CAPÍTULO 01
São Francisco – Cidade da Califórnia
Ângela Souza
— Pronto — disse a cabeleireira da minha mãe.
— Obrigada, Sarah.
— Você fica linda de qualquer jeito Ângela. Com esse rosto angelical, qualquer corte ficaria bom.
Meu olhar ficou fixo em meu reflexo no espelho e ao ver o resultado, o sorriso brotou em meu rosto, afastando a tristeza.
Algum tempo depois...
De banho tomado e, arrumada, deixei o meu quarto e no instante que cheguei à sala, Nina apareceu no meu campo de visão. Como eu já esperava, era hora de ela se manifestar, já que quando liguei informando o ocorrido, sua primeira reação foi ir com o senhor Alberto ao meu encontro.
— Eu irei ligar para os seus pais. Aqueles delinquentes precisam ser punidos.
— Já passou, Nina. Sem querer, eles acabaram me fazendo um grande favor. Agora não preciso ter tantos cuidados com os meus cabelos.
— Ângela, eu te conheço desde que veio ao mundo. Eu criei você e sei o quanto é forte, porque aceita tudo isso?
— As pessoas que fazem isso tem o coração vazio. Acham que intimidando o próximo vão se tornar mais fortes. Mera ilusão, pois, agora podem estar rodeados daqueles que chamam de amigos, porém, sempre acabam sozinhos.
Continuo andando em direção a cozinha e antes de desaparecer da vista dela, voltei a falar.
— Você me disse uma vez que eu deveria aprender a andar antes de correr. Então tudo tem o seu tempo para acontecer.
Dois dias depois...
Dessa vez, eu pulei cedo da cama, antes mesmo que o barulho ensurdecedor do despertador preenchesse o ambiente ou Nina viesse ao meu quarto. Não conseguia entender o motivo, pois, desde ontem, eu estava tão angustiada e com uma sensação de inquietude.
Com passadas largas, deixei o cômodo e ao passar pelo corredor, encontrei a mulher que certamente iria à busca de me despertar.
— Ângela! — disse assustada ao se deparar comigo.
— Bom dia, Nina.
— Tinha alfinetes em sua cama? Nunca acordou tão cedo. — disse sorrindo.
— Estava sem sono.
— Vamos! Hoje tem panquecas.
— Oba.
Começamos a caminhar em direção ao primeiro andar da casa e minutos depois, já estava sentada me deliciando das gostosuras que estavam em minha frente. Se minha mãe soubesse, certamente, eu passaria dias seguindo aquela dieta que ela insiste em impor e tanto Nina como Marta, poderiam até perder o emprego por não obedecerem as suas ordens. Quando me dei por satisfeita, me levantei e fui até o meu quarto pegar a minha mochila, mas, antes de ir em direção ao carro que já estava me aguardando, me detive ao ouvir a voz que ressoou a minha volta.
— Ângela!
— Aconteceu algo, Nina?
— Pensei que trocaria de roupa. Filha você já tem 17 anos, não seria melhor se vestir como as meninas da sua idade? Até as minhas roupas parecem mais juvenis que as suas.
— Você me disse quando criança que não havia nada de errado em ser diferente, desde que eu me sentisse bem.
— Nisso, você tem razão, mas, essas roupas não são apropriadas para você ir para uma escola, onde todos são tão jovens e cheios de vida.
Dei de ombro, afinal, eu estou indo para estudar e não para um concurso de moda. Abri a porta e antes de passar por ela disse:
— Hoje eu quero comer feijão, bife, batata frita e arroz.
— Sua mãe não ia gostar de ver você comer tanta coisa.
— Minha mãe só sabe que eu existo quando é conveniente. Agora preciso ir, porque ainda não sei quem será o professor substituto e só espero que eu goste das aulas dele tanto quanto gostava das do professor Cristóvão.
César Medeiros
Novamente estava em solo americano, porém, tive que comprar uma mansão em São Francisco, já que a minha ficava em Atherton, que é a cidade mais rica dos Estados Unidos.
