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De volta à minha mesa depois do almoço, a central telefônica está piscando como louca e as linhas de Margo e Jake estão ocupadas. Nina tem algumas ligações em espera, então eu a chamo para dizer que passe uma para mim também. Eu me sento para lidar com a primeira ligação e avisto Margo acenando para mim, dando um grande sorriso. Ela aponta para a cabeça e depois para a minha, indicando meu cabelo e me dá um polegar para cima, o que me faz fazer uma careta. Não creio que já o usei de outra maneira além de preso durante meus cinco anos trabalhando aqui. Sinto que não estou vestida adequadamente e isso me incomoda mais do que deveria. Eu me concentro na ligação.

Meia hora depois, estou perdida em pensamentos, absorta em uma planilha financeira que Jake precisa até esta noite. Já passei por cima de uma montanha de trabalho hoje, lidando com isso rapidamente e sem estar ciente dos olhos em mim até que ouço o movimento de pés. Olhando para cima distraidamente, mais por reação do que qualquer percepção real, vejo que Jake Carrero está parado me encarando. A dois metros da minha mesa, eu pulo de medo e sinto um rosto corar com calor.

Droga.

“Desculpe, Sr. Ca … Jake … Eu não o vi aí … Há algo que eu possa fazer por você?” Minha voz está por todo o lugar se debatendo em pânico. O coração trovejando em meu peito a uma velocidade de nós.

Como não percebi que meu chefe está pairando ao lado da minha mesa?

Devo estar constantemente ciente e atenta a todas as suas exigências, isso é um grande passo em falso da minha parte. Estou em pé, tentando colar meu sorriso mais amigável e eficiente. Estou sem fôlego. É por causa do susto que ele me deu. Estou agitada e tentando me recuperar rapidamente. O corpo tremendo com o choque que me dei ao notar sua presença.

“Emma …” Ele também parece sem palavras, olhando para mim de maneira peculiar.

“Estava vindo para lhe dar esses … Você parece diferente!” Sua expressão é ilegível. Nem consigo dizer o que é … Eu me lembro que meu cabelo está solto e coro. Como não estou preparada, sinto-me vulnerável e hesitante.

“Não acontecerá novamente. Tomei um banho na hora do almoço por causa do calor de mais cedo.” Preciso me controlar e recuperar a Emma fria e controlada. Tento uma respiração firme para me impedir de parecer uma idiota completa.

“Você parece …” Seus olhos verdes estão penetrando através de mim e é pura agonia, todas as minhas pequenas inseguranças aparecendo de uma só vez.

“Desarrumada? Não é assim que eu normalmente viria trabalhar.” Estou divagando e remexendo como uma louca, incapaz de simplesmente recuperar o controle.

Merda, merda, merda.

Esta não sou eu!

Não desmorone, Emma, agora não … Por favor. Controle-se e se recomponha.

Sei que é porque ele me assustou, porque me sinto despida e estou perdida porque me sinto fora da minha zona de controle e ele está agindo … estranho. Minha respiração está difícil e estou tentando estabilizá-la sem deixar óbvio demais e estou fazendo um trabalho terrível.

“Eu ia dizer …” ele pigarreia e olha para os papéis, mudando a direção da conversa provavelmente porque estou deixando-o desconfortável.

Ótimo trabalho!

“Então, aqui, preciso que estes sejam copiados, enviados por e-mail e arquivados … Tenho certeza de que você conhece o protocolo.” Ele olha para cima e para longe novamente, como se não estivesse confortável em fazer contato visual nesse momento.

Eu sei, sim. Eu sei, é claro que sei. Não preciso de orientação. Preciso de um foco.

Estendo a mão para pegá-los dele, impedindo-me de agarrar

“Sim, senhor.”

“Emma … você está bonita,” ele diz baixinho, olhando para mim só para fazer o comentário e depois de volta ao celular, que agora está em sua mão. Ignoro a expressão estranha de apreensão em seu rosto e o formigamento dentro de mim se acende. Mudando nervosamente de posição tento firmar minhas mãos na pasta. Isso intensificou-se rapidamente e estou zangada comigo mesma. Perdi literalmente minha compostura e personalidade capaz em milissegundos tudo por causa do meu cabelo idiota. Colo minha expressão fria e sorrio com firmeza.

“Obrigada, Sr. Carrero.” Saiu da minha boca antes que eu perceba que não o chamei de Jake e é mais um motivo para gemer em silêncio.

Tente recuperar a compostura. Anos de controle, Emma e você não consegue pensar de maneira sensata.

Estou além de lívida comigo mesma.

Margo aparece um instante depois, carregando uma pasta e um paletó. Fico agradecida pela sua aparição repentina e suas habilidades calmantes instantâneas. Olho para o relógio de parede e percebo que não são nem duas da tarde. Esqueci que eles tinham uma reunião no outro lado da cidade, no segundo edifício Carrero e estão me deixando para cuidar do escritório. Sede da Carrero Tower com Sênior, algo a ver com finanças trimestrais.

Rei Carrero em sua torre de mármore.

Ele prefere dominar seu império em um edifício separado de Jake, a vários quarteirões de distância. Eu me pergunto se esse é o motivo da frieza entre eles.

“Emma, desvie todas as ligações importante e me envie um e-mail se precisar de alguma coisa. Deixei uma pilha de pastas aqui.” Ela bate em uma pilha pequena que colocou sobre a mesa, alheia ao fato de eu me fazer completamente de boba.

“Analise isso e saia às quatro.” Ela sorri, a mão prendendo uma mecha extraviada do meu cabelo e me pegando de surpresa.

“Gosto disso, é mais suave. Você parece muito mais bonita, mais despreocupada e jovem.” Ela sorri novamente, os olhos vivos com afeto genuíno.

Tento sorrir e reprimo a careta que sinto, desconfortável com a atenção que essa leve mudança está obtendo e completamente ciente que nunca acontecerá novamente. Não completamente confortável com a maneira como Jake ainda está olhando para mim enquanto ela mexe em meu cabelo e eu o aliso para longe da sua mão com gentileza.

Suspiro aliviada quando eles se despedem, viram e vão embora. Graças a Deus acabou.

Pelo amor de Deus.

Puxo as pastas para a frente da minha mesa e jogo o cabelo para trás por cima do ombro com raiva.

Estou zangada comigo mesma, estou zangada que Jake me fez perder minha compostura mesmo sem querer. Estou zangada que, por uma fração de segundo, a velha Emma tenha ressurgido, a Emma adolescente. A Emma estúpida, idiota, nervosa, inquieta levantou a cabeça burra.

Passei anos empurrando-a para o segundo plano e tentando substituí-la pelo meu eu mais capaz e confiante. Não preciso da sua presença, ansiedade e inseguranças perto de mim. Ela é uma garotinha confusa que me atrapalhou e a última coisa que preciso é vê-la novamente.