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Capítulo 03

Eu definitivamente estava louco, aquela menina me deixava extremamente intrigado. Foram muito boas as oportunidades que tive de poder tocar em sua pele macia, era engraçado seu jeito atrapalhado, fora o cheiro bom que exalava de seu corpo, eu daria tudo para ficar inalando aquele cheiro direto da fonte. Repreendi meus pensamentos e suspirei, eu era velho demais para ela, eu estava comprometido, não podia fazer aquilo com a Maya, não fazem nem 24horas que eu cheguei aqui e já estava querendo arrumar confusão.

Aproveitei a manhã para caminhar pela vizinhança, descobri quanto o lugar era lindo e diferente do que eu estava acostumado, mas o calor estava me matando. Na Alemanha vivia de casaco aqui só uso camisas por conta do calor. Me sentia um estranho. Voltei para casa e comecei a estudar e ler alguns livros de direito, direito e pessoas que não gostam de leitura são duas coisas que não combinam, tudo leva muita leitura, fora as atividades que estavam disponíveis no site da faculdade, era mais 2 laudas para cara questão para ganhar míseros pontos.

Após algumas horas meu celular vibra, era Maya, atendi rapidamente.

— Oi amor, tudo bem? — Perguntou ela.

— Tudo bem. Estou com saudades. — Digo me levantando da cadeira e esticando a costa. — Minha tia parou de se lamentar?

— Felizmente sim. Mas ela não para de falar em você. — Eu pude ver seus olhos revirando enquanto falava. Rir da situação.

— É difícil ser tão amado assim. — Digo em tom de brincadeira.

— Estou com saudades do seu calor, do seu corpo. — Ela abaixa o tom da voz, mais manhosa.

— Mas já? Eu estava aí com você ontem mesmo.

— Eu sei, mas estou com muita vontade de você. — Ela fala manhosa.

— Amor, estou estudando no momento, não quero me ferrar no meu último semestre. Falamos mais tarde, eu ligo e podemos falar saliências pelo telefone, igual nos tempos de escola. Eu realmente preciso estudar.

— Está bom, vou ficar esperando sua ligação, bom estudo. — Eu pude perceber a decepção em sua voz, mas era verdade, precisava terminar de estudar. Eu não sabia como funcionava o ritmo escolar aqui.

Eu e ela éramos muito amigos na escola, mas sempre transavamos e saímos para nos drogar com mais alguns amigos. Fizemos nossa primeira tatuagem juntos, e tudo que você pode pensar de primeiras vezes foram com ela. Isso se estendeu até eu mudar de vida e entrar na faculdade, por pressão acabei pedindo ela em namoro, mas Maya me traiu. Não me arrependo do pedido pois ela sempre esteve comigo nos momentos difíceis durante 8 anos, mas eu nunca esqueci completamente o que aconteceu. Depois do baita chifre que levei, nossa relação tomou outro rumo. Perdoei, mas deixei claro que ela não era a mulher com quem eu pensava em me casar, e ter filhos. A partir desse ponto nos tornamos mais amigos que namorados. Éramos confidentes um do outro, eu contava tudo a ela, mas sobre o meu interesse na menina de olhos azuis eu provavelmente não contaria a ninguém.

Após algumas umas horas eu estava completamente exausto dos livros, queria apenas comer alguma coisa e dormir, o fuso estava me deixando maluco e cansado, eu precisava me acostumar. Saí do meu quarto e fui para a cozinha, não tinha nada então eu resolvi ir ao mercado, precisava de algo que me deixasse acordado. Cheguei no mercado mais próximo, segundo o google maps e peguei alguns doces e salgadinhos. Estava na fila do caixa quando vejo Charlie e algumas meninas, elas estavam rindo, meus olhos foram em direção à Charlie que se destacava com seus olhos azuis piscina e cabelos loiros. Paguei minhas compras e tentei sair despercebi, mas eu ouvi meu nome sendo citado, e por sinal, sendo pronunciado de forma errada. Apenas olhei e vi que era uma das amigas da Charlie, assim que olhei elas riram, ela ficou apenas me encarando.

