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Capítulo 4 - Coincidência?

Na manhã seguinte na cidade Y, Júlio levantara logo cedo com a ideia de ir ficar na frente da casa de Lize, ficar à espreita, pronto para dar o bote, feito um felino a ponto de encurralar sua presa.

Júlio tomou um banho, fez sua higiene matinal, desceu para fazer sua refeição da manhã, a mesa já estava posta, Maria sua governanta muito dedicada cuidava muito bem dele, como se fosse sua mãe. Mas Júlio tomou só uma xícara de café rápida, não queria se atrasar. Assim que ele estava saindo, Maria o deteve questionando:

‒ Menino Júlio, não pode sair sem se alimentar, sente para comer direito. Maria tinha um carinho especial por Júlio, mesmo ele tendo se tornado uma pessoa tão difícil de lidar, no fundo ela sabia que ele não era o que aparentava. Que aquilo era apenas uma armadura que ele colocara para não percebem o que realmente se passara dentro daquele coração.

‒ Não posso demorar Maria tenho um compromisso agora bem cedo, e não posso perder nenhum detalhe desse dia de hoje. Respondeu Júlio com um ar de ansiedade na voz.

‒ Tá bom, mas assim que der, faça um lanche em algum lugar. Disse Maria observando Júlio. Enquanto ele saia, ela percebeu que tinha algo estranho, não o via tão ansioso assim algum tempo, percebeu pelo jeito de falar, a forma dele falar. O que será que ele estaria aprontando? Vinha esse questionamento a cabeça de Maria.

Enquanto isso na cidade Z, Lize acordara, com um pouco de dor cabeça por conta da noitada que teve no dia anterior. Mas mesmo assim ela não deixava de fazer sua corrida matinal, então levantou, tomou um banho, fez sua higiene pessoal, comeu uma fruta e tomou um analgésico. Em seguida saiu para correr.

Quando Lize estava saindo, vestida com sua roupa de malhação, colada no corpo, Júlio desejou aquela mulher de forma que seu instinto de homem despertou, e seu membro ficou duro de imediato, o desejo sexual que ela despertava nele era avassalador. Ele já estava de tocaia, estava pronto para segui-la discretamente. Assim que viu a mulher que o fizera perder a noção, que a desejara de uma forma inexplicável... seu jeito arrogante de ser, fez com Júlio ficasse obcecado por ela. Ele não compreendia o que estava acontecendo com ele, só sabia que precisava dela ao lado dele para se curar daquela obsessão.

Júlio ordenou para seu motorista a seguisse discretamente, sem que ela percebesse, mantivesse uma certa distância, mas não a perdesse de vista.

Em determinado momento, Lize estava correndo e pisou de maneira errada em cima de uma pedra mediana e torceu seu pé. Lize não aguentava de dor, não podia apoiar o pé no chão, tentou se aproximar de um banco que estava no parquinho por onde ela estava passando, tentou andar, mesmo que mancando até o banco, mas não teve êxito. Nesse espaço de tempo, Júlio que observara de longe o que tinha acontecido, desceu do carro correndo em direção a Lize para ajudá-la. A tomou em seu braços, colocando seu braço direito, em sua cintura, e apoiando o braço esquerdo dela em seu pescoço. Por um momento Lize se assustou, foi pega de surpresa, mas em seguida percebeu que o homem que a pegou pela cintura estaria ajudando-a.

Quando Lize ergueu sua cabeça, reconheceu que era o homem da noite anterior, e em um solavanco tirou o braço do pescoço dele e tirou o braço dele da cintura dela. Júlio pego de surpresa pela atitude da moça, ele disse:

‒ Será possível, só estou te ajudando, você não está bem!

‒ Mas você é muito cara de pau mesmo, já basta ontem na boate, sendo totalmente mal educado, grosso, ogro, agora vem com essa, dando um de homem educado e gentil. Lize estava indignada ainda pela noite anterior.

‒ Que coincidência, sabia que já tinha te visto de algum lugar, só não lembrava de onde, veja se não é a arrogante da boate. A voz de Júlio saiu em um tom irônico, e um risinho de canto de boca.

‒ Não acredito em coincidências, só pode estar me seguin...... nesse momento Lize gemeu de dor por conta da torção. ‒ Ai, está doendo muito!

Júlio a pegou nos braços, mesmo Lize se negando e pedindo para ele pôr ela no chão, e a levou para sentar no banco que estava próximo deles. Ele se agachou em sua frente a Lize para olhar o pé dela.

‒ Não precisa olhar meu pé, deixe que vou dar um jeito. Disse a moça com raiva.

