando dentro dessa casa.

Estou sentada na poltrona de frente para a minha cama admirando Clarinha que dorme feito um anjo, me lembro de tudo que conversamos durante o almoço e também na sala de brinquedos, confesso que fui pega de surpresa com a Clarinha me pedindo para não gostar do pai dela, sei também que ela só me pediu isso por medo que eu à deixe de lado como já fizeram antes mas eu jamais faria isso com ela, Clarinha é uma menina tão doce e me lembra muito a mim mesma quando tinha a sua idade, apesar dos seus vícios papai era muito carinhoso comigo e realmente se preocupava com o meu bem estar, mas depois que mamãe morreu ele entrou em depressão e não quis saber demais nada, apenas a preocupação dele comigo era a mesma mas ele nunca conseguiu se erguer na vida como antes, a depressão o levou a se viciar em jogos e bebidas para não sofrer a morte da mamãe, os vícios o afastou de mim definitivamente, mas com Clarinha é diferente, o pai dela a ama e faz tudo pelo bem da filha, é amoroso e protetor com a menina diferente da mãe dela, eu não à conheço mas já percebi que é uma péssima mãe por abandonar a filha dessa maneira, por dizer a própria filha que gosta mais do pai dela do que da filha, eu estou me apegando a Clarinha já que ela é a minha única companhia nessa casa, pelo menos ao meu lado ela não se sentirá tão sozinha como antes.

Já está anoitecendo quando Clarinha acorda e sorrir ao me ver ali na sua frente admirando-a, me jogo na cama abraçando-a faço cócegas nela que ria sem parar, depois de alguns minutos rindo nós duas paramos e ficamos em silêncio por alguns poucos segundos.

— Já é de noite Carolina? Eu dormi mesmo aqui na sua cama? — Pergunta curiosa vendo que o quarto está meio escuro.

— Sim sua dorminhoca, já é noite e você dormiu sim na minha cama... Está com fome? — Pergunto me apoiando nos meus cotovelos para encará-la.

— Sim eu estou com fome... Carolina eu posso dormir com você hoje? Eu não quero dormir sozinha porque o papai sai quase todas as noites quando eu estou aqui. — Pede Clarinha se sentando na cama com uma carinha de pidona que eu não tive como negar.

— Tudo bem, você pode dormir comigo mas... Primeiro você precisa avisar ao seu pai porque talvez ele não saia hoje e queira dormir agarradinho com filhota dele. — Faço cócegas nela que sorrir espontaneamente e sai correndo em direção a porta do quarto.

— Vem Carolina vamos falar com o papai, se você não falar com ele eu não vou poder dormir com você porque ele não vai deixar. — Diz voltando até a mim me puxando pela mão me levando para fora do meu quarto.

— Tudo bem eu falo com ele... Mas onde ele deve estar? Temos que procurar por ele Clarinha. — Digo enquanto ela me arrasta em direção ao quarto do Sr. Colliman.

Meu coração acelera quando Clarinha abre a porta do quarto abruptamente me puxando para dentro do mesmo, o quarto é muito lindo digno de um homem como ele. Passo os meus olhos pelo quarto enquanto Clarinha grita pelo pai e de repente o vejo sair de um cômodo onde presumo ser o closet, ele está de calça e sem camisa e com os cabelos molhados, seus olhos fixos em mim me faz sentir o meu rosto queimar de vergonha por estar admirando o seu corpo depois de tudo que aconteceu lá em baixo.

— Papai a Carolina quer falar com você. — Dispara Clarinha o puxando na minha direção me deixando ainda mais nervosa com a sua aproximação. Droga ele tinha que estar sem camisa?

— Pode falar Carolina, eu estou ouvindo. — Diz já bem próximo a mim encarando a minha boca e com isso me deixando tensa.

— Me desculpe pela invasão senhor mas... Mas Clarinha me pediu para dormir comigo e... E eu queria a sua permissão... Para ela dormir comigo hoje. — Me esforço para conseguir administrar as palavras que saem da minha boca mas estou nervosa tentando controlar o meu nervosismo por vê-lo aqui na minha frente sem camisa, mas falho pois ele está sorrindo da minha cara, esse infeliz.

— Não vai te incomodar se ela dormir com você? — Pergunta ainda me encarando fixamente e isso está me incomodando demais.

— Não senhor, não vai me incomodar de jeito algum, vai ser bom ter a companhia da Clarinha, assim eu não me sinto tão sozinha naquele quarto tão grande. — Desvio os meus olhos para Clarinha que me encara atenta e com os olhinhos brilhando.

