5 - Eu ditarei todas as regras em nome dele
Kaira sente-se intimidada com aquele homem parado na sua frente, mesmo que ele esteja sendo gentil, ela suspira e rapidamente puxa sua mão que ele segura.
– Você parece desconfortável Sra. Keller, algum problema? – Questiona o homem sem tirar o olhar dela.
– Você pode parar de me chamar de Sra. Keller, eu sou Kaira Zimmermann, eu não sou casada, eu não aceitaria algo assim! – Diz ela num tom firme, escondendo o seu medo. O homem olha para a governanta que entende o que ele quer e vai até o escritório.
– Sr. Jasper, obrigado por trazê-la, eu cuido de tudo, você já pode ir. – Diz ele dispensando o motorista. – Permita-me apresentar-me, eu me chamo Levi Schneider, sou advogado do seu marido, cuido de todos os negócios dele e o ajudo na sua vida particular. – Quando ela vai abrir a boca, ela observa a mulher entregar um envelope a ele, Levi a observa e em silêncio, abre o envelope retirando o documento de dentro. – Corrija-me se eu estiver errado, essa não é sua assinatura? Você estava com esse documento ontem! – Questiona ele mostrando no documento a assinatura dela, ela leva a mão para pegá-lo, ao ler na parte de cima contrato de casamento, mas ele a impede. – Não é sua assinatura? Podemos reconhecer com um perito. – Ela observa sem entender como aquele documento tem sua assinatura.
– Sim, é a minha assinatura, mas eu não assinei nada, ainda mais um contrato de casamento, me deixe ver isso! – Diz ela estendendo a mão e ele a ignora colocando no envelope o documento.
– Talvez você estivesse bêbada ou drogada como ontem a noite. – Diz ele encarando-a. – Você costuma perder o controle assim? Se você está acostumada a ser uma vagabunda, saiba que aprenderá a se comportar aqui! – Assim que termina de falar, ele fecha os olhos ao sentir um tapa acertar o seu rosto.
– Como se atreve a falar comigo assim? Cadê ele? Onde está o tal do meu marido, diga agora mesmo para ele vir aqui, pois vamos resolver isso agora. – Levi passa a mão no seu rosto e sorri sarcasticamente, empurrando-a contra a porta deixando ela sobre seu domínio, Kaira fica assustada com aquilo.
– Nunca mais se atreva a encostar em mim, não terá pessoa no mundo capaz de salvar você, eu não vou repetir isso novamente! Você vai ficar em silêncio toda a vez que eu estiver falando, vai me obedecer em tudo e seguirá cada uma das minhas ordens sem questionar, você foi entregue para o Sr. Keller e eu ditarei todas as regras em nome dele. Você tem alguma dúvida Sra. Keller? – Questiona ele encarando-a sem piscar.
– Me leve até o meu marido, eu não vou obedecer você! Qual sua profissão mesmo? Lembrei, um advogado qualquer, que eu nunca vi na minha vida. Chame o meu marido, se ele teve a audácia de me escolher como esposa, se ele teve a audácia de tocar em mim ontem a noite, então ele que tenha a decência de vir me receber. – Diz ela saindo do domínio dele, ele sorri controlando sua raiva e vira-se para ela.
– Você é burra por acaso? Acabei de falar que você seguirá as minhas ordens. Seu marido não quer te receber, eu cuidarei de tudo, você só falará com ele, quando ele quiser e não antes. Então fique com a sua boca fechada, enquanto eu falo.
– Eu não far...
– Cala a sua boca. – Grita ele com raiva, fazendo ela fechar os olhos. – Você está enchendo a porra da minha paciência. Me siga. – Diz ele subindo as escadas, ele para e a observa parada no mesmo lugar. – Eu não vou repetir. – Ela suspira e começa a seguir ele. – Aqui no segundo andar, você encontrará os quartos principais e de hóspedes, assim como um pequeno escritório e uma biblioteca que você poderá usar sempre que quiser. – Diz ele se perguntando o porquê está fazendo aquilo, pois ela provavelmente já conhece tudo ali. – Este é o quarto do seu marido em hipótese alguma você entrará aqui sem ser chamada, você entendeu? – Diz ele parando em frente a uma enorme porta preta, ela meneia a cabeça concordando, ele volta a andar e para na frente de outra porta. – Esse é o teu quarto. – Ele abre a porta dando visão a ela de um quarto de luxo, típico das coberturas dos hotéis mais luxuosos da cidade. – Você pode se ambientar e em meia hora te espero lá embaixo. – Diz ele saindo enquanto ela permanece parada em frente ao quarto, ela entra e se tranca.
Kaira observa cada detalhe daquele quarto, ela deita-se na cama encolhendo-se enquanto chora, lembrando-se da noite passada e agora tendo a certeza que um desconhecido tocou em seu corpo, e ela nem consegue lembrar o que aconteceu, mais de meia hora depois, ela escuta batidas na porta.
– Mas que droga. – Resmunga ela baixinho, ela levanta-se e abre a porta avistando a mesma senhora de cabelos escuros preso em um coque e uma roupa preta com as golas brancas, que estava na sala quando ela chegou.
– Sra. Keller, bom dia. Eu sou Anabela Doertz, sou a governanta da casa e estou ao seu dispor. O Sr. Schneider está lhe aguardando. – Diz ela com um leve sorriso.
– Ok, obrigada. – Diz Kaira fechando a porta e voltando para a cama. Depois de uns minutos ela escuta a porta se abrir, como se tivessem empurrado com força, ela não olha na direção da porta, pois ela sabe exatamente quem está ali.
– Pensei ter dito que te esperava em meia hora lá embaixo. – Diz ele num tom ríspido e ela nem se mexe, ele passa a mão nos seus cabelos suspirando ao observar aquela mulher que teima desafiá-lo. – Olhe para mim, estou falando com você. – Kaira segue sem se mover, ela dá um soco ao lado da porta, caminha até ela e a vira, ficando com seu corpo sobre o dela.
– Saia do meu quarto. – Grita ela sem abrir os olhos.
– Olhe para mim. – Diz ele irritado, ela meneia a cabeça em negativa deixando as lágrimas escorrerem. – Abra a porra dos olhos e olhe para mim. – Ela sente seu hálito quente, enquanto as mãos dele pressionam a cama ao lado dos seus braços.
– Me deixa em paz, me leva até o meu marido. – Diz ela chorando ainda de olhos fechados.
– Eu juro por Deus que você se arrependerá se não olhar para mim! – Diz ele ao lado do ouvido dela, lhe causando arrepios. – Abra os olhos e olhe para mim! – Kaira se vê sem saída, ela não sabe o que fazer.
– Por favor meu Deus, me ajuda. Por favor, eu não mereço isso. – Resmunga ela baixinho, ao sentir a respiração do homem que pressiona o seu corpo cada vez mais forte, ela abre os olhos devagar e encontro o olhar escuro do homem que não pisca ao encará-la. – Era você! – Diz ela incrédula com todo o seu corpo tremendo.