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Chefe dos Bombeiros

Mais um dia se inicia e estou tomando café na minha "Lumi caverna", é porquê, no final, é o meu esconderijo. Vamos ver se o Jhuan me acha aqui. Aquele otário ganhou um bom dinheiro às minhas custas e não me deu um centavo, ele que me aguarde.

Saio de casa para ver meu novo negócio como está, com a nova reforma. Aproveito e dou uma passada no estúdio de fotos que é quase meu vizinho de loja. Abro a porta e toca um sininho, preso a ela que anuncia a minha chegada. Logo chega um homem e que homem, lindo e gostoso, para me atender.

— Bom dia, em que posso atendê-la? — Ele pergunta com aquela voz sensual, mexendo a boca carnuda…uhhhh!

— Bom dia. Eu estou montando minha academia de dança e quero colocar uma foto, que ocupe toda a extensão da parede de vidro da frente. — Expliquei.

— Seria qual a metragem? — Ele também observava meu corpo e minha boca.

— Igual essa sua. Minha loja fica a duas lojas daqui. Somos vizinhos. — Sorri para ele, sujestiva.

— Parece bom. Você tem a foto aí? — Ele perguntou, correspondendo ao meu sorriso.

Peguei meu celular e mostrei a foto.

— Muito linda! Me passa ela em PDF, com seu número de contato, mas já posso te adiantar os valores normais, por tamanho, se quiser fazer outras. — Me passou um folder e eu fingi que não percebi que ele tocou na minha mão de propósito.

Olhei os preços no folder e me assustei, estava fora do meu orçamento.

— Puxa, isso está um pouco fora do meu orçamento. Você parcela? Ah, sim, está aqui, parcelamento no cartão. 

— Posso dar uma olhada no local, de repente dá pra fazer um desconto? — Ele sugeriu.

— Sim claro, vou te passar o pdf da foto e meu zap, estou indo ver como está indo a obra na loja. Me adiciona, que te passo um zap se tiver Ok para entrarmos. — Sorri para ele com o celular na mão, esperando ele me passar o número. 

Resolvido com ele, fui para a loja e vi que já estava tudo pronto, a equipe que o proprietário contratou, fez um excelente trabalho. Recebi uma mensagem do contador, dizendo que os bombeiros vêm fazer a vistoria hoje. Terei de ficar esperando.

Passo o zap para o fotógrafo e espero, logo ele chega e tira as medidas do local. Faz uns cálculos no celular e me mostra. Mesmo com o desconto que ele deu  está pesado.

— Ainda está pesado. Acho que vou por só uma cortina por enquanto e fazer um banner. Quanto fica, só o banner? — Perguntei.

Ele me olha sério, pensativo e diz que o valor está no folder que ele me dera. Peguei o folder na bolsa e olhei. Sim, fica mais em conta.

— Faz o banner. Quando fica pronto? 

— Amanhã já está pronto, trago para você,as me passa pelo zap, os dados que você quer que escreva. — Ele diz.

—  Tudo bem, mas não precisa trazer, eu passo lá no mesmo horário que fiz hoje, você acha que estará pronto? — Dou meu sorriso mais coquete e ele fica olhando minha boca.

— Sim, você pode me dar… digo, me pagar — corrigiu envergonhado — quando for pegar. Até amanhã então. — Saiu rápido, parecendo até que estava fugindo. 

Ele deve ter uns 35 anos, mas se comportou como um adolescente. Não usa aliança, então não tem porque se envergonhar de ficar atraído por mim. Tá aí um cara que vale a pena investir. Alto, claro de olhos e cabelos castanhos, boca carnuda e um rosto viril. Seu corpo não é musculoso, mas é bem delineado, mostrando que faz algum tipo de atividade física.

