Cap. 6
Já fora, Alexia saiu de cabeça baixa, alguma coisa estava errada naquele colégio, e ela não sabia o que era. Andou pelos corredores com medo de voltar a ver Victor com outra mulher, não queria ver aquilo novamente. Com toda certeza que partiria o coração, de novo. Na mesma hora, pensou em Victor, claro, ela precisava ir vê-lo, há dias que não ia vê-lo treinar, fazia dias que ela não passava um tempo com ele, vai ver, era por isso que ele estava a traindo, Alexia suspirou culpada.
— A culpada dele está me traindo, sou eu mesma.
Ela suspirou novamente, e sem pensar duas vezes ela foi em direção ao ginásio. Ela se sentia culpada por não ser a namorada perfeita, estava preocupada demais com as aulas extras de Henry que nem se preocupava mais com o namorado, dos seus sonhos.
Ela entrou no ginásio, e logo ouviu o grito de Victor, mandando todos para seus lugares, ela andou pela arquibancada procurando um lugar para sentar-se. Avistou outras meninas gritando pelos seus namorados, quando finalmente encontrou um lugar, ela sentou-se com elegância que só Alexia Stewart tinha.
Prestou atenção nos movimentos do namorado, sempre bem posicionados, e úteis, não era à toa que Victor era o melhor jogador, o acompanhando com os olhos, ela chegou a um ponto loiro, nas primeiras fileiras, essa passava um batom vermelho enquanto se olhava no espelho de mão.
Alexia sentiu seu sangue ferver, aquela mesma garota estava beijando Victor no corredor, e com certeza, estaria ali por causa dele.
Alexia deu um sorriso de canto, ninguém tomaria Victor de seus braços, e ela mostraria a todas ali presentes de que realmente Victor era namorado. Logo buscou em sua bolsa o batom preferido em tom rosa, passou nos lábios deixando-os impecáveis, ajeitou sua roupa e levantou-se.
Andou calmamente chamando atenção de todos em seus assentos, afinal, era Alexia Stewart que estava ali, chegou à primeira fileira com um sorriso no rosto, e caminhou até a loira que ao vê-la parou de passar seu batom puta, — Assim como Alexia afirmou — e ajeitou-se rapidamente.
A rosada sentou ao seu lado com um sorriso encantador, jogou os cabelos batendo no rosto da menina e voltou a encarar os jogadores.
— Eles são ótimos não são? — A menina perguntou, sentando-se igual à rosada, Alexia a olhou ainda mais sorridente.
— Sim, são maravilhosos. — A rosada ajeitou os cabelos. — Pena que todos já tenham namoradas, acredito que está aqui por causa do seu. — Alexia riu.
— Não, não tenho. — Falou rapidamente e arriscou uma olhada para o corpo de Victor suado e correndo pelo campo. Lembrou-se vagamente da noite quente.
— A você não tem? — Alexia virou-se para ela incrédula, a menina fez o mesmo. — Por isso está atrás de um, não? — A garota cruzou os braços olhando-a de cima. — Acredito que aqui você não consegue.
— Você que pensa. — A garota disse furiosa. Lembrando-se das palavras de Victor “Você é mais importante que a rosada, termino com ela essa manhã, e então, nós ficamos juntos”.
— Você é que está muito engana, se pensar que aqui um irá te dá bola. — A menina sorriu mordendo a língua para não se gaba por já ter ido para cama com Victor. — Mas até que você é bonitinha, talvez você agarre um ou dois, por uma noite. — Alexia levantou-se e ajeitou os cabelos olhando a garota. — Mas sempre eles vão preferir à namorada, é claro. São essas que eles dão realmente importância. — Disse sorrindo vitoriosa a menina ficou séria, sentindo o peso de cada palavra dita.
— Alexia! — Ela ouviu a voz que a fazia sentir-se feliz, deu uma piscadela para a menina a sua frente e virou-se encontrado Victor sem camisa, encostado na grade. — Quanto tempo você não vem me ver amor! — Ela aproximou- se dando um selinho no ruivo.
— Não se preocupe. Não vou mais deixar você sozinha, amor. Á partir de agora, virei te ver todos os dias. — Sussurrou o bastante para a garota ouvir.
— A, bom saber. — Ele desviou o olhar rapidamente para a menina atrás de Alexia que o olhava com ódio. — A, estava mesmo te procurando.
— É? E por quê? — Alexia sorriu.
