Capítulo 06
Tyler
Respirei fundo, encarando Luisa que pegou a nossa filha no colo, saindo com ela em direção a brinquedoteca.
Confuso, estendi uma sombrancelha, ela está estranha. Ontem eu percebi que diferente do dia anterior, quase não nos encarava nos olhos, mas hoje ela mal direcionava o olhar na nossa direção.
Sempre que não respondia, estava com a atenção voltada em alguma coisa que fazia. Isso porque passou a maior parte do tempo com a sua atenção focada no que estava fazendo, afinal a todo momento ela procurava algo para se manter ocupada.
Quase como se estivesse fugindo da gente, de nos encarar. O que será que aconteceu?
Ela, sem dúvidas, é a melhor babá que conseguimos. Emma se deu bem com ela desde o primeiro momento, acredito que seja pelo fato de Luisa a entender e ajudar com aquilo que a nossa filha precisava no momento. Como exemplo temos o seu dentinho, o incomodo que estava lhe causando e nenhum de nos conseguíamos entender.
Ontem ficamos o dia inteiro de olho nela, através das câmeras de segurança. Pode até parecer perseguição ou qualquer coisa do gênero, mas quando não fizemos isso, a nossa filha terminou com marcas roxas pelo corpo e um enorme medo de deixar as pessoas se aproximarem.
Pode parecer até exagero para as pessoas, mas para nos que sabemos de tudo que passamos, é apenas cuidado. Deus me livre de voltar a ver a minha filha sofrer, ou escutar o seu choro de dor ao encostar nela.
Para a nossa alegria, e total alívio, luisa não fez outra coisa que não fosse cuidar e dar amor. Quando chegamos, Emma só sabia sorrir de forma preguiçosa, afinal tinha passado o dia todo brincando e se divertindo. Fazendo coisas normais para bebês da sua idade.
Depois de muito tempo, Emma estava sendo bem cuidada pela sua babá.
__ Acharam a Lu estranha hoje?--- Thom perguntou enquanto entra vamos na empresa.
Em pensar que só vim pagar aqui, como um dos maiores advogados do país, por causa dele. No início éramos apenas namorados, quando ele veio trabalhar como secretário.
Estávamos passando por um momento muito difícil. Foi logo após nos assumirmos como somos, homossexual e receber criticar e xingamentos da nossa família e pessoas próximas. Tanto os meus pais, quanto os dele, deixaram de nos apoiar, até mesmo de falar com nos dois.
Ainda recordo de quando ele chegou no nosso pequeno apartamento, sentindo-se culpado e assustado por esta gostando do seu chefe. Homem que uma vez eu conheci quando fui lhe buscar no trabalho e porra, como fiquei com tesão aquele dia.
Lembro que passava noites sonhando que estava fudendo os dois... Mal sabia eu que em breve faria aquilo mesmo.
Não demorou muito tempo até que acabássemos assumindo o que sentimos e nos permitimos viver o amor. Dois meses depois assumimos perante a mídia, afinal Dom sempre foi um homem importante. Na mesma semana nossos pais ligaram, puro interesse.
Nunca mais falamos com eles, nem chamamos para o nosso casamento. Queremos ao nosso lado apenas quem nos deseja bem verdadeiramente.
__ Achei que só eu tinha reparado.--- Dei de ombros, entrando no elevador logo depois deles.
__ Seus olhos mal pararam em qualquer um de nós.--- Domenick pontua.
Ele é um homem incrível, com todas as letras. Só esta sendo meio seco com ela até pegar confiança, porque quando pegar saia de baixo que a palavra limites passa sem nem perceber. Meu marido demora a pegar intimidade, bem difícil mesmo, mas quando pega é algo bem forte mesmo.
__ Você fez alguma coisa? --- Thom se vira para Dom, o encarando com a sombrancelha arqueada.
__ Por que sempre sou eu quem faz merda? --- Devolveu com outra pergunta, abrindo a porta de sua sala para que pudéssemos entrar.
Não trabalhamos no mesmo ambiente, mas sempre que chegamos na empresa passamos primeiro na sala dele. Já trabalhamos na mesma empresa, moramos no mesmo lugar, não podemos trabalhar na mesma sala. Vê sempre quem é o seu parceiro acaba enjoando... Precisa da aquela saudades.
__ Você é o mais grosso entre nós.--- Argumentei me sentando na sua mesa, deixando uma perna apoiada no chão.
__ Literalmente né?--- Sua voz saiu maliciosa, enquanto seus lábios eram levemente prensados pelos seus dentes.
__ Sendo assim, eu sou o maior.--- Devolvi como se não fosse nada, vendo a Iris dos seus olhos começarem a ficar mais escuras.
Domenick tem um apetite sexual sem igual.
__ Onde eu vou parar com vocês?--- Thomaz pergunta com o olhar divertido, mas se mantendo neutro.
__ Entre nós dois é uma boa opção.--- Sugere Dom, jogando o seu corpo para trás, ficando o mais confortável possível em sua cadeira.
Merda! Mil vezes merda o maldito momento em que lhe contei o quão irresistível ele fica nessa posição, desde então sempre a faz quando quer algo de mim. Principalmente quando esse "algo" tem haver com sexo.
__Ou onde você quiser, não nós prendemos a nada, certo?--- Falei passando a língua pelos lábios, recordando de todos os momentos maravilhosos, e deliciosos, que tivemos nessa sala.
__Meninos, sosseguem.--- Nós repreende.--- Em menos de dez minutos você vai ter a sua primeira reunião do dia, Dom. Sabemos que dez minutos é muito pouco para nós três. Você, Ty, precisa ter uma outra reunião com a equipe de advogados para discutirem um contrato importante em trinta minutos.