— Por mim tudo bem então, ela pode dormir com você. — Diz enquanto se aproxima mais e eu me afasto indo em direção a porta.

— Obrigada senhor Sr. Colliman... Vamos Clarinha...! Está quase na hora do jantar. — Digo sem olhar para ele e saio do seu quarto quase correndo de tão nervosa que estou. Desde quando eu sou assim?

Só não estou entendendo o motivo desse nervosismo todo, eu não tenho medo dele, ele não me intimida em nada mas a presença dele perto de mim me desconcerta, me deixa sem rumo e não consigo raciocinar direito, outra coisa que eu não entendi foi a reação dele quando me viu com Demétrio "meu Deus, um é tão lindo quanto o outro", eu posso estar enganada mas acho que o Sr. Colliman não gostou de ver Demétrio tão perto de mim, e o que me deixou perplexa foi Demétrio dizer que seria fácil se apaixonar por mim, com certeza ele só disse aquilo para ganhar pontos comigo achando que conseguiria alguma coisa comigo.

Demétrio é um homem lindo assim como o Sr. Christian, mas não acho que ambos sejam homens para o meu bico, sei que a intenção de ambos é apenas usar as mulheres como objeto para depois descartar como se não prestasse mais, e Demétrio mesmo tendo uma namorada deu em cima de mim descaradamente, e sei que ele não estava apenas brincando.

— Carolina você está me ouvindo? Eu tô falando com você. — Ouço a voz de Clarinha e me desperto dos meus pensamentos com ela parada na minha frente já dentro do meu quarto. Mas como chegamos aqui?

— Oi meu anjo, o que você disse? Me desculpe eu não te ouvi. — Pergunto me abaixando ficando na sua altura.

— Eu falei que eu trouxe o meu pijama da pequena sereia para dormir com você. — Diz empolgada me mostrando o pijama com um sorriso tão doce que me encanta.

— Poxa que legal, que pijama lindo, acho que vou ficar com ele pra mim. — Pego o pijama que ela me mostrava e saio correndo pelo quarto com ela correndo atrás de mim.

— Não Carolina esse pijama é meu, você é muito grande ele não cabe em você. — Diz gargalhando enquanto corre atrás de mim.

— Mas agora ele é meu, eu que vou usá-lo. — Afirmo passando correndo por ela e vou em direção a porta.

Abro a porta apressada e saio correndo mas no instante em que passo pela porta, me choco contra alguém e fomos parar no chão os dois no chão, encaro o peitoral nu em baixo de mim e isso me deixa tensa e com dificuldade para respirar, levanto o meu rosto para encara a pessoa e me deparo com aquele par de olhos negros me encarando surpreso, é ele, o Sr. Christian me encara tão intensamente que é impossível raciocinar direito, seu perfume rústico de macho alfa inebriante me faz perder por completo a minha sanidade, eu estou literalmente em cima dele enquanto suas mãos seguram firme a minha cintura, nossa respiração ofegante e nossos olhos presos um ao outro, mas logo ele encara a minha boca me tentando a fazer o mesmo.

— Carolina você se machucou? — Me desperto com a voz de Clarinha ao nosso lado nos encarando assustada e rapidamente me lembro onde estou.

— Não meu anjo... Eu não me machuquei eu estou bem. — Tranquilizo-a enquanto saio de cima do Sr. Christian que ainda me encara sem dizer nada. — Me desculpe Sr. Christian... O senhor se machucou? Eu juro que não foi a minha intenção derruba-lo, eu sei que fui imprudente não olhando por onde ando mas eu não... — Tento me desculpar enquanto me levanto mas ele me interrompe.

— Está tudo bem Carolina não se preocupe, eu também não me machuquei. — Diz com um pequeno sorriso enquanto se levanta e mais uma vez me surpreendo por vê-lo sorrindo.

— Meu Deus vocês estão bem? Ninguém se machucou? Precisa de alguma coisa Sr. Christian? E você Carolina, você está bem? — Pergunta Carmen se aproximando com um olhar preocupado.

— Estamos bem Carmen não se preocupe, foi apenas um pequeno acidente mas ninguém se machucou, não é Carolina? Tem certeza que você está bem? — Diz encarando Carmen ainda com aquele sorriso lindo no rosto mas logo se vira para mim me encarando fixamente nos olhos, fazendo eu me sentir fora de órbita.

