Cap. 7
Em meio a tantas traições, para um lado, e um amor renegado para o outro, estava um casal inseparável. Christian e Waleska eram namorados desde a 5° série, e ambos tinham orgulho daquilo, sempre se comparavam aos namoros dos amigos que não completaram nem um ano de namoro e eles já iam para o sétimo.
Como todas as namoradas quase presentes, Waleska esperava Christian no ginásio, amava vê-lo correr suado, e abraçá-la, odiava o odor que ficava em sua roupa de marca, mas amava sentir seus braços fortes rodearem-na e beijá-la loucamente na frente daquelas meninas.
E como todos os dias, lá vinha ele, veloz, e feliz por vê-la levantar e abrir seus braços, os corpos se colidiram e lá estavam eles, se abraçando, e beijando-se loucamente, mostrando todo seu amor em um único beijo.
— Então como eu fui? — Perguntou o ruivo assim que o beijo acabou.
— Perfeito como sempre meu amor, você é o melhor. — Ela respondeu abraçando-o de novo — Agora chega, toma um banho que eu quero que você me ajude a encontrar uma roupa para mim.
— Sério Waleska, de novo? — Ele resmungou. Levá-la para fazer as compras ela o Ô.
— Sim, afinal, nós vamos sair com seus amigos hoje, quer mesmo que eu escolha minha roupa sozinha? — Ele a olhou de canto. — Depois não reclame.
— Tudo bem, me de quinze minutos.
— Só? Só isso para você está limpo depois de se jogar nessa lama mil vezes.
— Meia hora?
— Isso é muito.
— Eu amo você. — Disse isso, para não dizer outra coisa.
Quarenta minutos depois, eles estavam pelo shopping, Christian achava entrando ser o único namorado a ajudar sua namorada no shopping, mas gostava daquilo, talvez fosse por isso que havia cultivado aquele namoro, e dando tudo de si para dar valor a namorada maravilhosa que tinha.
Mais à frente, Alexia procurava a roupa perfeita para o encontro de á noite, queria está perfeita para Victor, queria está linda para que ele repasse só nela e em mais nenhuma outra. Ainda procurando sua roupa preferida, ela avistou Christian e Waleska, ambos sorrindo, abraçando-se, beijando-se, felizes. Alexia desanimou total, queria saber por que Victor não era daquela forma com ela, queria saber por que ele não a tratava daquele jeito, mas ela logo se recompôs, a noite teria um encontro com Victor, então não havia motivos para chorar.
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À noite, Alexia se arrumava intensamente feliz, estava animada por saber que iria se divertir com seu namorado, como no início do namoro dos dois. Victor no começo, era um homem muito romântico, a levava para todos os lugares, mas de uns tempos para cá, havia mudado bastante.
— Hoje, eu só quero aproveitar. — Disse a si mesma toda feliz
Alexia tinha comprado um vestido de cor vermelha, ia até os joelhos, com decote comportado, arrumou os cabelos em um rabo de cavalo mal feito, mas ainda assim, estava perfeito, fazia uma maquiagem leve quando ouviu uma buzina, que ela reconheceria em qualquer lugar.
Correu para a janela, e viu Victor já fora do carro, ela sorriu. Desceu as escadas de sua casa sorridente, animada e orgulhosa pelo namorado que tinha, mal tinha chegando ao andar de baixo quando ouviu a campainha.
— Oi amor — Alexia o cumprimentou quando abriu a porta, ele a olhou de cima a baixo e deu um sorriso malicioso.
— Não achar que está demais? — Perguntou puxando-a para um beijo. — Não importa, vamos que estamos atrasados.
Victor soltou-a e quando a mesma se virou para fechar a porta ela ouviu um grito quase irritante.
— Vamos logo ruivo, pega logo sua donzela não temos a noite toda. — Alexia virou-se com tudo para visualizar quem gritava daquela forma, logo percebeu que o carro de Victor estava com mais dois amigos dele.
Alexia estranhou e andou um pouco mais rápido para alcançar o ruivo, e o parou ali mesmo.
