Cap. 5
— Ligou foi, e o que você disse em? — Victor perguntou com raiva.
— Disse que você estava em um treino extra. — Adan passou as mãos pelos cabelos — Victor pare com isso... Alexia não merece o que você faz com ela — O ruivo apenas riu.
— Quem pediu a sua opinião? Ela está comigo porque quer. Ela deve até imaginar que saiu com outras. — Ele sorriu malicioso — Alexia sabe que não me satisfaz, e eu preciso disso para viver.
— Você é um babaca. — Disse o loiro começando a andar. – Espero que um dia ela canse de você.
— Até parece — Ele seguiu o loiro. — Não é outro menino mais bonito que eu nessa escola, e nem alguém melhor. Porque ela me deixaria por qualquer idiota?
— Porque qualquer idiota é melhor que você. — Rebateu Adan antes de entrar na sala deixando Victor raivoso.
O ruivo encarou a porta com raiva, raiva de Adan, quem ele pensava que era para dizer aquelas coisas? Virou-se bruscamente para ir embora e, de repente, esbarrou em uma garota, que se voltou para trás batendo em outro corpo que a segurou.
— Olha por onde anda. — Falou arrogante e prestou atenção na menina e, logo depois, no menino atrás dela. — Você de novo? — Victor sorriu cruzando os braços.
— Me perdoe. Foi culpa minha. — Quênia pediu corada.
— Idiota — Disse passando por eles, mas antes de seguir caminho, ele encarou Henry que ainda a segurava. Lembrou-se de ter visto aquele mesmo paspalho na lanchonete que foi com sua “Garota” de ontem. Mas ele não ia fazer nada, afinal, ele não era amigo de Alexia, aquelas pessoas sem classe, não eram amigos de sua rosada patricinha.
— Tudo bem? — Henry perguntou a Quênia que ajeitou os cabelos, corada.
— Estou — Respondeu sorridente, e seguiu caminhando ao lado do moreno.
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Naquele mesmo dia, Quênia encheu a cabeça de Henry de várias coisas que podia falar com ela. Mesmo amando Henry, ela o queria vê-lo sorrir. Somente isso. Então se amava outra garota, e a felicidade dele dependia da dela. Então ela o ajudaria com todo o amor no coração.
Na biblioteca, Quênia estava ao seu lado, o ajudando. Henry era sempre muito tímido, e logo cuidou daquilo. Contou inúmeras piadas, talvez servisse para deixar ele menos bobo, e parar de corar mais.
Do outro lado do colégio, Alexia almoçava com as amigas, mas enquanto elas sorriam sem parar, algo na cabeça da rosada não se encaixava. Sem ela perceber, estava pensando no casal de mais cedo. E se perguntava como Henry, conseguia namorar uma garota daquelas?
Não julgava o jeito dele, e sim o de Quênia. Não dava defeitos para ele, mas sim para Quênia, somente para a Quênia, não sabia por que, mas havia criando certa raiva da morena, uma raiva sem motivos. Certo?
— Alexia, está ouvindo? — Ino perguntou chamando atenção da rosada, ela olhou a amiga e sorriu — Você está tão distraída, menina, o que aconteceu?
— Nada. — Respondeu desviando o olhar.
— Como nada? — A loira continuou — Soube que Victor andou saindo com outra garota — Alexia a olhou.
— Soube? Como assim soube? — Alexia perguntou alterada, olhando-a com raiva.
— Alexia, eu sempre disse para você que Victor não prestava. — Dessa vez fora Grace quem comentou — Não sei por que ainda está com ele.
— Não mintam para mim. — A rosada riu — Liguei ontem para ele, por alguns minutos, ele não me atendeu, então liguei para Adan. — Grace franziu as sobrancelhas. — E, ele disse que Victor estava em um treinamento extra — Avisou sorridente, Ino e Grace se entreolharam. — Eu sei que vocês querem o Victor, mas ele é somente meu. — Disse animada pegando suas coisas. — Eu vou indo. Até mais queridas. — Foi embora, deixando as duas meninas confusas.
— Pobre menina — Disse Ino tomando seu gelado suco de morangos.
— Adan... — Grace sussurrou seu nome, então a ligação era de Alexia, e ele mentiu para si.
— O que foi? — Ino perguntou vendo as mãos de Grace apertando o banco em que estavam sentadas.
