Capítulo 7 – Laudo médico
Pov Jordan
Sorri satisfeito quando seu sorriso desapareceu, dando espaço para o medo. Eu queria que ela entendesse quem eu era de uma vez por todas.
"Como fez isso?" sua mão segurou a minha e a levou para perto de seus olhos. Transformei minha mão inteira, na minha forma de Lycan e ela ficou assustada. "Como?
Olhei convencido e voltei minha mão para a forma humana, sentindo o leve tremor de suas mãos.
"Alguns alphas tem completo domínio sobre suas transformações." segurei sua mão na minha tentando fazê-la parar de tremer. " Olhe para mim, Celine." falei sério, atraindo sua atenção. Seus olhos se voltaram para os meus. "Quero uma nova avaliação no Benjamin. Trouxe minha equipe médica." ela negou com a cabeça e me irritei com sua atitude. "Não está aberto a discussão. Você já tentou do seu jeito, agora será do meu." seus olhos se arregalaram.
"Ele está no melhor hospital do país, com a melhor equipe." ela falou baixo, mas com poder na voz. Meu lobo rosnou irritado e me afastei dela.
"Ele cheira morte." soltei de uma vez. "Seu cheiro está mudando com a quantidade de drogas que estão dando para ele. Se meu faro não estiver errado, ele não chega no final do ano." ela levou as mãos a boca e escorregou no chão chorando sem parar.
Pela primeira vez em muito tempo, me senti mal por falar a verdade para alguém.
"Celine." cheguei perto dela e me agachei, ficando com os olhos na altura dos seus. "Você foi atrás de mim por que achou que eu pudesse ajudar, agora que estou aqui, deixe que eu faça isso." seus olhos brilhavam entre as lágrimas. "Você lidou da forma que pode até agora." Afaguei seus cabelos tentando lhe passar qualquer tipo de tranquilidade. "Agora é a minha vez de lidar com a saúde do nosso filho." ela me olhou sem ação tentando assimilar tudo o que eu dizia.
A segurei pelos braços e a fiz se levantar, aquela postura fraca não lembrava em nada a mulher que foi até meu bar exigir que eu reconhecesse a criança enferma.
"Senhora Jones?" um homem de jaleco branco apareceu no andar e foi barrado pelos meus seguranças.
"Ele é o médico do Ben." ela falou aos sussurros se virando para secar as lágrimas. Parei de costas para ela, interrompendo a visão do homem e dando a privacidade que ela precisava.
"Podem autorizar a entrada dele no quarto, mas peguem todos os seus dados. Quero uma lista de quem entra e quem sai desse andar." o médico me olhou sem entender.
"E o senhor é quem?" desafiou minha autoridade.
"Sou o pai do seu paciente. Quero todas as suas credenciais e minha equipe médica irá validar seus procedimentos." o homem ficou irritado com o meu comentário e sorri satisfeito.
"Não vou tolerar essa desconfiança. Passei anos estudando e seu exatamente o que estou fazendo." se exaltou se aproximando de mim. Meus seguranças, que também faziam parte da minha alcateia, me olharam esperando um comando, mas fiz um sutil balançar com a cabeça, os fazendo ficar em suas posições.
"Então me diga exatamente o que meu filho tem." Celine parou ao meu lado e observou o médico.
"Bom, ele tem leucemia." falou rápido.
"Que tipo de leucemia?" questionei me aproximando.
"Ainda não sabemos exatamente, é um tipo raro que.." o homem gaguejou. "Que eu nunca vi." cheguei mais perto e me abaixei para ficar na sua altura.
"Eu quero uma segunda opinião. " Falei baixo e entre os dentes. "Você vai fornecer tudo o que fez e que deu para o meu filho. Minha equipe usará todo o material para descobrir o que está acontecendo com ele." o homem confirmou com a cabeça ficando pálido. Provavelmente ele percebeu que eu não estava brincando.
"Como quiser." Celine apoiou suas mãos em meu peito e me afastou do médico trêmulo.
"Se acalme." me pediu e concordei com a cabeça vendo o homem entrar na sala de esterilização antes de ir até o filhote.
"Vou pedir para que minha equipe suba, tudo bem?" falei olhando nos olhos claros da humana.
"Eles já estão aqui?" falou baixo.
"Sim, eu não iria vir até aqui só para ver, esses humanos matando o meu filhote." ela enrugou o nariz e ri de sua careta. "Acostume-se, é assim que chamamos as crias em minha alcateia."
"Por que não me avisou antes?" ela cruzou os braços e senti necessidade de encostar nela.
"Sobre o que, humana?"
" Por você ser essa coisa aí." Ela apontou para mim. "Se eu soubesse, não teria ficado com você." seus olhos me encararam e percebi a mentira por trás de sua voz.
"Tem certeza disso, Celine?" segurei seu queixo entre meus dedos e aproximei minha face da dela. "Eu acho que você teria pedido mais, se não tivesse ficado grávida." a mulher corou e se soltou dos meus dedos, se afastando rapidamente e indo ficar de frente para o vidro, observando o médico examinar o bebê.
"Ton?" chamei meu assistente. "Mande a equipe médica subir." ele concordou e ligou para o meu pessoal.
Poucos minutos se passaram até que três dos médicos que acompanhavam minha alcateia chegaram ao nosso andar. Eles vieram direto a mim.
"Alpha, é uma honra servir o senhor em um momento tão delicado." senti Celine se aproximar as minhas costas. "Assim que nos permitir, vamos examinar todos os exames já feitos pelos humanos e solicitar alguns mais específicos da nossa espécie." concordei e senti os dedos de Celine se prenderem em meus braços.
"Comecem agora." indiquei com a cabeça a porta de entrada e os vi, segui para a ala de esterilização.
"E se você tiver razão?" Celine falou com a voz chorosa.
"Eu raramente erro." falei confiante. Seus dedos apertaram com mais força meu braço e virei meu rosto para olhá-la.
"Se for assim, eu quase matei o meu bebê." seus olhos tinham expressões tão dolorosas, que senti a necessidade de abraçá-la imediatamente.
Puxei a mulher para os meus braços e deixei que ela me usasse como apoio para o seu sofrimento.
Por mais que eu soubesse que os humanos tinham tentado de tudo para ajudar o filhote, eu tinha quase certeza que seus esforços estavam, na verdade, o matando.