— O que há? — Ele perguntou.
— O que eles fazem aqui? — Perguntou sorrindo para o mesmo.
— Eles vão com a gente.
— Por quê? Eu achei que seríamos só nós dois. Como você disse.
— Não. Eu disse que sairíamos juntos, não que íamos só nós dois, eu e você. Estamos nós dois juntos, e eles horas.
Explicou como se fosse óbvio, Alexia ficou parada por um momento sem acreditar naquelas palavras de Victor, por um momento pensou em voltar para dentro de casa, mas assim, o deixaria zangado.
— Vamos Alexia!
— Tá — Ela respirou fundo e foi até o carro, sentou no banco da frente para onde foi mandada.
— Está uma gata Alexia — Um dos amigos falou ao pé do ouvido dela, Alexia se tremeu por completa, olhou para Victor pedindo ajuda, mas o mesmo nem a encarou.
Quando Alexia chegou ao destino que seria o encontro, ela logo percebeu que não seriam realmente só eles dois, pois havia uma mesa com muitos lugares e vários amigos de Victor estavam ali, não só eles como suas namoradas também, ou seja, suas amigas também estavam presentes. Ela procurou sentar ao lado de Waleska, esperou que Victor a procurasse sentasse ao seu lado, mas não o fez, ele preferiu ficar com seus amigos, bem distante de Alexia.
— Então Alexia minha amiga, você acha que está tão arrumada para um encontro com amigos? — Waleska perguntou encarando a amiga, Grace que estava à frente ao lado do namorado debruçou-se na mesa para escutar sua resposta também.
— A é que eu achei que... — Alexia se calou no mesmo momento, ela não ia dizer a suas amigas que achava que seu namorado iria levá-la para um encontro a dois, e na realidade a levou para ali, o orgulho que tinha de si própria, e de seu namoro falou mais alto. — Achei que seria bom, eu vim realmente arrumada, afinal, eu sou a namorada do Victor, o capitão do time, não? — Falou animada. As meninas assentiram.
Alexia passou a maior parte da noite ali, sentada no meio de dois casais que se beijavam a todo mundo, um love só. Nunca iria admitir mais tinha inveja do romance das amigas. Ela olhava de vez enquanto para Victor, que se preocupava mais com quantos copos de Martini que iria tomar do que com ela que estava ali.
— Meninas, eu acho que eu já vou. — Alexia levantou-se respirando profundamente. — Eu não me sinto bem.
Nenhuma das amigas disse nada, Alexia não parecia feliz e nenhuma queria pergunta o que estava acontecendo, sabia que ela iria mentir, e nunca dizer o que realmente estava acontecendo consigo mesma.
Ela saiu do estabelecimento sem nem ao menos falar com Victor, pois quando pensou em avisá-lo, ele estava em uma disputa acirrada para saber quem bebia mais rápido. Ao sair, ela caminhou pela calçada lentamente, abraços os braços sentindo frio, e continuou a andar sem dar importância a qualquer coisa. Como por exemplo, onde ela estava.
Bem perto dali Henry acabava de comprar mais um de seus livros prediletos, e a última revista do seu mangá preferido já lançado, cheio de orgulho, ele pagou e caminhou em direção à porta, ao sair ele dá de cara com certa pessoa que toma um susto quase gritando. Ele sorri. E ela quase enfartar.
— QUER ME MATAR? — Berrou ela. Henry a olhou surpreso, mas logo sorriu voltando a caminhar. — Vai me ignorar? — Gritou de novo.
Ela perguntou incrédula, mesmo Henry não sendo um ninguém para ela, não iria admitir que ele a ignorasse como estava fazendo. Já Henry preferia ficar e conversar com sua amada. Mas uma das dicas de Quênia, tinha sido: “Se você encontrar ela fora do colégio, a ignore”. Então era isso que ele estava fazendo.
— Ei — Henry parou de caminhar, mesmo querendo seguir a regra da amiga, ele não poderia simplesmente olhar para frente e ir embora ignorando a mulher que ele amava, ainda mais linda do que jeito que estava. — O que faz aqui?