‒ Ah é...então me diga como irá fazer isso, dá seu jeito. Deixe de ser teimosa, vou te levar para um hospital, seu pé está muito inchado, deve estar com luxação. Respondeu Júlio, já perdendo a paciência, era algo que fazia parte de suas virtudes a paciência.

‒ Ai, ai, ai......Lize gemeu por conta da dor que estava insuportável.

‒ Vamos agora para o hospital, já cansei desse seu jeito! E não adianta dizer que vai gritar, ou qualquer coisa do tipo porque vai ser pior para você.

Nesse exato momento, Lize ficou um pouco confusa, um frio atingiu sua espinha, um medo emanou em seu interior, mas ela não tinha escolha naquele momento, estava sem seu celular porque tinha esquecido em casa, e não conhecia ninguém próximo dali.

Júlio a carregou em seu braços, para o carro, enquanto estava com ela em seus braços, pode sentir o cheiro que a pele dela exalava, o perfume dos seu cabelos, tê-la tão próxima a ele fez com que pensamentos pervertidos viessem a sua cabeça, o deixando excitado, mas tinha de se controlar, ela não podia perceber sua real intenção para com ela, pelo menos naquele momento.

Lize não imaginava que sua vida toda viraria um inferno a partir daquele momento, pois, dali em diante Júlio não a deixaria mais ser livre.

Chegando ao hospital da cidade Y, Júlio a levara para ser atendida, os médicos já conheciam o Júlio, então sabiam que o atendimento deveria ser de excelência para aquela moça que ele carregara nos braços.

Lize foi colocada em uma maca e levada para dentro para ser atendida, em uma ala do hospital muito especifica, ou seja, na ala de pessoas ricas e poderosas, ela estranhou o porquê o homem a levara para um hospital fora de sua cidade, e ainda mais para uma ala VIP, mas não quis questioná-lo naquele momento.

Já no quarto, com o pé engessado e com sedativos em sua veia, na parte de cima da mão. Júlio entrou no quarto sem bater na porta, Lize estava acordada e viu ele entrando no quarto.

‒ Não bate para entrar? É típico seu tipo mesmo. Falou Lize revirando os olhos.

Júlio a fuzilou com o olhar e respondeu:

‒ Não preciso bater para entrar no quarto da mulher que será minha esposa.

Assim que Lize ouviu essas palavras saindo da boca daquele homem, empalideceu, e resmungou em um repente.

‒ Esposa? Você só pode estar louco! Que devaneio é esse? Eu nem te conheço, Não sei mal seu nome...

‒ Se esse for o problema... me chamo Júlio Soares. Problemas resolvido. Aliás senhorita.... Nesse momento o celular de Júlio toca, e, é seu segurança Josias, com todas as informações sobre Lize que foram solicitadas pelo seu chefe. Já voltamos a conversar, ele falou se direcionando a Lize.

‒ Senhor Júlio? Pode falar? Perguntou Josias do outro lado da linha.

‒ Pode! Estou ouvindo...

‒ O nome da moça é Elize, mas os amigos e pessoas mais íntimas a chama de Lize. Quando Josias falou essas pequenas informações, antes de continuar, deu uma parada e falou para seu chefe: ‒ Senhor, ela é uma boa pessoa, uma pessoa digna, não merece qualquer coisa que o senhor esteja pensando em fazer com ela.

‒ Como ousa falar comigo dessa forma? Ficou louco? Eu sei o que faço e como faço. Assim que eu chegar em casa você me passar o relatório completo. Júlio desligou o telefone, e o tom da sua voz era de raiva e fúria, fez com que Lize ficasse assustada, seja quem fosse que estivesse não outro lado da linha.

‒ Onde paramos...senhorita Lize? A expressão no rosto de Júlio era de ironia.

‒ Como sabe meu nome?! Me conhece? Questionou Lize com o rosto de espanto e surpresa. Como aquele cara que ela nunca vira na vida sabia seu nome? Provavelmente ele a ter encontrado um pouco mais cedo não tenha sido tanta coincidência assim, como ele alegara. Lize estava confusa, não sabia o que dizer, o que pensar, apenas aquele frio na espinha que sentira mais cedo voltou a sentir, como se fosse um aviso de que algo não estava certo.

‒ Lize, Lize, minha cara. Júlio se aproximara dela enquanto falava, e passava as costas de sua mão sobre o rosto da moça, em gesto de caloroso. ‒ Sei muitas coisas sobre você, do que imaginas. Tocou com o polegar do seu dedo sobre os lábios da garota, desejando ardentemente tocá-los com um beijo ardente.

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