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Capítulo 05

Se a sociedade o abandona, a solidão é suportável, mas se você mesmo se abandona ela é intolerável.

August Cury

Três dias e nada eu queria me matar, era tudo culpa minha se eu não tivesse insistido para que eles viessem aqui, se eu não tivesse insistido que ele entrasse no mar, se eu tivesse dado ouvidos a minha avó nada disso teria acontecido.

E nessas noites tive pesadelos, eu sonhava que a alma do Yoite estava com o monstro, sonhava que ele havia esticado seus tentáculos para puxar Yoite, ele havia feito tudo aquilo porque queria a mim. As ondas do mar, a maré me incomodavam principalmente de noite quando eu ia me deitar porque parecia que o mar vinha me buscar que Raabe tiraria um de seus tentáculos do mar arrombaria a porta da minha casa e viria me pegar.

Papai: o corpo de Yoite foi encontrado_ disse entrando no meu quarto, eu não conseguia sair nem dialogar, por um estante uma luz de esperança acendeu levantei num pulo da cama

Eu: onde ele está? Como ele está?

Papai: acaba de ser dirigindo para o hospital, seu corpo foi encontrado nós recifes sem vida, pelo que deu para ver ele morreu afogado… eu sinto muito_ fiquei quieta como se uma parte de mim tivesse ido embora, tivesse me abandonado, não conseguia me mover estava sem reação até que sinto o abraço do meu pai, eu sei era tudo culpa minha, eu sei que eles sabiam também mas nada disseram ele só me abraçou_ vai ficar tudo bem!_ e saiu do quarto eu continue parada ali, a fixa ainda não tinha caído, até que cai de joelhos no chão do meu quarto e comecei a chorar, chorei até que adormeci no chão do meu quarto, não consegui dormir por muito tempo os maus sonhos não me deixavam sussegar.

Me levantei, pelo tamanho da lua devia ser meia noite, sai do meu quarto estava tudo num silêncio notável as pessoas já devia estar dormindo, abri a porta da sala e caminhei para fora, descalça enquanto a brisa batia contra o meu corpo me fazendo estremecer, mas nada disso importava eu queria que me devolvessem o que me foi tirado e não importava o preço que teria que pagar para o reaver de volta.

Caminhei até sentir a água nos meus joelhos aquela sensação estranha como se minha alma estivesse saindo do meu corpo voltou, mesmo assim eu não parei, até que tudo ficou escuro, depois ouve um brilho fraco num tom azul, tinha um homem na minha frente era como se eu estivesse num vazio, só a água do mar que parecia ter parado no tempo, e o homem a minha frente

Eu: onde está Yoite?_ falei mas nem bolhas de água nem nada, era como se a água não estivesse ali

: Você deve querer saber quem sou nem?

Eu: vá para o inferno eu estou nem aí para o que você é só me devolva, me devolva, me devolva o que me tirou.

: Eu não tirei nada de si, foi ele_ apontou para um lado estava mais fundo e escuro mais consegui ver era o monstro

Eu: porquê vocês fizeram isso comigo? Porquê? Porquê? O que eu fiz para merecer isso?

: Você tem um dom, não como o da sua avó mas você tem

Eu: eu não quero saber_ gritei_ só quero o Yoite

: Pare de ser ignorante e me escute, nem você nem ele não poderão voltar atrás, ou você usa seu dom e se torna uma curandeira ou você vai servir o monstro

Eu: Eu não quero, só quero o Yoite não me importo com nada nem com o maldito dom_ digo caindo de joelhos olhando para o nada, porque é aí onde eu estava no nada

: Talvez o monstro negocie a liberdade dele caso você aceite o servir_ olhei para o homem que estava de pé

Eu: onde o monstro está?_ não tinha mas nada a perder, naquele estante meu corpo já devia estar sem vida, então aceitei sem pestanejar eu que causei isso, não tinha nem Deus nem ninguém para me tirar daqui, eu havia o negado a adolescência inteira não havia o porque dele me salvar, além do mas eu ainda não acreditava que ele existia e se ele existia ele não se importava comigo, nem eu com ele.

A distância que separava eu do monstro eram dez metros seus tentáculos eram tão grandes tão reais que quase cobriam todo o mar, mais para o fundo consegui ver almas condenadas ao servir, almas capturadas por ele e foi nesse estante que vi uma luz eu não acreditava mais eu estava vendo era Yoite ele estava deslocado quando nossos olhares se cruzaram a luz apareceu um homem parecia um anjo, esse anjo levou Yoite

: Parece que você não precisa negociar, Deus gosta do rapaz por isso veio o levar.

Eu: para onde ele foi?

: Provavelmente para algum lugar melhor

Eu: porquê ele não veio antes? Estava a minha espera para que eu viesse o tirar deste inferno?

: Ele queria que você acreditasse que ele existe

Eu: eu não me importo, da no mesmo_ ouve uma mudança de paisagem e eu estava num lugar que parecia ser uma escola_ o que isso significa

: Você é inteligente já deve ter percebido

Eu: já falei que não estou interessada eu aperfeçoar esse maldito dom

: Se você não ir comigo e se tornar uma curandeira, sua alma servira a Raabe um de seus lacaios vira ti levar

Eu: ser curandeira e servir a Raabe não dá no mesmo?

: Não. Ser vir a Raabe significa enganar mais pessoas para o servirem atribuir magia a humanos para se tornarem feiticeiros e magoarem se uns aos outros, e ser curandeiro significa vigiar os seus ou cuidar dos seus a distância, evitar que um próximo seu ou outro cometa o mesmo erro que o nosso

Eu: como se eu me importasse, esqueceu que estou morta, e pelo que saiba você que me enganou para entrar aqui, você sempre me puxou para aqui, nos sonhos quando eu entrava no mar, tudo isso é culpa vossa

: Não seja presunçosa Eco, isso não combina contigo_ ele olhou para escola que estava cercado por uma barreira verde com algumas algas estranhas a volta devia ser remédio_ se você tivesse ouvido sua avó e se apoiado a religião seu dom seria melhor usado sem que você precisasse morrer, se não tivesse insistido para que a vossa comemoração fosse no mar talvez seu namorado estivesse vivo, você não quis escutar e mais uma vez te falo e você tampa os ouvidos fingindo não escutar, se você tinha aqueles sonhos era por causa de seu dom você conseguia ver o mal mesmo assim o ignorou_ estendeu sua mau, foi a primeira vez que dei ouvidos ao paranormal e era provavelmente a primeira de muitas

Eu: suponho que você seja Yam, certo_ disse segurando sua mão_ então a história de você ter se tornando feiticeiro não era verdade

Yam: na história nem tudo que nos contam ou está escrito é uma total verdade ou mesmo uma total mentira, somente cabe a nós saber selecionar

Eu: me pergunto entre sua e a minha imagem qual será que estará mais machada, afinal tecnicamente eu me suicidei

Yam: deixe isso nas mãos do povo

Eu: então você não serve a Raabe_ ele abriu uma brecha na barreira e entramos_ e o monstro Tanim ele não trabalha para si?

Yam: o monstro é uma criação de Raabe feita para me atingir mas pode descansar que ele está morto

Eu: você que matou?

Yam: fiz um humano o matar_ ergui as sobras_ enganei o mostro, um dia você aprende a enganar os monstros

Eu: hum tá, quanto a Raabe

Yam: nos não trabalhamos para Raabe mais isso não quer dizer que vamos para o paraíso_ disse abrindo um meio sorriso

Eu: hum… Eu não me importo.

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