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02

DOMENICO MACERATTA

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— Tens muita sorte, digo, tanto você quanto meu pai, por ter me apaixonado por Alessa. Outra coisa, saiba que comigo, estará mais segura, do que contigo!

— O que deseja insinuar com isso?

— O óbvio! Vendeu sua filha para manter sua vida de luxo, então não venha com seu discurso de pai preocupado, porque não acredito nesse seu teatro.

— Me respeita, desgraçado! — exigiu se aproximando, me levando a dar um passo para trás.

— Pensa que pode vir aqui e gritar comigo ou que tem o direito de exigir alguma coisa? — questionei seriamente — Saia daqui antes que mande dar um fim à sua medíocre existência! Tire sua bunda arcaica da minha sala imediatamente!

— Vejo bem a classe de homem com quem fiz negócios — seu tom era irônico —, é do tipo que manda fazer e não mete a mão na massa.

Com repulsa fui até ele e golpeei sua cara sem piedade com um belo tapa que o fez cambalear.

— Primeiro, te odeio por tratar sua filha como um negócio, e isso só me faz sentir mais nojo ainda de você, miserável! Segunda, mando porque tenho condições para isso, porque geralmente o homem que está acima, já passou da fase de fazer e começa delegar funções — expliquei segurando em seu pescoço —, mandar fazer o que quero é só o fardo de ser o chefe aqui, o poderoso ou rotule como achar melhor.

— Não seja ridículo! — sua voz saiu estranha devido ao meu aperto e o soltei — Alessa é minha filha e a amo!

— Não perderei meu tempo contigo, mas resolvi matar sua curiosidade e peço que escute com bastante atenção.

Alisando o pescoço me encarou.

— Buscarei Alessa e tenha em mente que irá para minha casa e a mesada para bancar minha noiva acabou ou pensa que não tenho conhecimento que o dinheiro que envio para os estudos dela são gastos com esbórnia? — grunhiu alto antes de se pronunciar:

— Temos um acordo, lembra? Alessa será sua quando se casarem! — sua voz não era das melhores — Me leve contigo, quero resgatar minha filha.

— Quem carrega esterco e carroça, não eu. Sabe que não quero você ao meu lado. — comuniquei abertamente — Foi você o primeiro a falhar nessa negociação, seu único dever era protegê-la e faltando dois meses para o casamento me fez uma merda dessa.

— Não foi minha culpa, ela saiu para comprar.

— Não me interessa! De agora em diante serei eu pessoalmente a fazer isso.

Vendo que não tem argumento que me faça mudar de ideia saiu sem dizer uma palavra.

Alisei meu rosto ponderando meu estresse.

O único motivo de não estar morto é que a última clausula me impede de mandar ceifar a vida deste velho miserável, já que exigiu levá-la até mim no altar.

Sentei-me e voltei a focar no trabalho, sendo que em poucas horas estarei indo buscá-la.

***

Ao meio-dia fui direto para minha casa. O desejo e a ansiedade de vê-la pertinho de mim, estava me consumindo a ponto de não conseguir forcar em mais nada além desse maldito leilão.

Mal coloquei meus pés em minha sala Emilia veio me receber.

— Emi, estarei trazendo a futura dona dessa mansão para finalmente morar conosco. Preciso que deixe seu quarto pronto, por favor — sorriu, pois é nítida sua felicidade —, confesso que não estou me aguentando de ansiedade para compartilhar essa casa com ela.

— Que ótima notícia Nico, devo deixar qual dos aposentos à disposição da minha senhora? — questionou, seguindo-me para o segundo andar.

— Faremos da seguinte forma, ela ficará com o meu, prepare o de hóspedes no fim do corredor para mim, por gentileza. Compre dálias negras que é sua flor favorita e coloque em nosso quarto, desejo que troque as roupas de cama para um tom claro e deixe o cômodo o mais arejado possível.

Fui desferindo as exigências sabendo que junto a equipe que coordena executaram muito bem todas elas.

— Outra coisa, chegará três cavaletes de madeira, ainda hoje, mande colocar um em nosso quarto e outro na cozinha. Tive conhecimento que gosta de pintar no local enquanto espera o almoço. O maior nos fundos, quero que tenha inspirações com à vista do meu vinhedo pessoal.

Comuniquei, de modo que realize meu desejo que é enquadrar meu lindo vinhedo em uma de suas telas e ficarei muito feliz quando isso acontecer.

— Outra coisa, só retorno para casa amanhã.

— Sim, senhor! — virei-me de modo a encará-la, por sentir mudança em seu tom de voz — Posso saber como será com a serpente que possui em seu quarto?

— Assim como estamos protegidos quanto a isso, é só manter o esquema que ficará tudo bem — concordou e voltamos a seguir até meu quarto — deixe todas as minhas coisas aqui! Só dormirei lá, minha rotina será feita nesse.

— Como desejar. Posso colocar flores no primeiro andar, também? — disse que sim e sentei-me na cama para fazer uma ligação — Com sua licença.

Retira-se me dando privacidade e no segundo seguinte liguei para Andrea que atendeu no primeiro toque.

— Chefe!

— Já fez o que mandei? — questionei sendo que em algumas horas estaremos indo para a França.

— Sim! Expliquei diretamente ao Ângelo como deseja que o serviço seja realizado e será efetuado assim que estiver longe do local. — fiquei satisfeito com essas informações.

Exigi que desse leilão apenas as garotas que ainda estiverem lá sejam salvas, dado que não posso fazer nada quanto as que já tiverem saído.

— Já estou me preparando para a viagem. — comunicou.

— Estou fazendo o mesmo, e Andrea, você voltará hoje, necessito que faça um trabalho para mim.

— O que deseja?

— Preciso que vá até a casa do Vittorio e pegue algumas roupas da Alessa para Emilia usar como base na compra das novas. Deste modo não se sentirá tão desconfortável com um estilo diferente, depois da compra seguirá para Cuneo estarei lá a sua espera.

— Deixa comigo. Em duas horas estarei indo te buscar. — me informou e desligou.

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