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Capítulo 7

Capítulo 7

Sara Espinosa

Eu só pude voltar a respirar normalmente quando Donatello finalmente me libertou de sua prisão. Quando ele aliviou o seu peso de cima de mim e se levantou com uma calma estudada e uma tranquilidade quase irreal após tudo o que tinha acabado de acontecer, que eu mal acreditava no que estava vendo bem diante dos meus olhos. Como ele podia estar assim? Sem nenhuma reação ou sem se sentir afetado, estranho ou perdido de alguma maneira? Será que só eu é que estava abalada por causa de alguns poucos minutos e o contato com ele? Eu sou tão boba e ignorante que nem ao menos sei o que senti de verdade perto dele, e talvez, seja por causa disso que me senti tão estranha e perdida agora pouco?

Milhares de perguntas inundaram minha mente enquanto Donatello me cobria com um coberto grosso e ajeitava minha cabeça sobre o travesseiro para que eu me acomodasse da melhor forma e adormecesse logo. Em nenhum minuto vi a fisionomia de seu rosto mudar quando ele me colocava para dormir, ele não parecia contente, nem satisfeito, e comovido por nada. Havia apenas uma expressão vazia em sua face enquanto eu o observava em silêncio, curiosa e atenta. E então, essa foi a resposta que eu precisava ter para entender a realidade, franca e dura, para Donatello nada daquilo fez a menor diferença. Nada daquilo o tocou de alguma forma. Ou seja, eu não era nada e nem ninguém para ele. Simplesmente eu não significava nada além de um estorvo e um peso, o qual ele deveria ficar sempre de olho. Minha presença não o afetava de modo bom e positivo de modo algum, e jamais poderia despertar qualquer tipo de sentimento singelo e feliz em seu coração algum dia. Aqui na casa do meu sogro sou somente uma pedra no caminho, os espinhos de uma roseira que amargam a dura perda que um dia provoquei e que terei que carregar a culpa em meu peito para sempre.

Dessa forma, com o coração pesado e a cabeça dolorida de tanto pensar em tudo o que tinha acontecido até aquele momento, e o quão irrelevante é a minha presença nesse lugar, eu me deixei ser vencida pelo cansaço e caí no sono pouco tempo depois, com a triste sensação de que a qualquer segundo poderia chorar de tristeza, abandono e solidão. Eu não era bem-vinda na mansão da família Espinosa, e isso tinha ficado mais do que claro para mim, diante da indiferença com que meu sogro havia me tratado logo após a minha chegada em sua residência, e ter me deixado sozinha na primeira noite em um lugar totalmente desconhecido.

Mas a culpa é minha no final das contas. Eu provoquei isso e preciso arcar com as consequências do que havia provocado. Esse foi o pensamento que cheguei, antes de apagar completamente exausta devido a montanha-russa de emoções que o dia havia me proporcionado.

***

Donatello Espinosa

Autocontrole.

Sim, eu precisei usar de muito autocontrole para acabar não cometendo nenhuma besteira ou agir de forma precipitada na noite anterior quando chegamos em casa. Estar perto de Sara, sentir seu cheiro intenso de mulher, tocar sua pele macia, lisa, sedosa e sedenta por meu toque, e não poder fazer nada a respeito além de apenas encostar com as pontas dos dedos foi a maior das torturas que já experimentei em toda a minha vida até aquele momento angustiante e totalmente desesperador.

Caramba! Mas que martírio eu tive que suportar naqueles minutos que mais se pareciam com longas horas infernais.

Não foi uma tarefa nada fácil tentar me segurar e não ser o homem que sou de verdade. Nu e cru. Não foi mesmo, é sério. Porque a minha maior vontade e a mais louca também ao fitar aqueles belos olhos cor de mel diante dos meus, e comtemplar aquele pequeno corpo estreito, mas perfeitamente curvilíneo que cabe sob medida em minhas mãos, foi de rasgar suas roupas de imediato e arrancá-las de seu corpo em poucos segundos de ação, no instante em que a havia colocado deitada sobre a minha cama. Tudo o que eu mais desejava ardentemente, loucamente e cheio de tesão, era fazê-la rolar sobre o meu colchão vigorosamente, arrancar seus gritos até o limite que sua garganta pudesse alcançar, e roubar seu último fôlego enquanto me afundava intensa e repetidas vezes no seu interior que me acolheria de forma bastante receptiva e surpreendente pela novidade após tanto tempo parado.

