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CAPÍTULO 07 - SEJA UMA BOA GAROTA

— Bem, está ficando tarde, vou me recolher — Minha doce avó comentou, beijando-me nas bochechas. Antes de se afastar, ela puxou Patrik, que se surpreendeu com o ato, e tentou sussurrar em seu ouvido — A faça comer algo; ela vive corrida e não se alimenta direito. O chefe dela é um idiota e toma todo o seu tempo!

O CEO me lançou um olhar indecifrável.

— Ela deveria dizer a ele o quanto é um idiota! — Patrik sorriu divertido para ela, beijando sua testa e mão em um gesto carinhoso. — Foi um prazer conhecê-la.

— Deixa disto — Ela riu tímida — O prazer é todo meu!

Os enfermeiros a acompanharam para o quarto; os vi se afastando antes de voltar para o meu chefe.

— O que pensa que está fazendo? — Quase gritei, tentando manter em mente que ele era meu chefe — Sabia que a condição de saúde dela é delicada? Por que veio até aqui?

— Sra. Lis, está com ciúmes da sua avó? — Seu olhar, apesar de sério, perdia para o sorriso torto que havia pousado nos lábios dele.

— Urgh... — Bati os pés, cruzando os braços, irritada — Sr. Patrik, o senhor é mesmo irritante!

— Faz parte do meu charme, Sra. Lis. — Sorrindo, ele me puxou pelos braços, arrastando-me para fora da casa de repouso — Vamos, temos uma parada para fazer.

— Que parada? Não vou com o senhor; já acabou meu expediente, e quero ir para casa! — O fuzilei com os olhos impaciente.

— Sra. Lis, é mesmo uma mulher muito teimosa. Devo chamar a sua avó para lhe dar um jeito? — O CEO arqueou as sobrancelhas em uma ameaça.

— Você não ousaria! — Parei, encarando-o.

— Já me viu alguma vez ameaçar sem cumprir? — Colocando as mãos nos bolsos, ele me encarava firme.

— Não..., mas... — Gaguejei.

— Então, entre no carro como uma boa garota educada! — Sorrindo, Patrik abriu a porta.

Passei por ele a passos firmes, entrei e sentei-me com os braços cruzados, a cara emburrada... Este homem estava me tirando o juízo!

— Fica tão fofa brava. — Piscando, Patrik se sentou em minha frente — Você não deveria ficar sem se alimentar, pode ficar doente. Se algo acontecer com você, tem algum parente que possa cuidar daquela doce senhora em seu lugar?

Aquele tom severo eu conhecia bem; era o que estava habituada na rotina de trabalho.

— Não, somos só nós duas... — Murmurei, encarando a janela. — Estou ciente disto, mas como minha avó disse, meu chefe é meio babaca.

Olhei de canto, percebendo seu sorriso charmoso.

— Terei uma conversa severa com ele depois. — Se encostando no banco, ele cruzou as pernas relaxado, fechando os olhos. — Espero que goste de frutos do mar.

— Frutos do mar? — Virei repentinamente em sua direção.

— Sim, nunca comeu? — Ele arqueou as sobrancelhas.

— Está fora do meu orçamento, Senhor. — O encarei — Olha, Sr. Patrik, não precisa fazer isto... Minha avó estava exagerando; eu como todos os dias.

— As avós sempre têm razão — O CEO sorria presunçoso ao se aproximar, me apertando contra o banco — E eu não perderia a oportunidade de levá-la para jantar... Não terminamos nossa aula de hoje!

Remexi-me timidamente, arrepiando-me com sua proximidade. Suspirando, ergui meus olhos para o fitar, notando nuances de luxúria e curiosidade.

— O Senhor ainda não me disse por que me seguiu? — Mudei o assunto intencionalmente, fazendo-o voltar para o seu lugar.

— Você saiu rápido demais; algo a preocupava. — Dando de ombros, ele falou — Só queria garantir que estava bem.

