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5.As cartas não mentem

— Sim. Eu sei. Vi Supernatural. — Disse Jayla naturalmente.

— Minha irmã gosta de coisas sobrenaturais como bruxas e demônios. — Disse Bryan, ao perceber que Eulália parecia pouco à vontade de repente.

Jayla revirou os olhos.

— O que ele quer dizer é que eu sou uma wiccana! — Falou Jayla.

— Uma wiccana?! — Repetiu Eulália, curiosa.

— Sim. — Disse Jayla. — Também estudo demonologia, mas não invoco demônios. Estudo por curiosidade, apenas. Nós, wiccanos nunca atraímos forças que não podem ser controladas posteriormente e tampouco fazemos mal aos outros, pois acreditamos no poder da Lei Tríplice. Segundo essa lei, tudo de bom ou ruim que uma pessoa fizer, se voltará a si mesma, três vezes mais forte.

— Conheço um pouco sobre Wicca. No entanto, nunca a explorei a fundo. — Disse Eulália.

— Pois, deveria. — Disse Jayla. — Não faz ideia de quantas coisas boas poderia atrair para a sua vida.

— Como o quê, por exemplo? — Perguntou Eulália.

Jayla sorriu e cheia de mistério, respondeu:

— Isso que você deseja desesperadamente.

Eulália sentiu um arrepio. Aquela garota era estranha. Quando a encarava, era como se ela pudesse ver sua alma.

— Sua mãe é religiosa? — Perguntou Jayla a Eulália.

— Não. Perdemos a fé há muito tempo.

— Então, sua mãe não vai se importar. — Disse Jayla tirando um tarot de sua bolsa.

— Não sei se é uma boa hora para isso, Jayla. — Disse Bryan com medo de que a mãe de Eulália os surpreendesse a qualquer momento.

—Vamos para o meu quarto? — Disse Eulália levantando-se.

Eulália trancou a porta de seu quarto para que sua mãe não entrasse e a flagrasse no meio de uma sessão com uma cartomante. Jayla embaralhou as cartas e as colocou em forma de cruz.

— Escolha uma carta?

Eulália fez o que ela disse. Jayla pegou a carta e a observou.

— Você é uma pessoa muito infeliz. Vejo muitas lágrimas e dor em sua alma. Perdeu alguém muito importante. Quem?

Eulália abaixou a cabeça, aborrecida. Suspirou e fez um esforço para não chorar. Aquela era uma ferida que nunca cicatrizaria.

— Meu pai e… Minha irmã. Morreram em um acidente de carro.

— Sinto muito. — Falou Jayla sinceramente.

Bryan pousou sua mão na de Eulália, apertando-a.

— Por favor, escolha outra carta? — Pediu Jayla.

Eulália escolheu outra carta.

— Você vai perder outra pessoa muito importante em sua vida.

— Minha mãe?!

— Não. É outra pessoa.

— Quem?

— Alguém que é ou será muito importante em sua vida. Um homem que te apoiará incondicionalmente e que fará tudo por você. Esse homem te ama ou te amará muito. — Continuou Jayla.

— Quem pode ser esse homem? — Perguntou-se Eulália.

— Hum, talvez o Bryan? — Tentou adivinhar, Jayla.

Eulália soltou a mão dele. Um pouco nervosa com a insinuação.

— Não. Que isso? Não diga bobagens, Jayla. — Disse Bryan, nervoso.

Eulália tirou outra carta.

— Dois rapazes disputarão pelo seu coração. Um deles é um rapaz sério, justo e bondoso. Mas que se deixa influenciar muito facilmente. O outro é rebelde, ardente e encrenqueiro. Vai te trazer muitas dores de cabeça. Você é ou será muito ligada a esses dois rapazes. — Disse Jayla.

Eulália riu.

— Desculpe, mas deve ter havido algum engano. Eu nunca conseguiria atrair a atenção de dois caras ao mesmo tempo. — Disse Eulália.

— Eu não costumo me enganar. — Falou Jayla, segura de suas palavras.

Eulália tirou mais uma carta.

— Tem uma inimiga muito poderosa em seu caminho, que vai fazer de tudo para prejudicá-la e ela não vai descansar enquanto não destruir você. — Advertiu Jayla.

— Aimee.— Disse Eulália encarando Bryan.

— Aimee é o demônio em pessoa! — Falou Bryan.

