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O seu lado selvagem

O abraço parecia ter nos transportado para um mundo somente nosso. E eu estava feliz por sentir o seu corpo tão envolvido com o meu.

Salvatore me apertava em seus braços enquanto mantinha seu rosto na curva do meu pescoço, com sua respiração quente me causando arrepios.

_ Você me deu sorte! _ ele disse enquanto se afastava um pouco para me olhar.

_ Eu estou lisonjeada, mas acredito que você está acostumado a vencer.

Ele sorriu enquanto afastava o cabelo do meu rosto.

_ A vitória de hoje teve outro sabor para mim pois você está aqui.

Meu rosto esquentou e eu não sabia o que dizer. E neste exato momento Raffaele apareceu ao nosso lado.

_ Parabéns, Salvatore. _ seu olhar foi para mim e logo voltou para o seu amigo. _ todos vão festejar na praia. Você precisa que eu leve a Anna?

Salvatore tinha se afastado um pouco do meu corpo, mas seu braço ainda se mantinha em volta da minha cintura e neste momento senti um aperto ainda maior.

_ Ela vai ficar comigo!

_ Tudo bem, eu vou descer!

Assim que Raffaele se afastou um outro homem se aproximou. Salvatore sorriu e foi abraçado pelo homem.

_ Eu sabia que você venceria, grande Salvatore! _ ele dá um leve soco em seu braço

_ Dario, esta e a Anna Bellucci. Meu anjo salvador.

O homem me olhou com curiosidade e estendeu sua mão para mim.

_ Um anjo que salvou o Diabo! _ ele sorriu_ Prazer Anna, eu sou Dario Bernasconi.

Ele apertou a minha mão e eu sorri. Eu ainda sentia muitos olhares em mim, principalmente com a presença de Salvatore ao meu lado e sua mão que agora segurava a minha de maneira possessiva.

_ Ele exagera, eu não fiz muito.

_ Você fez mais do que imagina, Anna. _ ele sussurrou em meu ouvido.

_ Bom, acho que é melhor eu descer para praia, está todo mundo indo para lá. E vocês?

_Vamos descer em breve.

Ele me apresentou a algumas das pessoas que ali estavam. A maioria eu poderia jurar que fazia parte de sua família mafiosa, sua gangue. Eu deveria estar na aula e ali estava eu, no meu de mafiosos.

Salvatore me levou para o seu carro e quando ele deu partida e acelerou eu entendi a potência daquele carro e adrenalina me fez arrepiar. Ele me olhava divertido, pois eu sorria apesar do medo.

_ Vejo que gosta da velocidade.

_ Digamos que depois que te conheci a velocidade está se tornando frequente em minha vida. E não posso negar o quanto estou gostando disto.

Ele acelerou um pouco mais, mas antes de fazer a curva um carro superou o dele e por um segundo vi ele abrir ainda mais o sorriso.

_ Ela quase ganhou de mim. _ ele apontou o carro que fazia a curva sem reduzir a velocidade.

_ Ela quem?

_ Dea, uma grande amiga minha. Você a conhecerá em breve.

O tom como ele se referia a ela era de admiração e pelo jeito que ela estava dirigindo parecia realmente ser uma mulher destemida.

Em poucos minutos ele estava estacionando o carro próximo a praia onde já se encontra muitas pessoas das que estavam nas colinas.

Salvatore me ajudou a descer do carro e caminhamos de mãos dadas até a praia. A sensação daquele contato era estranha mais ao mesmo tempo reconfortante. Eu me sentia segura perto dele.

Em um momento meu telefone vibrou sem parar e isto não era um bom sinal. Tirei o celular da bolsa e vi que era mamãe que ligava. Então falei com Salvatore.

_ Preciso me afastar um pouco, preciso atender uma ligação e aqui tem muito barulho.

Ele assentiu e fez menção de vir comigo, mas eu o impedi.

_ Está tudo bem, vou ser rápida.

Ele concordou e eu me afastei até não sentir a música. Respirei fundo e no toque final respondi.

_ Mãe?

_ Filha, você demorou a responder, está tudo bem?

