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Capítulo 5 — Boas-vindas

Donna

Foi uma despedida difícil, mas necessária. Jess estava aos prantos quando entrei no avião com Dominic, meu coração também estava partido e por sorte, meu filho estava dormindo. Jess é sua madrinha e os dois são inseparáveis, não quero nem pensar em como vai ser difícil quando ele a procurar e não a encontrar por lá.

(...)

Depois de 15 horas de vôo, finalmente chegamos e já havia uma moça no aeroporto nos esperando, com uma plaquinha escrito “Donna”.

— Boa noite, sou eu! — Disse me aproximando da moça que me comprimentou.

Ela é japonesa, nada de sorrisos ou recepções demais. Apenas me deu boas vindas, apresentou-se como Ella e me levou até o táxi.

— A senhorita hoje irá dormir em um hotel com seu filho, mas sua casa estará pronta amanhã. Já providenciamos tudo para o seu filho, escola, babá e tudo que ele precisará para viver aqui, assim como a senhorita. — Eu só posso estar sonhando, nem mesmo quando trabalhava em Nova York consegui pagar uma babá, diversas vezes tive que sair mais cedo do trabalho porque Jess tinha compromisso de última hora e ela era quem reverzava comigo.

As ruas daqui são muito diferentes de NY, como está a noite, as luzes são chamativas e mais bonitas, sem dúvidas mais organizadas o que me deixou sem dúvidas, surpresa com tudo que estava vendo. Após nos decepcionar no hotel, Makima se despediu e foi embora, avisando que estaria de volta amanhã cedo para nos levar até onde será nossa casa. Dominic chegou cansado, comeu e comeu logo em seguida, já eu estava sem sono devido a ansiedade e liguei para Jess assim que sair do banho.

“Oi amiga, vocês chegaram bem? Não consegui parar de pensar em vocês o dia inteiro. Está tudo bem por aí?”

“Jess do céu, eu nunca dormi em um lugar tão chique assim” Expressei minha admiração pelo lugar, realmente eu nunca nem sonhei em estar em um lugar desses algum dia da minha vida. “Tem até lustre no teto. Isso aqui deve custar uma fortuna.”

“Eu te disse que você iria encontrar alguém que valorize seu trabalho, você é muito esforçada e eu estou muito feliz por você. Mas me conta, você já conheceu seu chefe? Ele é legal?”

“Não. Eu acabei de chegar, Dom dormiu e eu te liguei em seguida. Creio que amanhã eu vou conhecer a empresa onde irei trabalhar. Estou tão feliz amiga, obrigada por acreditar em mim e nunca me deixar desistir dos meus sonhos.”

“Você merece tudo que está vivendo. E pode ter certeza que isso é só o começo, só não sei como vou fazer para suprir a saudades que vou sentir de vocês aqui comigo.” Eu também estava sentindo muito, nunca fiquei tanto tempo longe dela. Jess é a única família que eu tenho e com que posso contar em qualquer momento. “Você não vai acreditar quem me ligou hoje a tarde e disse que está na cidade!”

“Não vai me dizer que é o…” Ela sorriu do outro lado, confirmando minha suposição que jamais falha. “Meu Deus, e o que ele disse? Vocês se encontraram? Não vai deixar o orgulho falar mais alto dessa vez, não é?”

“Não. Dessa vez não. Matthew é um cara legal, por muito tempo fomos apenas amigos, mas na última vez que a gente se viu eu senti sentimentos por ele. Me deixei levar e isso quase destruiu nossa amizade. Não sabia que ele queria o mesmo que eu. Ele me chamou pra sair agora a noite e adivinha?”

“Não vai fazer o que eu não faria, você merece ser feliz. Você merece um cara bacana, embora eu não tenha tanta afinidade com ele, é perceptível que ele gosta de você pra valer e você merece alguns que te ame.”

“Falando em amor, ele acabou de chegar.”

“Então vai lá, aproveita a noite e depois me conta tudo.” Nos despedimos e ela desligou, mas ainda foi possível a voz de Matthew.

Mikhail

Estava no meu escritório quando Cristina entrou segurando duas taças e uma garrafa de champanha.

— Hora de comemorar, meu amor. — Sentou-se em meu colo e colocou o braço envolta do meu pescoço, nós servindo em seguida.

— Cristina, você sabe que eu não bebo quando estou trabalhando e agora é melhor você ir embora. Eu vou terminar aqui e irei para casa também, mas antes preciso finalizar esses documentos e revisar algumas coisas. — Pedi sem arrogância, mas já me faltando paciência.

— Já estou farta das suas recusas, Mikhail. — Furiosa ela levantou, passando a mão nas taças e as derrubando no chão. Suas atitudes de uma criança mimada estava me irritando pra caramba, estou checando as exportações e ela simplesmente acha que isso seja uma coisa inútil. — Você nunca dá a mínima para mim. Minhas conquistas nunca são algo que te deixa feliz, às vezes penso que mereço alguém que me ame pelo que eu sou, não pelo que eu tenho.

Pelo que ela tem? Se pararmos para avaliar, minha fortuna é mais que o triplo da sua, não é porque ela é filha de desembargador que isso me torna “pobre” perto dela. Mas tentei pela milésima, ter uma conversa com ela civilizadamente, como dois adultos.

— Meu amor, suas conquistas são importantes para mim e merecem as melhores comemorações, mas aqui não é lugar e essa também não é a hora. Quando a sua fortuna, você sabe, não devemos falar sobre isso, porque mais ninguém sabe que eu sou tão rico quanto você. — Meus olhos estão pesados devido ao cansaço e sono, não durmo há quase três dias e ainda tenho que atuar Cristina e suas futilidades. — Agora se me der licença, eu preciso terminar isso aqui ainda hoje. Estarei em casa antes das onze, eu prometo.

Emburrada ela foi embora, jogando a garrafa de champanhe em cima da minha mesa, molhando os papéis que estavam em cima da mesa, meu celular e por sorte não bateu no computador, ou teria que recomeçar a organização de todo o arquivo novamente.

— Boa noite, gostaria de avisar que a senhorita Donna já está hospedada com seu filho. Amanhã irei levá-la até sua casa, mas ela não avisou que iria trazer seu filho, porém eu lhe disse que já estava tudo pronto para receber a ciência também. — Ella entrou em meu escritório e após dar a notícia, reparou na bagunça, negou com a cabeça e voltou a falar: — Espero que ela não te mate qualquer dia desses, sua mulher é completamente louca. Boa sorte pra você.

Agradeci a Ella e percebi que eu não tinha mais como desistir desse casamento que já estava tão adiantado, só me restava aceitar e esperar o milagre acontecer.

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