— Sim... Sim senhor eu estou bem, e mais uma vez me desculpe pela minha imprudência... Com licença. — Falo sem conseguir desviar os meus olhos dos seus mas logo encaro Carmen que tem um pequeno sorriso no rosto, me deixando completamente sem graça.

Entro no quarto totalmente envergonhada pela situação e fecho a porta na intenção de não olhar mais em seu rosto, para não encarar novamente aqueles olhos intensos sobre mim.

— Carolina! Vamos descer minha querida o jantar será servido. — Me assusto com Carmen entrando no meu quarto atrás de mim.

— Obrigada Carmem, mas eu não estou com fome, eu prefiro ficar quietinha aqui no meu quarto, depois de jogar o Sr. Christian no chão eu estou morta de vergonha. — Desabafo sentindo o meu corpo pesar e me sento na cama sem conseguir encará-la.

— Você não tem que se sentir envergonhada querida, o patrão mesmo disse que foi um pequeno acidente então você não tem que se sentir culpada por nada. — Ela se aproxima se sentando ao meu lado com um sorriso gentil em seu rosto.

— Eu sinto tanta falta de uma figura materna Carmen... Sinto falta de ter amigos porque eu me sinto tão sozinha nesse mundo... Eu não tenho com quem conversar e desabafar sobre minhas angústias, eu estou tão confusa sem saber o que está acontecendo comigo... Me desculpe Sra. Carmen, eu não devia despejar tudo isso em cima de você eu só queria... — Me interrompe.

— Ei! Não se preocupe com isso meu anjo, eu estarei aqui para te ouvir e te aconselhar sempre que você quiser... Eu não sou sua mãe Carolina e nem quero ocupar o lugar dela em seu coração, mas eu gosto muito de você querida e pode contar comigo sempre que precisar, está bem? — Diz em um tom amoroso acariciando o meu rosto enquanto esboça aquele mesmo sorriso gentil.

— Obrigada Carmem, eu também gosto muito de você, conversar com você me faz muito bem e é bom saber que tenho com quem contar nessa casa. — Me animo um pouco mais e por impulso eu a abraço.

— Que bom ouvir isso meu anjo, mas agora vamos jantar, o patrão está nos esperando. — Diz se levantando me levando junto, hesito em aceitar descer mas acabo cedendo.

Descemos para o andar de baixo e encontramos o Sr. Christian e Clarinha na sala de estar nos esperando, assim que nos aproximando Sr. Christian se levanta nos encarando atento.

— Podemos jantar? Eu estou faminto. — Pergunta me encarando com um pequeno sorriso no rosto e eu apenas concordo balançando a cabeça ainda envergonhada.

Seguimos para sala de refeições com Clarinha pulando entre mim e ele empolgada porque vamos dormir juntas, nos acomodamos na mesa cada um em seu lugar e Carmen ficou em pé no canto da sala nos observando e esperando alguma ordem do seu patrão.

— Carmen! Por favor junte-se a nós, sente-se para jantar conosco. — Pede a encarando de um jeito diferente que até eu fiquei surpresa.

— Tem certeza senhor? Não prefere que eu coma com os outros empregados? — Pergunta Carmen o encarando confusa e ele repete.

— Eu tenho certeza sim Carmen, eu estou pedindo para jantar conosco... Mas que fiquei claro que não é uma ordem, está bem? Mas eu gostaria de ter a sua companhia na mesa conosco. — Diz a encarando com carinho e ela sorrir gentilmente.

— Aceita Carmen por favor? Eu também vou adorar ter a sua companhia. — A incentivo porque também não quero ficar sozinha com ele mesmo com Clarinha ao meu lado.

— Bom, já que insistem tanto eu aceito. — Ela diz se sentando a mesa e eu respiro aliviada, até me abriu mais o apetite.

O jantar foi servido e nós começamos a comer, Clarinha a todo momento conversa ou pergunta alguma coisa e nós respondemos, e entre um assunto e outro eu percebo os olhares do Sr. Christian sobre mim me deixando tensa novamente.

— E então Clarinha? Você se lembra do que combinamos sobre a comida quando estávamos na sala de brinquedos, não é? — Pergunto a encarando atenta e ela me encara pensativa como se puxasse na memória o que havia sido combinado.

— Sim Carol, eu me lembro, nós combinamos que iríamos ver filmes se eu comesse pelo menos um pouquinho de legumes. — Diz encarando o seu prato antes de me encarar.

