Capítulo 2
Calvin Cavendish era incrivelmente bonito, arrogante como poucos, de maneiras rudes, mas incrivelmente sexy.... E ele era absolutamente, totalmente, completamente errado para ela, e ainda assim.... No entanto, havia algo nesse homem que a deixava tonta só de pensar nele...
Desde que seu melhor amigo, Matty, se apaixonou e depois ficou noivo de Darrell Glover, Natalia passou a ver Calvin com frequência. Fabian e Darrell eram amigos, quase irmãos e parceiros de negócios em um consórcio de hotéis e resorts de luxo.
Como a melhor amiga de Matilda, Natalia estava presente em muitos eventos sociais dos quais o casal participava e quase sempre conhecia Fabian. No início, ela achou que algo estava acontecendo, mas ele adotou uma atitude em relação a ela que não a agradava nem um pouco.
Ele era bonito como um deus, mas a maneira como tratava o sexo frágil não o honrava.
Ela chegou a ser designada como dama de companhia no casamento de Matty com Darrell, e foi uma tortura para Natalia, naquela ocasião, ficar ao lado dele o tempo todo, sentir o cheiro de seu perfume, o calor de seu corpo, entre a total e perfeita indiferença.
Ele batia os pés nervosamente no chão. Isso era exatamente o que mais a incomodava. O homem era uma verdadeira maravilha, mas não demonstrava nenhum interesse por ela.
Talvez ela não fosse o tipo dele...
Mas então, qual era o tipo de Calvin Cavendish?
Desde que o conhecera, ela nunca o tinha visto com uma mulher. Ou ele era uma pessoa muito discreta ou sua vida social era praticamente inexistente... Que desperdício... Como ela teria adorado sacudir o mundo de Fabian... só um pouquinho, para vê-lo perder o controle e aquela arrogância distinta.
-Kia, pare com isso! - ela repreendeu a si mesma.
Percebendo que estava perdendo muito tempo fantasiando com esse homem inatingível, Natalia pegou outra bandeja, respirou fundo e foi para a sala de estar.
Ela colocou um grande sorriso no rosto, esperando que pelo menos o batom ainda estivesse visível. O resto da maquiagem provavelmente já havia derretido. Ela andou pela sala, feliz ao ver que a maioria dos convidados já tinha um copo na mão.
Teve de admitir que Fabian havia feito um bom trabalho.
-Kia, o que você está fazendo? -
Natalia se virou e encontrou o olhar surpreso de Matilda.
- Ei, Matty, como está indo a festa? Todos os convidados já chegaram? -
- Mas o que está acontecendo aqui? - Matilda perguntou calmamente. - Você está aqui como convidado... Não entendo por que diabos você e o Fabian estão andando pela sala com bandejas de aperitivos e vinho? E quem é aquele cara que está usando as roupas do meu marido? -
- Vamos lá, Matty, não se preocupe. Você sabe que isso faz mal para o bebê", Natalia a advertiu.
Sua amiga cruzou os braços sobre a barriga e a prendeu com o mais feroz dos olhares - se é que poderia haver algo feroz no olhar de uma mulher tão gentil e alegre como Matilda.
- Kia, eu pedi que você cuidasse das bebidas porque parecia ser a oportunidade certa para conseguir alguma publicidade entre todas essas pessoas importantes, certamente não porque eu quisesse que você trabalhasse duro na minha festa. Eu queria minha amiga ao meu lado, não que eu precisasse dela! -
Natalia soltou um suspiro e entregou a ele um dos deliciosos canapés que estavam na bandeja.
- Entendo o que você está dizendo, Matty, mas juro que não é minha culpa se os garçons que eu pedi não apareceram para esse evento. Então, sou só eu, o cara vestido como seu marido e o 'Sr. Assustador Legal' ali", disse ele, balançando a cabeça.
Os olhos de Matilda se arregalaram como pires.
- Você está falando do fabuloso Cavendish? -
- E quem mais? Certamente não é aquele bebê que usa calça e camisa Dare. -
- Fabuloso... Você é mesmo? - disse Matilda, levantando uma sobrancelha. - Mas veja... você me deixou sem palavras... Fab é certamente um homem bonito, mas não imaginei que ele fosse o seu tipo. -
Natalia não conseguia nem olhar para ele sem sentir um friozinho na barriga.
- Eu gostaria de lambê-lo... mordê-lo... comer aqueles lábios lindos...", ela murmurou sonhadora. - Sentir suas mãos em mim... -
Ele gemeu baixinho. Matilda riu baixinho e cobriu a boca com uma das mãos. Seus olhos brilharam de alegria com a atitude de Natalia.
- Pare de olhar para ele desse jeito! - disse Natalia em voz baixa. - Nesse momento, você poderia colocar uma placa bonita com os dizeres: 'Sim, Fab, vamos falar sobre você! -
Sorrindo, Matilda se afastou de Fabian e olhou para sua melhor amiga.
- Você tem que me contar como conseguiu convencer o líder dos ursos mal-humorados a lhe dar uma mãozinha? Você piscou esses grandes olhos castanhos? -
"Juro que também não sei", respondeu Natalia, espantada. - Na verdade, ele propôs isso a você. Depois que eu o ofendi também. -
- Você ofendeu alguém? Mas quando...? - Matilda disse e balançou a cabeça, sorrindo maliciosamente.
