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Capítulo 3 Senhor, quer se casar?

O homem que se aproximou tinha uma presença imponente, envolto em roupas negras que pareciam feitas sob medida para realçar cada linha do seu corpo.

Rafaela ficou sem palavras diante da sua beleza desconcertante, incapaz de desviar os olhos de cada detalhe que parecia ter sido esculpido pela mão de um deus. Ela não conseguia determinar exatamente o que o tornava tão magnético; era como se sua própria existência irradiasse uma aura de nobreza e escuridão que obscurecia o mundo ao seu redor.

Os olhos do homem eram profundos e penetrantes, refletindo uma intensidade que parecia atravessar a alma de Rafaela. Até as pontas dos dedos brancos estavam cheias de uma estranheza indescritível.

Rafaela ficou hipnotizada pela sua presença enigmática, incapaz de desviar o olhar enquanto tentava desvendar o mistério por trás daqueles olhos profundos e misteriosos.

Após uma recordação cuidadosa, parecia que não ouviu falar dessa pessoa na Maravia.

Quem ele poderia ser?

- Senhor, a Srta. Bruna ouviu os rumores sobre você e escapou do casamento. - Disse o assistente do homem, tentando manter a compostura diante da sua presença imponente.

O rosto sofisticado do homem não apresentou a menor expressão extra. Sua voz, no entanto, era tão encantadora que poderia seduzir até mesmo os ouvidos mais resistentes.

- Pegue uma criatura feminina limpa na rua em 3 minutos. - Ordenou o homem, sua voz envolta em um tom sedutor que enviou arrepios pela espinha de Rafaela.

Uma criatura feminina? O que ele queria dizer com isso? Rafaela ficou atordoada por um momento, tentando processar a estranha solicitação do homem.

Rafaela observou o homem por alguns minutos e tomou a decisão. Deu um passo adiante com um sorriso relaxante.

- Senhor, quer se casar? - Perguntou ela, erguendo sua carteirinha e uma quantia de dinheiro como oferta. - Eu convido.

O homem olhou para ela e se deparou com os olhos tão escuros e claros quanto a água do mar. Seu olhar ficou congelado por um segundo e foi fixado nela.

- Como se chama? - O homem perguntou. Sua voz de tonalidade charmosa se suavizou quase imperceptivelmente.

Um sorriso delicado curvou os lábios de Rafaela

- Rafaela Oliveira. - Respondeu ela, sentindo uma pulsação estranha em seus próprios olhos enquanto observava a reação do homem.

Uma pulsação estranha passou pelos olhos indiferentes do homem, mas desapareceu tão rápido que Rafaela quase duvidou de ter visto corretamente.

O assistente ao lado dele prestou uma olhada surpresa em Rafaela, mostrando uma expressão desconfortável. Seus olhos se estreitaram, refletindo um misto de incredulidade e desprezo.

“Rafaela? Aquela filha da família Oliveira que foi recusada pelo noivo no casamento por causa de seus comportamentos indignos?”, o assistente pensou, sentindo o estômago revirar de repulsa. “Essa mulher notória até queria se casar com o jovem mestre dele depois de ser abandonada pelo noivo. Que desavergonhada!”

A frustração começou a subir à tona, e ele abriu a boca para expressar seu descontentamento. No entanto, ao notar o ligeiro olhar de advertência do homem ao seu lado, ele imediatamente engoliu suas palavras, abaixando a cabeça em deferência.

O homem, por sua vezs, observou Rafaela atentamente, com um olhar cativante tingido de inspeção e agressão inconsciente. Seus olhos escuros pareciam sondar a alma dela, como se estivesse tentando decifrar cada pensamento que passava pela mente de Rafaela.

Rafaela, sentindo o peso daquele olhar, respirou fundo. Ela pensava que ele estava calculando ganhos e perdas. Cheia de confiança, ela explicou:

- Você precisa uma esposa e eu preciso um marido. O nosso casamento será um ganha-ganha. Depois de tirar a certidão de casamento, vou colaborar o quanto possível se você tiver necessidades. Da mesma razão, quando eu precisar de sua ajuda, você não pode ficar de braços cruzados.

Enquanto falava, ela mantinha o olhar fixo no dele, tentando não mostrar qualquer sinal de hesitação. Seus pensamentos fervilhavam, lembrando-se do objetivo principal: precisava estar casada para assegurar sua parte das 20% ações. No entanto, ela sabia que no mundo dos negócios e das alianças, estar preparada para múltiplos cenários era essencial.

O homem parecia estar insatisfeita com a explicação dela, franzindo ligeiramente a testa. Contudo, algo em sua mente parecia clarear, e ele reprimiu qualquer demonstração de descontentamento. Com uma voz baixa e controlada, ele disse:

- Leopoldo Reis, meu nome.

Um sorriso suave apareceu nos lábios de Rafaela, seus olhos brilhando com um toque de alívio.

- Guardo na cabeça. - Respondeu ela, sua voz doce e segura.

Leopoldo esticou a mão para ela, um gesto de aceitação formal.

- Vamos. - Disse ele, sua voz carregada de uma autoridade tranquila.

Rafaela sabia que o homem aceitou sua proposta e colocou a mãozinha na palma dele, sentindo a firmeza e a segurança que ele transmitia. Juntos, caminharam até o Cartório de Registro Civil, entrando no edifício um minuto antes do expediente terminar.

Meia hora depois, Rafaela estava sentada no carro de seu novo marido, segurando a certidão de casamento.

