Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

6- Paloma

Apenas sorrio e concordo enquanto caminhamos de mãos dadas, tudo isso parece um sonho, ainda não acredito que estou saindo com um cara como Filipe, apesar do meu surto eu ainda confio nele, ainda me sinto segura mas acho que é o efeito do vinho colocando os meus medos para fora, mas não vou deixar isso estragar a nossa noite, eu quero curtir esse momento com Felipe dure o tempo que durar, eu estou feliz como nunca estive antes e quero prolongar isso o máximo que eu puder.

Nos sentamos novamente na areia ouvindo o som das ondas do mar, iniciamos uma conversa animada com ele me enchendo de perguntas e eu a ele, parece até um interrogatório mas ele faz as perguntas de um jeito tão descontraído que eu me deixo levar, se eu fosse uma criminosa em um interrogatório de verdade, ele conseguiria me tirar todas as informações que ele quisesse, Felipe sabe como e quando fazer as perguntas e elas sempre vem acompanhadas de um belo sorriso, isso me quebra.

— Quantos namorados você já teve? Já teve algum relacionamento sério...? Já se apaixonou por alguém antes? — Felipe me encara atento e eu fixo os meus olhos nos seus.

— Sim, eu já me apaixonei antes, já tive um relacionamento sério, mas... Não deu muito certo, eu já fazia programa nessa época e ele sabia o que eu fazia, ele prometeu me ajudar a sair dessa vida, mas... Quando eu me preparei para sair ele sumiu, pensei que nunca mais o veria nessa vida, mas o infeliz voltou, mas não voltou para me procurar, voltou para se divertir com as outras garotas e ainda tentou sair comigo outras vezes... Eu não perdoei, marquei o programa com ele mas Paulo foi no meu lugar, o infeliz ganhou uma surra tão grande que nunca mais apareceu na boate. — Conto meio cabisbaixa ao me lembrar daquele maldito, mas abro um largo sorriso ao me lembrar da surra que Paulo deu naquele miserável por mim. — Depois disso eu aprendi a não misturar trabalho com o pessoal, eu faço até o impossível para não me apaixonar novamente por um cliente... Isso nunca acaba bem para nós. — Tomo mais um gole do meu vinho e ele enche mais uma vez as nossas taças.

— E o que você faz para não se apaixonar? Como se protege para não se apegar a alguém? — Pergunta curioso e os seus olhos estão atentos em mim, eu sorrio.

— Eu fantasiei, criei na minha mente um tipo de homem ideal para mim e eu sei que esse homem não existe... Na minha mente eu já tenho um amor, na minha mente eu só vou me apaixonar pelo homem que realmente me salvar dessa vida... O homem que vai me tratar como toda mulher merece ser tratada e... Merda...! Eu preciso me proteger de você, Felipe. — Bebo mas um gole do vinho mas paro quando fixo os meus olhos na sua boca entre aberta, me convidando a beijá-lo.

— Porque você precisa se proteger de mim, Paloma...? Você tem medo de se apaixonar por mim? Me diz? Porque você precisaria se proteger de mim? — Ele se aproxima tocando o meu rosto, me deixando aérea.

— Eu preciso me proteger de você, porque você é um príncipe, Felipe... Você sabe como tratar uma mulher, mas você não é o tipo de homem que se apaixonaria por uma garota de programa... Eu não posso correr o risco de me apaixonar por você, ou eu estou ferrada. — Encaro fixamente a sua boca mas fito os seus olhos intensos.

—Você não sabe o que está dizendo, Paloma... Quem te disse que um homem como eu não se apaixonaria por uma garota de programa? Você é uma mulher como todas as outras e qualquer um se apaixonaria por uma mulher como você, mesmo sem a intenção de se deixar apaixonar. — Dispara se aproximando cada vez mais, se inclinando para mim e logo seus lábios tocam os meus em um beijo tão suave, tão doce que me assusta.

— Acho que já bebemos demais, Felipe... Já nem sabemos mais o que estamos dizendo. — Me solto dele tentando me levantar mas acabo caindo sobre ele o fazendo sorrir. — Não ria de mim, cara, eu estou horrível... É melhor irmos embora, você me deixa na boate por favor? — Peço finalmente me levantando com a sua ajuda e ele também se levanta.

— Não...! Eu não vou te levar para boate hoje, amanhã quando você estiver sóbria e se sentindo bem, eu te levo, mas hoje você vai ficar comigo na minha casa. — Avisa enquanto recolhe a garrafa de vinho e as taças da areia, ele se ergue me encarando com um sorriso de lado.

