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Capítulo 5

Roberta seguia vivendo na mansão de Leandro, esperando um momento em que os dois pudessem se casar e ele oficialmente se tornaria aliado dela. O que mais importava era que Leandro a ajudaria a encontrar sua irmã desaparecida. Nada doía mais do que a angústia de não saber o que estava acontecendo com ela.

A jovem precisava contar com o poder dele e sua boa vontade para colocar seus homens de confiança atrás do paradeiro de Thaís.

Ela evitava ficar passeando pela casa o tempo inteiro. Não se sentia em um lar onde era bem-vinda. Sentia muita falta de casa. Apesar de nunca ter levado uma vida tranquila pelo trabalho do pai, tinham ao menos uma casa e estavam juntos.

Agora tudo o que ela conhecia como lar havia desmoronado. Não tinha mais sequer o pai para cuidar das duas, nem sua irmã para poder dedicar cada minuto do seu tempo.

Era uma noite de sexta-feira, ela sentiu um pouco de dor de cabeça. Havia tentado suportar ao máximo o incômodo para não ter que se deparar com ele, até que chegou ao seu limite e resolveu descer as escadas para pedir à empregada que desse a ela um remédio.

Eram aproximadamente 21 horas, e Roberta ouviu risos. Assim que se aproximou da sala de estar, ela viu que Leandro estava acompanhado de uma bela mulher. Os dois pareciam muito íntimos, e ela se sentiu incomodada.

Roberta

Era uma mulher muito bonita, de cabelos ruivos e alta, e estava bem vestida. Acho que já tinha escutado a voz dela em algum outro momento; deve ser uma visita frequente nesta casa e mais uma das conquistas dele.

Ela estava sentada no colo de Leandro, e sua mão passeava pelo peito dele. Seus lábios pareciam estar próximos demais. Os dois sorriam e pareciam estar se divertindo muito. Já posso imaginar onde terminariam a noite.

Pensei em subir as escadas rapidamente antes que eles me vissem. Iria desistir de tomar o remédio e sofreria a noite inteira com aquela dor de cabeça. Acho que isso seria bem melhor do que me submeter a passar por eles ou ser alvo de suas gozações.

Assim que dei as costas para subir, ouvi a voz dele me chamar... Droga, agora é tarde demais para tentar me esconder!

— Que milagre você ter saído do quarto. Roberta, venha conhecer Ana... Minha amiga de longa data.

Percebi uma ênfase que ele deu à palavra "amiga", um jeito um pouco mais educado de dizer que aquela era mais uma de suas amantes.

Não queria estar na companhia de nenhum deles, muito menos tinha algo de interessante para compartilhar com algum dos dois. Mas eu preciso ser amável com ele, pelo menos até que aceite assinar o maldito papel do casamento.

Eu não tive outra alternativa a não ser voltar, e se eu seguir adiante sem olhar para trás, obviamente eles perceberiam que sua presença me desestabilizava.

Respirei fundo, estufei o peito e desci as escadas tentando forçar um sorriso. Eu estava usando minha camisola cor-de-rosa e apenas um robe levemente transparente por cima. Mesmo que ele sempre me diminuísse como mulher, seu olhar passeou por todo o meu corpo, e essa não foi a primeira vez que o vi fazer isso.

Ela parece não ter gostado muito de me ver, saiu do colo dele e sentou ao lado, começando imediatamente a mexer no celular e tentando ignorar a minha presença.

— Às vezes até me esqueço que você mora nesta casa, vive enclausurada o tempo inteiro.

Eu não quis responder aquela pergunta na frente dessa mulher desconhecida. Não sei por que, mas não quero dar a ela a sensação de que, ainda que estejamos vivendo sob o mesmo teto, Leandro e eu não temos absolutamente nada um com o outro.

Me admirou saber que ele percebia o fato de eu não querer interagir e ficar sempre dentro do meu quarto, claro, para evitar a presença dele.

— Eu só estava com um pouco de dor de cabeça e resolvi descer para pegar um remédio!

Achei que ela não iria dizer mais nada.

— Quem é ela?

A tal Ana largou finalmente o celular e demonstrou o quanto estava odiando ter a minha companhia entre eles. Leandro então não dava a ela muita importância... sequer sabia que eu estava aqui nessa casa.

Eu não queria ter que jogar isso na cara dela, mas também não aceitaria ser feita de boba para a diversão de ambos. Seja por uma chantagem ou pela gratidão que ele tinha no passado por meu pai tê-lo salvo, mas eu vou usar isso para fazer com que essa estúpida desça do salto.

— Meu nome é Roberta e sou noiva de Leandro. Acho que ele não deve ter mencionado isso para você!

