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6 - Você não me dá ordens

Levi segue pressionando seu corpo sobre o de Kaira, enquanto ela a encara com um olhar curioso, esperando uma resposta.

– Era eu o quê? – Questiona ele se fazendo de desentendido, ela deixa as lágrimas escorrerem com um misto de sentimentos.

– Como você teve coragem? Você não sabe o que fez. Que tipo de homem é você? – Diz ela fechando seus olhos em negação. – Por que fez isso comigo?

– Do que você está falando? – Ele segue se fazendo de desentendido, quanto mais ela sofrer, mais satisfeito ele ficará.

– Vo-cê, você me estuprou. – A voz dela sai baixinho, cheia de dor e tristeza. 

– Você é louca? – Questiona ele num tom ríspido se mostrando ofendido.

– Você é um monstro, um monstro, você me estuprou, seu nojento, saia de cima de mim, estuprador. – Grita ela desesperada chorando, ele coloca a mão na boca dela para que ela pare de gritar, com raiva ela morde a mão dele o empurra e sai do quarto correndo.

– Porra! – Diz ele passando a mão na marca da mordida que ela deixou em sua mão, ele dá um sorriso sarcástico e sai do quarto indo atrás dela, Kaira para na frente da porta do quarto que Levi disse que é do seu marido e começa a bater desesperada na porta.

– Abra essa porta, tenha a decência de falar comigo. Eu não ligo que você tem vergonha da sua aparência, por que casou comigo? Se não pretende falar comigo! – Grita ela chutando e dando tapas na porta, Levi cruza os braços enquanto fica observando aquela cena. – Saia da droga desse quarto e venha aqui, seu desgraçado, por que está fazendo isso comigo? Eu odeio tudo nesse lugar! Você é um ridículo, além de um idiota é um babaca, um corno, o teu advogado filho da puta, tem a autorização para tocar em mim? – Levi se aproxima, a vira e a encosta na porta enquanto ela segue gritando. – Conte para ele, vamos lá, conte o nojento, abusador que você é! Diga que me estuprou na noite passada! – Ele coloca seu dedo indicador nos lábios dela a assustando.

– Você quer calar a boca, eu não sou um homem baixo, eu nunca faria isso com nenhuma mulher, mesmo com as vagabundas como você, nem se me pagassem eu te tocaria, você é um nojo, só estava checando o seu corpo para ele! –  Diz ele tentando se convencer, que jamais faria aquilo que planejou. – Se você repetir isso novamente, eu vou esquecer o repúdio que sinto por você e te darei motivos para falar algo assim. Se você ficar me machucando, eu esquecerei que você é uma mulher e farei o mesmo que você, entenda de uma vez, que te odeio e por mim você não estaria aqui. – Diz ele com o olhar cheio de raiva. – Você vai parar de me envergonhar na frente dos empregados, quando eu te dar uma ordem, você cumprirá. – Ele tira o dedo dos lábios dela e ela suspira aliviada.

– Eu vou ao ginecologista para saber se você tocou em mim! – Diz ela seria o encarando, ela observa que ele está confuso.

– Não me venha com essa, acha mesmo que vai me manipular, com essa história de que é uma moça de família, uma virgem! –  Diz ele rindo. –  Você é uma vagabunda dos mais baixos níveis. Se queres que te trate bem aqui dentro dessa casa, siga as minhas ordens.

– Vá se foder, eu não sou uma vagabunda, você não me conhece. Se queres que eu siga as tuas ordens, então diga para o meu marido, sair da porra desse quarto e me falar pessoalmente que eu devo obedecer você. – Diz ela alterada. – Anda Sr. Keller, porra, Sr. Keller! Eu não sei nem o nome desse filho da puta. Vamos marido, tenha coragem de sair desse quarto e me fale a droga do seu nome.

– O nome dele é Christoph! Esse é o nome do seu marido. Não se atreva a falar dele dessa maneira, você entendeu? – Diz ele tomado pela raiva.

– Ele é meu marido, então eu sou a dona desta casa, portanto você não me dá ordens, você trabalha para mim, é só um advogado abusado, não me diga como falar do meu marido. Você é o quê? Um obcecado por ele? Você é gay? É isso? Então fique com ele e me deixe ir embora – Debocha ela cheia de raiva, ele fecha os olhos suspira, quando está mais calmo ele não deixa de rir com aquilo.

– Gay? – Questiona ele a pressionando mais na porta, encostando seu corpo no dela e deixando os seus lábios bem próximos. – Repita se tiver coragem. – Provoca ele cheio de raiva.

– Gay, você pode transar com meu marido se quiser. – Ela termina de falar e ele encosta seus lábios nos dela, beijando-a com vontade, ela fica tentando o empurrar e ele segue a segurando enquanto a beija, logo que ele para de beijá-la, mais uma vez sente a mão dela acertar seu rosto. – Escroto, não se atreva a tocar em mim. Quanto a você Christoph Keller, você é um idiota, segue aí trancado enquanto seu advogado beija a sua mulher. – Ela empurra-o com força e se afasta descendo as escadas apressadas, ela abre a porta e sai correndo pelo jardim, enquanto ele vai para a janela e fica observando-a, pensando que aquilo será mais difícil do que ele imaginou, ele puxa o celular e faz uma ligação.

– Adolph, preciso que você venha até a casa do Keller, precisamos conversar! Traga junto uma estilista. – Diz ele logo que Adolph atende.

– O que aconteceu? Você está bem?

– Por que eu não estaria?

– Porque desde que você decidiu voltar para Lucerna, você ficou estranho. Algo que eu deva saber? As coisas estão dando errado? 

– Claro que não, só estou colocando as coisas no lugar, traga a melhor estilista e não demore. Adolph. – Diz ele fazendo uma pausa. – Um ginecologista consegue validar se uma mulher é virgem? – Ele pergunta sem jeito e escuta seu amigo gargalhar.

– Eu não faço ideia Levi, como eu vou saber algo assim?

– Então pergunte para um ginecologista e quando chegar na casa de Keller, tenha a resposta. – Ele desliga logo que termina de falar, ele olha pela janela novamente e não enxerga Kaira, ele suspira e vai para o escritório.

Após andar sem rumo no jardim daquela enorme propriedade, Kaira chega num rio, ela caminha até o pequeno pier que tem ali, senta-se, tira seus sapatos e coloca seus pés na água.

– Eu preciso escapar desse lugar. – Diz ela para si mesma. – Mas como eu farei isso? – Ela observou desde que chegou que o lugar é muito bem protegido, ela coloca a mão no seu rosto frustrada, ela fica pensando nas palavras daquele homem e fica um pouco aliviada, mas não consegue confiar 100% que ele não a tocou. Kaira fica por horas, sentada ali.

– Sra. Keller. – Chama Anabela.

– Ai meu Deus! – Diz ela colocando a mão no peito, pois estava imersa em seus pensamentos e não percebeu a mulher chegando.

– Me desculpe Sra. Keller, não quis te assustar, mas o Sr. Schneider está te aguardando na sala. – Kaira suspira desanimada.

– Tudo bem, eu já vou lá. – Responde ela sem animação, observando o pôr do sol.

– Com licença senhora. – Diz Anabela se retirando e voltando para a mansão.

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