CAPÍTULO 03
César Medeiros
Sentei-me na poltrona e, enquanto tomava pequenos goles da bebida que estava no copo que seguro firme em uma das mãos, meus pensamentos voam, ou melhor, dão cambalhotas, tropeçam sobre os acontecimentos de horas atrás.
Quando cheguei naquele lugar, a única certeza que eu tinha, era que Santiago havia feito uma ótima descoberta, porém, nenhuma das que já tinha visto era aquilo que eu esperava. Susan era bonita, assim como várias outras que estavam no meu campo de visão, no entanto, quando a imagem da aluna desleixada surgiu em minha frente, o calor emanado do meu corpo se dissipou e aquela imagem me trouxe de volta a realidade. Jamais achei que ela seria o meu próximo alvo, pois, quando meu olhar ficou cravado na direção da garota, minha respiração ficou irregular, meus batimentos aumentaram no mesmo instante que uma temperatura escaldante tomou conta de todo o meu corpo. Era como se o meu lado predador estivesse assumido o controle do meu corpo, já que a minha presa estava ali a alguns centímetros de distância.
Meu membro começou a pulsar freneticamente, me causando uma dor latejante, era como se o danado, assim como eu, já estivesse salivando em antecipação para devorar aquela coisinha deliciosa. Nunca fui de ter ereção de imediato, ainda mais ao ver somente o rosto de uma mulher, contudo, essa mexeu comigo de uma forma que não sei explicar. Nem mesmo a péssima aparência ofuscava a sua beleza natural, eu fiquei tão enfeitiçado pelo rosto angelical e aqueles olhos enormes como duas safiras, que faziam o contrate perfeito com seu belo rosto, que perdi a noção do tempo, do espaço transcorrido e só saí do estado catatônico que me encontrava, quando percebi que havia algo de errado com ela.
O que de início parecia um pânico visível em seu olhar, logo tomou conta de todo o seu corpo e as feições dela começaram a mudar. Somente quando ela levou o objeto em direção a sua boca, entendi o motivo da sua expressão apavorada.
Deixo as lembranças de lado e dou mais um gole no meu uísque, enquanto a imagem do rosto dela aparecia como flashes em minha frente.
— Ângela... — pronunciei seu nome com prazer. Ainda sentia impregnado em minhas narinas o cheiro da sua pureza e inocência, que em breve serão roubados por mim. Ela será minha, somente minha e, entre as centenas que já tive, essa é aquela que não encontrarei obstáculos, pois, será uma verdadeira marionete em minhas mãos.
Sobre a mesa de madeira, o meu celular vibra, tirando-me dos meus devaneios. Olho o nome que surgiu na tela e respiro fundo antes de atender a ligação.
— Alô.
— César, a reserva no restaurante foi confirmada.
— Excelente, Marina. Passarei no horário combinado.
— Estarei te aguardando, espero que seja pontual.
— Pode ter certeza que sim...
Minutos depois, encerrei a ligação. Essa é só mais uma vadia oferecida que ostenta uma aparência de faixada na frente de todos, porém, preciso manter as aparências enquanto não coloco minhas mãos em Ângela.
Na manhã seguinte...
A tentação ocorreu, mas não foi preciso nenhum esforço para vencê-la. A mulher parecia uma cadela no cio, contudo, a imagem daquela garota não saia dos meus pensamentos e antes que a vadia que aparenta ser santa viesse a dar o bote, como havia planejado com Santiago, o meu celular começou a tocar e desta forma, deixei a infeliz na sua casa e vim resolver um assunto que nunca nem existiu.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que passei pela porta giratória e o som da voz de Marina se fez presente a minha volta.
— César, bom dia.
— Bom dia!
— Conseguiu resolver o assunto de ontem?
— Sim.
— Eu estava pens...
Contraí minha mandíbula vigorosamente, enquanto minha respiração ficou pesada. Eu estava ansioso para chegar até a sala, porém, a mulher a minha frente não parava de falar e quando a raiva que pulsava nas minhas veias, correndo por todo o meu corpo, estava a ponto de trazer a torna o meu lado obscuro, o barulho que ecoou no espaço fez com que ela se calasse.
— Preciso ir.
Nem esperei que ela viesse a se manifestar e saí em disparada para sala que eu daria o primeiro horário de aula, era como se o tempo estivesse conspirando ao meu favor, pois, a minha última aula de hoje seria exatamente na sala de Ângela. Eu daria um jeito de começar a tecer a minha teia em volta da garota.
Horas depois...
— Hoje vamos revisar alguns assuntos que foram visto por vocês no ano passado. Dentro de dois dias teremos um simulado, desta forma, saberei o grau de aprendizado de cada um em relação a tudo que foi dado pelo ex-professor.
Nos minutos seguintes, fizemos uma viagem no tempo. Fiquei observando a garota que tinha um gosto terrível na escolha das suas roupas. Notei que é uma excelente aluna, pois, todas as perguntas que fiz foram respondidas com precisão. No entanto, ao contrário de todas as outras, ela era a única que parecia distante. Quando faltava apenas um minuto para encerrar o meu horário, o som da voz de Susan reverberou nos quatros cantos da sala.
— Professor, eu tenho uma dúvida.
— Eu também — Alice falou, ela é uma morena bonita.
— E eu — disse Cristina, a ruivinha da sala.
Pronto! Como num piscar de olhos, elas se levantaram e vieram em minha direção. O sinal tocou e os demais alunos começaram a deixar o ambiente e antes de Alice, tapar a minha visão por completo do restante da sala, meu olhar foi de encontro a Ângela, que tinha uma expressão em seu rosto, como se estivesse vendo uma aberração e logo em seguida caminhou em direção à porta.
Assim como na Alemanha, o cenário se repetia, onde as alunas esperavam o último momento para dizer que estavam com dúvidas sobre algum assunto. Sabendo que algo do tipo pudesse vir a acontecer, bastou levar uma de minhas mãos até o relógio em meu pulso, enviando o comando para Santiago, que o meu celular deu sinal de vida. Estava em evidência que com um simples estalar de dedos, qualquer uma das três estaria se derretendo na cama, enquanto se contorcia ao receber o meu pau duro contra sua boceta, que a tempo deixou de ser virgem.
Assim que me livrei delas, meus olhos passearam em volta do pátio e não encontrei quem estava procurando. Não dando tempo para que o grude da Marina surgisse, segui até o meu carro, já que Santiago estava me aguardando. Quase um minuto depois, o veículo entrou em movimento e no instante que o homem no controle do volante ia seguir para a direita, a imagem que apareceu em minha frente roubou minha atenção.
— Pare!
Fiquei observando a garota à minha frente, pela vestimenta eu a reconheceria em qualquer lugar. Alguns metros a sua frente tinha um carro luxuoso e um chofer que certamente estava esperando alguém, mas, para minha total surpresa, assim que ela diminuiu a distância, o homem que até então estava parado, se voltou para a porta a abrindo, para logo em seguida ela entrar no automóvel. Entretanto, as dúvidas pairaram sobre mim.
Por qual motivo ela andaria uma distância tão longa? Quem realmente é essa garota? As perguntas martelavam minha cabeça e só havia algo a fazer.
— Santiago, você tem mais um serviço que precisa ser feito o quanto antes. Quero saber tudo sobre a vida de Ângela Sousa, pois, não importa de quem ela seja filha. Será minha de qualquer maneira.