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A LEI ESTRESSADA

(ATHOS)

— Idade? — perguntei olhando a porra dos papéis.

— Vinte. — a garotinha mentiu na minha fodida cara dura, por isso eu levantei a desgraça do meu olho puto e soquei o momento na minha imaginação. — Dezenove. — ela tentou de novo, mas desistiu da mentira e finalmente respondeu a verdade. — Dezoito. — escolheu por fim, enquanto se encolhia na cadeira.

Respirei fundo, olhando suas mãos presas no metal frio da mesa enquanto ela se mexeu desconfortável. As algemas estavam apertadas e eu estava pouco me fodendo com isso.

— A vontade de te encher de paulada a cada vez que mente, é grande. — resmunguei com desgosto.

— Não pode me bater. Eu sou uma mulher. — respondeu baixo, desviou os olhos e se encolheu de novo.

— Caguei. — mexi nos papéis novamente e fui analisando a merda, disposto a “dialogar”. — Aurora, certo? — ela concordou — A quanto tempo fode com a merda do Leonel? — perguntei na direta, esperando ouvir sua resposta.

Ela piscou devagar, tentou desviar o olhar e mordiscou os lábios.

— Eu… Não fiz isso com ninguém, não. — respondeu meio sem graça, corando as bochechas e engolindo em seco.

— Quer foder comigo? — perguntei puto, elevando a voz — Porque eu estou perdendo a paciência...!

Ela pareceu ficar confusa, respirou fundo, mas respondeu.

— Você quer transar? — perguntou franzindo o cenho — É que eu não acho que seja muito apropriado…

Eu estava por um fio de estourar, ou de estar perplexo pela primeira vez. Ela realmente não entendeu e estava corando, como se realmente fosse uma sugestão. Que merda eu devia fazer? Sem alívio pra garotinhas gostosas!

— Athos, pega leve! — uma voz eletrônica surgiu de sobreaviso, vinda do outro lado.

Com certeza os caras lá de fora estavam vigiando a merda da conversa e, claro, estão com peninha da garota. A jogada é que não entro pra perder e se ela estava bancando a inocente, o problema era somente dela. Eu quero mais é que se foda!

— Vamos fingir que eu tenho a mesma demência que você, então vou perguntar de novo. A quanto tempo você está envolvida nas merdas do Leonel? Aquele fodido do Rato... — perguntei impaciente.

Ela suspirou, manteve os ombros baixos e pareceu pensar.

— Eu sempre vendi pra ele, não me lembro quando comecei… Desde a adolescência, eu acho. — ela fez uma pausa ligeira, mas prosseguiu — O quê... O que vai fazer comigo?

Ela transbordava insegurança e vergonha, mordiscava os lábios com frequência demais e me olhava engolindo em seco. Ou a minha presença a intimidava de um jeito fodidamente bom, ou ela só estava tentando algum jogo otário comigo.

— Eu? — respondi irônico — Fez isso consigo mesma. — retruquei um tom mais alto — Agora eu me pergunto que merda você tinha na porra da sua cabeça, vadiazinha do crime, pra tentar roubar uma jóia do rei, burlar minha barreira e achar que conseguiria fugir ilesa. Rato te mandou fazer essa merda? Qual é o esquema dessa vez?

Ela piscou, frustrando o caralho da minha paciência e entrelaçou os dedos das mãos. Seu nervosismo, fingido ou não, estava me deixando estressado...

— Eu roubei um rei? — perguntou confusa.

— É isso o que te ensinam no seu mundinho tosco do crime? Fingir demência? Essa porra não vai funcionar comigo. — retruquei com sarcasmo — Vamos, não me faça engolir o resto da minha paciência. Que ideia genial te fez pensar que roubar o rei era uma puta de uma boa ideia?

Ela obviamente não queria responder, mas não tinha escolha.

— Eu… Bem, vida difícil, meio mais fácil… — se justificou da forma mais frouxa possível.

— E você achou mesmo que correr o risco de parar nas minhas mãos, seria mais fácil? Já pensou em cobrar pelo coito? — ela levantou as sobrancelhas, surpresa com a minha suposição — Imagine só. Você estaria trepando a vontade e não seria presa por isso, já que pode foder com o seu corpo do jeito que quiser. Estaria ganhando uma grana fodida, não precisaria roubar e sua única preocupação seria manter a sua boceta depilada. — não me preocupei em pegar pesado, mas agora ela parecia ofendida.

