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Nas mãos do destino (Barak 1)

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Sandra Rummer
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Notas

Resumo

Jade Amina Nurab é novata na cidade e na universidade. Seu pai, por um motivo escuso se muda para uma cidade de imigrantes árabes. Quando sua amiga Samantha descobre que Jade mora ao lado do professor bonitão, Zafir. Ela pede para ela observá-lo e lhe contar toda a sua rotina. Sua amiga é apaixonada por ele desde o ano passado e quer de qualquer forma, trombar com ele num encontro forçado. Ela faz isso e vigia seu vizinho da janela do seu quarto. Mas ela não esperava por essa fórmula: Árabe lindo forte inteligente simpático – não convencido= Ela apaixonada. Jade fora criada para casar, ser a esposa perfeita e segue rígidos costumes, mas se entrega a Zafir um árabe que de árabe só tem o nome. Ela então é pega de surpresa. Seu pai deve a uma grande quantia em dinheiro ao Sheik Al Basin Jael Barak. Ele a usa como moeda de troca e ela é prometida em casamento ao seu filho. Jade acaba aceitando sua sina depois de algumas decepções. Só que o destino tem dessas coisas e arma quando se menos espera. No momento que ela vai até a mansão de Rashid, para conhecê-lo melhor, tem uma revelação surpreendente. Só que nada é o que parece...

alfaamorromancebilionário

Meu vizinho gato

Jade

Meu sobrado está posicionado lateralmente ao dele.

Minha grande janela de frente para a do seu quarto. Ela é ampla, como a de Zafir, coberta por uma cortina rosa claro. A dele, nua, desimpedida. Ele somente fecha as cortinas quando vai dormir.

E eu que acreditava ter me apaixonado antes....

Hoje vejo que eu não gostava tanto assim de Liam. Eu o esqueci muito rápido. Se eu o amasse de verdade, eu não estaria tão encantada como estou por meu vizinho e que é meu professor de produção de texto.

Conversas no quarto ao lado enchem meus ouvidos, minha mãe e Yasmin, mas eu nem sei o que elas estão dizendo. Fico com os olhos vidrados para fora vendo ele retirar a camiseta. Minha respiração é roubada dos meus pulmões enquanto reparo no homem mais bonito que eu já vi. Meus olhos se arregalaram observando os músculos definidos do peito, costas e braços.

Allah! Ele é absurdamente lindo.

Garotas suspiram por ele, principalmente minha amiga Samantha. Ela foi o meu maior incentivo para vigiá-lo, mas agora virou um vício.

Ouço passos no corredor. Fecho as cortinas e me afasto da janela, a tempo de mamãe abrir a porta e as luzes serem acesas. Yasmin, de nove anos, a raspinha do tacho, está ao lado dela. Linda com um vestido rosa pálido.

Zenaide me encara por um tempo.

—Jade querida, eu vou ao cinema. Você quer ir?

—Não mamãe, obrigada.

—Por que estava parada no meio do quarto, no escuro?

—Eu tinha acabado de me levantar. Eu estava para acender as luzes, quando a senhora chegou.

—Ligue a do seu abajur primeiro. Você vai acabar caindo.

Forço um sorriso.

—Está certo.

—Como eu disse, todo nós vamos ao cinema. Tem certeza de que não quer ir conosco?

Eu meneio a cabeça e me sento na cama.

—Não. Podem ir. Ficarei bem sozinha. Que filme assistirão?

Yasmim diz animada:

— Um filme da Disney. A Bela e a Fera.

— É uma readaptação do desenho. —Mamãe explica.

—Hum, legal.

—Então irá?

Eu me deito na cama, louca para ela sair para eu espiar mais.

—Não, eu ficarei.

Ela dá de ombros.

—Tudo bem, então. Tem comida pronta na geladeira. Só colocar no micro-ondas.

—Está certo. Mas não quero nada.

Ela me observa.

—Não está apaixonada novamente pelo cara errado, está?

—Claro que não, mamãe! Só estou sem fome.

Minha irmã mimadinha corre até a minha cama e puxa o meu caftan. —Vamos, Jade! —Suplica com sua voz irritantemente aguda.

Eu a encaro.

—Outro dia eu vou. Hoje estou cansada.

—Deixe a Jade em paz. Vem, vamos Yasmin. —Mamãe disse impaciente.

Ela bufa e a segue.

Quando elas saem do quarto eu corro e fecho a porta. Apago as luzes e abro as cortinas. Volto a olhar aquela combinação explosiva.

Árabe lindo forte inteligente simpático – não convencido= Eu apaixonada.

Agora ele se movimenta no quarto colocando alguns livros sobre o criado-mudo. Está vestido com um Kandoora, que é uma roupa típica árabe e que meu pai usa também. Eu não pude deixar de olhar aquele queixo proeminente, os ossos do rosto bem-marcados e seus lindos olhos grandes e negros.

Ah se eu bobear... eu me perco neles.

Ele sai do quarto. Luzes apagadas. Faço um bico desapontada e uma cara de triste.