— E cada vez fica melhor isso! — Disse Eulália com sarcasmo e puxou outra carta.

— Você poderá contar com o apoio de amigos leais para enfrentar as adversidades que surgirem pelo caminho. — Falou Jayla.

— Última carta. — Disse Eulália.

— Você passará por grandes mudanças na sua vida e se transformará em uma pessoa completamente diferente de quem é agora. — Falou Jayla.

A mãe de Eulália bateu à porta e assustou os três adolescentes, que gritaram.

— O jantar está servido! — Disse Carolina.

Os três riram, aliviados ao perceberem que era só Carolina.

— Tá. Mãe, já vamos descer! — Disse Eulália.

Na manhã seguinte no colégio, Eulália estava indo para a sua sala quando viu Jaden conversando com Peter e com os gêmeos que ela não conhecia. Quer dizer, ela sabia que eles eram da mesma turma dela, mas nunca reparou neles. Nervosa, ela apressou seus passos, pois queria ir para a sala antes que Jaden a visse.

— Ei, Eulália? — Cantarolou Jimmy Duff.

Tarde demais!

— Vem cá, gatinha! Não foge não! — Disse Jimmy, rindo.

— Pare com isso! Parece criança! — Falou Jaden, sério.

— Puxa! O que você fez a ela, Jaden? Ela parece assustada. — Falou Jordan Hartman.

— Droga. Jordan, eu não fiz nada! Vê se não enche o meu saco! — Disse Jaden, mau humorado, como sempre.

— Não, cara. Eu te conheço! — Disse Jordan.

— Por que não cuida da sua vida, velho?! Da minha, cuido eu! — Falou Jaden.

— Olha ele, ficou todo nervosinho! Por que será? — Disse Peter, rindo.

— Até você, desgraça?! — Falou Jaden, rindo, e empurrou Peter.

— Ih, cara. Olhe lá! A Aimee está mexendo com a sua garota! — Falou Jimmy a Jaden.

— Ela não é minha garota! — Disse Jaden virando o rosto e viu Eulália recolhendo seus livros. Na certa, Aimee a havia empurrado.

— Não vai defender ela, cara? — Disse Jimmy.

— Isso não é problema meu. — Falou Jaden.

† † †

— Olhe, Aimee, eu não quero mais problemas com o seu irmão ou com a diretora. Então me deixe em paz. Não entendo porque implica tanto comigo se não fiz nada a você. — Disse Eulália ao recolher seus livros

— Se não quer problemas, elfinha, mude-se de colégio o quanto antes. — Falou Aimee.

— Eu gosto deste colégio!

— Pena!

— Você não respondeu à minha pergunta…

— Que pergunta?

— Por que me odeia tanto? Se for por causa do Samael, eu não dou a mínima pra ele.

—Você… Não dá a mínima para o Samael? Ah, conte outra. Por favor? — Falou Aimee rindo.

— Só para você saber, eu tenho namorado.

— O Bryan, eu presumo.

— Ele mesmo!

— Eu sabia! — Falou Aimee rindo com deboche. — Vocês dois se merecem! São dois idiotas!

—Ao menos, eu tenho um namorado!

— Está dizendo que eu não tenho um namorado? Garota, você não sabe nada de mim.

— Mas então, por que é que você não me deixa em paz?

— Não fui com sua cara!

— Só isso? Você nem me conhece!

— E nem faço questão.

— Não pode implicar com uma pessoa que nem conhece direito. Ainda mais sem um motivo. Isso é ilógico!

† † †

— Se você não fizer nada, eu vou fazer! — Falou Jordan a Jaden.

— Vai na fé, irmão. — Disse Jaden, indiferente.

— Eu sei que, que isso é apenas pose e que, no fundo, você se importa. — Falou Jordan.

— Se você acha… — Disse Jaden dando de ombros.

† † †

—Você é tão imatura. — Disse Eulália a Aimee.

— Cala boca! — Falou Aimee, irritada.

— A verdade dói, não dói?!

— Você é patética!

— Eu cansei dessa discussão boba! Não tenho mais cinco anos para discutir como criança. — Falou Eulália prestes a ir embora e dar a discussão por encerrada.

Aimee a pegou pelo braço e disse-lhe:

— Para o seu próprio bem, sugiro que se mude de colégio.

— Ou o quê? — Perguntou Eulália empurrando Aimee.

— Vai se arrepender se não fizer isso. — Disse Aimee sombria.

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