— Não pode me julgar. Nunca na sua vida precisou escolher entre viver ou tentar, então não pode me julgar. — respondeu corada, engolindo o choro e com a voz fraca.

— Os meus interesses não fodem com o teu parâmetro, entendeu? — retruquei, sem dó. — E não me diga o que não posso fazer. Aqui, eu sou o oficial e você é a rata com sérios problemas.

— Preferi o risco de morrer tentando, apenas. — respondeu, ainda ofendida.

— Uma ladra de honra? — questiono batendo a pasta na mesa fria e cruzando meus braços para observá-la — Que puta combinação fodida.

Levantei disposto a dar o fora, deixar os outros procedimentos acontecer e interrogá-la depois. Ela está escondendo fatos e acha que o fodido aqui se perde nesse rostinho bonito. E para minha surpresa, ela segurou minha mão quando fui pegar a pasta de volta, me deparando com um baita olhar pidão, me fazendo um vacilão por um segundo.

— Você não pode me deixar aqui! — pediu agoniada.

— Posso e vou. — ditei, vendo a mocinha se segurar e tirando minha mão do toque — E “você” não existe, é oficial Kennedy.

Eu virei as costas e ela se deixou chorar, eu digitei a senha e saí pra fora encontrando uns bundões do outro lado. Bati com a pasta no peito de Maximiliam e tive de encarar seu olhar reprovador.

— O que estava tentando fazer com ela? — perguntou irritado, eu fingi que não escutei.

Apolo estava presente, um detalhe não muito comum. Rato, o idiota para quem Aurora comete pequenos delitos é um tipo perigoso. Um fodido que o levamos ao exílio, porque a pena e compaixão de Apolo está sempre cagando nos meus planos. Agora, essa merda ressurgiu de algum modo e eu preciso caçar uma agulha no palheiro. A ratinha do crime só precisa colaborar.

— Ela não me parece ser do tipo que sabe muita coisa. — comunicou Apolo sentado na cadeira e observando o vidro falso que dava visão à moça na sala do interrogatório — Você a está ofendendo gratuitamente.

— É por isso que eu cuido da segurança do seu bumbum real e você usa uma coroa. Eu entendo do assunto, você não. — resmunguei olhando para o vidro e suspirando tenso — Ela está mentindo.

— Ela ainda é jovem, deve ser aquelas moças que os bandidos pegam no começo afim de cafetinar. — sugeriu Maximiliam, e eu revirei meus olhos.

— Cafetinar? — perguntei sarcástico — Como se diz, “enfia essa palavra e sua suposição no meio do teu cú”, desse jeito bundão aí? — ele revirou os olhos, mas tentou de novo.

— Só estou dizendo que concordo com Apolo. — apontou para a moça e abriu sua pasta — Pequenos delitos e nada mais.

Maximilian é o idiota que vive de bom humor, um palhaço de circo e o equilibrio de nós três. Apolo, não vou dizer que é benevolente, só vou dizer que é o tipo de cara que pensa muito antes de fazer uma cagada. Eu sou o fodido impaciente que gosta de acelerar o processo na base da paulada, é basicamente isso. No entanto, não estamos congregando em frente de uma sala de interrogatório para divertir sua majestade, é um pouco mais complicado que isso.

— Ela mente. — respondi contra sua sensibilidade com a garota.

— Ainda sim, não é para matar o psicológico da moça no primeiro dia. — ralhou Apolo, se levantando de um modo formal e pregando os botões do terno — Eu sou seu primo, mas ainda sou o rei. Se acredita que pode ter acessos através dela, vá em frente, mas tente latir menos da próxima vez.

Maximilian entrou em sua pose de chanceler, abriu a porta deixando dois guardas entrar e recitou ordens. Seguido por seus guardas, Apolo se retirou enquanto os homens que foi mandado ficar do lado de fora, adentraram. Eu olhei para a mocinha, pensei um pouco melhor e suspirei pesado. Sentia, de alguma forma, que estava entrando numa encrenca bem fodida...

— Devo encaminhá-la para o setor feminino, senhor? — perguntou um agente.

— Não. — respondi olhando pra ela, que ainda chorava — Ala médica. — ordenei — Encaminha ela pro Foster, sem contatar Olivia. Quero gente na cola, e é pra passar relatório a cada vez que ela piscar.

