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4-Não sou o lobo mau e você não é a chapeuzinho vermelho

Tirei o vestido e tomei um banho demorado. Coloquei minha camisola e lavei o prato da sopa que Jonathan tinha comido e joguei fora o resto da sopa que tinha sobrado. Lavei o pote. Peguei uma maça e com ela nas mãos fui até a sala, liguei um pouco a televisão. Mas as imagens do jornal passavam, pois eu não conseguia tirar da cabeça meu dia de hoje.

Desliguei a televisão e resolvi deixar minha mala pronta. E a roupa que usaria amanhã, separada.

Foi o que fiz. Arrumei minha mala e a roupa de amanhã. Por último deixe para ver um vestido bonito para a festa. Eu não tinha muito para escolher. Por isso peguei um preto. Tubinho, mas nem tanto assim, pois marcava a minha cintura. Um pouco acima dos joelhos, decote quadrado. E para quebrar um pouco a cor, uma echarpe vermelha.

Arrumei também a mala de Jonathan, com roupas do dia a dia.

No dia seguinte, com dor no coração, tirei Jonathan da cama. Essa hora era a mais difícil para uma mãe.

Ele dormia tão sereno, tão pesado e ter que acordá-lo cedo era terrível para mim. Minha mãe já tinha me pedido para eu deixá-lo com ela, mas ela tinha artrose nos joelhos, já estava com seus 60 anos, não era justo. Ela já tinha feito seu papel.

Mesmo assim, às vezes eu abusava de sua boa vontade quando eu precisava sair a trabalho.

Não era muito de sair. Desde que tudo aconteceu, eu tinha me fechado no meu mundinho. Vivendo de casa para o trabalho e do trabalho para a casa.

Meu trabalho às vezes era puxado, pois eu tinha que sair a campo atrás de matéria para a minha coluna. Como ela era sobre variedades, eu não podia reclamar.

Lá eu poderia falar de quase tudo. Tirando política, esportes que tinham sua própria coluna.

Deixei Jonathan na escola e fui até a oficina ficava a dois quarteirões depois da escola. Fiquei feliz em saber que meu carro estava pronto. Meia hora depois, eu estava na revista. E 8:30 hrs já estava em frente ao meu PC.

Enquanto eu o aguardava surgi as imagens na tela, fitei o corredor e o avistei. Precisamente nesse instante vi Zachary saindo do elevador esbanjando charme, cumprimentando todos com um aceno de cabeça.

Meu coração me golpeou, com batidas irregulares dentro de meu peito. Meus hormônios adormecidos ficaram enfurecidos, adorando aquela visão. Desviei meus olhos dele com muita dificuldade, voltando minha concentração para a tela aberta. Embora fitasse sem nada ver, pois a imagem de Zachary estava gravada na minha mente.

Os cabelos negros brilhantes grossos. Alto. Físico perfeito dentro do terno chumbo. A gravata preta, camisa cinza um pouco mais clara que o terno.

Nunca conheci alguém com aquele corpo, ombros largos, cintura estreita e um belo bumbum.

Senti seu perfume e uma sombra se projetou na minha mesa.

Droga! Ele parou ao meu lado.

Ergui meu rosto e dei com aqueles olhos negros me fitando.

—Bom dia, pelo visto arrumou o carro.

Eu demorei um pouco para responder.

—Sim. Acertou! —Fingi um sorriso.

Seus olhos fitaram meus cabelos castanho-claros geralmente rebeldes, mas que hoje estavam domados. Desceram então para a minha boca e fixaram-se ali por um tempo e só então fitou meus olhos.

—Está com um ótimo aspecto hoje.

Sentiu isso? Não caia nessa! Agora você está vendo o homem que conheceu no passado.

—Obrigada. —Desviei meus olhos para a tela. E Abri a pasta que eu tinha deixado na mesa ontem, ignorando o cretino, que não devia estar gostando muito disso.

Com certeza, não deveria estar acostumado a ser ignorado.

—Faremos uma reunião daqui a dez minutos na minha sala.

Eu o fitei novamente e assenti séria.

— Outra coisa. Relaxa. Parece que constrói uma muralha toda vez que me aproximo de você. Não sou o lobo mau e você não é a chapeuzinho vermelho e não tenho nenhum histórico de distúrbio de personalidade.

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