— Muito gentil de sua parte. — Assenti agradecida, mesmo aqui sendo estranho — Estou cansada, Sr. Patrik, gostaria mesmo de ir para casa; ainda tenho aulas do curso para repor.

— Tudo bem... — Suspirando, Patrik bateu no vidro do motorista, que abaixou — Passe no drive-thru; vamos comprar algo para viagem.

— Eu já... — Falei, sendo interrompida por seu dedo pressionando meus lábios, os apertando ousadamente.

— Você quer estudar, então vamos para sua casa estudar! — Patrik se sentou do meu lado, acariciando minha perna — Este paletó ficou melhor em você.

Sorri timidamente.

— O dono do paletó tem um bom gosto. — Ousei brincar após suspirar — Não vou permitir que entre em meu apartamento de novo.

— O apartamento é meu, todo o prédio, se esqueceu? — Ele fez mais pressão nas minhas pernas, subindo um pouco de forma perigosa.

— Então, irei me mudar. — Empurrei suas mãos sem sucesso.

Virando o queixo na minha direção, Patrik roçou os lábios aos meus, mordendo suavemente de forma provocativa.

— Então, terei que comprar o próximo prédio que você irá morar... — Sussurrando provocativo, ele passou a língua por meus lábios — Você não vai se livrar de mim tão cedo; seja uma boa menina e se comporte, ou te darei os tapas que tanto precisa para ser corrigida!

— Você não ousaria... — Arregalei os olhos com a face corada.

— É um desafio? — Patrik falou rouco, abrindo um botão do paletó, acariciando o seio com o dedão.

— Não... não... — Suspirei, arrepiada — Parece que não é somente o Greg que é perseguidor...

— Acho que aprendi os maus hábitos dele! — Agarrando minha nuca, Patrik me puxou mais, parando colado aos meus lábios; parecia ponderar se prosseguia ou não — Há tanto a te ensinar, Sra. Lis, minha mente não para de tantas lições que estou ansioso para ensiná-la.

— Por que eu? — Sussurrei sem me mexer, mantendo nossos olhares.

— Você é mais surpreendente do que imagina! — Patrik mordeu meu lábio inferior antes de se afastar de novo. Percebi o volume em sua calça, mordi os lábios, virando o rosto para o vidro, tentando esconder a minha face avermelhada de timidez.

Me intrigava seu autocontrole; todos os homens eram assim? Os poucos que permiti viver uma aventura sempre foram decepcionantes e precoces. Nunca tive relacionamentos sérios; aquilo me parecia perda de tempo, não acreditava em amor ou em conto de fadas!

Baseava-me em lógica, ações e reações... Então, por que aquele homem à minha frente me intriga e instiga tanta curiosidade? E o quanto seu jogo perigoso poderia me prejudicar?

O CEO pediu nossos lanches e nos conduziu até o apartamento; como prometido, de fato, entrou. Greg ficou montando guarda na porta; aquele segurança parecia incansável. Insisti para que entrasse e descansasse no quarto de hóspedes, mas ele não me respondia.

— Por favor, ordene que ele venha descansar; não me sinto confortável sabendo que Greg está lá fora em pé a noite inteira. — Suspirei, olhando para o CEO.

— Ele está acostumado; era do exército e não gosta de dormir na casa dos outros! — Patrik sorriu, comendo seu lanche de forma relaxada, afrouxando a gravata e abrindo a camisa social, deixando seu tórax definido aparecer.

Fiquei parada, olhando o ponto aberto, até ser trazida de volta à realidade.

— É muito feio ficar encarando uma visita, Sra. Lis. — Ele sorriu, tombando a cabeça para o lado, divertido. — O que a sua avó pensaria de sua atitude?

Joguei a almofada em sua cara, virando de costas e falando por cima do ombro.

— Não me siga, vou tomar banho e, caso queira ficar mais à vontade, tem banheiro no outro quarto... — Parei na porta — Não tenho roupas que lhe sirvam.

— Não preciso de roupas; posso ficar nu te esperando! — Patrik deu de ombros, divertido.

Sai a passos rápidos, batendo a porta com força.

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