Voltei para casa e fui para meu quarto, eu sabia que estavam falando de mim. Me perguntei de imediato se aquilo era algum costume americano, talvez não, mas foi constrangedor. Mesmo com raiva por ela estar falando de mim por aí, eu estava interessado nela ou no mínimo curioso. Estar curioso e interessado em alguém não quer dizer necessariamente que eu estou atraído. Talvez deva ser o jeito que ela força ingenuidade, conhecia o tipo de menina que Charlie era apenas com míseros olhares, ela gostava de brincar com suas pobres presas, mas eu não era uma delas.

Horas depois desci para o jantar, comi rapidamente, percebi uns olhares vindos de Charlie, resolvi não retribuir. Felizmente eu estava morrendo de sono, então aproveitei para dormir. Subi para meu quarto e me joguei, eu não gostava de ficar conversando com eles já que na maioria das vezes não entendia nada.

No meio da noite, acordei com a garganta seca, então resolvi descer para tomar água. Eu tinha que manter o hábito de trazer uma garrafa de água para o quarto, assim evitando de descer sempre. Menos contato era melhor. Desci as escadas ainda sonolento e fui para a cozinha, lá estava ela, com o telefone no ouvido e com um biscoito em mão, ela parecia distraída. Adentro a cozinha e ela arregala os olhos em sinal de espanto.

— Você me assustou! — Indagou ela desligando o celular na mesma hora e com a mão em seu peito.

— Me desculpe. Finja que não estou aqui. — Dou de ombros ligando a torneira.

O silencio dela e a forma que ela desligou o telefone indicou quão sem graça ela deveria estar.

— Olha, me desculpa por hoje, eu... minha amiga achou que seria engraçado fazer aquilo, mas não foi legal. — Ela fala sem olhar nos meus olhos. — Ela consegue ser mais irritante que eu.

— Está tudo bem, eu não costumo ficar sem jeito facilmente. — Exceto agora. — Confesso que foi incômodo. Prefiro que não se repita uma segunda vez.

— Certo, eu vou voltar para meu quarto. — Ela sai rapidamente, enquanto subia a escada rapidamente seu pé vacila e ela tropeça caindo de joelhos em um dos degraus.

— Você está bem? Se machucou? — pergunto ajudando-a a levantar.

— Só foi um arranhão. — Ela diz mancando, provavelmente estava doendo.

— Tem algum kit de primeiros socorros aqui? — Pergunto enquanto a levo de volta para a cozinha.

— Sim, encima da geladeira. — Ela disse com uma expressão de dor.

Ajudo-a a caminhar até a cozinha, ela parecia atônita. Pego a caixa, Charlie estava com dificuldades de ficar de pé então resolvi coloca-la encima da bancada. Perguntei se podia e ela consentiu, me arrependi amargamente. Seu cheiro embriagou-me, sua pele macia parecia tão frágil que poderia se partir se eu a apertasse e rapidamente eu fiquei duro. Mordi o lábio inferior com força, ela não podia perceber aquilo.

— Obrigada. — Ela falou ainda mais tímida.

Abri a caixa e peguei os algodões e o anticéptico, limpei o ferimento lentamente.

— Você não precisa fazer isso, eu...— eu a interrompo.

— Calma, eu não me importo em fazer. — Umedeço o algodão com o líquido verde. Assim que passei em sua ferida ela reclamou de dor, mas logo parecia aliviada. Por fim passei o remédio e coloquei um curativo. Desci ela da bancada, por um momento ficou em uma saia justa, ela me encarou com aqueles olhos azuis, parecia uma gazela ferida, e que a qualquer movimento brusco meu ela sairia correndo. Podia ver minha alma naquelas piscinas.

— Obrigada, Hunter. — Ela quebra o silêncio. Escuta-la chamar meu nome sussurrando com aquela voz, me fazia querer ouvindo-a gemer.

— De nada, Charlie.

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