— Ok, Sr. Watson! Como quiser. — Concordo já enrolando a língua batendo continência para ele que gargalha. — É uma crueldade você sorrir desse jeito, sabia...? É perfeito demais para um homem só... Um homem lindo e gostoso, hummm... Dá um tesão só de falar de você. — Me aproximo dele passando as minhas mãos pelo seu peito e ele sorrir ainda mais.

— Realmente já bebemos demais por hoje, você consegue andar ou quer que eu te carregue? — Pergunta ainda sorrindo abraçando a minha cintura.

— Que me carregar o quê, eu consigo andar, Sr. Watson, eu posso até correr se você quiser. — Me solto dele mas me desequilibro e quase caio d encara de no chão, mas ele me segura a tempo me puxando de volta para o seu corpo.

— Eu estou vendo o quanto você consegue correr, mas por via das dúvidas é melhor eu levar você... Não quero que se machuque. — Argumenta pegando os meus sapatos na areia e logo me pega no colo.

— Viu só o que eu falei? Você é um perfeito cavalheiro e é difícil encontrar um homem assim, e quando a gente finalmente encontra, parece um sonho impossível... Eu sou a mulher mais azarada desse mundo, isso não é justo. — Deito a minha cabeça em seu ombro abraçando o seu pescoço, sentindo o seu perfume maravilhoso.

— Porque você se acha azarada? Porque você... — Pergunta caminhando comigo para algum lugar, mas o vinho não é o único a me deixar embriagada, o sono também está me vencendo e nem consigo mais ouvir o que ele diz.

A nossa noite foi tão maravilhosa que não sei se vou me lembrar amanhã, eu só consigo colecionar coisas ruins, momentos ruins e pessoas que pouco se importam comigo, Amanda, Laura e John, Giulia e Felipe são as melhores coisas que já me aconteceram até a hoje, e tenho medo de perder isso também, tenho medo deles se afastarem de mim e se esquecerem que existo, mas se tudo isso for um sonho eu quero aproveitar ao máximo antes de acordar para minha realidade.

FELIPE

Ela dorme nos meus braços enquanto levo-a para o meu carro, coloco ela sentada no banco e o inclino para trás para deixá-la mais confortável, dou a volta no mesmo e jogo a garrafa de vinho na lixeira, mas entro no carro guardando as duas taças e a sandália dela embaixo do banco, dou a partida no mesmo e saio dali rumo ao meu apartamento, hora ou outra eu a admiro dormir tão serena e me pego pensando na nossa conversa de hoje.

Eu me impressionei com muitas coisas que ouvi dela, e saber que ela tem medo de se apaixonar por mim me surpreendeu ainda mais, como ela pode achar que um homem como eu não pode se apaixonar por ela? Essa mulher é linda, gostosa pra caramba além de ser uma pessoa incrível, qualquer um se apaixonaria por ela.

Eu preciso tirar essa conversa da minha cabeça então foco a minha atenção no trânsito, alguns minutos depois já estou entrando na garagem do meu prédio, estaciono o carro na minha vaga e saio do carro dando a volta no mesmo, pego Paloma no colo e aciono o alarme do carro travando o mesmo, vou para o elevador e subo para o meu andar com esse mulherão nos braços. Assim que entro em casa levo-a direto para o meu quarto para pôr ela na cama, mas durante o trajeto ela acorda.

— Onde estamos...? Eu preciso de um banho, preciso tirar essa rouba fora. — Pede ainda em meus braços esfregando a mão no rosto.

— Você está no meu apartamento, morena, eu vou te ajudar no banho, mesmo sabendo que isso não é uma boa ideia... Não curto transar com mulheres bêbadas mas você pode acabar se tornando uma exceção... É muito difícil resistir a você. — Confesso levando-a direto para o banheiro e ela sorrir tocando o meu rosto.

— Fico feliz em saber que você não se aproveitaria da minha bebedeira... Mas se eu estiver afim não tem o porquê você resistir. — Ela deita novamente a cabeça em meu ombro mas sinto sua boca no meu pescoço, beijando e lambendo a minha pele.

— Porra... Paloma... Ohh merda isso não vai prestar, diz pra mim que você consegue tomar banho sozinha...? Eu não posso te ajudar, não vou aguentar fazer isso. — Ofego de desejo e ela gargalha, filha da mãe! Ela quer acabar comigo.

— Eu não consigo tomar banho sozinha, Felipe... Você precisa me ajudar, eu posso cair no banheiro e me machucar. — Diz com uma voz sexy me seduzindo mais uma vez hoje. Caralho!

— Ok! Você venceu... Eu vou tentar te ajudar. — Entro com ela no box e coloco ela no chão.

