Biblioteca
Português

O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ

299.0K · Em serialização
KiolaFritiz
243
Capítulos
8.0K
Visualizações
9.0
Notas

Resumo

— Boa noite! Cavalheiros estou imensamente honrado de tê-los aqui em mais um leilão para satisfazer o desejo de cada um de vocês, e hoje em especial temos uma virgem para os amantes das ingênuas jovens mulheres e desde já confidencio a todos que a beldade é tipo as que tem boca e não falam além de bem submissa, então guardem seus milhões sendo que a cereja do bolo virá muito em breve! Admirei o leiloeiro doido para ver sua cabeça em uma bandeja só por falar assim da minha futura esposa. Os minutos se passaram quando finalmente ela veio vestida de branco para à frente do pequeno palco, roupa essa que indicava sua pureza... Os lances foram dados um atrás do outro e permaneci observando cada um que cogitou a ideia de tocar na minha mulher — somente para garantir a morte mais dolorosa —, os instantes se passaram rapidamente e quando faltava o último lance o conhecido dou-lhe (o famoso dou-lhe três) para bater o martelo de vendida imediatamente dobrei o preço que esses filhos das putas deram para obtê-la. Com um sorriso no rosto, admirei a cara mal fodida de cada um deles ali presente, sabendo que minha mulher sairia daqui comigo, principalmente a do meu fã que foi o último a dar um lance de 40 milhões de euros. — Vendido para o senhor vestido todo de preto aqui na primeira fila. — Com um sorriso de escárnio segui para reivindicar o é meu. Perto o suficiente e mesmo de máscara pude notar estar ainda mais linda do que já é, alisei seu rosto e sinto estremecer com meu toque. " Esses malditos desgraçados filhos das putas vão pagar por fazê-la sentir medo de mim... ah, se vão! " ─━━━━━━⊱❉⊰━━━━━━─

romancebilionário

01

DOMENICO MACERATTA

PIEMONTE | ITÁLIA | 09:00

━═━═━═━═━═━═━═━═━

Olhei os relatórios que Teodoro me entregou sobre a safra de Cuneo e senti um grande aperto no peito.

— Tem certeza, Teo? — acenou em afirmativo antes de se pronunciar:

— Sabe que não iria propor se não fosse necessário, essa colheita ainda saiu boa, contudo, a acidez foi 70% acima e já temos duas anteriores na média dos 58 a 65% que ficara mais tempo no descanso. — pegou em sua pasta os relatórios anteriores que já tenho conhecimento — Pode analisar, se esperarmos mais uma talvez seja trabalho em vão e o tempo de descanso leve 20 anos, podar é a melhor solução.

— Não acredito que terei que vivenciar isso! — meu dia acabou de tornar-se péssimo — Meu tio, o que disse?

— Ainda não contei a ele, falarei com Enrico também. — acenei em afirmativo.

— Obrigado por me alertar. Bem, depois quero falar das novas terras que comprarei amanhã, assim que fechar o negócio quero que vá até lá. — comuniquei indo buscar as referências do solo — Veja.

— Posso ler com calma? Sabe que não faço nada correndo. — disse que sim — Bom, meu amigo, tenho que ir, preciso regressar à vila Mattiazzo a nonna anda reclamando do meu sumiço.

— Ouço falar da sua avó com tanta frequência que tenho vontade de conhecê-la. — comentei, sincero.

— Vá à festa da sangria da minha tia Nena, não é para me gabar não, antes de me tornar um ótimo enólogo, aprendi com ela sobre fermentação e daí surgiu minha paixão.

— Ansioso, lembre-me próximos à data, faço questão de conhecer sua família. — apertou minha mão — Boa viagem e leia tudo que está aí, provavelmente trabalhará de Cuneo de agora em diante.

— Pelas uvas? — fizemos nosso toque ridículo da época da faculdade — Vamos até o inferno!

— Até o inferno! — confirmo — provavelmente só nos falamos amanhã, vou a Paris nesta tarde, mas retorno em 24h.

— Boa viagem. Agora vou indo. — acenei e o vi sair e antes de fechar a porta passou uma cantada em Tereza.