— Não é nada. — Ela levantou. — Preciso ir, até mais tarde.
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Alexia estava com muitas dúvidas na cabeça. O motivo das amigas não gostarem de Victor, o fato desse treino não ter sido lembrado pelo treinador quando ela foras perguntar se teria outro naquela tarde. E também, o fato de Henry namorar uma garota como aquela não ajudava.
Ela parou no corredor, porque mesmo estava pensando em Henry naquele momento? E em Quênia também. Apesar de saber que nada batia ali, aqueles dois não combinavam, de forma alguma. Bom talvez Henry não combinasse com nenhuma outra garota. Um estranho Nerd não combinava com ninguém mesmo.
Por falar nele, Alexia lembrou-se das aulas, mesmo não querendo sentar em sua frente e o ouvir explicar uma coisa que ela não conseguia entender, ela tinha que está lá para. E naquela tarde ela lhe obrigaria a tentar entender, pois queria ganhar o concurso do meio do ano, queria ser a rainha da primavera e ia ser. Colocou um olhar determinado e virou no correr, ia em direção à biblioteca.
Quando virou outro. Seu olhar enxergou algo que ela nunca iria acreditar se alguém contasse. Sabia sim, que ele a traía, pois ele procurava uma coisa, que Alexia não podia oferecer a ele, então estava na cara que ele ia atrás de outro. Porém, ela acredita que realmente Victor não fosse atrás de nenhuma, não queria ver aquilo, para não ter certeza.
Mas diante dos seus olhos, estava Victor com uma mulher desconhecida por ela.
Talvez ela chegasse entre os dois falando poucas e boas para ambos, mas ela não queria Amava Victor, e sabia que uma discussão acabaria com o relacionamento de anos deles. O amava demais para deixar tudo acabar. Mesmo sendo traída, era ela quem Victor confirmava ser sua namorada, então, para que se preocupar com as outras que ele agarrava? Alexia tentou botar isso na cabeça. Deu meia volta e foi em direção à biblioteca.
Entrou na mesma em busca de algo e, logo avistou Henry e queria muito começar a aula. Queria ocupar sua mente com qualquer coisa, nem que fosse com os números que ela não gostava. Iria se ocupar, queria esquecer a cena que vira. Ela tinha que esquecer. De longe, ela viu a mesa em que Henry estava sentado, ele lia um livro o qual ela não via a capa, estava com um sobretudo fechado, e uma calça igualmente negra, e estava sem óculos.
Caminhou lentamente até lá e sentou a sua frente, não fazendo nenhum comentário sobre seu penteado fora de moda, ou o sobretudo ultrapassado.
— Oi — Cumprimentou ele tímido, porém confiante. Ela acenou com a cabeça e desviou o olhar. — Está tudo bem com você? — Perguntou.
Ela encarou o moreno, e só naquele momento, ela reparou de perto o rosto maravilhoso de Henry Cooper, ela levantou uma sobrancelha, pela primeira vez vendo o rosto do garoto sem óculos, deixando sem proteção os olhos negros maravilhosos que ele tinha.
O penteado fora de moda, o deixava totalmente sexy, e o, sobretudo ultrapassado o deixava com ar de misterioso, tão lindo quanto qualquer homem presente naquela escola. Ou... eram seus olhos cheios de lágrimas que estava enxergando tudo errado?
— Alexia... O que houve? — Ele perguntou mais preocupado, as lágrimas delas começaram a rolar pelo rosto lindo, Henry se desesperou. Vê-la chorar. Doeu no peito dele. Seu anjo estava chorando. Maldito seja.
Ela limpou as lágrimas que caíram, e respirou profundamente para poder ter forças para falar, saber sobre Victor era doloroso, ela estava totalmente... machucada.
— Eu estou bem — Mentiu. Ela estava péssima.
Henry suspirou deixando de lado o livro. Levantou de sua cadeira, e deu a volta na mesa, estendeu a mão dele para ela, que olhou sem entender nada.
— O que você quer? — Perguntou autoritária. Henry suspirou e segurou o braço dela, forçando-a ficar de pé — O que você está fazendo...?
Antes de ela tentar dizer mais alguma coisa, Henry a abraçou. Abraçou-a com força. Alexia arregalou os olhos não entendo nada. Mas no mesmo momento seguinte, à vontade chorar fora avassaladora, e ela se deixou levar o abraçando de volta e, deixou que as lágrimas caíssem sem cessar.
