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Capítulo 16 Ainda não é o mais humilde

- Eu... - Com a boca aberta, o instinto a mandou recusar. Na escuridão, Benjamin sorriu em silêncio... Ele assumiu que a orgulhosa Senhorita Vitória não iria entregar sua dignidade e aguentar tal humilhação.

- Se eu conseguir pegar todas as notas no chão num minuto, o dinheiro é meu...É verdade? E você vai me dar um bônus extra de um mil?

Não tem como para Vitória dizer a palavra ‘não’ após a palavra ‘eu’. Lembrava a moça na prisão, a única pessoa que a tratava bem, e o sonho dela quando estava morrendo. Vitória mudou a ideia... Dignidade? Será que ela ainda a tem?

Atualmente Vitória não tem nada, não tem família, não tem parentes, não tem amigos, não tem passado, ela só pode depender de si mesma.

Que dignidade!

O rapaz riu:

- Claro, eu sou um homem de palavra.

As olhadas de desprezo e zombaria fugiram dos seus olhos enquanto ele enxergou para a mulher cômica no chão com comandante.

- Beleza.

A voz rouca é tão rouca, e claro, ninguém percebeu a tristeza escondida nas suas palavras. Na frente de todos, Vitória rastejou. Alguém apontou para ela e riu:

- Augusto, veja, ela não parece com seu cachorro estúpido?

O rapaz que tinha jogado dinheiro em Vitória respondeu desdenhosamente:

- Você é cego? Meu Roke é um cachorro macho.

- Ah sim! - o homem gargalhou -, Seu Roke é um cachorro, e ela é uma cadela. Hahahaha~-

As provocações e zombarias continuaram. Vitória mordeu os lábios com força e pegou as notas espalhadas no chão. Tombadas em todos os cantos, Vitória precisaria de se mover enquanto se ajoelhar para pegar as notas.

Vitória, não escute, não se importe!

Vitória, isso não é nada. Comparando isso com o sofrimento na prisão, você deve agradecer a gentileza destes jovens senhores!

Vitória, sua vida é barata, sua dignidade também.

Vitória, se lembre, você devia a uma jovem uma vida, um sonho do Lago Orelha!

Vitória, hoje em dia, você não tem nada. Você só pode depender em si mesma, aproveita tudo de você para pagar a vida inocente que morreu por motivo de defender você! Realize o sonho do Lago Orelha daquela garota!

Ouvindo as provocações e insultos dos outros, Vitória mordeu seus dentes com tanta força, mas não soltou um pouquinho mesmo que estivesse doendo.

Algumas notas foram caídas na frente de pés. Vitória não hesitou em rastejar para pegá-las. De repente, surgiu de trás a risada alta daquele jovem chamado Augusto.

- Ei! Cadela, você tem que abanar o seu rabo. Se não, não vai receber dinheiro.

O corpo de Vitória tremeu, e as mãos segurando as notas apertaram mais ainda, quase penetrou as notas e a beliscou na palma.

Outros ecoaram:

- Abana, abana!

- Abana seu rabo, cadela, abana!

- Ei, cadela, você não quer mais o dinheiro? - Augusto perguntou de súbito.

Dinheiro! Vitória olhou as notas na mão, inspirou fundo, e mexeu a bunda devagar de um jeito rígido

- Hahahahahahaha... - Augusto riu mais alto -, Socorro! Minha barriga dói de tanto rir!

- Hahahahaha~ Também não consigo segurar. Estive em tantos clubes e bordéis no país e encontrei vários tipos de mulher. Não é raro as gulosas. Mas também é minha primeira vez de conhecer uma gulosa desse nível. Que impressionante!

- Benjamin, a cadela está abanando o rabo para você - Augusto perguntou com mau propósito -, Você não a oferece algo?

Benjamin! Ben...Benjamin?

Nesse momento, o coração de Vitória quase para de bater! Lentamente, rigidamente, dificilmente, ela levantou a cabeça... Este olhar deixou o rosto dela ficar pálido!

Benjamin se sentou no sofá. A luz escura o fez parecer ainda mais nobre e inacessível.

Benjamin olhou para Vitória, comentou sem simpatia.

- Você é tão desprezível.

Vitória mordeu seus dentes. Sua respiração ficou perturbada. Graças à maquiagem de palhaço, não deu para ver seu rosto pálido como morto!

Que sorte... ainda tem esta maquiagem engraçada para cobrir a feiura.

Uns segundos depois...

Sob o olhar de Benjamin, Vitória mostrou um sorriso muito brilhante com morosoe:

- Obrigada pelo seu elogio, Sr. Benjamin.

Ninguém buscou que ela foi esgotável para dizer estas poucas palavras, isso quase custou toda a sua força!

Ele a humildiu mas ela lhe agradeceu... Ela não é a rosa orgulhosa e dura da Cidade da Pérola de verdade?

Vitória respirou fundo e virou a cabeça para olhar a Augusto:

- Sr. Augusto, eu já peguei todas as notas no chão. Suas palavras contam? - Augusto acenou a mão de acordo. Quando Vitória quer se levantar, Augusto a impediu despreocupado - Não se apresse a ficar de pé.

Falando isso, ele foi até a mesa de cristal e pegou um copo.

- Antes de pegar o dinheiro, eu te pago uma bebida.

O uísque foi entregue para Vitória. Ela ainda não se levantou e permaneceu a pose baixa.

- Eu não...

Vitória ia recusar quando uma voz baixa soou aos poucos:

- Vinho combina com beleza. É um desperdício a dar isso.

É Benjamin!

Vitória fechou os olhos para esconder a angústia.

Benjamin, até que ponto você vai ficar satisfeito?

- Está dizendo que ela não é bonita? - Augusto questionou -, Não acredito, não pode ter uma pessoa feia em Clube King.

Depois de dizer isso, ele olhou a sério para o rosto de Vitória. Mas a maquiagem pesada de palhaço dela ocultou completamente o seu rosto original.

- Não acredita? - os lábios finos de Benjamin se levantaram pouquinho. A vista dele caiu sobre o rosto de Vitória acaso -, Vá se lavar – com leve e preguiçoso, também... cheio de apatia.

Vitória ia se levantar...

- Vai rastejando - Augusto mandou ao lado.

A cara de Vitória ficou pálida de novo e os dedos estavam enraizando no chão... Se segure, Vitória! Isto não é nada em comparação com os três anos de prisão!

Ela rastejou até o banheiro na sala obedientemente. Sem removedor de maquiagem, ela só pôde usar sabonete para limpar a maquiagem. Claro que não conseguiu tirar tudo quanto o efeito do uso removedor de maquiagem, mas... é suficiente para ver seu rosto magro e comum.

Ela caminhou até a porta e quando abriu...

- Costumo vendo você rastejando, mas não ficando de pé.

Augusto sorriu e olhou para a mulher à porta:

- Como resolve?

Vitória se abaixou em silêncio, se deitou de bruços no chão, rastejando. Suas pernas não eram muito ágeis. Devido ao movimento prolongado anterior, agora a dor estava cada vez mais forte.

Ela teimou em esconder a dor indizível... Ela disse que não precisa de dignidade, também não tem, nem se importar com dignidade, mas na sua mente, ela escolheu aguentar a dor que os homens nem suportarem e não dizer nenhuma palavra.

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