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Sua rotina

Sua rotina:

Ele dá aulas todos os dias. Ele sai bem cedo, bem cedo mesmo. Com certeza preza muito a pontualidade.

Dá aulas para quatro turmas em dois horários no período matutino. Às terça e quintas feiras. E às quartas e sextas-feiras.

Eu estudo no primeiro horário, das quartas e sextas feiras, das oito às dez. Às onze horas ele recebe outra turma.

Segunda-feira ele não dá aula, mas não é um dia livre. Ele vai para a Universidade. Então acredito que seja um dia em que eles se fecham em reuniões, preparam aulas.

Zafir corre todos os dias à tardinha. Sei disso, porque eu que sou responsável por colocar o lixo lá fora. Um dia o avistei saindo de casa com roupas de corrida.

Para checar se isso era uma rotina, no dia seguinte fui até o jardim, no mesmo horário. Fiquei escondida entre as árvores e novamente vi ele saindo de casa com esse mesmo propósito.

Nos finais de semana ele sai de casa para comprar jornal. Pelo jeito ele gosta de andar. Afinal, o jornal poderia ser entregue em sua casa, como o meu. Descobri isso por acaso, quando meu pai esqueceu sua pasta dentro do carro e pediu para eu pegá-la. Nessa hora eu avistei Zafir passando em frente à minha casa, carregando-o debaixo do braço.

Ele adora ler. Sempre o observo deitado na cama com um livro entre as mãos. Bem, isso era esperado, afinal ele é professor de um curso que forma escritores, revisores, redatores...

E agora vem o melhor: Até agora eu não o avistei com uma mulher.

Suspiro.

Allah! Zafir seria o cara perfeito para mim se não fosse por esse grande empecilho: Minha amiga gosta dele e eu preciso me atentar a isso. Parar de ter sonhos românticos com ele.

O pior é que entrando nessa de vigiá-lo, eu acabei me envolvendo demais. Sinto como se um imã me puxasse para a janela e meus olhos para todos os movimentos em sua casa.

Aperto os lábios quando me lembro de seus lindos olhos negros e que de vez em quando procuram os meus na sala. É patético o que meu corpo apronta comigo.

Minhas mãos transpiram, meu coração fica agitado no peito e meu cérebro dava um branco e eu sempre demorava para responder suas perguntas. Eu detesto ter todos os sintomas de uma adolescente que não sou. Tenho vinte anos, formada em Letras e agora cursando um curso de escrita criativa. Ou seja, não estou no ensino médio.

Fico pensando... Se eu o conheço apenas há um mês e esse homem já não sai dos meus pensamentos, e causa todas essas sensações no meu corpo, imagine Samantha que gosta dele desde o ano passado?

Dá para entender por que ela é tão maluquinha por ele.

Afasto meus pensamentos do professor bonitão e acendo a luz do abajur. O negócio agora é ler o livro que ele me passou!

Tic tac, Tic tac.

Os minutos se passam. E quem disse que eu consigo ler?

Um sorriso lento brinca em meus lábios quando me lembro dessa última aula que ele deu.

Allah! Ele estava lindo, de tirar o fôlego. Estilo Bad boy chique. Cabelos negros cheios, quase espetados. Jaqueta de couro preta e calça da mesma cor. Por dentro uma camiseta branca que evidenciavam seus músculos quando ele se movia. Botas de cano curto completavam seu traje.

Ah Ele é um verdadeiro colírio para os olhos, um dos melhores que eu já vi.

A classe se enchia de risinhos e cochichos quando ele entrava. Era sempre assim, a mulherada babava. Comentavam umas com as outras sobre suas roupas, seus sapatos, etc, etc e tal. E não é para menos.

Quem já viu um árabe usar um estilo tão despojado?

Realmente era algo intrigante!

Samantha, não agia diferente das outras garotas. Eu, ao contrário. Minha reação era outra. Pura introspecção.

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