Ligo a ducha na água morna enquanto ela tira o seu vestido, porra é impossível admirar o seu corpo e não ficar de pau duro, ela me encara com um sorriso atrevido e quando dou por mim ela já está pendurada no meu pescoço, devorando a minha boca, coloco ela contra a parede totalmente descontrolado, fora de mim, sinto a água quente cair sobre nós e o meu desejo por ela aumentar consideravelmente.

— Eu quero você Felipe... Ohh eu quero você agora... — Geme na minha boca enquanto abre os botões da minha camisa e eu percorro as minhas mãos pelo seu corpo.

Merda o que eu estou fazendo? Ela está bêbada e não é porque ela é uma garota de programa que eu vou me aproveitar disso!

— Não Paloma! Eu não posso fazer isso... não com você bêbada, me desculpe. — Contesto ofegante me soltando dela que me encara desnorteada.

— Não se desculpe... Eu só estava testando você. — Paloma me encara séria e me dá as costas me deixando perplexo.

— Estava me testando? Como assim? Do que você está falando? — Pergunto ainda surpreso puxando ela pelo braço, fazendo ela me encarar.

— Eu acredito nas atitudes e não nas palavras, Felipe... Eu só queria ter certeza de que você iria continuar sendo um cavalheiro comigo... Não se preocupe, você passou no teste. — Diz emburrada me dando as costas novamente me deixando confuso com a sua reação.

— Isso é ridículo, Paloma, eu jamais desrespeitaria você, mas se eu passei nesse seu teste porque você parece desapontada com isso? — Pergunto curioso mais uma vez fazendo ela me encarar.

— Eu queria que tivesse sido um canalha comigo! Isso me ajudaria a não confundir o que eu criei na minha mente... Eu consigo tomar banho sozinha, obrigada. — A encaro ainda mais surpreso mas a me dá as costas mais uma vez.

Mas ao invés de sair eu faço exatamente o contrário do que ela queria, tiro a minha roupa e fico aqui com ela, tomamos banho juntos e mesmo de pau duro eu não toquei mais nela com malícia, a ajudei no banho e mesmo ela rindo da minha cara por fazer esse sacrifício imenso de não tocar nela, a filha da mãe me atiça, me provoca me obrigando a terminar o meu banho mais rápido.

Saio do banheiro deixando ela ali sozinha e me seco vestindo uma box branca, depois de alguns minutos ela sai enrolada em uma toalha mas tira a mesma me revelando o seu corpo nu.

— As minhas roupas estão sujas e molhadas, vou ter que dormir nua. — Avisa subindo na minha cama engatinhando me deixando maluco com essa cena.

— Não vou dormir perto de você assim... Não é seguro pra você, vista isso! É melhor do que dormir nua... Pelo menos por hoje. — Estendo uma camisa minha para ela enquanto coço a cabeça tentando não encarar tanto o seu corpo.

Eu não devia ter deixado ela beber tanto, agora sou eu quem vai sofrer tentando dormir com uma mulher nua na minha cama e eu não posso fazer nada! Merda!

Ela pega a minha blusa e veste enquanto eu vou até o banheiro pegar a nossa roupa para pôr máquina, saio do banheiro novamente e ela está se aconchegando no meu travesseiro, já de olhos fechados, admiro as suas pernas nua e sua bundinha arrebitada dentro da minha blusa, respiro fundo e saio do quarto passando pela cozinha indo até a área de servido, coloco a roupa na lavadora e volto até a cozinha para beber água, minha garganta está seca mas também estou fazendo hora para voltar para o quarto, porra porque eu deixei ela beber tanto?

— Idiota! Vou ter que dormir ao lado daquele mulherão e não vou poder tocá-la como estou desejando.

Depois de alguns minutos ali na cozinha eu finalmente volto para o quarto, entro no mesmo e Paloma já está dormindo agarrada ao meu travesseiro, porque essa garota mexe tanto comigo? Outras mulheres lindas também já me enlouqueceram na cama, mas Paloma está bagunçando a minha mente, está me fazendo querê-la mais do que eu pretendia ter.

Me aproximo da cama com os meus olhos presos nela, me deito onde ela dormiria porque ela simplesmente tomou o meu travesseiro, sorrio feito um bobo e me deito ao seu lado pegando o seu travesseiro, ainda sinto o seu perfume impregnado nele da noite passada, admiro o seu corpo e as suas belas pernas nuas me deixando ainda mais excitado, puxo os lençóis cobrindo até a sua cintura mas ela se mexe na cama se virando para mim, se deitando sobre o meu peito me deixando tenso com o seu gesto, mas mesmo assim abraço o seu corpo trazendo-a mais para mim.

