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Cap. 7

— Seu bebê é muito bonito - A mulher comentou enquanto segurava o pequeno Adrian nos braços. Ela lagrimou no momento, doaria seu leite para o pequeno porque o seu próprio havia falecido duas horas depois do nascimento. — Tão lindo... - Ela virou ninando o pequeno.

Daniel fitou Stella que ria para a cena.

— Essa mulher não é maluca o bastante para fugir com meu filho né? - Stella olhou para o Flint torcendo os lábios. — Se isso acontecer à culpa será toda sua.

— Daniel, as mulheres da sua vida fogem sozinhas - Resmungou. O Flint ficou sério e voltou a olhar para a mulher que caminhava para lá e para cá com seu filho — ela tem que se apegar a criança. E fique feliz, ela lhe dará o leite necessário para o crescimento do pequeno. O que custa ela conhecer e segurá-lo alguns minutos?

— Não sei. — Daniel suspirou e encarou a rosada — É mesmo necessário que ela fique com a gente?

— Daniel - Stella tocou na costa do Flint levando-o para o banco mais próximo. — A garota ali, será um tipo de mãe de amamentação, entendeu? Lógico que ela precisa ficar ao lado da criança. Adrian tem apenas um mês e vinte dias, certo? - ele confirmou — Então? Ela precisa está perto do menino.

— Não gosto da ideia de ter uma mulher desconhecida dentro de casa - Stella revirou os olhos — Já basta minha vizinha - Ela o fitou de boca aberta — Não que ela seja totalmente desconhecida no momento.

— Você é muito mal agradecido.

— Stella, oh, finalmente - Um dos muitos médicos daquele lugar parou na frente dela, fazendo a mesma levantar junto a Daniel. — Temos outro problema, dos grandes, - Declarou. — Perdi outro assistente.

— Como? – Stella botou a mão no peito, completamente incrédula. – como pode perder assistente tão rápido, Liam? Eles só anotam coisas e leva seus pacientes aos lugares certos. Pelo amor de Deus.

— Ora, eles não parecem fortes o bastante, e estão sempre de papinho com as outras médicas. Isso é inaceitável. – Falou e botou as mãos na cintura. Ele só precisava de um assistente que fosse bom o bastante para lhe ajudar. — E você, o que faz?

— Ah, irei ajudar meu amigo com uma mãe de amamentação. – Liam estendeu a mão para Daniel, que o cumprimentou, sério como sempre — Liam, esse é Daniel, um amigo importante, e Daniel, esse é um dos meus chefes aqui no hospital – apresentou. O Flint apenas assentiu com a cabeça e voltou a vigiar a mulher com seu filho.

— Então, o que pretende fazer hoje à noite? – Stella corou um pouco se afastando de Daniel, que no momento, procurava mais se preocupar com o seu filho no colo de uma mulher estranha.

— Hoje? Eu preciso estudar – Mentiu, botando suas mãos dentro dos bolsos, do jaleco branco na frente. — Preciso passar na minha última prova do curso.

Curso esse, que ela inventou apenas para fugir das cantadas de Liam.

— Poxa! Abriu um restaurante novo, esperava que você fosse comigo – disse, sorrindo.

Stella não tinha nada contra aquele médico, muito pelo contrario, o achava areia demais para seu caminhãozinho, e ao ouvir de algumas enfermeiras que Liam estava apaixonado por uma mulher do hospital, se calou, e escondeu um pequeno e novo sentimento que tentou crescer no momento em que chegou ao hospital. Se ele estava apaixonado que fosse feliz com a mulher, ela jamais atrapalharia um relacionamento.

— Ah, pois é, preciso mesmo estudar. Mas quando estiver livre, eu te aviso – disse, e por fim, se despediu. Voltou para o lado do Flint que ainda assistia a mulher sorrir contando uma estória para seu bebê. — Hm, o que foi?

— Ela sabe que ele não entende porcaria nenhuma do que está dizendo, né? – Stella revirou os olhos.

— Daniel, você é muito, insensível – Bateu no ombro dele, o chamando para caminhar, depois de algumas olhadelas para a mulher com seu filho aceitou — quero que você dê uma caminhada comigo, quero mostrar-lhe um coisa – continuou a caminhar com as mãos no bolso. Entraram em um corredor mais iluminado, e Daniel logo percebeu por que.

Havia algumas portas que davam acesso para o jardim do hospital, porém um jardim muito diferente dos outros. Havia cadeiras, quadros, e muita criança, acompanhada de seus pais.

