Capítulo 4
- Um presente do seu namorado... presumo que sim? - ele perguntou calmamente.
Mas... Será que ele estava tirando sarro dela? Aquele olhar de desapontamento não podia ser real. No entanto, o calor do corpo dele contra o dela e a força de seus braços ao redor de sua cintura eram muito reais, e Ribeca balançou a cabeça atordoada.
O senso comum lhe dizia que um homem como Frank de Roux não poderia estar realmente interessado nela. Mas ela se lembrava da maneira como eles se olharam quando ela o encontrou e da sensação imediata e avassaladora de tê-lo conhecido por uma eternidade. Seria possível que ele também tivesse ficado surpreso?
"Eu não tenho namorado", sussurrou Ribeca, incapaz de tirar os olhos da curva sensual da boca dele.
- É difícil de acreditar, chérie. -
A voz aveludada era uma carícia e Frank aproximou ainda mais a cabeça, para tocar a bochecha dela com o maxilar.
- Mas talvez o homem que deu isso a você queira se tornar um o mais rápido possível? -
- Mas o que...? Não!", Ribeca negou secamente, jogando a cabeça para trás.
Jeremias era um amigo querido que ainda estava de luto pela perda da esposa, e a ideia de que ele tivesse lhe dado tal presente por outros motivos que não a amizade era um pensamento realmente horrível. De qualquer forma, ela não entendia por que Frank estava tão interessado naquele maldito colar.
Quando ela tentou se afastar, Frank a apertou ainda mais contra si, tão forte que ela sentiu a dureza das coxas dele contra as dela.
- Não estou ocupado com ninguém no momento, isso satisfaz a sua curiosidade? -
Ele a provocou, mas antes que ela pudesse pedir que ele a soltasse, Frank a envolveu com seus braços.
"Com certeza", ele rosnou, em um tom baixo e intenso que fez os pelos da nuca dela se arrepiarem. - E estou aliviado por você não estar noiva de outra pessoa, Ribeca, porque isso significa que você está livre para se envolver comigo. -
- Por que... o quê? - perguntou ela, atônita. - O que você está dizendo? Você está louco... Você e eu nem nos conhecemos. Acabamos de nos encontrar há cinco minutos. -
- Mas a atração entre nós foi imediata... Não foi, chérie? - Frank respondeu com frieza, enquanto o brilho em seus olhos a desafiava a negar. - Isso é compreensão sexual no mais alto nível? -
Como que para provar isso, a mão dele deslizou sobre o bumbum de Ribeca, descansou ali por alguns segundos e depois exerceu uma leve pressão, de modo que ela foi forçada a ter um contato ainda mais íntimo com aquele corpo obviamente excitado.
Essa ação deveria tê-la irritado, mas, envergonhada, Ribeca só conseguia pensar que as roupas eram uma maldita barreira que precisava ser derrubada o mais rápido possível, porque ela queria sentir a pele quente de Frank sobre a sua.
- A luxúria é um sentimento tão honesto, você não acha? - ele murmurou em sua voz profunda e sexy, a única que tinha o poder de fazer a pele dela arrepiar e o fogo correr em suas veias. - A química sexual entre um homem e uma mulher? Eu amo você e você me ama... O que poderia ser mais simples e mais honesto? -
Teria sido muito fácil ceder aos encantos voluptuosos de Frank de Roux, reconheceu Ribeca. Para ser sincera, uma parte dela estava morrendo de vontade de sucumbir ao magnetismo dele e segui-lo cegamente para onde quer que ele a levasse; ou seja, a julgar pelo fogo sensual no olhar dele, direto para a cama, ela supunha.
Mas um forte instinto de autopreservação a advertiu de que isso acabaria em algo maior do que ela esperava. Ele não era um homem como todos os outros, isso você pode ver facilmente....
E Ribeca nunca havia conhecido pessoalmente um homem como Frank. Tão confiante, tão arrogante, tão direto, tão descarado.... Um homem que a excitava, a intrigava e a assustava ao mesmo tempo.
Ela não havia saído com ninguém nos dois anos que se seguiram ao divórcio e, embora não pudesse negar sua atração sexual por ele, a experiência a ensinara a ser cautelosa... com qualquer homem.
Felizmente, a música acabou e Ribeca se viu livre daqueles braços onde queria ficar para sempre. Ela balançou a cabeça levemente, como se quisesse afastar o pensamento certo e confuso...
No fundo da sala, viu Jeremias indo em direção ao bufê e deu um sorriso frio para Frank.
"Acho que vou dar uma olhada no bufê, Sr. de Roux", disse Ribeca com decisão. - Os sanduíches do posto de gasolina não eram comestíveis e estou morrendo de fome. Tenho certeza de que você não terá problemas para encontrar outra parceira de dança que ficará encantada com o seu charme...", acrescentou ele secamente. - A julgar pelos olhares das mulheres nesta sala, acho que, quando eu for embora, haverá uma verdadeira batalha para ganhar a próxima dança com ela e, talvez, até mesmo o lugar livre em sua cama? Não estou interessado, senhor... ?
Frank seguiu o olhar de Ribeca até Jeremiah, antes de olhar de volta para ela e, por uma fração de segundo, Ribeca pensou ter percebido um olhar de desprezo frio no fundo daqueles olhos verdes.
