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06

DOMENICO MACERATTA

THE PENÍNSULA | 22:00

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— Irei te colocar aqui e já volto. — concordou em um aceno e constatando que sua vestimenta está inapropriada para ficar em público tirei meu blazer — Coloque isso, por favor!

— Muito obrigada! — sua voz sai em um sussurro que mal ouvi.

— Não me demoro, darei entrada em nosso quarto, tem alguma preferência?

— O que achar melhor, senhor.

Rapidamente fui até o balcão e peguei a suíte principal. Quando voltei não a encontrei onde deixei e saí às pressas para rua me achando um idiota de confiar que não fugiria, afinal, ainda não sabe que sou seu noivo.

— Merda! — grunhi olhando para ambos os lados.

A localizo escorada, puxando o ar com urgência poucos metros adiante e me apressei em lhe alcançar.

— Está maluca? — gritei por imaginar que a perderia novamente — Nunca mais faça isso!

— Já tenho alguém. — escutar essas três palavras me fez fraquejar — meu coração nunca será seu!

— Diga-me o nome que mandarei matar o homem que possui seu coração! — alterado exigi pensando em matar o Vittorio também — Anda diga-me quem ele é!

— Não! Só me deixe ir, por favor! — suplicou acreditando que concordaria com essa loucura.

Peguei-a no colo novamente e dessa vez fui ao encontro do elevador e não demorou para estarmos em nosso quarto com à vista da torre Eiffel emoldurada pela janela.

A coloquei deitada e admirei seu lindo rosto. Mais triste do que com raiva me juntei a ela sentando próximo aos seus pés.

— Desculpa é que amo meu noivo loucamente, senhor. — minhas mãos suaram com essa confissão, sendo que o seu noivo, sou eu! — Assim como você, ele também me comprou há anos atrás e sinto em te informar, mas o Domenico tem meu coração e desde já te aviso que toda oportunidade que tive de fugir vou abraçá-la com todas as minhas forças.

— Você o ama? E o que esse Domenico fez para ter o seu amor? — questionei, visto que nunca mais nos vimos desde o nosso noivado — Me diga!

— Foi sincero na pequena conversa que tivemos em nosso noivado e graças a ele, hoje sou uma ótima pintora e vi que meu pai nunca me amou, só me usou como moeda de troca para ser rico novamente. — fiquei sem palavras com toda essa declaração.

"Ela me ama sem me conhecer!"

— Posso saber o que está sentindo? — perguntei vendo que sua respiração estava estranha — Deixe-me te ajudar, cuidar de você.

— Esse negócio aqui tem me sufocado, senhor — revirei meus olhos, pois essa merda de senhor está me matando — não possuo roupas, então acho difícil que possa me ajudar.

— Vem! — com cuidado a coloquei de pé e comecei desamarrar o cadarço do espartilho — Use as minhas, suponho que vai te deixar mais adequada para estar na frente de um homem.

Por não saber quem sou, usarei isso a meu favor para obter mais informações de como surgiu esse amor. É óbvio que mudei muito desde a última vez que nos vimos. Hoje meu porte físico é outro, não sou tão atlético como antes, cortei meus cabelos que eram grandes e atualmente tenho barba, sem falar nas minhas tatuagens, mesmo que não seja visível usando um terno.

Com esse pensamento me surgiu uma ideia e vou propor, talvez dê certo.

— Por favor, não faça sexo comigo!

Ouvir isso me arrancou à força dos meus devaneios e confesso que acabei rindo da exigência, visto que esse é o meu maior desejo.

— Sei que estou pedindo muito, já que me comprou por um valor absurdo.

— Daria toda minha fortuna para tê-la comigo bem e segura. — declaro minhas verdades — Você não sabe, mas eu te amo. — me declarei sinceramente.

— Não valho tudo isso, senhor. Deixe-me ir, por favor, meu casamento acontecerá em dois meses. — finalizo desvencilhando seu lindo corpo do maldito espartilho.

Aproximei-me doido para abraçar seu corpo, mas quero que ela deseje isso. Não irei forçá-la a fazer algo que não queira.

— Me conta mais sobre o dono do seu coração, convença-me a te deixar ir — incrédula me encarou —, sou um homem de palavra!

— Posso mudar minhas roupas, senhor? — digo que sim e saí para pegar uma camisa de algodão em minha mala — Já volto.

— Irei com você! — informei — Não vou te admirar, só quero estar no mesmo lugar devido ter me mostrado que não posso confiar em ti.

— Então trocarei aqui mesmo. — encarei o teto enquanto se despia e voltei a olhar quando me deu permissão — Posso pedir comida?

— Claro, alguma preferência? — ditou suas exigências. Assim que pediu tudo que desejava, fiz o mesmo.

— Onde dormirei? — questionou olhando para a única cama no local — E-eu. nunca dormi com um homem, senhor.

— Pode me chamar somente de Dom, pare com isso, senhor! — concordou ficando de pé admirando as mãos — Você dormirá aqui comigo?

— Posso dormir no sofá ou no chão, mas na cama isso não será possível!

— Será, sim, não farei nada que você não queira, tem a minha palavra. — confessei e me deitei na cama admirando-a ainda de pé — Faremos assim, tenho 40 dias para te conquistar e se não conseguir ganhar seu coração, deixo você ir embora para se casar com seu amado.

— Tem certeza? — concordei com a cabeça — Nesse tempo você não tentará nada a força?

— Não, e te garanto que antes disso você vai me implorar para que eu te faça minha, em minha cama — me levantei e parei juntinho dela —, não devo mentir, quero você de todas as maneiras. Dei-me esses 40 dias, por favor!

— Combinado! — alisei seu rosto ponderando minha vontade de beijá-la — Lamento te decepcionar, mas serei eu a ganhar esse jogo.

— Tudo que quero consigo e a prova viva disso é que estás aqui. E será você quem irá pedir para tirar as suas roupas.

— Duvido muito disso!

Nesse clima de competição esperamos a comida chegar e fiquei imaginando como esse jogo de sedução será gostoso.

Nossa refeição chegou, após, tomei um banho e quando voltei ela já estava dormindo.

— Somente 40 dias, mia Bella! Farei se apaixonar por mim, pode ter certeza, no caso, quem realmente sou.

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