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Capítulo 2

Mark

Ela se limitou a formar um sorriso seco em sua bela face.

— Sua petulância!

Melinda foi direta demais e fiquei sem ação.

— Falou sobre a forma que o tratei e Thalia ajudou o senhor, tive que vir pedir desculpa por meus modos pessoalmente! — Cuspia cada palavra com certa raiva.

— Seus pais a fizeram vir aqui esta hora da noite?

— Não temo a noite! — responde com certo orgulho. — Muito menos do senhor! — Olha fixamente em meus olhos e depois seus olhos foram descendo pela minha boca, peitoral...

Pude sentir a luxúria emanar do seu corpo, seu corpo estava um tanto quanto trêmulo principalmente ao notar que estava apenas com a toalha em volta da cintura.

— Entre, irmã Melinda! — Abro espaço para que ela entrasse. — Creio que seus pais iriam gostar de saber que estamos nos entendendo muito bem!

Seus olhos pareciam duas faíscas a ponto de queimar.

Em silêncio ela entra pelo corredor, a acompanho até a sala e ela se vira me encarando.

— Ao menos poderia colocar uma roupa! — Revira os olhos a cada segundo.

— Por quê? Incomoda meus trajes?

— Não, apenas não me sinto confortável com um homem em tais vestes diante dos meus olhos, o que meus pais falariam? — diz fechando os olhos.

Me aproximo dela tocando com a ponta dos dedos seu antebraço, o que me fez sentir algo, me inclinei o suficiente e sussurrei:

— Eles eu não sei, mas eu iria querer muito desafiar esta sua personalidade forte e domá-la! — Volto a ficar ereto.

Como um sopro a cada respirar, ela volta a me encarar e havia um brilho diferente em seu olhar.

— Ninguém me domará, senhor Clarke!

Me inclino e sussurro em seus lábios.

— Veremos, senhorita Melinda! — Me afasto sorrindo.

Com um estalar de dedos estava vestido com uma camisa social com os primeiros botões entreabertos, calça social preta e sapatos negros. Voltei à atenção ao espelho circular que estava na sala, arrumo meu cabelo e sinto seu olhar ainda mais em mim.

— Melhorou!

Soltei uma risada um tanto exagerada.

— Melinda, pensei que me odiasse! — Fingi desapontamento.

— Eu te odeio, mas prefiro você com roupas!

— Você nunca me viu sem para fazer tal comparação!

— Vamos focar no real assunto que me trouxe aqui? — Ela bate o pé e me faz encará-la por um período curto, dou as costas para ela e caminho pelo corredor atravessando a escada em direção a cozinha. — Não se dá as costas para uma dama!

— Não mesmo, mas você está mais para criatura demoníaca!

— Você, de cavalheiro não têm nada, está mais para um blasé com atitudes arcaicas... Parece até um mortal!

Me viro rapidamente caminhando até ela e seguro seu queixo sem nenhuma delicadeza.

— Nunca mais me compare com aquela raça asquerosa! — Cuspi as palavras devido ao ódio que senti, notei seus olhos marejarem e me afastei me sentindo culpado por minha grosseria. — Desculpa, irmã Melinda!

— Nunca mais toque em mim! — exclama e em seguida sinto minha face arder.

Ela foi a primeira mulher em anos que me tocou e muito pior ela me bateu após eu pedir desculpa.

— Você, é uma criatura tola!

Findo nossa distância, colocando ambas as mãos em seus ombros, a fazendo andar para trás até que batesse seu corpo na parede. Ela tenta me estapear, seguro suas mãos acima da cabeça e me coloco entre suas pernas para que ela não me acertasse em partes indesejadas.

— Me solte agora!

— Já irei te soltar... Diga antes a que veio aqui?

Ela se manteve calada, a princípio tentando se soltar.

— Me atentar? Me provocar com estes olhos? Ou veio esfregar sua beleza em mim e fazer com que tenha desejos pecaminosos? — Ao terminar de falar ela me olha com luxúria, sua respiração regular me dava uma bela visão dos seus seios no decote do vestido azul-turquesa que contrastava com sua pele alva.

— Me solte, Mark... — Sua voz saiu como um rouco gemido.

Meu amigo aqui havia despertado e precisava de um banho gelado, por mais que sentisse muito excitação nela, ela não tinha dezoito anos e não queria ter complicações.

— Pare de se mover ou não responderei por mim, pela deusa Tríplice, Melinda, me obedeça!

Ela estava com o coração acelerado assim como o meu.

— Me solte que paro, irei embora e nunca mais cruzarei seu caminho!

— Tarde demais, irmã Melinda, meus olhos já conhecem sua pele, seu cheiro, mas não seu sabor... Ah, como desejo prová-lo! — Notei que ela ficou apavorada com tais palavras e a soltei lentamente.

— Nunca me entregarei a você de boa vontade!