_ Sim, mãe. Está tudo bem, eu estava no meio da aula, por isto não respondi de imediato. Você sabe que nesta hora estou na faculdade. _ mentir estava se tornando um hábito.

Ela respirou fundo.

_ Me desculpe querida. Eu estava com saudade. Quero te dizer que antecipamos o nosso voo e em breve estaremos aí para te visitar.

_ Que notícia maravilhosa mãe.

_ Também estamos felizes, querida. Volte para aula, te amo.

_ Também te amo, mãe.

Assim que desliguei me sentindo a pior das filhas uma voz me fez pular de susto.

_ Está gostando da festa?

Eu me virei e encontrei uma mulher cheia de tatuagens e piercing. Cabelos coloridos e com cara de poucos amigos para mim.

_ Sim, eu estou...

Ela me empurrou sem dizer mais nada e quando levantou o braço novamente, Dario apareceu, segurando-a.

_ Você perdeu o juízo? Ela está com Salvatore.

Eu nem sabia o que falar e nem entendia por que ela me encarava com tanto ódio. Dario continuou.

_ Dea, vamos! Você precisa me escutar....

_ Cala a sua maldita boca, Dario. Você não manda em mim.

Ele continuava segurando a mulher que estava furiosa tentando se libertar.

_ Mas Salvatore sim. Então, fique quieta.

Ele olhou para mim.

_ Anna, por favor, volte para Salvatore. Mas por favor não mencione isto.

Eu não sabia o porquê, mas concordei me afastando dos dois. Encontrei Salvatore no caminho para a festa.

_ Anna você está bem?

_ Sim, eu preciso ir.

Ele me olhava com cuidado como se estivesse querendo ler meus pensamentos.

_ Tudo bem, vamos sair daqui.

Ele me levou para o carro e a primeira música que começou a tocar foi Lana del Rey Born To Die.

“Venha e dê um passeio pelo lado selvagem.

Deixe-me te beijar na chuva.

Você gosta de garotas insanas”

Eu não era uma garota insana como Dea. Mas Deus como eu queria beijar Salvatore. Parecendo ler meus pensamentos ele me olhou de soslaio.

_ Quero ver você amanhã de manhã.

_ Eu não posso.

_ Eu disse que queria passar mais tempo com você, Anna.

Ele tinha dito e eu queria passar este tempo com ele. Mas eu tinha aulas extras de piano na parte da manhã. E a maioria das minhas avaliações vinham destas aulas.

Mas afinal que mal tinha, eu não faria isto para sempre. Eu tinha me dedicado anos para chegar até ali em dias e dias incansáveis de dedicação diária. Eu merecia um descanso e ao lado de Salvatore isto seria ainda melhor.

_ Tudo bem, o que você quer fazer?

_ Amanhã você descobrirá.

Quando chegamos na rua da minha casa eu pedi para ele parar um pouco mais afastado. Ele não reclamou e o fez.

Ele desceu e abriu a porta para mim. Segurou a minha mão e caminhou comigo até próximo ao meu portão.

Ele parou e me virou para ele, o seu gesto fez meu coração acelerar. Ele alisou a fina corrente que estava em meu pescoço onde estava o pingente de partitura que ele tinha me dado. Isto o fez sorrir.

_Preciso te dar isto.

Ele tirou uma caixinha do bolso e de lá retirou uma pulseira tão delicada como a corrente que eu usava, mas nela o pingente era diferente. Era uma coroa toda cravejada.

_ É lindo.

_ É o emblema da família a qual pertenço, você me salvou e merece usar este símbolo.

Dizendo isto ele a colocou em meu pulso e nossos olhos se encontraram. Novamente vi seu olhar em meus lábios e eu nunca tinha desejado tanto, ser beijada pela primeira vez. Mesmo sem saber como seria.

Ele se aproximou mais e beijou minha bochecha se demorando um pouco.

_ Boa noite, Anna. Nos vemos amanhã por volta das nove. Tudo bem?

Eu concordei e nem consegui me despedir. Eu apenas me virei e entrei em casa. Cada gesto dele me deixava perdida e ansiando por mais.

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