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Capítulo 5- Alta hospitalar

Lize não se conteve, e puxou o seu rosto para o outro lado com raiva e confusa, não sabia o que estava acontecendo. Nesse momento o médico adentrou a sala do hospital em que eles estavam.

O médico bateu na porta e fez sinal que iria entrar. Se aproximou de Lize, se referindo a ela como senhora Soares, o sobrenome de Júlio ali presente junto a eles, querendo saber como ela se sentia, e para falar sobre quando sairia do hospital.

‒ Como está senhora Soares? Perguntou verificando o prontuário da paciente.

A moça ficou ainda mais confusa com o que ouvira do doutor. E sem seguida olhou com raiva e furiosa para Júlio que estava do seu lado de pé. Júlio sentiu que o olhar da moça o fuzilaria, se assim pudesse claro. Porém, ele se manteve calmo, e frio como de costume. Não se incomodara com a expressão da sua garota arrogante.

‒ Doutor, me desculpe...Mas não sou a senhora.... Antes de terminar Júlio a interrompeu pigarreando a garganta. E Logo se dirigiu ao médico para saber quando ela teria alta.

‒ Doutor Felipe, por favor, gostaria de saber quando a minha futura esposa terá alta.

‒ Se ela não tiver sentindo mais nada, além do seu pé, amanhã mesmo ela receberá alta. A torção no seu pé senhora Soares, não foi nada grave, porém teve luxação e será necessário ficar com gesso por pelo menos quinze dias, se sentir dores, irá tomar umas medicações que irei prescrever. Quanto menos movimentar o pé, melhor enquanto estiver com o gesso.

‒ Obrigada doutor Felipe! Lize respondeu um pouco triste por ter de passar a noite ainda no hospital. E por não poder avisar a seus amigos o que está acontecendo com ela naquele momento, e por toda a situação que lhe rodeava naquele momento.

O médico se despediu de ambos e saiu da sala. Depois que o médico saiu, Júlio tratou de ir se ajeitando em uma poltrona que ficava ali mesmo na sala. Pois, queria dormir, e estava cansado. Lize não entendeu o que ele estava fazendo e o questionou com uma voz de raiva.

‒ O que você pensa que está fazendo?

‒ Ué, como o que estou fazendo?! Já que iremos passar a noite no hospital estou me ajeitando para tentar tirar nem que seja um cochilo.

‒ Cara, tenho certeza que não gira bem da cabeça. Eu quero ficar S-O-Z-I-N-H-A. Lize disse pausadamente.

Nesse momento, Júlio já tinha perdido a paciência com ela e com seu jeito arrogante. Se levantou da poltrona em um salto rápido e foi até ela na cama, colocando seus braços um de cada lado das pernas de Lize, que estava sentada com as pernas estiradas, fazendo com que suas pernas ficasse entre seus braços. Ele se inclinou e olhou bem nos olhos dela, fitando-a seriamente, e falou:

‒ Vou deixar bem claro para você, porque acho que não está entendendo o que está acontecendo aqui. Você será minha esposa, a partir de agora ficará comigo, irá morar comigo, dormir no mesmo quarto que eu, me servir como eu bem entender. Agora falou sussurrando ao pé da orelha de Lize com uma voz sedutora, que a fez ficar desconcertada, e um arrepio surgir em seu corpo.

‒ Se achas que vou me sujeitar a isso você está engando. Seu ogro!

‒ É o que veremos... Ah! E outra coisa, sem direito de sair para lugar nenhum. Pelo menos até você compreender que não tem outra saída.

‒ Seu louco, psicopata.

‒ Mais uma coisa, se não cooperar e não fizer o que estou falando, quem irá pagar serão seus amigos, e com a vida deles! O semblante de Júlio mudara totalmente naquele instante, dando espaço para um homem cruel e sem coração. Ao perceber, Lize ficou assustada e não falou mais nada. Júlio se aconchegou na poltrona, fechou os olhos e adormeceu.

Lize por sua vez fez o mesmo, deitou-se e tentou dormir, mas as palavras daquele homem vinham a todo instante em sua cabeça, enquanto o observava dormindo... Como aquele homem poderia ser tão lindo e tão cruel? Sem coração, frio! Fazê-la ficar com ele por puro capricho, porque ela sabia que ele não a amava, já que se viram apenas duas vezes. Em meio a esses pensamentos, a garota só conseguiu pregar o olho as quatro da manhã.

Capítulo 6- Indo para casa

Na manhã seguinte, era domingo. O sol estava radiante do lado de fora do quarto do hospital onde Lize estava. Júlio acordou primeiro, levantou da poltrona não conseguiu pregar o olho direito durante a noite, cochilava e acordava, em alguns momentos durante a noite percebeu que Lize te observara, olhava para ele com uma tristeza em seu rosto. Mas ele não se importava, isso não tocava seu coração. Ou tocava? Fizera esta pergunta para ele mesmo. Que raios está acontecendo?

Em meio a seus devaneios, foi em direção ao banheiro e fez sua higiene de todas as manhãs, pois tinha pedido para seu motorista na casa dele e na casa de Lize pegar algumas coisas pessoais deles na noite anterior. Quando saiu do banheiro tomado banho e todo arrumado estava decidido a pedir o café da manhã para os dois, e assim o fizera.

Seus olhos foram de encontro a Lize que ainda dormira como um anjo lindo que estava em sua frente. O que aquela mulher tinha que o deixara tão perturbado? Com essa pergunta em seu pensamento chegou perto dela, ele que estava com as duas mãos nos bolsos. Tirou uma das mãos do bolso e acariciou o seu lindo e perfeito rosto com traços tão delineados de uma beleza descomunal.