— Está me desafiando sua tola, mas realmente não tomo nada a força, eu prefiro as que vêm de boa vontade à minha cama! — Após exclamar tais palavras ela me encara de forma lasciva.

— Nem que fosse o último bruxo da face da terra...

— Vai morder sua língua ainda... Então veio aqui somente para me insultar?

— Não, pela deusa Tríplice! — Revira os olhos. — Papai, quer que o convide para meu aniversário de dezoito anos que será em três dias.

— Deseja que eu compareça? — pergunto de forma sedutora.

— Não, mas minha família tem muito apresso pelo senhor e resolvi acatar seu pedido, posso dizer a eles que irá?

— Gosto de como fala, sem medo, agora diga que não perderei por nada esta data, mas darei meu presente aqui e agora como uma oferta de paz!

Ela me olha curiosa.

Quis provar do seu beijo desde que coloquei meus olhos nos seus, por isso findo a distância novamente e desta vez ela não reage.

— Melinda, não faz ideia como estou me controlando... Não me provoque se não consegue suportar as consequências. — Aliso com o polegar seu queixo e a faço me encarar. — Não venha me dizer mentiras, “ah, vim porque me mandaram”. Você não parece ser do tipo de mulher que obedece, mas eu iriei te fazer obedecer e prefiro que escolha por mal...

— Nunca irie ser domada!

— Um desafio, Melinda?

— Uma promessa!

Aproximo meus lábios e como um sopro sussurro:

— Aposta aceita!

Não dei tempo de ter resposta, apenas beijei seus lábios que estavam entreabertos e convidativos. A princípio ela cerrou os dentes enquanto acariciava sua boca com a língua e apertava os dedos em sua cintura.

A tensão sexual entre nós atingiu o ponto do êxtase.

Suas mãos batiam em meu peitoral, minha língua invade sua boca procurando a sua, enrolamos nossas línguas e nosso beijo começa a ser desejo puro. Seus dedos se prendem em meus ombros, meu corpo se aperta mais contra o seu enquanto meus dedos começam a passear por seus ombros descendo pelo braço até segurar novamente seus pulsos.

Nosso beijo era libertador, era o pecado em forma material e precisava findar este desejo, mas era impossível.

Ela tinha um gosto viciante e nem havia provado como queria!

O ar aos poucos foi se fazendo falta e nos afastamos. Sua boca entreaberta forma um convite para a perdição e sua respiração, assim como a minha estava desregulada. Nossos olhos se encontraram e pude ler o desejo estampado naquelas belas esferas esverdeadas, então como se ela caísse em si, me afastou com um empurrão e chamando por seu nome a vi correr pela floresta sem olhar para trás.

***

Dias atuais...

Andava de um lado para o outro na minha sala, tentando tirar tais lembranças da minha mente. Eu precisava focar, pois, haveria algumas iniciações na escola e um nome me chamou atenção, "Angèle de la Barthe", filha da minha grande amiga Thalia de la Barthe, mas o que fez meu sangue ferver foi o nome que estava ao lado como mentora da menina.

Anos longe da cidade e ela retorna após a morte da irmã, mas não a via nas celebrações desde então. Há dois anos ela tenta se manter neutra e longe de mim, por isso foquei em outras coisas. Sabia que não poderia tê-la sem autorização do deus Cornífero, ou ele me puniria, então resolvi esperar até que ela pudesse ser minha novamente.

Um arrepio transpassa meu corpo.

Como seria revê-la?

Após todo nosso passado conturbado, ainda não me perdoei em meu íntimo por tudo que fiz, mas precisava seguir em frente.

— Pensando nela outra vez?

Notei escorada na prateleira de livros uma bela morena de corpo escultural, me observando por cima dos óculos de grau.

— Demônia, custa bater na porra da porta? Pela deusa Tríplice levei um susto! — Reviro os olhos e nos encaramos.

— O deus Cornífero tem planos para as la Barthes, sabe bem o seu papel fundamental nos planos dele!

Notei pela conotação da frase que não era uma pergunta.

— Sei sim, demônia, você não me deixa esquecer! Faço qualquer coisa por um herdeiro legítimo... Mesmo que me custe o resto do coração que ainda bate por ela. — Fiz uma pausa me lembrando lentamente dos motivos e me focar no fim, sem me importar com o meio ou com as consequências. — ..., mas coração é tolo demais e faz com que façamos muitas besteiras, sejamos de certa forma imaturos.

— Sabias palavras sumo sacerdote, plantei dúvidas na cabeça da pequena, creio que a última pessoa e mais competente para ajudar Melinda, seja você... Poderá tê-la novamente, mas somente se fizer tudo conforme nosso plano... Ela vai ligar em três, dois, um...

O telefone deu sinal de vida com um barulho alto.

— Sumo sacerdote Clarke falando.

— Mark — uma voz rouca e sexy sussurra meu nome.

Senti todo o meu autocontrole ir para o inferno, sabia que uma hora ou outra este dia chegaria, mas não sabia que seria tão rápido.

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