Paloma se aconchega em meus braços e eu puxo os lençóis nos cobrindo, que Deus me ajude a ser forte e passar essa noite sem cometer uma loucura, sinto o meu pau latejar mas tento pensar em qualquer coisa que me faça broxar e conseguir dormir em paz, mas não está dando certo, eu só consigo pensar nos momentos de prazer que tivemos desde ontem até agora pouco no banheiro, porra essa garota está me enlouquecendo literalmente.

Me pego pensando na nossa conversa de hoje no restaurante e também na praia, saber de tudo que Paloma sofreu e ainda sofre com a rejeição da família me impressionou bastante, eu nunca iria imagina que ela mora na boate para economizar para ajudar a família que a rejeitou, Paloma é uma mulher muito forte, guerreira e não merece estar naquele lugar.

Saber que o seu nome não é Adélia não me surpreendeu, já que geralmente as garotas de programas não costumam usar seus nomes verdadeiros, mas me surpreendi por ela se abrir comigo com tanta sinceridade, ela realmente está confiando em mim e eu não posso decepcioná-la, não depois de tudo que ela me contou hoje, ela quer ser salva e eu vou salvá-la.

Me entrego ao sono depois de pensar tanto tirando o foco desse corpo quente colado ao meu, raramente durmo com uma mulher na minha casa, mas desde que tirei Paloma daquele hotel desmaiada nos meus braços, eu não consigo tirar essa mulher da minha cabeça, eu pensei tanto nela durante essa semana que senti vontade de ir até ela, só para saber se ela estava bem, mas decidi esperar um pouco mais para fazer isso, eu queria esperar que ela se recuperasse do susto, mas me surpreendi com ela me atacando daquela maneira na delegacia, e aqui estou eu, com ela seminua em meus braços, na minha cama.

Na manhã seguinte acordo primeiro que ela, não quero correr o risco dela fugir de mim outra vez, então me levanto indo até o banheiro fazer a minha higiene pessoal, tomo um banho pouco demorado e logo saio me secando, visto uma box azul e uma bermuda confortável, em seguida vou até a cozinha e a diarista já havia chegado e o café da manhã já está pronto, como ela não está acostumada a servi mais de uma pessoa nessa casa, eu a oriente a colocar mais um lugar na mesa, hoje é o primeiro dia das minhas férias e vou aproveitar para descansar um pouco mais.

Pego as roupas dela que estavam dobradas no armário da área de serviço e volto para o quarto, não vejo Paloma na cama mas ouço o barulho de água no chuveiro, então deixo a sua roupa sobre a cama e saio até a sacada do quarto, o sol já está quente e o dia está perfeito para dar um mergulho na praia, ou dar uma volta de iate, não sei se a Paloma vai querer ir comigo mas vou fazer o convite.

Depois de alguns minutos ali em pé na saca ela aparece ao meu lado vestindo o meu roupão.

— Acordou cedo... Deu formiga na cama? — Pergunta meio sem graça admirando a vista aqui de cima.

— Não, não deu formiga na cama... Eu acordei cedo para não dar chances de você fugir de mim outra vez. — Me viro para ela que cora me encarando envergonhada. — Você fica ainda mais linda quando acorda... E esse sorriso tímido é ainda mais encantador. — Acaricio o seu rosto e a vejo ficar tensa. O que está acontecendo com ela? Ou melhor, o que está acontecendo com a gente?

— Eu vou me vestir, preciso voltar pra boate... — Avisa já se afastando mas seguro o seu braço puxando ela de volta para mim.

— Me desculpe mas não vou deixar você ir embora agora, ainda quero sentir você mais uma vez, e além do mas, tem um café da manhã maravilhoso esperando por nós. — Ergo-a em meus braços e ela envolve as suas pernas na minha cintura, me dando aquele sorriso lindo. — Você está me enfeitiçando, Paloma, isso não é justo, morena. — Caminho com ela de volta para dentro do quarto, adentro a minha mão nos seus cabelos e seguro-a pela nuca, beijando-a ferozmente.

Beijo-a com vontade com fome de sentir o seu gosto e levo ela de volta pra cama, deito-a me pondo sobre ela devorando a sua boquinha gostosa, o nosso beijo parece diferente de ontem, parece mais intenso que o normal. Abro o seu roupão me erguendo brevemente para admirar o seu corpo maravilhoso.

— Eu passei o inferno essa madrugada sem poder tocar você como eu queria... Não pude fazê-la minha, nunca mais vou deixar você beber tanto, não quero correr o risco de enfartar no meio da noite por te desejar demais. — Admiro o seu corpo atento e volto a beijá-la esfregando na sua intimidade.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.