— Mas, ela não devia ser responsabilidade do setor feminino? — insistiu o homem.

— Se quiser questionar a majestade que me deu o caso, sai correndo e grita pra ver se ele te escuta. — desviei o olhar do vidro e olhei pro soldado meio constrangido — Agora, se quiser questionar minhas ordens, podemos negociar os riscos. O que vai ser?

Ele engoliu em seco.

— Não senhor. — respondeu saindo da minha frente e dando ordens para providenciar a movimentação da garota.

— Sem gracinhas. — ordenei olhando pro agente enquanto colocava o telefone na orelha. — Se eu desconfiar de alguma gracinha com a moça, vou praticar castração no curso com os novatos. Sem vacilo, entendeu?

— Sim senhor. — respondeu o homem — Vou garantir que ela fique bem, senhor. Ninguém aqui pretende correr tal risco.

Eu olhei para ela mais uma vez, e me retirei. A noite já estava acabando, e eu precisava me aliviar.

(...)

Eu estava fodidamente tenso. Ouvia a mulher soltar um puta gemido falso, que estava irritando e franzindo meu saco, mas tentava me concentrar no aperto do traseiro pouco macio. Infelizmente, se ela continuasse a gemer igual um pintcher entrando em agonia, eu ia foder a vida dela de outro jeito.

— Cala a porra da sua boca. — pedi, tentando me concentrar, mas a desgraçada continuou.

Eu queria me aliviar pesadamente e dormir. Não dava. Não estava afim de continuar a enfiar meu pau num cano de microfonia aguda, então saí de dentro da mulher ainda duro e tenso. A mulher estava cansada e ofegando, com um rombo no meio da bunda. Virei de costas, fui até a lixeira do banheiro, tirei o preservativo e joguei fora, pegando uma toalha e amarrando na cintura, com o membro pontudo pra frente.

— Você ainda nem acabou… — murmurou a menina, estranhando.

Fui até o bolso da calça largado no encosto da cadeira, peguei minha carteira e abri umas notas. Mostrei pra ela e fiz a minha melhor pose de filho da puta.

— Libera o quarto. — mandei.

A jovem donzela pagou de ofendida, puxou suas roupas na maior raiva e ainda fez cara feia.

— Qual é a tua, babaca gratuito? — resmungou enquanto terminava de se vestir — Você é um idiota igual todo mundo, queria o quê? É tão fodido que precisa pagar pra alguém te dar!

— Se continuar falando igual um pinscher raivoso, vou fazer você engolir suas notas. — ditei, lhe dando as costas enquanto guardava a carteira na gaveta de uma mesinha de computador.

— Se relar a mão em mim, eu chamo a polícia! — gritou se colocando ao meu lado, mas logo ela abaixou o olho e viu que o dinheiro estava ao lado de uma semi automática e um distintivo com o brasão real.

Eu cruzei os braços, vi ela bufar de desgosto e recolher o dinheiro. Ela pensou, contou as notas e me olhou com cara feia, bem decepcionada.

— Aqui só tem a metade!

— O serviço foi completo? — resmunguei pegando o celular de cima da mesa fazendo um sinal pra ela ficar calada — Manda outra. Alguém que aguenta a porra do tranco.

Ela arregalou os olhos, eu concordei com a voz no aparelho e lhe dei atenção.

— Você não pode fazer isso! — gritou com raiva enfiando o dinheiro na bolsinha e me dando as costas — Quer saber, vai se ferrar! Eu tenho pena de quem vai vir!

— Cai fora. — resmunguei lhe dando as costas, ouvindo ela bater a porta e me xingando de alguma coisa.

Estressado com a minha foda mal sucedida, eu aguardei a próxima. Eis que finalmente consegui relaxar. Alguém, por fim, deu conta do recado. Infelizmente, não foi o suficiente.

Tomei uma ducha e logo me joguei na cama, tentando me acomodar em toda aquela tensão e fechei os olhos. Sem sucesso. Uma hora depois eu acordei suado, cansado e todo cagado no estresse. O tiro da bala ecoava na minha cabeça… E seu tivesse acertado a garota? Ah, que se dane! Peguei o uniforme e a papelada, disposto a resolver isso de uma vez. Não vou foder minha cabeça por pouca merda.

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