— Idiota! Não muda. — me sentei e voltei a trabalhar.

As horas passaram arrastadas e minha ansiedade parece ter desacelerado, o tempo. Levantei e fui de encontro a grande janela que enquadra perfeitamente a cidade de Piemonte. Não paro de pensar no evento que acontecerá mais tarde. Estou bem confiante e não tenho dúvida de que conseguirei o que tanto desejo.

— Não sei ao certo em que momento Alessa me enfeitiçou.

Murmurei para mim mesmo enquanto um sorriso puro que só ela consegue arrancar de mim, ganhou vida em meus lábios.

— A única coisa que sei é que irei resgatá-la. — respirei tranquilamente e voltei a me sentar.

Retomei o trabalho para não criar situações sem sentido em minha cabeça, pois era óbvio imaginar o pior: — Hoje minha noiva sairá de lá comigo, e isso é um fato! — cantarolei olhando os papéis que Teodoro me deu, não acreditando que passarei pela primeira podagem das minhas vinhas sob os meus cuidados.

Tentando não pensar nisso foquei nos novos lotes de terras que comprarei para expandir meu lindo vinhedo e amanhã conhecerei o proprietário das terras para dar início a negociação.

Desejo que seja a primeira e única tentativa, visto que o solo é ótimo e não quero mais um vendedor se achando espertinho por fazer negócios com a E’vino Maceratta.

Estava idealizando o primeiro encontro com o Sr. Lazzo quando minha porta foi escancarada batendo com toda força contra a parede.

Puxei o ar por minhas narinas para conter minha vontade de matar esse Figlio di puttana que se intitula meu sogro.

— Domenico, minha filha está desaparecida há mais de 20 dias, o que fará para resolver isso? — questionou batendo em minha mesa como se fosse ele o dono do lugar — DIGA!

— O que espera que te responda? — me recostei em minha cadeira para admirar seu teatro, e nada respondeu — Veremos, suponho que sua curiosidade é com relação ao acordo inicial, correto?

Engoliu em seco confirmando minhas suspeitas.

— Qual? Faz tantos anos que não me recordo. — o cínico endireitou a postura.

— Claro que lembra — confirmei com tranquilidade e tornou a dizer que não se recordava —, te lembrarei.

— Não falemos disso, quero minha.

— Faço questão! — o cortei antes que fizesse seus dramas — Me refiro a um acordo feito há dez anos atrás em que vendeu sua única filha para meu pai, por um valor absurdo, onde fui forçado a noivar a contra gosto. Enfim, esse não é o foco, mas saiba que se esse casamento não acontecer, terá que devolver os milhões que lhe foi dado. — sua cara mudou de cor.

Minha secretária entrou assustada e sabendo não ser culpa dela pedi que nos deixasse a sós.

— Com licença. — sussurrou voltando por de onde veio.

— Não seja petulante e me responda! — tornou a berrar, me levando a alisar minhas têmporas — Quero minha filha de volta.

— Veja bem, acredito que tenha que clarear sua mente para que consiga entender que não deve em hipótese alguma invadir meu escritório, Vittorio. Alessa encontra-se desaparecida por incompetência sua, já que seu único dever era cuidar da minha futura esposa até o dia do nosso casamento que irá acontecer em dois meses contados a partir de hoje, então por obséquio, se retire da minha sala.

— Mas.

— Sai! E só aceito ver sua cara decrépita no dia do meu casamento, isso, por ser pai dela, se não, nem seria convidado! — minhas palavras deram a sua face um tom avermelhado.

— Está de brincadeira, porra!

Me levantei tendo plena convicção que não conseguirei focar no trabalho e a minha única saída é dar um pouco de sanidade a esse velho ridículo.

— Sou seu sogro, se não me respeita como tal, que seja ao menos por minha idade avançada, garoto.

— Tem ideia do que acabou de dizer? Se bem me lembro, vendeu sua filha por uma grande fortuna e agora diz que a ama?

Contemplo com satisfação enquanto admiro fraquejar em sua pose de merda de homem mais velho e pai do ano.