Eu queria foder minha nora com o máximo de força, energia e potência até deixá-la sem oxigênio nos pulmões, completamente fraca, sem forças e sem consciência de qualquer coisa do mundo que estivesse ocorrendo ao seu redor. Eu queria dobrá-la bem debaixo de mim, envergar seu corpo sob o meu de modo bruto e feroz, e fazê-la se render a mim e ao meu bel prazer como ansiava loucamente. Eu a queria de joelhos a minha frente, de costas ou de quatro, tanto faz, mas que estivesse chorando de prazer e implorando desesperadamente por mais, e cada vez mais por mim. Meu desejo era de meter meu pau tão fundo dentro de Sara, que no dia seguinte ela ainda iria poder senti-lo dentro de si quando andasse para qualquer lugar, e que mal conseguisse se sentar sem sentir um desconforto dolorosamente gostoso e intenso, uma ardência e queimação palpáveis em sua carne deliciosa, de tanto ser possuída com garra e vigor imparáveis durante a madrugada inteira, por meu pau faminto. Eu queria tomá-la irrevogavelmente para mim e marcá-la para sempre como propriedade particular e exclusiva minha, e somente minha. Eu só desejava fazê-la saber a quem ela pertence de verdade, a Donatello Espinosa. Sara tem que consciência de que agora existe um homem em sua vida que é seu o dono. Dono de seu corpo, dos seus pensamentos e do seu coração. Dono de tudo!

Porém, nada disso foi possível de ser realizado ou fantasiado quando eu parei um pouco, respirei fundo e pensei com a cabeça de cima e não com a de baixo, como estava prestes a fazer devido aos meus impulsos carnais incontroláveis, e ponderei com mais calma e racionalidade sobre a situação atual em que Sara se encontra. Eu não podia fazer aquilo por hora... Caramba, a garota acabou de sair de um hospital onde estava internada e ferida por um longo tempo, e logo após disso ainda teve que escutar uma notícia terrível que a abalou sua mente por completo.

Muito provavelmente, neste exato momento ela deve estar em estado de choque, ainda receosa e preocupada, apenas querendo um pouco de tempo para si, para poder organizar seus pensamentos dentro da própria cabeça, como também acalmar suas emoções internas consigo mesma. Então, eu não posso simplesmente sair agindo feito um louco impulsivo e sem cérebro que não pensa antes de agir, que é somente guiado pela porra do pau doido. Não, não, não... Eu não devo ser um homem assim, desequilibrado e afoito que faça com que Sara se sinta insegura, perdida ou acuada, principalmente depois de tudo o que ela experimentou em sua vida até chegar ao dia de hoje.

Foram muitas coisas ruins e pesadas que ela precisou encarar, além de ter que suportar grandes dores e necessidades sem ao menos ter alguém por perto para se apoiar. Sara viveu todo o medo e falta de afeto sem a presença de amigos, família ou pessoas boas para ajudá-la em qualquer aspecto, contudo, agora que eu entrei em sua vida de uma vez por todas, e para sempre, pretendo apagar da sua memória essas coisas tristes do passado pelo restante dos dias em que em que permanecer ao seu lado. Como seu protetor, como seu abrigo e como alguém que a livrará de qualquer mal.

Sara Espinosa nunca mais precisará se lembrar das coisas que lhe causaram dor alguma vez, nem terá que se recordar do tempo em que esteve solitária, desabrigada e muito menos terá que continuar vivendo constantemente assombrada pela sensação de medo, pavor ou de pânico, achando que poderá ser atacada a qualquer momento pelos mesmos criminosos que tentaram tirar a sua vida, assim como um dia fizeram com a do meu filho. Jamais! Eu não permitirei, enquanto estiver respirando nessa terra, que nada toque um fio sequer de seu cabelo. O que aconteceu no passado, ficará exatamente onde ele pertence, no passado e jamais se repetirá outra vez. E eu irei me certificar pessoalmente de que minha nora fique sempre segura, protegida e acolhida comigo, além de é claro, vingar todo o mal que fizeram a ela e a mim também.

A justiça pode demorar, mas ela chama... e chama pelo meu nome com força, com sangue, suor e ira. Muita ira. Os culpados padeceram do modo mais horrível, doloroso e cruel que existe na face da terra. O inferno será pouco se comparado ao que irei fazer com cada um que teve participação no plano vil e criminoso que levou Kael de mim para sempre. Essas pessoas não sabem o que as esperam.

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