Eu até tenho uma Secretaria, exigência dos dois que são muito sentimentos, mas meu marido não confia nela. De acordo com ele, em suas próprias palavras, o trabalho dela não é tão bom quanto o dele.
Thom gosta de ser secretário, mesmo com Dom propondo para ele assumir outro cargo ou até mesmo montar a sua empresa. Sabemos que no fundo esse é o jeitinho dele de cuidar de nós dois e ficamos extremamente gratos por isso.
__ Amor.--- Murmurou Domenick.--- Você pode remarcar essas reuniões depois.
__ Não mesmo.--- Negou.--- É um investidor importante, baby. Iríamos demonstrar muita falta de compromisso e até mesmo respeito com ele, porque os funcionários iriam contar que você até veio a empresa, mas não quis recebe-lo.
__ Odeio o fato de você ser tão inteligente.--- Dom, feito uma criança mimada, faz birra.
Chega até ser engraçado vê esse homem tão alto, tão forte e grosso com a maioria das pessoas se portando feito um bebê perto dos seus maridos. Quem iria imaginar esse lado meigo do grande Riveira.
__ Você tem bons argumentos, mas e o que faremos com isso?--- Apontei para minha calça social que marcava um volume considerável. Isso porque não cheguei a ficar tão excitado, estava apenas começando.
__ Pensa em algo broxante, não sei.--- Deu de ombros.
__ Sugestão?--- Pediu Domenick.
__ Pensem na babá da nossa filha de lingerie.--- Sugeriu.
Normalmente imaginar qualquer mulher de trajes íntimos, ou roupa de banho é broxante. Nunca nós sentimos atraídos por nenhuma mulher, não conseguíamos nem pensar nelas nesse lado mais sexual.
Falo por mim mesmo, que embora tenha tentado ficar com algumas mulheres, não consegui sentir nada. Em meio aos beijos apertava suas nádegas, explorava os seus corpos e não sentia uma arrepio que fosse.
Peguei as mulheres que todos falavam que beijavam bem, mesmo assim nada. O beijo delas, para mim, era meio sem sal. Não sei explicar.
Agora imaginar Luísa, com roupas íntimas, tem um efeito bem reverso. Imaginar o seu belíssimo corpo coberto apenas por duas peças finas, de renda, que não cobre nada, é bem tentador.
Uma peça minúscula na cor preta, contracenando perfeitamente com a sua pele tão branca quanto a neve. O fino tecido entalados no meio de suas nádegas, deixando a vista sua carne farta e em pé. Ou céus, como sua bunda é linda.
Me pergunto se por um acaso eu der um tapa nela, ficariam vermelhas? Ou então com a marca de minhas mãos?
Imaginar isso, tão insignificante, fez um arrepiar percorrer todo o meu corpo. Comecei a me sentir quente, com o meu penis dentro das calças latejando, implorando por socorro... Implorando pelos seus lábios rosados ao redor dele.
__ Foi uma ótima sugestão.--- Segurei a pasta na frente de minhas pernas, tentando esconder o volume.--- Vou me preparar para a reunião, vejo vocês mais tarde.
Rapidamente me aproximo deles, repousando um beijo nos lábios de cada um. Não me demoro, não quero que eles percebam, pois iriam querer uma explicação que nem eu mesmo sei, que estou atrás.
Por que estou sentindo essas coisas?
Em passos rápidos chego a minha sala, trancando a mesma antes de me sentar. Respirei fundo, passando a mão pela nuca, vendo o movimento enorme que fazia no tecido.
Fechei os olhos, vendo a imagem da babá. Luisa com o seu sorriso carismático, os olhos transmitindo o mesmo ar meigo de sempre. Porra, ela parece um anjo de tão linda!
Parece até errado ter esses tipos de pensamento com ela, mas então começo a imaginar e toda culpa é substituída pelo desejo.
Imagino ela na minha frente, nessa sala mesmo. Ajoelhada bem na minha frente, com um sorriso de criança que está prestes a aprontar. Confirmando as minhas suspeitas ao sentir a sua pequena mão envolvendo a cabeça, descendo até a sua base.
Involuntariamente, minhas mãos dão a libertação que meu amigo tanto desejo. Rodeio minha mão por ele, fazendo os movimentos que imagino ela fazendo, soltando gemidos altos a cada momento.
__ Porra.--- Esbravejo, imaginando os seus lábios ao redor do meu penis, levando até o fundo de sua garganta.
Prendo o gemido ao escutar uma pequena batida em minha porta.
__ Ty.--- Escutei a voz de Thom.
__ Estou ocupado, fala.--- Terei controlar a minha voz, afinal ele sabe quando estou sentindo prazer pela minha voz.
__ Abre aqui.--- Pediu.--- Sei o que esta fazendo e se não abrir, eu mesmo vou pegar a chave.
Respirei fundo, guardando o meu membro na cueca novamente. Abri a porta e fiquei atrás dela, tentando ao máximo disfarçar.
__ Sei o que esta sentindo, também tenho pensado nela. Desde que entrou no escritório para a entrevista de emprego Luisa não tem saído da minha mente.--- Fechou a porta.
__ Achei que tinha algo de errado comigo.--- Suspiro.
__ Com todos nós, afinal estamos interessados em uma mulher. Mas isso é assunto para depois.
Thom me empurra, fazendo com que eu me sente no sofá de couro.
__ Só temos vinte minutos.--- Falei vendo ele abrir a minha calça e tirar o meu pau para fora.
__ É o suficiente.--- Falou de forma maliciosa, envolvendo a carne com sua boca quente e macia.
Soltei um gemido alto, sentindo a minha respiração desregulada. Só conseguia sentir o maravilhoso boquete que ele me fazia, imaginando Dom fudendo a nossa querida babá da melhor forma possível.
Ou porra, até em momentos como esse eu estou pensando nela.