Capítulo 3
Capítulo 3
Lembranças.
Olhando para a mulher à sua frente, ele toca a aba do chapéu em cumprimento enquanto entra.
— Temos um bar no cômodo ao lado onde todos se reúnem. Fique à vontade, querido.
— Obrigado — diz indo até o local indicado.
Entra olhando ao redor, como mora a pouco tempo na cidade, praticamente não conhece ninguém.
Algumas mulheres observam com imenso interesse, mesmo as que estão com seus clientes.
— Oi bonitão, quer se divertir? — perguntou uma das mulheres que está vestida apenas de lingerie, cinta liga e um vestido transparente muito curto.
— Toma uma bebida comigo? — ele perguntou num tom sedutor.
— Claro.
Ela sorri e senta em seu joelho sedutoramente fazendo ele sentir a maciez de seu traseiro. Com a visão da calcinha fio dental, a pele macia e quente o deixa um pouco desnorteado.
À sua frente a mulher sorri, sabe o efeito que causa nos homens, rebola em seu joelho o fazendo ter uma visão melhor ainda.
— Você não é daqui bonitão.
— Não era. Sou mineiro, vim para cá há pouco tempo. Estava tão monótono em casa e resolvi sair, acabei descobrindo esse local pelas luzes coloridas.
— Sei como são chamativas as luzes daqui à noite — diz e pede uma bebida de sua preferência para o Barman. — Me serve uma Margarita. E você, bonitão, o que vai querer? Além de mim, claro.
— Você é bem direta, vou começar com uma cerveja.
— Nunca estive com um Mineiro antes, estou muito curiosa — diz e passa a língua na borda da taça deixando Tiago assanhado.
— Você não sabe o que está perdendo — diz passando a mão em seu traseiro. Mas antes podemos conversar um pouco.
Ela saiu do seu colo, sua perna já estava acostumada ao peso dela, sentiu falta do calor de sua intimidade nela.
— Sobre o que quer falar?
— Não conheço quase ninguém da cidade...
— Ah, já entendi. Podemos começar pelos fazendeiros.
Enquanto bebem, Bárbara conta para Tiago de uma forma que ninguém perceba quem é quem, se é casado, divorciado, viúvo, rico ou perdeu as posses, é mais informação do que Tiago gostaria de saber, mas fica calado ouvindo.
Observa a bela mulher à sua frente, deve estar com aproximadamente quarenta anos, é muito desejável e linda, também percebeu respeito das demais mulheres com ela, talvez seja a mais velha da casa e por isso tem o respeito das demais.
— Agora você conhece boa parte dos homens da cidade — ela diz observando um homem idoso entrar. — Esse é o prefeito, que vem quase todo dia.
— Me admira esse senhor aqui.
— Ele é bem potente se quer saber, digamos que ele tem muito amor para dar.
Tiago sorri e pede outra cerveja, olha ao redor, parece que todos os olhos da casa estão sobre ele.
— Por que todos me olham?
— Na verdade, estão olhando mais para mim, não costumo ter clientes.
Tiago abre a boca para perguntar, por que, mas ela o cala com a ponta do dedo, em seguida o beija suavemente deixando a marca do batom vermelho em seus lábios.
— Você é tão bonito e forte... — disse passando as mãos em seus bíceps salientes. — Vem, podemos nos divertir a noite toda.
Bárbara puxa a mão de Tiago e o leva para seu aposento no segundo andar. Ele observa o cômodo antes de entrar, não parece o local onde alguém recebe seus clientes.
Ela entra rebolando mostrando tudo o que tem a oferecer para ele, senta em frente a penteadeira e solta o imensos cabelos, passa suavemente a escova por eles, em seguida retoca o batom.
Tiago tira o chapéu, senta na beira da cama observando ele se arrumar.
— Sinceramente, não parece um quarto que recebe clientes com frequência.
Ela olha para ele pelo reflexo do espelho e diz:
— Eu te disse que não costumo receber clientes. Na verdade, eu escolho com quem vou ficar.
Tiago ergue as sobrancelhas e se levanta, se aproxima e coloca as mãos nos ombros dela, puxa os cabelos para o lado e deposita um beijo suave em seu pescoço.
Bárbara fecha os olhos virando o pescoço levemente para o lado.
— Aposto que vou me divertir muito com você.
Tiago não diz nada, pega a mulher no colo e a leva para a cama. Algumas horas depois, ela passa as unhas pintadas de vermelho pelos pêlos do peito dele fazendo carinho enquanto suspira.
— Eu não gozava gostoso assim há muito tempo... — ela fala e se aninha eu seu peito. — Vou querer você sempre.
Ele passa a mão em suas costas, o outro braço coloca atrás da cabeça, olha para o teto pensativo.
Sente o corpo de Bárbara pesar e a respiração ficar mais calma, olha para o belo rosto a beija na testa e se levanta.
Abre a carteira e tira uma boa quantia em dinheiro a deixando na mesinha, como precisa acordar cedo para trabalhar se veste e sai.
Passa nos corredores do casarão, todas as pessoas que o veem cochicham entre si, olham mais para ele agora que está saindo do que quando chegou, isso o faz rir.
Na parte de fora sente o frio da madrugada, entra no carro e volta para casa. Chegando em casa deixa o carro na garagem, mas demora para sair dele.
Coloca a cabeça no volante, só saiu do bordel porque Luciana não sai de sua cabeça. Bárbara foi maravilhosa, poderia muito bem ter passado o restante da noite sem pensar no amor de sua vida, mas é tão difícil.
Suspirando sai da garagem e entra em casa jogando a chave do carro na mesinha mais próxima, sempre foi um homem calmo, não fuma e bebe pouco, mas ultimamente, desde que o amor de sua vida escolheu outro para se casar bebe mais que de costume.
Vai direto para o quarto se jogando na cama de roupa e sapatos, continua pensativo, seu corpo está satisfeito, mas sua mente não descansa em nenhum momento.
Hoje é responsável por mais de cem funcionários e uma fazenda imensa, está mais do que agradecido por amigos e parentes terem ido o ajudar nas últimas semanas, olhando para o lado o relógio marca três horas da manhã.
Levanta e vai direto para o banheiro tomar uma ducha para lavar o corpo e a alma antes de dormir um pouco.
No banheiro, com a água caindo em seu pescoço, coloca as mãos na parede e diz:
— Preciso esquecê-la...