Ao sentir o toque delicado em seu rosto, Lize acordara lentamente, abrindo os olhos devagar, a visão meio embaçada. E em seguida Júlio retirou a mão do seu rosto. Ela mirava para rosto daquele homem alí presente, por um momento imaginou que estava sonhando e que estava no céu arrodeada por anjos, pois aquela beleza masculina era de tirar o fôlego. Mas logo voltara a si, e percebeu que estava no hospital, com paredes brancas, e por causa do cheiro forte de medicações, e álcool que pertencia ao lugar. Quando percebeu que aquele "anjo" se tratava de Júlio, ela logo mudou a expressão, dando lugar a um rosto frio e um olhar de ódio.

Júlio percebera seu olhar vago de ódio, e saiu de perto dela indo em direção a grande janela do quarto do hospital. O silêncio imperava entre ambos naquele pequeno espaço de metros quadrado. Lize tentou se levantar para ir ao banheiro, precisava fazer suas higienes pessoais e tomar um banho. Assim que Júlio percebeu se dispôs a ajudá-la. Apoiou um dos braços de Lúcia em seu pescoço e a abraçou colocando um de seus braços em volta de sua cintura. Lize não recusou, estava um pouco exausta daquela situação e só queria sair daquele hospital.

‒ Obrigada! Lize falou sem olhar para Júlio.

‒ Não fiz mais que minha obrigação. Respondeu friamente, as palavras saíram seca de sua garganta. ‒ Você vai precisar de ajuda para tomar banho, vou chamar uma das enfermeiras.

‒ Tudo bem...

Júlio chamou a enfermeira que logo veio para ajudá-la a se banhar e a fazer suas higienes pessoais. Quando estava para sair do banheiro, se aproximou da enfermeira que a ajudará e pediu para que deixasse que a partir dali ele ajudaria Lize. Júlio a pegou apoiando-a de novo em seu braços e a levou para a cama de volta. Depois o café da manhã chegou, ambos tomaram seu café em silêncio.

Minutos depois de terminado o café, o doutor Felipe bateu na porta do quarto, avisando que iria entrar.

‒ Bom dia senhor Júlio, bom dia senhora Soares. Como a senhora está se sentindo? Como acordou hoje?

‒ Bom dia doutor! Estou me sentindo, exceto por um desconforto na perna. Lize respondeu olhando para o doutor.

‒ Além de sua perna, a senhora está sentindo mais alguma coisa? Esse desconforto é por conta do gesso, e acredito que sentirá algumas dores por conta da luxação, mas como falei ontem, aqui está a receita com as medicações para serem tomadas e com isso ajudará aliviar as dores que possam surgir.

‒ Não estou sentindo nada além da perna, estou muito bem! Já posso ir para casa doutor? Não aguento mais ficar nesse hospital.

‒ Eu vim justamente para entregar a receita e te dar alta. Já pode sim ir para casa...Ah...outra coisa importante, não mexa a perna sem que não haja necessidade, isso é muito importante para uma recuperação rápida. E lembrando que daqui a quinze iremos retirar o gesso. Tenham um dia! O doutor saiu em seguida da sala.

‒ Bem... agora vamos para casa! O motorista de Júlio e seus seguranças já estavam à espera deles. Lize se apoiou em Júlio e caminharam em direção a saída do hospital. Júlio a colocou no carro, a apoiou confortavelmente sentada no banco de trás. Depois deu a volta e entrou pela outra porta sentando ao lado dela, mas com uma pequena distância. Colocou seus óculos escuros, e olhava para frente em direção ao motorista. Lize já se sentia uma prisioneira, estava sentada com a cabeça encosta na janela do carro, e uma lágrima rolara pelo seu rosto. A única coisa que conseguia pensar era em como seria sua vida. Durante o trajeto Lize sabia que não estava em sua cidade e que o caminho de volta para sua casa estaria distante dali. E que provavelmente nunca mais o veria. O caminho da casa de Júlio era um pouco distante e o silêncio reinava durante a volta para casa.

O carro parou em frente a uma casa muito luxuosa, os portões se abriram e o carro adentrou a casa estacionando em uma das vagas que tinha na casa. A casa por dentro era enorme, com um jardim cheio de flores, uma piscina muito luxuosa, com uma varanda belíssima...era a casa dos sonhos de qualquer pessoa.

‒ Chegamos! Saiu um tom sério de Júlio descendo do carro, e continuou a falar: ‒ Vou levá-la até seu quarto. Nesse momento Júlio foi até a porta que estava Lize e abriu, não esperou ela se ajeitar para descer, dessa vez, ele a carregou em seus braços que se apoiou colocando um de seus braços em volta do pescoço dele.

Júlio pode se embriagar com o perfume da pele de Lize, que agora estava em seus braços, aquele cheiro o enlouquecia, fazia a desejar em sua cama a cada dia que ficava perto dela, mas ele tinha consciência que no momento isso era impossível com ela no estado em que se encontrava. Procurou se concentrar em outras coisa, para aqueles pensamentos pervertido saírem de sua mente naquele momento. Lize também podia sentir o cheiro dele, sentir o seu corpo, os braços definidos e fortes em volta de seu corpo. Fazendo ela imaginar como seria estar nos braços daquele homem. Quando percebeu que estava perdida em pensamentos absurdos como este. Se reprendeu em pensamentos, de maneira nenhuma ele iria tocar em um só fio de seu cabelo, muito menos ir para cama com ele.

Enquanto entravam na casa, Lize pôde observar como a casa era tão luxuosa por dentro como era por fora. Júlio sobe as escadas e logo em seguida, vira em um corredor a direita, abre a porta do quarto, coloca-a sentada em cima da cama encostada no apoio da cama.

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