- Cale a boca, Matty! -murmurou Natalia.
"Eles estão me chamando", respondeu Matilda.
Ela colocou uma mão em seu ombro e ficou na ponta dos pés para olhar para o outro lado da sala.
- Realmente, Kia, não me importo com o serviço. Neste lindo momento, eu só quero ter minha amiga ao meu lado. Vamos lá, largue essa bandeja e venha tomar um drinque conosco. -
Natalia olhou ao redor e notou vários clientes em potencial. Sua querida amiga havia lhe dado uma oportunidade preciosa de se tornar conhecida entre as pessoas importantes e ela não queria desperdiçá-la dessa forma.
- Eu encontro você mais tarde, ok, Matty? Tenho de voltar ao trabalho. Seus convidados parecem famintos para mim. -
Antes que Matilda pudesse responder, Natalia já havia saído, misturando-se e sorrindo no meio da multidão.
- Diga-me uma coisa, irmão... O que você está fazendo? Que diabos você está fazendo? Caiu e bateu a cabeça? -
Fabian se virou e viu Darrell olhando para ele como se ele estivesse louco. Ele colocou a bandeja no parapeito da janela e sorriu ao ver a expressão perplexa estampada no rosto de seu amigo e sócio mais próximo.
"Não seria a primeira vez que você me diria isso", ele sorriu de volta.
- Quais são as novidades? Você vai ser garçom hoje à noite? -
Fabian encolheu os ombros.
- Irmão, a Natalia precisava de ajuda. Eu a vi em apuros e sei o quanto ela se preocupa em não decepcionar o Matty. E você sabe muito bem que eu amo sua esposa como uma irmã e não quero vê-la infeliz nesse dia tão especial para ela... para nós dois...
Darrell estudou seu amigo por um longo momento, franzindo a testa.
- Mas você está falando sério? Você não quer que minha esposa seja infeliz? Bem, você sabe de uma coisa? Eu o conheço melhor do que você pensa que conheço, e você, meu caro Fab, está me dizendo um oceano de bobagens... -
Mas Fabian o ignorou e concentrou seu olhar na encantadora Natalia que passeava graciosamente entre os convidados. A mulher era como um ímã. Ele não conseguia tirar os olhos dela. Ele acompanhou seus movimentos pela sala enquanto ela sorria e cumprimentava os convidados.
Em um determinado momento, alguém lhe disse algo que a fez rir e Fabian sentiu uma onda de raiva, frustração, quase inveja, porque ele não estava perto o suficiente para ouvir o som de sua risada, para saber o que a havia feito rir.
Ele não a perdera de vista por meses, não perdera a chance de provocá-la.... de uma forma amigável... Natalia havia chamado a atenção dele desde o primeiro encontro. Mas eles nunca haviam sido apresentados oficialmente.
Na verdade, isso só aconteceu na terceira vez em que se encontraram no mesmo lugar. Só que, mesmo assim, ele a tratou como tratava todos ao seu redor, com uma simpatia fria, com uma leve indiferença.
Mas ele estava longe de ser indiferente à sua beleza estratosférica... aos seus olhos tão castanhos e tão intensos.
Natalia certamente não havia notado, mas ele a estava observando, como um leão perseguindo sua presa, esperando o momento certo para atacá-la, preparando o terreno para quando ele finalmente conseguisse levá-la para a cama, para se perder em sua pele macia, em seus cabelos sedosos.
Ele quase podia sentir aquelas mechas longas, onduladas e sedosas escorrendo entre seus dedos, acariciando seu peito enquanto ela se movia para cima e para baixo em cima dele, nua, suada, molhada, ofegante... em um ritmo cada vez maior.... ... de novo e de novo... até você acabar gritando o nome dela...
Ela xingou levemente enquanto seu corpo reagia brilhantemente a essa fantasia intensamente erótica. Meu Deus! Eu estava na casa de um amigo, em meio a uma multidão de pessoas. Toda a atenção deveria estar voltada para a casa nova, o bebê a caminho, os fantoches, os corações e arco-íris.... E não em quanto tempo ele levaria para levar Natalia Walsh para a cama e fazer sexo gostoso com ela a noite toda... .
Ele tinha certeza de que ela também sentia a mesma atração. Ele sentia isso na pele dela, sentia isso da cabeça aos pés. Muitas vezes, pensando que não estava sendo vista, ela lhe lançava olhares incandescentes. Ele adorava esses olhares roubados, porque era nesses momentos que ele a via mais autêntica, sincera, sem filtros.
Caso contrário, ela se comportava como uma espécie de guerreira, como uma garota realmente durona, escondendo-se atrás de uma máscara que havia criado para si mesma ao longo dos anos. Por dentro, porém, ele tinha certeza de que ela escondia uma alma calorosa, doce e muito feminina.
E ele mal podia esperar para colocar suas mãos naquele corpo de fada tentador e provocar gemidos de profundo prazer.
- Olá Fab, você está aí, você ainda está aqui conosco? -
Ela piscou rapidamente e se virou para ver que Darrell ainda estava lá, olhando para ela. Ela o encarou.
- Escute, você não tem nada melhor para fazer do que ficar em cima de mim? Você não tem uma linda esposa grávida para pensar? Vá até ela, não é mesmo, e deixe-me em paz! -
Darrell balançou a cabeça.