Ela começou a gargalhar, certamente me achava pouco para me tornar esposa de alguém como ele. Talvez Leandro não tenha tocado naquele assunto com ela, por não se lembrar sequer da minha existência ou por não querer irritá-la com isso.

— Eu já adorei sua amiga, Leandro. Ela tem um excelente senso de humor. Só mesmo uma pessoa muito divertida para considerar que um homem como você algum dia possa se casar e ainda mais com ela!

[...]

O olhar de desdém de Ana para Roberta enfureceu até mesmo Leandro, que sempre soube o quanto ela era obstinada e se julgava dona dele. Apesar de saber que aquele lance casual que existia entre eles rolava apenas às terças e sextas-feiras e com hora para começar e terminar.

Nunca conferiu exclusividade a mulher nenhuma, e alguém tão fútil e que apenas servia para ele na cama como Ana. Por mais que aquela mulher insistisse em se tornar algo mais do que um simples caso, ele nunca deu esperanças a ela e jamais daria.

Ana era uma mulher muito cheia de si e dona de um ego gigantesco, bonita e elegante. Ela nunca admitia ser passada para trás. É uma cantora de grande reconhecimento e que possui inúmeros seguidores em suas redes sociais, tornando-a uma celebridade local. Era muito paquerada, mas seu sentimento por Leandro não permitia a ela olhar ao seu redor.

Sua revolta também vinha de saber que Leandro sempre foi um cara totalmente anti-casamento e colecionador de belas mulheres em seu currículo amoroso. Sabia que aquele amor existia apenas da parte dela, mas isso não importava desde que ele a escolhesse, ainda que fosse por uma noite de prazer a cada semana.

Roberta olhou para Leandro. Também não esperava que ele interviesse ou confirmasse aquilo que havia dito, mas também não deixaria que aquela mulher continuasse zombando da cara dela.

— Pode sorrir à vontade, mas essa é a pura verdade, Leandro, e eu estamos noivos!

— Vai continuar deixando que essa maluca continue a dizer absurdos? — Ana pressionou Leandro para que ele negasse e colocasse Roberta em seu devido lugar.

— O que ela disse é a verdade. Roberta, e eu iremos nos casar em breve!

A frase de Leandro fez com que Ana ficasse totalmente perplexa. Ter confirmado aquele absurdo assim na frente da outra havia mexido muito com seu amor-próprio e ela ficou furiosa.

Pegou sua bolsa e ameaçou sair imediatamente da casa, mas Leandro a segurou e fez com que ela ficasse sentada.

— Deixa de ser tão estúpida, você nunca foi ciumenta e me conhece muito bem. Vou pedir que agilizem o jantar, já que Roberta resolveu nos dar a honra de sua presença. Acho que seria muito válido jantarmos os três juntos essa noite.

Roberta

Aposto que ele está adorando essa cena ridícula e se sentindo um verdadeiro rei de um harém. Eu fui boba e não deveria ter jogado isso na cara dela, pelo menos não na frente dele. Dei armas para que esse bobo se sentisse o maioral.

Ele saiu. Pensei em simplesmente voltar para o meu quarto e esquecer aquele momento desnecessário.

— Então você acha que vai se casar com ele? Boa sorte para você, garota!

— Não entendo por que está me desejando sorte quando nós duas sabemos que você adoraria estar em meu lugar, Ana!

Ana sorriu e cruzou as pernas.

— E quem disse a você que eu gostaria de ser esposa de alguém como Leandro? Ele é um verdadeiro predador, e nenhuma mulher nesse mundo é capaz de satisfazê-lo o suficiente para que ele não procure outras.

Naquele momento, Leandro voltou com a empregada, que trazia uma bandeja com champanhe e três taças.

— Perfeito, meu amor. Vamos brindar, então, ao seu noivado com a... Como se chama mesmo?

Ela caminhou até ele e pegou duas das taças, provavelmente iria me servir. Minha vontade era dar uma tremenda surra nesta mulher fácil e vulgar.

Eu estava certa. Ele encheu as duas taças que estavam nas mãos dela, e aquela mulher veio em minha direção trazendo uma delas, com o intuito de brindarmos por compartilhar o mesmo homem, ao menos em sua concepção.

— Vamos brindar, querida. Que você tenha muita disposição. Ah, acho que você precisará de algumas dicas para satisfazê-lo. Olhando para você, acho que é muito simplória para isso. Leandro adora que eu fique de quatro na cama dele. Acho que se você fizer isso, quem sabe poderá agradá-lo!

O que ela disse sobre a intimidade de ambos foi bastante constrangedor. Leandro ficou esperando pela reação de Roberta e não gostou nada do que a outra havia dito para irritá-la.

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