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Capítulo 4

Vou até o meu fazer a mesma ação, me olho no espelho mais uma vez e tiro uma bala de menta e meu celular. Desço as escadas, e Max já está me esperando na porta, concentrado no celular, e saio furtivamente para ver porque ele está tão concentrado.

- Ei, você está conversando com alguém que você gosta? - Faço ondas com as sobrancelhas.

- Não, é só a Flávia – diz ele, sem parar de olhar o celular.

- O que essa garota quer? - meu bom humor foi embora só de ouvir o nome dele.

- Ela começou a me seguir no Instagram - desliga o celular e guarda no bolso.

- Graças a Deus - reviro os olhos.

- Você está com ciúmes, meu pequeno? - diz ele com tom provocativo e isso me irrita.

- Não estou com ciúmes nenhum, vamos antes que atrase - pego a chave e já está lá fora, e tranco.

Flávia, como posso te descrever? Ele é uma pessoa egoísta, nada amigável, quer ser melhor em tudo e em todos. Típico das garotas mimadas do cinema, ricas e sem caráter, que acreditam ter uma beleza extraordinária.

Caminhamos alguns quilômetros até chegarmos à escola e encontramos um rosto conhecido, o rosto da Flávia.

Ela vinha em nossa direção com uma minissaia rosa, quase mostrando a carne da bunda, e uma blusa justa que expunha os seios e a barriga. E, claro, acompanhada das amigas sanguessugas Amanda e Eduarda. Como alguém pode pensar que isso é uma boate? As pessoas podem usar o que acharem confortável, mas a escola nos prepara para o nosso futuro profissional. Obviamente não vamos a uma reunião de trabalho quase nus. Mas fazer o quê?

- Olá Max – diz ela, quase colada nele e mascando chiclete.

- Olá – diz ele sem prestar muita atenção e desviando o olhar, provavelmente procurando pelos amigos – Até logo, Delisa – ele cumprimenta com um sorriso, e eu faço o mesmo.

- Ah, olá, Delisa – diz ele com desgosto.

A expressão da Flávia se transformou em um misto de raiva e desprezo enquanto eu a ignorava e continuava meu caminho até os jornais com as salas de aula. Ela nunca foi uma pessoa que eu suportasse e sua presença sempre foi como um espinho chato no meu dia a dia.

O tempo passava muito devagar na escola e não sei por que era tão lento. Os professores explicaram como seria nosso último ano, que teríamos mais trabalhos e seminários (Deus me ajude nesse caminho). Há novos alunos na minha turma e infelizmente Max não está na mesma turma que eu. Pior que isso, ele é meu único amigo (ugh).

Todos nós sabemos como é o primeiro dia de aula, os alunos falam sobre você para que o professor identifique quem eles são. Perda de tempo. Mas a professora chama um aluno e ele vai se apresentar. Meu Deus do céu, essa criança é um Deus grego, exagero, mas é lindo.

— Olá, meu nome é Luke — ele parece um pouco nervoso por não conhecer ninguém e mesmo assim se apresentar cara a cara. Todos nós respondemos e ele voltou ao seu lugar.

Olhei em sua direção e ele estava olhando para mim também. Olhei de volta para minha mesa.

A professora chamou roll, finalmente o sinal toca e vamos para o recreio. No resto do tempo podemos explorar a escola e conhecer os recém-chegados deste ano. As pessoas saem da sala com educação para não atropelar quem é pequeno. Arrumo meus materiais e os coloco na minha mochila. Quando estava prestes a sair, senti alguém me tocar no ombro e me virei para ver quem era.

— Ahm... Olá — ele dá um sorriso tímido.

— Olá — sorrio de forma amigável.

— Você é a Delisa, certo? “Prazer em conhecê-lo, Luke”, ele pergunta, ainda tímido, e estende a mão para apertar.

— Sim, como posso ajudar? — Retribuo sua saudação.

— Como sou novo aqui queria pedir que você me mostrasse a escola, literalmente também não conheço ninguém aqui — ele mostra um sorriso amigável.

E que sorriso, meus amigos.

—Então, você consegue? “Se eu não estiver ocupado,” ele diz timidamente, mas agradavelmente.

- Porque não? — Sorrio e saímos da sala.

Caminhamos pelos corredores da escola e comecei a mostrar ao Luke os pontos principais. Enquanto isso, ele fez diversas perguntas sobre a escola e as pessoas.

Conversamos mais sobre nossos gostos, hobbies e descobrimos que temos algumas coisas em comum, como o amor por filmes de ficção científica. É fácil conversar com Luke e nossa interação está se tornando mais fluida.

À medida que continuamos explorando a escola, chegamos ao pátio, onde muitos alunos se reúnem durante o recreio. Vemos um grupo de estudantes jogando basquete e outro grupo lendo debaixo de uma árvore.

— Este é o pátio, onde muitos estudantes relaxam durante os intervalos. Você pode encontrar grupos realizando diversas atividades aqui. - Eu vou explicar.

— Parece um ótimo lugar para conhecer novas pessoas. — Luke observa o quintal com interesse.

À medida que conversamos e continuamos a nossa exploração, percebo que este pode ser o início de uma nova amizade. Luke é amigável, curioso e parece uma pessoa genuína. Continuaremos conhecendo melhor a escola e, quem sabe, faremos novos amigos pelo caminho.

Vi Max de longe e acenei. Ele estava vindo em nossa direção.

- Olá – ele me abraçou, mas me soltou quando seu olhar se voltou para Luke – Aluno novo?

- Que ótimo, Luke – ele estendeu a mão para cumprimentá-la, e Max fez o mesmo, mas com uma expressão séria.

- Max, o melhor amigo da Delisa – disse ele, mantendo a expressão séria.

- Achei que vocês dois eram namorados – disse ele surpreso.

- Que? Não – olhei indignado com o pensamento dele – vou comprar alguma coisa, você quer alguma coisa, Max? - Esperei pela resposta dele e ele acenou com a cabeça.

Fui ao refeitório da escola e comprei um lanche natural, suco e alguns doces. Adoro comer, já mencionei que não há nada melhor? Você não concorda comigo?

Tentei encontrar Max e Luke no meio da multidão indo e vindo, até que os vi juntos. Eles parecem se dar bem.

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