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05

• Jéssica Narrando •

Acordo com um peso em cima de mim, jesuuuus parece que fui atropelada por um caminhão. Meu corpo todo dói, minha cabeça está latejando.

Olho para o meu lado e vejo que a pessoa com as pernas em cima de mim, é a Larissa.

Folgada que só ela.

Tento me levantar, mas foi em vão. Minha cabeça começou a girar.

Aliás, aonde eu tô?

Começo a balançar a Lari pra ela acordar. A vadia apenas resmungou ainda de olhos fechados.

— Acorda piranha! — digo balançando ela ainda mais forte e lhe empurrando pro chão.

— Ta doida porra? — grita brava se levantando.

— Não grita! — digo fechando meus olhos com força — Minha cabeça está explodindo.

— Bem feito, sua vaca! Atrapalhou meu sono da beleza — diz brava.

Larissa odiava ser acordada.

— O que estamos fazendo aqui? — olho ao redor — Ei, calma aí — digo reconhecendo esse quarto — estamos na casa do Biel!

— Você não lembra de nada?

— Nada... — resmungo.

— Você bateu a nave meeesmo ontem. Acho que foram as poucas vezes que te vi tão bebada assim…

— Bebi tanto assim mesmo? Eu perdi as contas depois do décimo copo… — digo rindo.

— Sim, você brigava com o Biel, depois beijava ele dizendo que o amava, depois falava que odiava... — diz começando a rir, acho que ela tava lembrando da cena ridícula.

A bebida quando não mata, ela humilha. Eu sou a prova viva disso, real oficial.

— O que mais? — pergunto com medo da resposta.

Antes dela responder o Gabriel entra no quarto com uma bandeja de comida.

— Bom dia meninas. — diz se sentando na cama, bem na minha frente.

— Desculpa por ontem Gabriel, eu estava bêbada e.... — tento me desculpas mas ele me interrompeu.

— Relaxa meu amor, estamos de boa agora. Namorada mais linda desse mundo! — diz beijando meu rosto.

Namorada?

Oi?

O que eu perdi?

Olhei para a Lari procurando uma resposta, a mesma deu de ombros e começou a atacar a bandeja de comida.

Olho pro Gabriel, depois pra comida e sem conseguir me conter acabo vomitando tudo em seu pe. Que nojo!

— Desculpa — digo vomitando mais e mais.

— Tudo bem minha linda, depois é so a gente limpar e ta tudo certo! — diz segurando meus cabelos.

— Ai minha cabeça… — resmungo tentando levantar.

— Vou pegar um remédio pra você, pera aí — diz saindo do quarto.

Enquanto o Gabriel foi buscar um remédio, eu me levantei com dificuldade e fui até o banheiro lavar meu rosto e escovar os dentes.

Me olho no espelho do banheiro e estoy horrível, Deus me livre!

Nunca mais vou beber na minha vida, credo.

Brincadeirinha, já estou pronta pra outra dessa!

Saio do banheiro e o Gabriel ja esta no quarto novamente, limpando minha bagunça.

— Seu remédio está no criado mudo… — diz ainda limpando o chão.

— Obrigada! — agradeci.

Pego o remédio e tomo o mesmo rapidamente.

— O que você quer para o almoço, meu amor?

— Sei-lá, tanto faz... — suspiro me sentando na cama — Você poderia nos deixar sozinhas por um segundo?

— Claro amor, vou preparar o almoço. — diz saindo do quarto.

Assim que vejo a porta se fechando, olho rapidamente para a Larissa.

— Namorada? — pergunto indignada.

Como a minha melhor amiga me deixa fazer uma cagada dessa?

— Eu ia te falar... — diz se defendendo — Você tava super louca amiga.

— E você nem pra me ajudar?

— Eu tentei, juro que tentei... Mas você dizia pra mim não me meter, que você amava ele e tals, por um minuto acreditei que você tava apaixonada. — diz rindo. Palhaça.