— Quer sair comigo hoje? — Perguntou sedutoramente, Alexia se derreteu enchendo o namorado de beijos.
— Claro, claro que sim meu amor... — Murmurou feliz. — Sinto-me feliz, obrigada.
— Você disse mais cedo que fazia alguns dias em que a gente não saia, então, vamos hoje.
— Claro que sim, eu vou indo então. Preciso me arrumar.
— Te pego às sete, não se atrase.
— Tudo bem.
Disse animada, beijou Victor e saiu correndo. Victor e a loira sentada cheia de raiva esperou ela sair do ginásio para se olharem novamente. Dando um sorriso safado ele virou as costas para ir embora.
— Ei espera, Victor. — A loira gritou. O ruivo parou e virou-se para ela. — Porque a chamou para sair? Pensei que você tinha dito que ia terminar com aquela coisa rosa. — Ele sorriu debochando da garota que sentiu seu peito doer. — O que é tão engraçado?
— Você achar que eu terminaria com ela por você. — Ele gargalhou, a garota respirou rispidamente antes de pensar nas palavras dele. Eram todas mentirosas. Maldito Victor.
— Você disse que me amava. — Ela abriu os olhos sentindo as lágrimas cair. — Você falou ontem. — Replicou limpando o rosto.
— Também disse que você transava bem, né? — Ele virou as costas. — Era mentira, também. — Completou correndo para seu posto.
A loira deu um passo para trás e olhou em volta, viu Ino lhe olhar com pena, voltou para o banco pegando sua bolsa e subiu as escadas correndo e magoada, quando pensou que seria amada, popular e respeitada, tudo deu errado. Victor a tratou como mais uma, somente para satisfazer seus desejos. Maldito homem encantador. Deveria saber a verdade quando notou tão em cima de si. Não notou o quão falso ele era mesmo ouvindo das suas amigas.
*
Depois de Henry finalmente criar coragem para sair da biblioteca, ele foi embora, caminhou pelos corredores quase vazios daquele lugar, foi até seu armário, e antes mesmo de terminar de guarda os livros que não precisaria mais aquele dia, sua “Amiga” chegou.
— E então! Como foi? — Quênia perguntou empolgada, apesar de doer mais nela, ela tinha que saber. Ela fechou a porta do armário quando chegou e ficou a sua frente. — Você faz o que eu falei?
— A claro. — Ele corou olhando-a nos olhos, e logo desviou o olhar começando a andar. – Você tinha razão quando disse que ela veria Victor com aquela menina no corredor, Alexia realmente chegou arrasada, então eu a abracei — Quênia parou de andar, e consequentemente, Henry fez o mesmo. — O que foi?
— Você não precisava ser tão rápido. — Avisou. — Ela irá achar que está dando em cima dela. — Disse meio sem jeito.
— É isso que eu estou tentando fazer, não é? — Ele segurou o braço da menina, trançando-os e, voltaram a andar. — Mas naquele momento eu não queria exatamente dá em cima dela, ela só precisava de um abraço, e eu resolvi dá. Claro que ela ficou com raiva, e falou que se eu fizesse aquilo de novo, ela iria embora. – Ele sorriu.
Quênia concordou meio sem graça, ouvir o garoto que você gostava falar de outra menina era doloroso demais para ela, porém ela escutava cada palavra se fosse preciso.
— Bom, eu tenho que ir para casa, até amanhã — Ele soltou do braço dela, e quando pensou em se afastar ela segurou sua mão. — Que?
— Me dá uma carona? — Perguntou meio corada. — Minha irmã está ocupada hoje de novo, e não queria passar à tarde inteira aqui. — Ela sorriu meiga, Henry sorriu junto, corado.
— C-Claro, porque não? – Ele começou a andar, sem notar que a menina segurava sua mão. Ela corou ao perceber Henry segurar a sua, achava ela que ele fazia de propósito, mal sabia a mesma que ele ainda não havia percebido.
Henry a levou até seu carro abriu a porta do carona para ela, e depois fechou, rodeou seu carro entrou e deu partida.
Ao longe, Alexia estava paralisada em frente ao seu carro, prestou atenção em cada detalhe daquele “casal”, notou que Henry segurava a mão dela com força. E também que abrirá a porta do carro para ela.
Mordeu os lábios com força, não queria se sentir incomodada com aquilo, afinal, eles não tinham nada a ver, mas algo naquele menino, algo naquele casal, a deixava inteiramente raivosa, sem saber por quê.