Hoje acordei logo nas primeiras horas da manhã, e ao pegar o jornal, a primeira notícia que chamou a minha atenção foi sobre o acidente de Cristóvão. Essa foi à única alternativa para tirar o infeliz do meu caminho, pois, sempre consigo tudo que desejo. Deixei os pensamentos de lado e no momento que entrei na San Francisco Academy, vários pares de olhos se voltaram em minha direção. Realmente Santiago tinha toda razão, o lugar estava repleto de presas, que logo serão encurraladas por mim, porém, minha atenção foi desviada na direção da mulher que surgiu no meu campo de visão. Meus olhos caíram sobre a bela imagem a minha frente. Uma mulher bonita, com belas curvas, porém, não faz o meu estilo e muito menos é capaz de satisfazer todos os meus desejos mais sórdidos e egoístas.
Saio do estado de estupor que me encontrava quando ouço sua voz.
— Cesar, não é?
— Sim.
— Muito prazer, eu sou Marina Oliveira.
— Igualmente.
— Seja bem-vindo e será um prazer em tê-lo como professor da nossa instituição. Venha comigo até a sala dos professores.
Minutos depois...
Após ter conhecido todo o corpo docente, segui para sala a qual daria a primeira aula. Instantes depois, eu estava no ambiente, sentado na poltrona, enquanto o lugar que antes estava vazio começou a se tornar o palco de uma pequena multidão. Meu olhar automaticamente correu a sala e viu, uma bela loira, que fez imediatamente um pensamento pecaminoso entrar em minha mente. O meu membro, que desde o momento que cheguei nesse lugar, já havia dado sinal de vida, começou a lateja em busca de libertação, quando a atenção que antes estava direcionada para o meu rosto ganhou outro rumo. Levei uma das mãos na direção do meu pau e mesmo por cima da calça fiquei apertando e alisando. Eu contínuo com o olhar cravado na mesma direção, porém, logo fui interrompido quando outra imagem surgiu em minha frente, me fazendo perder toda concentração.
Não deu para ver o rosto, mas essa sem duvida não era uma imagem agradável, já que fez minha ereção se desfazer de imediato. A garota que caminhava estava usado o vestido mais feio que já tinha visto na vida e tinha os cabelos bem curto. Foco minha atenção no ipad que estava sobre a minha mesa, tentando me livrar da imagem que estava formada em minha cabeça, depois de confirmar a presença de todos, me levantei e comecei minha aula.
— Bom dia!
— Bom dia — responderam todos em um só coro.
— Sou César Medeiros, e estarei com vocês durante todo o ano letivo, administrando a disciplina de Sociologia, dada antes pelo professor Cristóvão. E, o nosso primeiro assunto será "Liberdade de expressão".
— Alguém pode me dizer o que significa liberdade de expressão?
— Eu — a loira que despertou meu interesse foi a primeira a se manifestar. Dei algumas passadas em sua direção e me detive a uma distância considerável.
— Seu nome é?
— Susan — pelo olhar dado em minha direção, embora bonita, eu sinto cheiro de vadia à distância e essa só serve para uma foda e depois ser descartada. Em seguida, ela começou a falar.
— É o direito que permite as pessoas manifestarem suas opiniões sem medo de represálias. — pelo menos não era burra, no entanto, a voz suave que ecoou a minha volta foi capaz de fazer meus batimentos cardíacos disparar.
— O direito de se expressar não indica que não haja imposição de limites éticos e morais. Ter liberdade não dá a ninguém o direito de ofender as pessoas, devemos saber usar os nossos direitos e principalmente cumprir o nosso maior dever "respeitar o nosso próximo".
Assim que virei na direção daquele som, pela roupa, já sabia que era a desconhecida que tem péssimo gosto para se vestir. Mas, quando levantei a minha cabeça e meus olhos encontraram o seu rosto, todo o meu corpo começou a vibrar violentamente e meus pensamentos impuros só gritavam uma única coisa, "adoraria sentir o meu pau pulsando dentro daquela boquinha e fodê-la até que a mesma não sentisse mais suas pernas.".