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Cap. 6

Entrou em seu apartamento e rapidamente sua mãe chegou ao seu encalço, cruzou os braços e esperou que o Flint começasse a se explicar. Daniel fez bico e abaixou a cabeça, explicaria que pediu desculpas e que ela aceitou, apenas isso, Cassia não precisava saber de mais nada.

— Então? Como foi? — Cassia perguntou ansiosa pela resposta, Daniel levantou a cabeça e riu de canto.

— Foi bom, pedi desculpas e ela aceitou — Falou passando pela mãe e seguindo para o quarto do seu filho.

— Só isso? — Cassia o seguiu e Daniel estreitou olhos antes de entrar no quarto de Adrian.

— O que mais a senhora queria?

— Não sei, um pedido de namoro? — Daniel olhou do seu filho para sua mãe que parou na sua frente, incrédulo. Ele riu e pegou seu pequeno no colo.

— A senhora bebeu também? — Ele segurou o menino e beijou o rosto da criança, Adrian ainda de olhos fechados riu e Daniel também riu de canto.

— Não, mas é que eu gostei dela, me parece uma menina inteligente, e tem decisões perfeitas, pois escolheu te ajudar, não foi?

— Nem todas as decisões dela são perfeitas — Falou e olhou para sua mãe, logo voltou a pensar no corpo perfeito que vira em menos de dez minutos, Stella era uma mulher incrivelmente maravilhosa.

— Tudo bem, eu estou indo porque passei a noite aqui, e bem, não sei se vai dar para eu vir amanhã de manhã - Daniel a olhou — E tem uma carta da faculdade em cima da sua mesa.

Avisou e saiu do quarto. Daniel andou com seu filho pelo quarto e parou na janela. Ele sempre ficava ali parado, olhando para a paisagem bonita ao lado de Kesia quando a mesma ainda estava grávida. Não podia negar que viveu dias perfeitos ao lado daquela mulher. Kesia era carinhosa e divertida, apesar de algumas risadas sarcásticas, mas ele já havia se acostumado.

Em algum momento desses tempos felizes, ele se apaixonou por aquela mulher, mas nada sobrou ao ler aquela carta, o que restava depois de sua partida, tinha virado pó. Apenas Adrian era o seu troféu, e seu amor. O único.

— Somos nós dois, entendeu? - Daniel falou para o menino que abriu a boca e fechou, ele estava com sono, Daniel voltou para o berço e o colocou com cuidado, balançou algumas vezes e ele adormeceu sem fazer nenhum ruído.

Daniel apagou a luz e saiu do quarto, foi para a cozinha e em cima da mesa estava a tal carta da faculdade, ele abriu rapidamente enquanto caminhava para a sala, sentou no sofá e começou a ler cada linha naquele papel, quando terminou seus olhos estavam arregalados. Ele levantou de uma vez procurando seu telefone. Quando o encontrou discou o número da casa dos seus pais rapidamente. Quase cinco toques depois alguém atendeu.

— Pai? - Ele chamou e o homem do outro lado respondeu — Como assim a mensalidade da minha faculdade está atrasada? - Perguntou desesperado, O homem inspirou antes de falar.

— Daniel, quando eu disse que me encarregaria de pagar sua faculdade, eu falei muito sério. E Também estava falando sério, quando disse que na primeira nota baixa, você cuidaria sozinho de tudo.

— Eu... - ele tentou falar alguma coisa, mas o telefone foi desligado.

Daniel respirou outra vez, agora mais fundo, a cada dia que passava, alguma desgraça acontecia e ficava cada vez pior. Tinha perdido sua noiva, seu emprego, a faculdade, e o que mais faltava perder? A campainha tocou e ele sem animação alguma levantou para atender.

E para sua sorte, ou azar, Stella estava ali, parada, não o fitava, mas estava ali. Ele riu de canto e deu as costas. Stella entrou e fechou a porta devagar.

— Oi, pra você também. - Ela disse e o seguiu até o sofá, onde ele se jogou — O que aconteceu?

— Não é da sua conta - Ele respondeu grosso, porém calmo. Não queria sair contando seus problemas para qualquer pessoa que perguntasse.

— Ok, eu só vim te avisar que amanhã, se você puder, pode ir comigo pegar o leite para o bebê. A mamãe que irá doar vai está no hospital até às onze da manhã.

Daniel a olhou. Stella ainda estava de pé, agora com um vestido longo e cabelo arrumado. Ele riu sem graça e passou as mãos pelo cabelo.

— Obrigado - ele sussurrou de cabeça baixa, olhava somente para os pés dela. Stella agachou e tocou em seus joelhos, apoiando-se nele, encarou seus olhos que não tinham um brilho especial.

— Daniel, o que aconteceu? - Ele não respondeu — Tá, eu sou mesmo intrometida... Quer falar, por favor?

— Porque você insiste em saber das coisas dos outros? - Ele perguntou divertido, e ela revirou os olhos.

— Porque sou uma intrometida que pode ajudar depois - Bateu na perna dele e dois sorriram — Tá, agora fala.

— Não tenho mais emprego, e meu pai não vai mais pagar a faculdade, o que sobrou? Meu filho, apenas isso. Sem contar que a qualquer momento, podem me mandar embora desse apartamento, porque sem emprego, não tem como pagar.

Stella o olhou por alguns segundos e levantou. — Vem, vamos procurar um emprego pra você.

— Não vou não - Daniel permaneceu no sofá — Eu não preciso da sua ajuda, muito obrigado.

— Tudo bem. Fica aqui então. - Ela sentou ao lado dele — Mas também não vou te deixar sozinho, pois a sua vida estar uma merda, e talvez se eu sair, você vá beber.

— Obrigado por me da um incentivo. - Ele a olhou e Stella riu o fitando — Alguém já falou o quanto você é irritante?

— Já, e depois elas disseram: eu te amo, e não saia mais da minha vida. - Ela riu e Daniel ficou sério. — O quê?

— Eu nunca vou dizer "eu te amo", muito menos pedir para que fique na minha vida. - Stella ficou séria e o fitou com mais... Determinação.

— Você é idiota, sabia? - Ela perguntou e olhou para frente — Não estou falando desse tipo de amor.

— Hm... - Daniel desviou o olhar do corpo dela, olhou para frente também.

Tinha sido duro, mas depois de Kesia, ele queria apenas o seu filho ao seu lado, mesmo que ela quisesse ajudar, ele recusaria, além de orgulho, ele tinha o sangue Flint, e agora, um coração duro como pedra, não se envolveria com outra mulher tão cedo. Embora Stella fosse o tipo de mulher que ele mergulharia até o fundo.

— Trocou de calcinha?

— Cala a boca.

Os dois riram.

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