Capítulo 6
Eu já sabia que tudo era diferente da minha realidade, mas fui ingênuo em imaginar que não existiam pessoas mal-intencionadas.
Minha cabeça ainda estava pesada e eu não sabia onde estava, mas senti mãos em mim e me forcei a abrir os olhos. Para meu alívio, foi apenas Ada quem cuidou de mim.
— Regra número um: Nunca beba bebidas que você não tenha visto como são feitas. - ela disse. —Mas felizmente meu irmão chegou na hora certa.
—Achei que você não se importasse com nada além de negócios.
Adão sorriu.
—Posso ter vários defeitos, mas não deixaria uma mulher ser estuprada. Tomy sabe o que está fazendo. Além disso, vejo como ele olha para você.
Sentei-me na cama, irritado e confuso.
—Então, você consegue descobrir seu irmão? Porque só o fato de quase ter sido estuprada me deu medo de trabalhar para ele, o que mais poderia acontecer comigo?
— Demorou um pouco, mas agora estamos aprendendo cada vez mais. Mas por favor, esta conversa é apenas entre nós dois. Tomy errou em deixar você aí sozinho, mas não pare de trabalhar para nós.
O dia amanheceu bastante sombrio. Da janela do meu quarto, observei as pessoas na rua andando nas mesmas direções de sempre. O homem de casaco azul marinho era dono de uma alfaiataria, o homem mais jovem que o seguia era dono de um pub onde Arthur passava a maior parte do tempo livre. A mulher com o bebê no carrinho ia passear todas as manhãs. Todo mundo ficava confuso dia após dia e eu me perguntava se algum dia seria como eles.
A família Sermindes acolheu-me a maior parte, mas não era a minha função. Talvez eu tivesse me acostumado com minha nova vida, mas já se passaram dois meses e eu precisava começar a agir se realmente quisesse voltar para casa.
Tirei o casaco do cabide e saí de casa decidido a ir em busca do que realmente queria. Caminhei até a rua do outro lado do canal, onde havia uma gráfica. Quando entrei no local, um homem de trinta e poucos anos olhou para mim por trás do balcão.
- Bom Dia senhorita. Como posso ajudá-lo?
- Bom Dia. Preciso de cinquenta pôsteres, ele sorri.
Cerca de uma hora depois, saí da gráfica com os papéis nas mãos. Neles estava escrito que eu procurava uma pedra branca brilhante, também ofereci uma boa quantia em dinheiro como recompensa e incluí o endereço da minha casa para que se alguém a encontrasse pudesse levá-la para lá.
Comecei a colá-lo em todos os posts e esperei ansiosamente que aquela estratégia funcionasse.
Com apenas alguns pôsteres sobrando, era hora de fazer o trabalho que me foi dado hoje. Entrei no bordel e as meninas estavam limpando o quarto.
- Senhorita Brown! —Amelia disse fazendo todos olharem para mim.
-Gale! — Paige exclamou e veio me abraçar.
- Como vai? Eu perguntei.
- Eu estou ótimo, e você? Ouvi dizer que você trabalha para os Peaky Blinders agora.
-Sim, Glória. Me conta como é fazer sexo com Arthur? —Foi a vez de Olivia perguntar.
— Ainda se fala sobre isso na cidade? Definitivamente nunca fiz sexo com nenhum dos Sermindes e não tenho intenção de fazê-lo. Vamos ao que importa. Reserve seis lugares para esta noite, a pedido de Tomy.
Eles sorriram, ele sabia como eles se derretiam por ele.
— Com certeza iremos reservar. Amélia sorriu.
—E pendure essa placa em algum lugar onde todos possam ver. — Peguei um cartaz e entreguei para Paige que assentiu — Obrigada meninas. Foi bom ver você.