— Oi? — Ele se virou para ela ajeitando sua bolsa nos ombros — O que você faz uma hora dessas na rua? — Ela bateu o pé.
— Perguntei primeiro. — Henry riu.
— Eu estava na... Livraria — Ele corou desviando o olhar. — E você?
O orgulho de Alexia novamente a impediu de dizer a verdade ela encarou Henry com uma expressão de superioridade, mas ela sabia o quão longe ela estava disso. Suspirou quase derrotada.
— Estava dando uma volta, me sentir sozinha.
— Uma mulher como você não devia andar uma hora dessa sozinha é perig...
— Como assim uma mulher como eu? — Alexia bufou. — Tá querendo dizer o que? — Foi à vez dele bufa, mas sorriu em seguida.
— Quero dizer uma mulher bonita, como você e, cheias de coisas para roubar, não devias andar só... compreendeu?
Alexia cruzou os braços e virou o rosto, Henry ficou por alguns segundos a olhando e depois virou as costas para ir embora, mesmo preocupado, ele iria seguir o conselho da amiga, já que os seus próprios não davam certo. Já Alexia queria mais da atenção dele, assim como era nas aulas, ela já tinha passado a noite inteira sem atenção, e ser rejeitada até pelo nerd da escola era bem difícil.
— Ei — Gritou por ele, Henry somente parou. — Preciso que me leve em casa.
Henry sorriu “Quênia Tinha Razão”. Ele se virou para ela e arqueou uma sobrancelha.
— Não é assim que se pede um favor.
— Favor? Será um favor para você me leva para casa. Você era quem devia pedir favor para levar-me para casa.
Henry a olhou incrédulo, e se perguntou por qual motivo tinha se apaixonado por ela. Alexia era orgulhosa demais para qualquer coisa que ia dizer, e ele odiava aquilo. Porém, conseguia ser mais orgulho que ela.
— Não estou afim — Ele riu de canto. — Só se você pedir: por favor.
— Nem morta.
— Adeus.
— Não! — Ela começou a correr atrás dele. — Espera. Eu não sei onde mais ou menos eu estou, será que você só pode me levar? É rápido. — Falava enquanto corria. Seu salto já machucava o pé, mas descer do salto? Nem sonhado.
— Peça: Por favor. — Falou em meios aos risos, Henry não precisava mudar somente si próprio, mas também ela.
— Ok — Ela parou tirando os saltos — Por favor. Dar-me uma carona até em casa?
Continuava a correr, foi então que Henry parou sorrindo e ao se virar, seus corpos colidiram, Alexia tombou para trás e só não caiu porque Henry a segurou rápido. Os corpos colaram e o rosto também. Henry corou tanto que parecia um tomate, a mulher da sua vida estava em seus braços, seus lábios estavam próximos. Ela estava tão próxima, os olhos dela brilhavam junto à claridade da lua, ela estava linda.
Seu rosto de anjo era a coisa mais perfeita do mundo para Henry, aquela aproximação repentina, só serviu para Henry se lembrar dos motivos que tinha para amar aquela mulher. Já Alexia, se viu perdida dentro da imensidão negra dos olhos de Henry, no momento, ela pode perceber que ele não usava os óculos e, ficou admirada, com aquele olhar puro, inocente, sexy, encantador, e cheio de... Amor?
Ela estava tão próxima a ele que podia sentir a respiração do mesmo, desceu seu olhar dos olhos para os lábios rosados carnudos e convidativos, mordeu os seus querendo muito saber o sabor daquela boca. Ela tocava nos braços dele, e no momento, pode perceber que Henry não era tão magro, pelo rosto que foi admirado, ele não era nem um pouco sem graça, ou feio, ou qualquer palavra que ela já tenha dito.
Ele era lindo, mais lindo de qualquer outro homem que ela já tinha visto. Mas, falar isso era o problema, as palavras sumiram de sua cabeça no mesmo instante. Ambos estavam próximos, encaravam seus lábios com desejo.
“O que eu faço?”.