Se eu tiver tempo, será bom investir em um cara legal assim, diferente daqueles que frequentavam o bar. Agora vou ficar aqui de castigo, esperando. Aproveito para dar uma boa olhada na obra que foi feita e percebo que a tinta ainda está húmida, eles devem ter trabalho a noite e terminaram antes de eu chegar. O que uma boa trepada não faz.

Ouço chamarem e vejo que são os bombeiros, não entendi porque vieram logo três de a vez. Será que precisa tudo isso para uma vistoria?

— Bom dia, sejam bem vindos, sou a Lumiara Alencar. — Me apresentei e apertei as mãos dos três, que sorriam feito bobos para mim.

— Bom dia, dona Lumi. Nós já conhecemos a senhora. Vamos olhar tudo rapidinho e se precisar de alguma coisa, nós mesmos vamos fazer. — Falou o mais forte deles.

— Sou muito agradecida, mas de onde me conhecem? — Perguntei, já suspeitando.

— Do bar, senhora  do bar. Podemos começar?

— Sim, fiquem a vontade. — Eles entraram e olharam registros, torneiras, tomadas, parte elétrica, deram uma geral como dizem e voltaram para me falar.

— Olha, dona Lumi, está tudo dentro dos conformes, só falta os extintores, dois para ser exato. Nós temos eles aí, mas tem um preço.

Tinha que ter um preço, claro, quando não tem?

— Quanto é? — Perguntei já desanimada.

— Não custará nada se a senhora aceitar nossa proposta. — Falou o que carregava uma caixa de ferramentas.

Só agora notei que nenhum deles se identificou, mas usavam uniforme e crachá dos bombeiros. Fui até o que falou e segurei o crachá, olhando o nome.

— Bem, senhor Gonçalves, o que seria? — Perguntei, pensando se teria que fuder com os três.

— Nós estivemos na apresentação de Natal do bar — lá vem mais um ou três — e nossa festa dos bombeiros é amanhã. A senhora aceitaria fazer o mesmo show, lá pra nós? — Até sorri e achei eles fofos, que alívio.

— Posso descer por aquele mastro que vocês usam? — Perguntei e eles riram.

— É um tubo, dona. — Falou o mais quieto.

— Ok, eu vou sim, farei tudo do mesmo jeito, não mostrarei minhas partes para nenhum homem babão. Mas também tenho um pedido, quero a mulher de todos os bombeiros casados, vindo a minha inauguração. Fechado?

— Ô, se tá! Fechado e nós vamos colocar os cilindros agora mesmo e liberar seu alvará. Os colegas vão ficar nas nuvens com a notícia, até quem disse que não ia, vai querer ir. — Respondeu o grandão.

— E não precisa ficar pelada não, pois as esposas também vão. A senhora pode aproveitar e anunciar laesmo. — Disse o Gonçalves.

— Amei isso, obrigada, vocês me fizeram ganhar o dia. Estarei lá, só precisarei de um local para me arrumar. Qual o horário? — Falei, contente.

— É de tarde, a senhora pode chegar às quatro horas. Nós que agradecemos a senhora concordar tão em cima da hora, obrigada. — Falou o quieto.

— Agora nós vamos trabalhar, não precisa se preocupar com nada. — Falou o grandão.

Eles me trataram como se eu fosse uma estrela e estivessem contratando um show caríssimo. Me senti super valorizada. Amei essa sensação de ser respeitada e valorizada pelo meu trabalho.

Eles colocaram os cilindros de emergência em lugares propícios e que não atrapalhariam o andamento dos trabalhos na academia. Estavam em caixas que era só quebrar em caso de emergência. Seria bem caro se eu fosse pagar. Terminaram tudo, se despediram sorridentes e se foram.

Fiquei rindo sozinha, no final, o tratante do Jhuan, acabou me fazendo um favor. Agora precisaria esperar os tubos, como eles disseram, chegarem e mandar instalarem, seria o mais demorado.

Enquanto isso, saí para comprar os móveis da recepção, do vestiário e do escritório, tudo dentro do orçamento.

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