— Lembra quando eu te disse que no hospital, havia uma ala onde algumas enfermeiras ensinam pais a se virar com seus bebês? – Daniel encostou-se ao vidro que dividia o corredor do jardim, observando vários bebês sorrirem, assim como seus pais. — A maioria que estão aqui, passou pela sua mesma situação, foram abandonados pelas mães. Outros, a mãe simplesmente morreu no parto, e agora, terá que ser cuidado apenas por um deles.

— Acho que se ela tivesse morrido, teria sido menos dolorido – contou. Stella se aproximou, abraçando-o pelos ombros.

— Daniel, às vezes as coisas acontecem em nossas vidas, por algum motivo especial. Talvez a senhorita Kesia, não fosse à mulher que você realmente devia ter. E ela foi embora, deixando a melhor coisa que você ganhou. – Daniel virou para ela — Uma coisa eu te digo, as coisas não acontecem por acaso, e se ela foi alguém a de vir.

Daniel encarou-a por alguns minutos antes de virar o rosto e voltar sua atenção para os pais se derreterem com seus pequenos, talvez Stella tivesse razão. Talvez não, ela tinha razão.

— Vamos indo? – Ela perguntou e o Flint a acompanhou — Daniel, você precisa de um emprego né? – O Flint a olhou enquanto voltavam para o corredor das gestantes.

— No que está pensando? – Stella riu da cara que o moreno fez.

— Liam precisa de um assistente. – Daniel estancou no lugar — qual é? Os assistentes dele não entendem muito bem de medicina mesmo, não se preocupe quanto a isso, e o melhor de tudo, é que o salário é muito bom.

— Bom o quanto? – Stella revirou os olhos.

— Bom o bastante para deixar você e seu filho de bem com a vida.

— E a faculdade?

— Daniel, assim como eu, você pode trabalhar meio período. – O Flint cruzou os braços — olha aqui, se você não quiser trabalhar é só avisar. Eu quem sempre procuro pelos assistentes de Liam, e se for querer mesmo o emprego, avise logo.

— Ah. – Ele murmurou — Muito obrigado pelo meu emprego novo, mas e meu filho? - Stella riu. Gostava disso em Daniel, em todas as situações da sua vida, ele se preocupava com o pequeno.

— Aqui no hospital tem uma creche para os filhos dos empregados, Daniel, além de que, você poderia deixar sua mãe em paz, e a menina viria amamentar o pequeno aqui. Já que você teme que ela leve seu bebê.

— Nem fale isso – Os dois avistaram a mulher voltar com Adrian em seus braços, com um sorriso enorme do rosto, entregou o pequeno ao Flint, que o pegou prontamente — Tudo bem com ele?

— Claro que sim, o amamentei perfeitamente, como a médica ordenou. – Disse empolgada — eu fico feliz em te ajudar. É uma pena eu não está com o meu em meus braços, mas se tiver alguma coisa que eu possa fazer para ajudar outra criança, eu vou fazer com todo o amor que existe dentro de mim. – Falou ainda mais empolgada — Agora, já deu a minha hora. Tenho que repousar, ordens da minha querida médica – despediu-se do garoto e se foi, deixando o Flint sozinho com a Arden.

— Ela é animada né? – Stella virou para Daniel que balançava seu filho.

— E Barulhenta, espero que ela não deixe meu filho igual – Reclamou. Stella revirou os olhos — Já está na sua hora? Tenho que voltar.

— Claro. Só vou pegar minha bolsa.

Daniel voltou a encarar seu pequeno filho em seus braços. Ele agora dormia, mas com um sorriso em seus lábios pequenos.

Tinha escondido todo o seu ciúme ao deixar que outra mulher segurasse aquela criança além de Stella e Cassia. Sim, Daniel sentiu ciúmes de seu filho, e não estava errado.

Adrian foi à única coisa que sobrou para si. A única pessoinha em que confiava e que era totalmente dependente de suas mãos. Beijou rapidamente sua cabeça enquanto o fitava com atenção. O cabelo era idêntico ao seu, e tinha tudo para ser sua copia, se os olhos não fossem claros como os da mãe.

Kesia, por onde será aquela mulher andava? Nem uma ligação fizera, ao menos para saber se a criança estava bem.

Definitivamente, Stella tinha razão quando falou que ela foi simplesmente embora, porque não é a mulher da sua vida. Pois Daniel não aguentaria está ao lado de uma mulher a qual se negava a ter sua responsabilidade de mãe. E por mais difícil que estivesse sendo, ele estava levando aquela responsabilidade a sério, e não desistiria. Enfrentaria muitas coisas, ele sabia, mas não desistiria do seu filho.

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