— Nunca mais vou beber na minha vida. — digo deitando na cama — Preciso falar com ele, desfazer esse mal entendido. SENHOOOR, ele vai me aterrorizar...

— Calma amiga, não é pra tanto... — tenta amenizar.

— Que horas são? — pergunto mudando de assunto.

— jummmm... — diz procurando seu celular —13:00.

— Puta que pariu. O trabalho! — grito — Ai — minha cabeça dói — Droga! — resmungo, me levantando rapidamente e pegando meu celular.

Desbloqueio meu celular e comecei a procurar o número da Mari.

Assim que achei apertei para ligar, no segundo toque ela atendeu.

• Ligação on •

— Alô? — diz ao atender.

— Oi Mari, sou eu a Jéssica.

— Oi amor, já tá vindo pra cá? Estava mesmo esperando sua ligação...

—Tô vendo... — digo escutando maior som de funk do outro lado da linha.

— Ah tô limpando a casa e só assim para dar disposição. — ri.

— Vou me atrasar um pouco. Acabei de acordar... — suspiro.

— Deixa eu adivinhar... Bebeu demais ontem?

— Beber demais é apelido, eu praticamente nem lembrava meu nome — digo e rimos.

— Misericórdia! Parece eu quando bebo, até porque se for pra beber apenas um copo eu nem bebo , gosto de ficar tri louca também!!!

— Única parte ruim é a ressaca. — resmungo.

— Ah com certeza! — concorda comigo.

— Então eu vou desligar e já já estou colando aí, ta bom?

— Beijos gostosa. — diz desligando.

• Ligação off •

— Você precisa se acalmar, tá muito tensa... — diz debochada. Vaca.

— Preciso ir em casa tomar um banho. — digo me levantando — Ai que dor de cabeça...

— Quer remédio?

— Já tomei, e vamos logo. — digo saindo do quarto nervosa.

— Tomou que horas que eu nao vi? — pergunta atrás de mim.

— Você tava tão preocupada com seu café da manhã que poderia acabar o mundo e você não ia perceber -— lhe encaro.

Ao sair do quarto avistamos o Gabriel na cozinha, fazendo o almoço.

— Estamos indo embora. — digo chamando a atenção dele.

— ué, por que? — pergunta limpando as mãos em um pano e vindo até nós.

— Tenho um trabalho pra fazer... — digo o óbvio.

— Eu já falei que você não vai! — diz autoritário. Repreendo a vontade de rir.

— Ei, não vem querer mandar em mim não! — digo firme.

Eu odeio esse tipo de atitude quando querem tentar mandar em mim. Ah vai sz fuder pra lá.

— Eu sou seu namorado agora!

— Não me lembro disso! — dou de ombros.

— O quê? — quase grita — Você disse que me amava.

— Eu estava bêbada Gabriel. Bêbada!

Ao ver que o clima ia esquentar muuuuuito mais, a Lari decidiu se manifestar.

— Calma gente, por favor. Vocês estão de cabeça quente, acho melhor a gente ir embora depois vocês conversam tá? Tchau! —diz me puxando para fora do apartamento.

— Jéssica! Jéssica! — grita de dentro do apartamento. Reviro os olhos.

— Livre sou!! — grito ao chegar no elevador.

— Você é louca!

— Livre, leve e solta! — danço.

— Você pegou pesado com ele amiga. — suspira.

— Claro que não. Não vou mentir e enganar ele. Eu não lembro de ter aceitado namorar com ele. E outra, estava bêbada. Não foi certo ele fazer um pedido desse sendo que nem sóbria eu estava. Aliás, eu nem lembrava meu nome, como eu iria ter condições de aceitar um pedido de namoro?

— Ele gosta de você.

— Eu também gosto dele.

— O jeito que você gosta é diferente do jeito que ele gosta de ti.

— Por que estamos discutindo isso mesmo? Vamos chamar um Uber. — digo pra cortar o assunto.