O interior do veículo exalava um luxo discreto, envolvido em um silêncio confortável.

Fixando o olhar nas duas certidões vermelhas, Rafaela se surpreendeu com o facto de encontrar o homem para se casar tão rápido.

Apesar de ser seu plano, ela ainda tinha uma sensação irreal quando se tornou a esposa do outro. Ela olhou pela janela, vendo as luzes da cidade passarem rapidamente, e se perguntou como seria sua vida a partir daquele momento.

Ela tinha esperado uma tarde inteira lá fora, com mãos e pés frios. Guardando a certidão de casamento, ela estava sonolenta com os olhos fechados, sentindo a exaustão tomar conta de seu corpo.

Leopoldo, sentado ao seu lado no carro, pousou um olhar profundo sobre sua nova esposa. Seus olhos escuros observavam cada detalhe do rosto delicado dela, refletindo uma curiosidade silenciosa, mas nada indiferente.

Notando a intensidade da observação, Rafaela se esforçou para abrir os olhos pesados e falou em voz baixa cheia de sono:

- Não tive relação com nenhum homem. Vou limpar os rumores em breve e não vou trazer nenhum incômodo para você.

Ela sentiu o olhar penetrante de Leopoldo sobre si e, em sua mente, acreditava que ele se importava com sua reputação. Afinal, havia muitas notícias negativas sobre ela na Maravia. Quase todos a conheciam.

Mulher tola, feia, arrogante, malvada, desavergonhada...

Especialmente quando foi recusada pelo noivo no casamento, os rumores desagradáveis se espalharam para toda a Maravia, o que degenerou muito sua reputação.

Leopoldo franziu levemente a testa, um pouco de descontentamento passando por seus olhos escuros. Ele ficou em silêncio por alguns momentos antes de tirar o casaco e colocá-lo nos ombros dela, seu tom suavizando-se:

- Durma.

Rafaela sorriu ao sentir o calor do casaco dele, que ainda carregava a temperatura do corpo de Leopoldo e um perfume sutilmente encantador. Ela puxou o casaco sobre seu corpo fino, sentindo o frio se dissipar quase em um momento

Fechando os olhos, ela se aconchegou no assento como um gato preguiçoso e adormeceu rápido.

O carro entrou em um castelo de luxo discreto.

Leopoldo atravessou a grande entrada com Rafaela nos braços, seus passos firmes e determinados.. Os empregados que se encontraram com ele ficaram todos chocados, pois era a primeira vez que viam Leopoldo trazer uma mulher para casa. Embora ele nunca estivesse interessado por relacionamentos íntimos, eles sabiam melhor do que questionar suas ações.

Porém, o pessoal da casa era bem treinado. Mesmo que ficasse tão surpreendido a ponto de quer fofocar entre si imediatamente, ninguém ousava fazer qualquer comentário na frente de Leopoldo.

Leopoldo carregou Rafaela para o quarto e a colocou na grande cama. Ele se ajoelhou, tirando os sapatos dela com cuidado antes de cobri-la com uma colcha macia. Por um longo momento, ele ficou ali, observando-a dormir, sua expressão difícil de decifrar. Finalmente, ele se levantou e saiu do quarto em silêncio.

O velho mordomo, que estava esperando do lado de fora da porta, deu um passo à frente e, com um sorriso genuíno no rosto, disse:

- Senhor, de que sua esposa gosta? Vou mandar preparar imediatamente.

Um brilho estranho passou pelo fundo dos olhos de Leopoldo.

Ele já conheceu toda a história passada de Rafaela, detalhada pelo assistente no carro. Os relatórios indicavam essa garota gostava de coisas charmosas e extravagantes.

Mas quando a viu, ela estava em branco, com uma aura elegante e fria. Seu sorriso era leve mas caloroso, nada semelhante às informações reveladas na investigação.

Diante do silêncio dele, o velho mordomo quebrou a tensão.

- Vou mandar o pessoal arrumar os quartos vizinhos como camarins de a senhora. Ela é jovem, animada, fofa e simples... Vamos providenciar um estilo de roupas e jóias para cada quarto para que ela sempre encontre algo de que goste.

Com uma expressão misteriosa, Leopoldo de repente mencionou uma cor sem perceber a razão.

- Azul.

O velho mordomo ficou surpreso, pensou que foi Rafaela quem lhe disse isso. Rindo, respondeu:

- OK, vou mandar comprar todas as roupas azuis da Maravia.

Leopoldo também ficou congelado depois de dizer isso, mas não apresentou nada em seu rosto inexpressivo. Descendo as escadas com calma, ele ordenou:

- Prepare mais um estúdio.

O mordomo se apressou em fazer os preparativos, claramente satisfeito com a nova incumbência.

Leopoldo se sentou no sofá da sala de estar, onde sua poderosa presença se suavizou um pouco. Seus olhos profundos e sobrancelhas bem desenhadas lhe conferiam uma aparência surpreendentemente sofisticada.

Ele fez uma chamada.

Do outro lado da linha, uma voz relaxada e sorridente o saudou:

- Parabéns, finalmente se casou! Como é a Srta. Bruna? Dizem que é muito bonita. Por mais que desgoste dela, deve aguentar um pouco. Não a perca. Caso contrário, terei que trabalhar muito para encontrar mais uma para você...

- Murilo. - Leopoldo interrompeu, seus olhos brilharam com um toque de alegria. Pela primeira vez, ele deixou transparecer a emoção que guardava no fundo de seu coração. - Eu tenho uma... Querida.

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