— Eu sei o que você viu...
Resmungou, fazendo-a arregalar os olhos, mas ela nada disse, seus braços rodearam as costas do moreno, e o abraçou ainda mais forte.
Enquanto Alexia era abraçada por Henry, ela sentia uma sensação de segurança tomar conta de seu corpo. Um carinho reconfortante, carinho aquele que ela nunca recebeu. Ela estava adorando aquilo. Quanto mais abraçava Henry, mas sua dor parecia se dissipar. Já Henry entendia a dor de Alexia, entendia perfeitamente e, sabia exatamente que naquele momento, ela só precisava de um abraço. E se ele realmente queria conquistar o coração da garota que amava. Ele tornar-se-ia melhor amigo dela, e depois conquistaria seu coração ferido por Victor. Depois disso nunca em sua vida a deixaria sozinha, ou ao menos triste, faria de seus dias os melhores. Isso com certeza.
Alexia apertou ainda mais os braços em volta de Henry e deitou sua cabeça no peito dele, estava de olhos fechando respirando com dificuldade. Com a cabeça colada no peito dele, Alexia pode sentir um cheiro delicioso, um cheiro viciante que ela nunca havia experimentado. Era algum que ele nunca usaria, mas tinha amando o cheiro. O cheiro dele.
Absorvida pelo aroma que ele exalava, percebeu minutos depois as mãos dele subindo e descendo em seus cabelos, a respiração dele estava ofegante. O corpo dele tremia. Ela sorriu em meio às lágrimas, e finalmente descolou seu corpo de dele. Limpando seu rosto, ela olhou para Henry intensamente, se perdendo na escuridão de seus olhos, como eram lindos. E como ela ainda não havia reparado naquilo. Talvez suas amigas estivessem certas, quanto à beleza dele. Mas só talvez.
Ele sorriu carinhoso, e Alexia ficou séria lembrando-se que ele a havia tocado, um nerd sem jeito, e desconhecido tinha a tocado. Sem pensar direito. A Stewart se aproximou dele, ficando rente ao seu rosto.
— Quem você pensa que é para me abraçar assim? — Cruzou os braços. Henry franziu as sobrancelhas, tentando ao máximo se manter longe daqueles olhos ameaçadores.
— Achei que... Pre...
— Você achou errado. — Reclamou de novo. — Eu estou ótima.
Sentou-se em seguida, cruzando os braços, e virou o rosto. Mesmo adorando aquele abraço carinho e terno, ela não demonstraria aquilo. Afinal, aquele nerd sem jeito e feio, como ela pensava, havia presenciado um momento de fraqueza sua, e Stewart Alexia. Não era fraca.
— Me abrace de novo, e eu conto para Victor que você me agarrou.
— Como se ele fosse se importar. — Sussurrou voltando ao seu lugar. Alexia o olhou raivosa e quando ia dizer algo... — Portanto. Só vou abraçar-te quando você pedir de hoje em diante.
— Porque eu pediria um abraço seu? Eu tenho Victor.
— Claro que tem. — Disse com certa ironia, Alexia ficou mais furiosa. – Então, quer começa com o que hoje?
Perguntou sorrindo, Alexia mordeu os lábios, porque aquele garoto estava mexendo com ela? Porque ele a fazia ficar com raiva e irritada rapidamente? Fazendo o bico tamanho do mundo, Alexia pegou seus livros, e começou a fazer suas tarefas supervisionadas por Henry.
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Enquanto isso lá fora, Grace estava sentada com uma cara não muito boa, queria pergunta diretamente para seu namorado do porque mentir para Alexia, e depois para si. Porque não disse á ela que o Victor estava com outra garota numa lanchonete. Perderam uma grande oportunidade de Alexia ver que aquele homem não a merecia que deveria terminar e não confiar naquela cafajeste. Quando viu o treinador apitar avisando que teriam um intervalo, ela riu levantando-se da arquibancada, Ino se levantou praticamente correndo para acolher seu namorado. Adan se aproximou cautelosamente, de longe ele percebeu os olhares da namorada. Enquanto corria para lá e pra cá, pensava em alguma coisa que tivesse feito para chateá-la, mas nada vinha em sua mente. Pensou ser coisa da sua cabeça, mas quando foi em direção, ele parou de correr, caminhando lentamente até lá.