O Gabriel era legal? Era. Era gente boa, era um cara firmeza, tinha um milhão de qualidades, era um cara pra casar mesmo. Mas fala isso pro meu coração! Eu não gostava dele como algo á mais de um amigo. Não adianta. A gente ficou? Ficamos, mas o sentimento de amizade continuou e não passou disso. E eu sou sempre muito sincera com as pessoas, não fico iludindo, nem dando falsas esperanças. Eu em.

Enquanto eu chamava Uber pelo aplicativo a Lari estava resmungando algumas coisas...

10 minutos se passaram até o Uber chegar, passei o endereço pra ele e fomos até minha casa.

Chegamos até meu condomínio, paguei o Uber e entramos. Fomos andando até minha casa, não era muito longe da entrada. Mas olha, minha cabeça ainda latejava e o sol quente não estava ajudando a melhorar a situação.

Enfim chegamos na minha casa e sem delongas fui correndo para o banheiro, tomar um delicioso banho pra ver se essa dor de cabeça passe ou ao menos diminua um pouco. Ta doido, pra quê doer tanto assim?

Tomei um banho longo e demorado em minha banheira.

Enquanto a Lari estava no quarto de hóspedes que era bem dizer, dela.

Sai do banheiro, coloquei meu roupão, e fui até o closet escolher minha roupa.

Estava um calor da porra, aqui no Rio de janeiro. Aliás, quando não está calor aqui né?

Bom mesmo era pegar uma praia, tudo que eu precisava. Mas hoje não vai dar...

Depois de escolher minha roupa, optei por um cropped rosa claro de renda e um short jeans lavagem claro. Super fresquinho esse look, e eu adorava. Me troquei, passei uma make básica mas que escondesse minha cara de ressaca e finalmente estava pronta.

— Larissa? — grito a chamando.

— Fala vaca. — diz aparecendo no corredor — Ual que gostosa... — me elogia.

— Vamos?

— Partiu.

Saímos de casa, eu ainda não achei minha chave. Então peguei o carro da minha irmã.

Dei partida no carro e fomos até o morro.

No caminho ligamos o rádio bem alto, e ficamos curtindo o caminho ao som de Hungria.

—Lembrei daquela sexta-feira, pé descalço e poeira. Menino que se achava dono da quebrada inteira. Dibicando pipa, saudade dessa idade. Nunca tive nada, mas tinha minha vaidade. — cantarolei.

— Entre o sonho da bicicleta. Quem sabe a mobilete? Carrinho de rolimã não atiçava as periguete. E que se foda o personagem que quer me ver infeliz Que olha pro meu troféu, mas num vê minha cicatriz. — canta também.

— Os vizinhos xaropando com o som desses cara-preta. Me deixa longe dessas treta. Não vou perder meu tempo com indireta na minha letra. Me deixa longe dessas tretas.

Essas dona sensual mexe com minha mente Me deixa muito louco sem usar entorpecente. Mas eu sou paciente, porém meio delinquente Os olhos observam, mas o coração que sente.

Começo pode ser final, final pode ser começo A escolha de um sonho, claro que vai ter um preço Hoje é rolê de aro 20, champanhe nessa suíte. Tá vendo o lado bom, mas não me viu no maderite.

Então quer me taxar de boy, não sabe o meu passado Quem disse que o favela não pode morar no lago? E dar um frevo tipo aqueles que rola lá em Dubai E acordar no outro dia com a ressaca do carai. — cantamos juntas.

Eu amo as músicas do hungria, sou apaixonada real naquele homem.

— Veio pra causar em... — diz rindo.

— Por que? — pergunto lhe olhando.

— Você ta muito gostosaaa! Se eu fosse homem, eu te pegava facinho, facinho…

— Facinho não. Eu não sou fácil.

— Porque trouxe aquela bolsa gigante?

— Vamos dormir na casa da mari. Hoje tem baile lá e eu quero muito conhecer.

— Sempre sou a última a saber de tudo... — diz fazendo drama — Só espero sair viva de lá. — resmunga.

"Convoca as amigas porque hoje ela tá pro crime!”

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