Mas então, como se outro homem tivesse descido dentro dele, Frank sorriu para ela, e Ribeca achou que tinha apenas imaginado. Ele a soltou, mas permaneceu ao seu lado, seguindo-a em direção ao bufê.
"Perdoe minha impaciência, Ribeca", ele se desculpou roucamente quando ela franziu a testa para ele. - Receio ter ofendido você de alguma forma. A única desculpa é que sua beleza me tira o fôlego. -
Ele lhe entregou um prato e olhou para a magnífica variedade de canapés e aperitivos.
- Você me deixará acompanhá-lo? - perguntou ela com requintada cortesia.
Então, sem esperar pela resposta dela, ele continuou em um tom gentil.
- De repente, percebi, chérie, que também estou morrendo de fome.... -
Os olhos dela brilharam maliciosamente e os lábios de Ribeca se contorceram. Ele era um sedutor incorrigível, capaz de encantar até mesmo uma cobra e seria muito fácil dizer sim a... qualquer que fosse o seu pedido.
No entanto, o bom senso lhe dizia que a bajulação dele era apenas parte do jogo que ele estava jogando. Tudo bem, ele a olhava como se ela fosse a própria Vênus, e ela sabia que era uma mulher atraente, mas aquela sala estava cheia de mulheres ainda mais atraentes do que ela, com muito mais experiência em... tudo, mais elegantes e mais sensuais. mulheres.... Ele poderia ter tido qualquer uma dessas mulheres e escolheu.... ela? Não, ele não poderia ter se interessado por ela... Era tudo uma farsa...
Ele colocou alguns petiscos em seu prato e depois se virou para Frank e olhou para ele. O coração dela começou a bater mais rápido no momento em que encontrou aqueles olhos verdes que já a estavam encarando com intensidade. A eletricidade entre eles era extraordinariamente alta, e Ribeca rapidamente desviou o olhar para olhar distraidamente para a comida na mesa, descobrindo que não tinha mais apetite.
Frank de Roux era um playboy extraordinário, alguém que seduzia as mulheres por prazer, lembrou a si mesma, lembrando-se do que sabia sobre ele nos jornais. Ela geralmente lia a seção "Economia", não a seção "Fofocas", mas o CEO da "FashionUniques" estava quase sempre presente em ambas as seções.
Eu tinha lido que a empresa de Frank havia sido criada oitenta anos antes por seu avô, Léon Julian de Roux. Sob sua liderança, a "FashionUniques" havia se tornado um ícone da moda em todo o mundo.
A marca de Roux possuía um espaço muito grande na loja de departamentos Cavendish-Mitford, em Knightsbridge, o que explicava a longa amizade entre Frank e Jeremiah.
Frank vivia em um mundo diferente do seu. Ele era milionário, admirado por seus colegas por sua crueldade em reuniões de negócios com a diretoria e adorado por suas muitas amantes por suas proezas na cama... ou assim diziam os tabloides....
Ele era um homem acostumado a conseguir o que queria, nos negócios e com as mulheres, mas se achasse que poderia estalar os dedos e torná-la sua, ficaria desapontado, prometeu Ribeca com determinação.
Depois de escolher o que comer, Ribeca começou a caminhar em direção a Jeremiah, que estava sentado em uma das mesas dispostas ao redor do salão de baile. Mas Frank estava ao seu lado e a conduziu com decisão até uma mesa vazia e isolada, onde colocou o prato e puxou uma cadeira para que ela se sentasse.
Um garçom apareceu do nada com uma garrafa de champanhe com gelo. Frank encheu duas taças, entregou-lhe uma e depois levantou a sua com um sorriso deslumbrante.
Por alguma razão, olhando para ele, Ribeca pensou em um lobo se preparando para devorar a presa, e uma leve sensação de desconforto percorreu sua espinha.
- A que estamos brindando, Ribeca, nós que embarcamos em uma jornada para ver até onde essa consciência sexual mútua pode nos levar? -
- Não é coincidência... - respondeu ela prontamente. - Melhor brindar aos recém-casados e desejar a eles um casamento longo e feliz. -
Por um momento, sua voz tremeu ao pensar no casamento fracassado deles. Hester e Liam estavam muito apaixonados, mas será que isso duraria?
Seu breve casamento tinha sido uma lição de vida que a deixou de coração partido e com o orgulho abalado. Ela tinha vinte e um anos quando viu Callum pela primeira vez. Naquela idade, ela era uma garota tímida, sensível e altamente impressionável, que pouco ou nada sabia sobre o universo masculino.
Mas Callum havia conseguido entrar em sua vida e ela se apaixonou perdidamente pelo belo e ambicioso banqueiro. Ela ficou muito feliz quando, seis meses depois, ele se ajoelhou e a pediu em casamento. No entanto, o conto de fadas terminou apenas um ano depois, quando Callum a substituiu por... Jacqueline, uma charmosa lojista que trabalhava na cidade.
No dia do casamento, Ribeca imaginou que o amor deles duraria para sempre... que Callum a amasse tanto quanto ela o amava. Ela achava que suas esperanças e sonhos eram os mesmos do homem que a pediu em casamento. Que eles envelheceriam juntos, cercados de filhos e netos?
Mas logo depois, esse sonho foi enterrado junto com seu coração, quando Callum deixou o lar conjugal sem dar muitas explicações sobre o motivo. Alguns dias depois, na véspera de Natal, Ribeca descobriu que Callum a estava traindo o tempo todo...