Grace segurou as grades e esperou ele se aproximar, mesmo querendo bater nele por ter mentido, ela queria o agarrar de todas as formas, Adan suado e sujo com um sorriso forçado no rosto continuava tão lindo que seu coração batia forte como se fosse a primeira vez que o tivesse visto.
— Amor? — Ele encostou na grade segurando as mãos dela que se soltou rapidamente cruzando os braços. — O que houve?
— Porque você mentiu? — Perguntou séria. Adan ergueu uma sobrancelha parecendo confuso, Grace revirou os olhos. — Pra Alexia, e depois para mim.
Adan arregalou os olhos e olhou para os lados. Não queria que ninguém ouvisse nada, e muito menos Victor, isso poderia destroná-lo, Victor era perigoso.
— Podemos falar disso depois? — Perguntou. Grace suspirou e se aproximou segurando as mãos dele.
— Você me paga. — Adan suou frio. — Você sabe que eu odeio mentiras, mesmo que seja uma besteirinha. — Ele concordou suspirando. — E vai ficar alguns dias sem sexo. — Ele arregalou os olhos. Grace virou as costas caminhando pelas laterais, Adan a seguiu.
— Dias? — Perguntou a seguindo, ela nem o olhou. — Grace.
— Se reclamar, vai ser semanas.
— Semanas? — Ela parou e o olhou.
— Se falar mais alguma coisa será um mês inteiro. — Ela virou as costas subindo as escadas para ir embora. Ele suspirou batendo sua testa na grade.
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Alexia ainda olhava aquele caderno cheio de números e letras, nunca conseguiria entender o propositor de haver letras na matemática, sempre iria achar que matemática, era matemática, nada de letras. Horas. Porém, Alexia estava por admirar Henry por saber ensiná-la corretamente, ela mesma sabia que, tirava qualquer um do sério, e percebia pelas expressões que Henry fazia que a qualquer momento, ele iria gritar com ela, e jogar tudo pelos ares, chamá-la de burra, que se fosse o caso Alexia o enforcaria.
Mas nada disso ele fazia. Muito pelo contrário, Henry respirava fundo e continuava a ensinar gentilmente, e isso deixaria Alexia admirada, derretida por dentro, á deixava impressionada, totalmente. Mas o que a intrigava, era porque um homem como ele, estava namorando uma garota como aquela, sim, com Quênia, por quê?
— E então, é só achar o valor de x. — Novamente ele explicou calmo, e orgulho de si próprio, porém Alexia continuava sem entender. Mas encarava o Cooper mais novo com os olhos diferente.
Ela mordeu a ponta do lápis, olhou para a folha de papel, e tentou fazer a próxima conta que ele tinha feito para ela, jogou os cabelos para o lado, deixando seu ombro exposto. Henry mordeu os lábios, logo depois ela, fazendo o moreno ir à loucura, ela era sexy sem querer. Henry até tentou ignorar aquele ato, mas não conseguia.
— Por que isso é tão difícil? – Perguntou e o encarou, ele abaixou a cabeça na mesma hora, ela sorriu, sabia que o deixava sem jeito, claro, sua superioridade, não a permitia se misturar com meninos daquele jeito.
Mas ainda assim, se pôs a observá-lo, e mesmo não querendo, concordou com as amigas, ele era um nerd bonitinho, fofo e atraente, quer dizer...?
— Henry, já acabou a aula? Eu preciso ir. — Falou subitamente, não queria pensar na possibilidade de achar aquele garoto bonito, não?
— Claro — Disse meio triste, mas quem era ele para prendê-la ali? Ele a viu levantar-se e se arrumar sem tirar os olhos dele ela ajeitou suas coisas com maestria e elegância, botou a bolsa no ombro ainda sem tirar os olhos dele, Henry corou e se levantou ficando um pouco maior que ela. — O que foi? — Ele perguntou sorridente.
— Não é nada. — Ela mordeu a língua, uma vontade repentina passou pela sua cabeça de lhe perguntar sobre Quênia, mas ela não queria saber mesmo, afinal, ele não era ninguém importante.
— Até amanhã — Afirmou virando as costas e saiu.
Henry voltou a sentar e a acompanhou com os olhos até ela sair da biblioteca, bagunçou os cabelos, e debruçou-se sobre a mesa.