— Isso mesmo, mas o filme se não pudermos ver hoje podemos ver amanhã depois que você chegar da escola, está bem? — Pisco para ela que sorrir voltando a mexer em seu prato.

— Mas eu quero assistir um filme hoje com você e o papai, Carolina, eu vou comer os legumes. — Diz pegando um pedaço de legume bem pequeno e come fazendo careta.

— Isso quem vai decidir é o seu pai Clarinha, eu não posso tomar essa decisão meu amor. — Acaricio os seus cabelos e olho para o Sr. Christian que nos encarava atento.

— Por mim tudo bem, já que Ana Clara não foi a escola hoje e tirou o dia para se divertir, amanhã ela terá que se dedicar as tarefas da escola, está bem filha? Mas hoje nós podemos ver um filme juntos já que você está sendo obediente e está comendo os legumes... Estou muito orgulhoso de vó e minha princesa. — Diz encarando a filha com carinho mas logo seus olhos brilhantes estão em mim, mas desvio a minha atenção para Carmen que nos encara com aquele mesmo sorriso bobo de hoje cedo.

Foco a minha atenção em Clarinha que está fazendo um esforço enorme para conseguir comer pelo menos um pouquinho dos legumes, sei que não está sendo fácil para ela já que está acostumada a comer bobagens todos os dias. Depois de terminar o jantar foi servido a sobremesa, uma mousse de morangos que esta divinamente deliciosa e eu e Clarinha nós deliciando.

— Carolina, eu tenho uma proposta para lhe fazer. — Diz o Sr. Christian chamando a minha atenção.

— E que proposta seria essa, senhor? — Pergunto o encarando fixamente nos olhos mas logo vejo o seu olhar se desviar para minha boca. O que esse homem está fazendo?

— Já que você insiste na idéia de querer trabalhar para ganhar o seu próprio dinheiro, eu tenho uma proposta de emprego pra você... Mas por favor pare de me chamar de senhor, está fazendo eu me sentir mais velhos do que realmente sou. — Diz fitando os meus olhos novamente e eu me surpreendo com a idéia dele me contratar para trabalhar pra ele.

— Está falando sério Sr. Christian? E no quê eu iria trabalhar? Eu não tenho experiência em nada e muito menos sou formada em alguma área profissional, eu apenas fiz alguns cursos e nada mais... No que exatamente o senh... Você está pensando para mim? — Pergunto empolgada me corrigindo e ele sorrir mais uma vez me deixando aérea com esse sorriso lindo.

— Bom, já que você e minha filha estão se dando tão bem e ela não quer outra pessoa cuidando dela, a não ser você, eu pensei que talvez você aceite ser a babá de Ana Clara, eu posso pagar um bom salário e você ainda terá benefícios com esse emprego, sem falar que você mora aqui e não vai precisar sair de casa para ir trabalhar. — Diz apoiando os cotovelos na mesa ainda me encarando esperando a minha resposta.

— Eu não sei se será uma boa idéia Christian, eu preciso de um trabalho integral e Clarinha não fica aqui o mês todo, o que eu vou fazer quando ela estiver com a mãe dela? Fico à toa dentro de casa sem fazer nada e sem receber? — Pergunto pensativa mas ainda o encarando fixamente assim como ele faz comigo.

— O seu salário será mensal Carolina, Ana Clara vindo ou não para cá você receberá do mesmo jeito, com isso você não precisa se preocupar. — Diz desviando os seus olhos de mim para Clarinha e eu faço o mesmo.

— Por favor Carolina aceita? Eu não quero ficar com outra babá, eu quero ficar com você. — Pede meio tristinha e isso me corta o coração.

— Não me olha assim Clarinha, por favor... Eu não quero te ver tristinha desse jeito meu anjo. — Me viro para ela e acaricio o seu rostinho.

— Então aceita cuidar e mim Carolina, eu prometo que vou ser obediente e vou comer os legumes e as frutas. — Diz com aquele olhar pidão já marejados e eu não consigo dizer não.

— Tudo bem meu amor, eu aceito ser a sua babá, está bem? Mas você vai ter que cumprir o que me prometeu e vai ser obediente com a sua alimentação, estamos combinadas? — Alerto-a sorrindo e a mesma me abraça empolgada.

— Oba! Eu tô muito feliz Carolina, você vai cuidar de mim. — Ela sorrir eufórica ainda abraçada a mim e percebo os olhares e sorrisos de Christian e Carmen direcionados a nós duas.

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